Ficha de Leitura Pirata

MAR
ANTOLOGIA
Sophia de Mello Breyner Andresen
Trabalho realizado por:

Nuno Martins
N 27 10B
Ficha de leitura
I. Nome do autor: Sophia de Mello Breyner Andresen
Titulo da obra: Mar-Antologia
Editora: Caminho
Local e data: 7 edio, Dezembro de 2008, Lisboa
Informaes sobre o autor

Sophia de Mello Breyner Andresen nasce a 6 de novembro 1919 no
Porto, onde passa a infncia. Filha de pai dinamarqus frequentou o
Colgio do Sagrado Corao de Maria no Porto para a seguir passar a
estudar Filologia Clssica em Lisboa durante trs anos, curso que, no
entanto, nunca chegou a concluir.
Casada com Francisco Sousa Tavares, passa a viver em Lisboa. Foi
me de cinco filhos. Participa ativamente na oposio ao Estado Novo
e eleita, depois do 25 de Abril, deputada Assembleia Constituinte.
Em 1944, aos seus vinte cinco anos, publicou, com apoio financeiro
do pai, o seu primeiro livro de poemas onde chamou simplesmente
Poesia.
As imagens que aparecem na primeira colectnea so da natureza,
do mar, das praias e dos jardins. Por outro lado, aparecem poemas
dedicados aos deuses gregos e o motivo da cidade que surge como
oposio da natureza.
Me de cinco filhos dos quais alguns no negaram os seus genes
literrios e tambm conseguiram entrar na conscincia literria, que
foram o incentivo para que Sophia comeasse a inventar os contos de
fadas.
Sophia admitiu no se ter dedicado muito poesia durante a infncia
dos seus filhos e revela o seu sentimento quase de uma traio qual
somente escapou ao inventar histrias para crianas.
II A obra
1. Elementos presentes:
a. Na capa: Retrato da autora por Arpad Szenes

b. Na badana da capa: Biografia da autora
c. Na badana da contracapa: Grupos de poemas
2.
a. ndice: Presente, a partir da pgina 181
b. Prefcio: Escrito por Maria Andresen de Sousa Tavares,
filha da autora
c. Posfcio: Escrito por Francisco de Sousa Tavares, marido
da autora
3. Estrutura
Caraterizao da estrutura externa:
Os poemas, embora tendo sempre presente o mar, esto
divididos em nove grupos.
Os poemas no possuem um rigor quanto extenso ou mtrica
pois podem ter apenas uma estrofe, ou ento s uma quadra ou
at demasiado extensos. Verifica-se ainda que muitos dos
poemas no possuem rima como o caso do poema Pirata.
Alguns dos seus poemas no tm ttulos, no entanto no final do
livro Sophia de Mello Breyner faz notas a vrios poemas que
esto publicados neste livro.
Sophia usa tambm variadas figuras de estilo, nomeadamente
metforas, incluindo e anforas.
Sntese:
So noventa e cinco de poemas numa antologia organizada pela
sua filha, Maria Andresen de Sousa Tavares, volta de um tema,
o mar, pelo qual a escritora sempre teve um grande fascnio.
Exemplos disso so os ttulos dos poemas:
Pirata, o Atlntico, No alto do mar, No fundo do mar, Jardim do
mar, Mar sonoro, Mulheres beira-mar, Praia, Barcos, Nufrago,
etc.
POEMA EM DESTAQUE
PIRATA
(Junho de 2001)
Sou o nico homem a bordo do meu barco.
Os outros so monstros que no falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E h momentos que so quase esquecimento
Numa doura imensa de regresso.
A minha ptria onde o vento passa,
A minha amada onde os roseirais do flor,
O meu desejo o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
O sujeito potico, exprimindo o sonho de se igualar ao pirata que,

apresenta o viajante solitrio e audacioso que no teme os monstros
das profundidades durante as viagens pois o seu desprezo reina
sobre o mar. Este verso pode ser interpretado como metfora da
fora e auto-confiana perante o mar cujos monstros, tigres e ursos,
consegue vencer como podemos constatar nos dois primeiros versos
da segunda estrofe: o pirata gosta de uivar no vento com os
mastros.
Igualmente a referncia do rastro que ficou das aves pode ser
compreendido como independncia relacionada com a liberdade das
aves, dos piratas a que o sujeito lrico e os seres vivos aspiram.
4.
Opinio do leitor
Considero que o poema Pirata acaba por retratar o esprito dos nossos
descobridores martimos. Este esprito ligado ao mar torna o livro uma
aventura de poemas..

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O sujeito potico, exprimindo o sonho de se igualar ao pirata que,

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