O documento descreve o Sistema de Administração Financeira do Estado de Moçambique (SISTAFE), que estabelece regras e procedimentos para a programação, gestão e execução do orçamento público de forma eficiente e eficaz. O SISTAFE inclui subsistemas como o Orçamento do Estado, Contabilidade Pública e Tesouro Público. Ele tem como objetivos estabelecer regras claras para a programação e execução orçamental, produzir informações financeiras oportunas e estabelecer controles internos e auditorias.
O documento descreve o Sistema de Administração Financeira do Estado de Moçambique (SISTAFE), que estabelece regras e procedimentos para a programação, gestão e execução do orçamento público de forma eficiente e eficaz. O SISTAFE inclui subsistemas como o Orçamento do Estado, Contabilidade Pública e Tesouro Público. Ele tem como objetivos estabelecer regras claras para a programação e execução orçamental, produzir informações financeiras oportunas e estabelecer controles internos e auditorias.
Descrição original:
este e um livro que retrata sobre as financas publicas de mocambique
O documento descreve o Sistema de Administração Financeira do Estado de Moçambique (SISTAFE), que estabelece regras e procedimentos para a programação, gestão e execução do orçamento público de forma eficiente e eficaz. O SISTAFE inclui subsistemas como o Orçamento do Estado, Contabilidade Pública e Tesouro Público. Ele tem como objetivos estabelecer regras claras para a programação e execução orçamental, produzir informações financeiras oportunas e estabelecer controles internos e auditorias.
O documento descreve o Sistema de Administração Financeira do Estado de Moçambique (SISTAFE), que estabelece regras e procedimentos para a programação, gestão e execução do orçamento público de forma eficiente e eficaz. O SISTAFE inclui subsistemas como o Orçamento do Estado, Contabilidade Pública e Tesouro Público. Ele tem como objetivos estabelecer regras claras para a programação e execução orçamental, produzir informações financeiras oportunas e estabelecer controles internos e auditorias.
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AS FINANAS PBLICAS EM MOAMBIQUE
Compilado por dr Rui Antonio Manuel
1. SISTEMA DE ADMINISTRAO FINANCEIRA DO ESTADO (SISTAFE) O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedimentos de programao, gesto, execuo e controlo do errio pblico, de modo a permitir o seu uso eficaz e eficiente, bem como produzir a informao de forma atempada, concernente administrao financeira de rgos e instituies do Estado. 1.1. Objectivos O SISTAFE tem por objectivos: i) ii)
iii)
iv) v)
estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de programao,
gesto, execuo, controlo e avaliao dos recursos pblicos; desenvolver subsistemas que proporcionem informao oportuna e fivel sobre o comportamento oramental e patrimonial dos rgos e instituies do Estado; estabelecer, implementar e manter um sistema contabilstico de controlo da execuo oramental e patrimonial, adequado s necessidades de registo, da organizao, da informao e da avaliao do desempenho das aces desenvolvidas no domnio da actividade financeira dos rgos e instituies do Estado; estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e eficaz, e procedimentos de auditoria interna internacionalmente aceites; estabelecer, implementar e manter um sistema de procedimentos adequados a uma correcta, eficaz e eficiente conduo econmica das actividades resultantes dos programas, projectos e demais operaes no mbito da planificao programtica delineada e dos objectivos pretendidos.
1.2. Princpios Fundamentais
O SISTAFE rege-se, de entre outros, pelos seguintes princpios fundamentais: - Regularidade Financeira a execuo do oramento do Estado deve ser feita em harmonia com as normas vigentes e mediante o cumprimento dos prazos estabelecidos; - Legalidade as normas legais vigentes devem ser observadas integralmente; - Economicidade deve-se alcanar uma utilizao racional nos recursos postos disposio e uma melhor gesto de tesouraria; - Eficincia - minimizao do desperdcio para a obteno dos resultados delineados; 1
- Eficcia deve-se obter os efeitos desejados com a medida adoptada,
procurando maximizar o seu impacto no desenvolvimento econmico e social.
O regime geral de administrao financeira dos rgos e instituies do Estado o de
autonomia administrativa, ou seja, a capacidade concedida aos servios e organismos do Estado de praticar actos administrativos definitivos e executrios, no mbito da respectiva gesto administrativa corrente. O regime excepcional de administrao financeira dos rgos e instituies do Estado e o de autonomia administrativa e financeira, a capacidade reconhecida por lei a uma entidade com poderes prprios para praticar actos administrativos definitivos e executrios, no mbito da respectiva gesto administrativa e financeira corrente. Os rgos e instituies do Estado s podem dispor de autonomia administrativa e financeira quando esta se justifique para a sua adequada gesto e, cumulativamente, as suas receitas prprias atinjam o mnimo de dois teros das respectivas despesas totais. Organizao e Funcionamento do SISTAFE O SISTAFE compreende um conjunto de rgos, subsistemas, normas e procedimentos administrativos que tornam possvel a obteno da receita, a realizao da despesa e a gesto do patrimnio do Estado, incluindo as suas aplicaes e correspondente registo. O SISTAFE compreende os seguintes subsistemas: - SUBSISTEMA DO ORAMENTO DO ESTADO (SOE) - SUBSISTEMA DA CONTABILIDADE PBLICA (SCP) - SUBSISTEMA DO TESOURO PBLICO (STP) - SUBISTEMA DO PATRIMNIO PBLICO (SPE), e - SUBSISTEMA DO CONTROLO INTERNO (SCI) 1.3.1. O Subsistema do Oramento do Estado O SOE compreende todos os rgos e instituies que intervm nos processos de programao e controlo oramental e financeiro, competindo: a) preparar e propor os elementos necessrios para a elaborao do Oramento do Estado; b) preparar o projecto da lei oramental e respectiva fundamentao; c) avaliar os projectos de oramentos dos rgos e instituies do Estado; d) propor medidas necessrias para que o Oramento do Estado comece a ser executado no incio do exerccio econmico a que respeita; e) preparar, em coordenao com o Subsistema do Tesouro Pblico, a programao relativa execuo oramental e financeira, mediante a observncia do disposto na Lei e respectiva regulamentao complementar; f) avaliar as alteraes ao Oramento do Estado; g) avaliar os processos de execuo oramental e financeira. 2
a) Princpios de Preparao e Execuo do Oramento do Estado
Na sua preparao e execuo, o Oramento do Estado observa, de entre outros, os seguintes princpios: i.
ii. iii. iv. v. vi. vii. viii.
anualidade o Oramento do Estado tem um perodo de validade e de
execuo anual, sem prejuzo da existncia de programas que impliquem encargos plurianuais; unidade o Oramento do Estado apenas um; universalidade todas as receitas e todas as despesas que determinam alteraes ao patrimnio do Estado, devem nele ser obrigatoriamente inscritas; especificao cada receita e cada despesa deve ser suficientemente individualizada; no compensao as receitas e as despesas devem ser inscritas de forma ilquida; no consignao o produto de quaisquer receitas no pode ser afecto cobertura de determinadas despesas especficas; equilbrio todas as despesas previstas no oramento devem ser efectivamente cobertas por receitas nele inscritas; publicidade a Lei Oramental, as tabelas de receitas e as tabelas de despesas e bem assim as demais informaes econmicas e financeiras julgadas pertinentes devem ser publicas em Boletim da Repblica.
Exceptuam-se do princpio da no consignao os casos em que:
a) por virtude de autonomia administrativa e financeira, as receitas tenham ser afectadas a determinado fim especfico ou a determinada instituio instituies; b) os recursos financeiros sejam provenientes de operaes especficas crdito pblico; c) os recursos provenientes de donativos, heranas ou legados a favor Estado sem destino especfico; d) os recursos tenham, por lei especial, destino especfico.
de ou de do
Exceptuam-se do princpio da especificao, a inscrio no Oramento do Estado de uma
dotao provisional, sob gesto do Ministro das Finanas, por forma a permitir a sua afectao, em momento oportuno e atempado, realizao de despesas no previsveis e inadiveis. b) Elaborao da Proposta Oramental A elaborao do Oramento do Estado anual e da competncia do Governo. O Governo aprova e mantm um classificador oramental de receitas e despesas do Estado, cuja estrutura obedea s seguintes regras: - a receita oramental classificada de acordo com os critrios econmico, territorial, e por fontes de recursos; 3
- a despesa oramental classificada de acordo com os critrios orgnico,
territorial, econmico e funcional. A classificao econmica tanto da receita como da despesa, compreende as duas categorias de corrente e de capital. O Governo submete, at dia 30 de Setembro de cada ano, Assembleia da Repblica, a proposta do Oramento do Estado com todos os elementos necessrios justificao da poltica oramental, nomeadamente: a) o Plano Econmico e Social b) o balano preliminar da execuo do Oramento do Estado do ano em curso; c) a fundamentao da previso das receitas fiscais e da fixao dos limites da despesa; d) a demonstrao do financiamento global do Oramento do Estado com discriminao das principais fontes de recursos; e) a relao de todos os rgos e instituies do Estado, assim como de todas as instituies autnomas, empresas pblicas e autarquias; f) a proposta de oramento de todos os organismos com autonomia administrativa e financeira, autarquias e empresas do Estado. No sendo aprovada a proposta de Oramento do Estado, reconduzido o do exerccio anterior, com os limites nele definidos, incluindo os ajustes verificados ao longo desse exerccio, mantendo-se assim em vigor at aprovao do novo Oramento do Estado. c) Execuo do Oramento do Estado A execuo das receitas compreende: o lanamento, procedimento administrativo da ocorrncia do facto gerador da obrigao correspondente; a liquidao, clculo do montante da receita devida e identificao do respectivo sujeito passivo; e a cobrana, aco de cobrar, receber ou tomar posse da receita e subsequente entrega ao Tesouro Pblico. A realizao da despesa compreende: o cabimento, acto administrativo de verificao, registo e cativo do valor do encargo a assumir pelo Estado; a liquidao, apuramento do valor que efectivamente h a pagar e emisso da competente ordem de pagamento; e o pagamento ou entrega de importncia em dinheiro ao titular do documento de despesa. Pode ser autorizada a realizao de despesas sob o regime de adiantamentos de numerrio, denominado fundo de maneio, para atender despesas cujos valores sejam de pequena monta e para os quais se dispense o cumprimento do normal processo de realizao de despesas.
1.3.2. O Subsistema de Contabilidade Pblica
Este subsistema compreende todos os rgos e instituies do Estado que intervm nos processos de execuo oramental, recolha, registo, acompanhamento e processamento de transaces susceptveis de produzir ou que produzam modificaes no Patrimnio do Estado, e compete: a) elaborar e propor normas, procedimentos tcnicos, relatrios e mapas, bem como a respectiva metodologia e periodicidade, tendo em vista a harmonizao e uniformizao contabilsticas; b) elaborar e manter actualizado o plano de contas; c) proceder execuo do Oramento do Estado; d) acompanhar e avaliar o registo sistemtico e atempado de todas as transaces; e) elaborar relatrios de informao peridica a apresentar pelo Governo Assembleia da Repblica; f) elaborar a Conta Geral do Estado. A Contabilidade Pblica tem por objecto a produo e manuteno de registos e evidenciar as transaces realizadas pelos rgos e instituies do Estado e os seus efeitos sobre o patrimnio do Estado. Na sua aco, a Contabilidade Pblica respeita, de entre outros, os seguintes princpios: i) consistncia, na base do qual os procedimentos contabilsticos de um exerccio para o outro no devem ser alterados; ii) materialidade, segundo o qual a informao produzida apresenta todos os elementos relevantes que permitam o acompanhamento da utilizao dos recursos; iii) comparabilidade, em conformidade com o qual o registo das operaes observa as normas determinadas ao longo da vida dos respectivos rgos e instituies, por forma a que possam ser comparadas ao longo do tempo e do espao os dados produzidos; iv) oportunidade, pelo qual a informao deve ser produzida em tempo oportuno e til por forma a apoiar a tomada de decises e a anlise da gesto. Conta Geral do Estado A Conta Geral do Estado tem por objectivo evidenciar a execuo oramental e financeira, bem como apresentar o resultado do exerccio e a avaliao do desempenho dos rgos e instituies do Estado. A Conta Geral do Estado deve ainda ser elaborada com clareza, exactido e simplicidade, de modo a possibilitar a sua anlise econmica e financeira. Ela deve reflectir a observncia do grau de cumprimento dos princpios de regularidade financeira, legalidade, economicidade, eficincia e eficcia na obteno e aplicao dos recursos pblicos colocados disposio dos rgos e instituies do Estado. A Conta Geral do Estado deve conter informao completa relativa a: - receitas cobradas e despesas pagas pelo Estado; 5
financiamento ao dfice oramental;
fundos de terceiros; balano do movimento de fundos entrados e sados na Caixa do Estado; activos e passivos financeiros e patrimoniais do Estado; adiantamentos e suas regularizaes.
O Governo apresenta como anexo Conta Geral do Estado o inventrio do patrimnio do
Estado. 1.3.3. O Subsistema do Tesouro Pblico Este subsistema compreende o conjunto dos rgos e instituies do Estado que intervm nos processos de programao, captao de recursos e gesto dos meios de pagamento, competindo-lhe: a) zelar pelo equilbrio financeiro; b) administrar os haveres financeiros e mobilirios; c) elaborar a programao financeira; d) elaborar as estatsticas das finanas pblicas; e) gerir a conta nica; f) propor a formulao da poltica de financiamento da despesa pblica e providenciar a sua execuo; g) gerir a dvida pblica interna e externa; h) realizar e gerir as operaes de crdito pblico. A administrao do Tesouro Pblico rege-se, de entre outros, pelos seguintes princpios: a unidade de tesouraria, segundo o qual todos os recursos pblicos devem ser centralizados com vista a uma maior capacidade de gesto, dentro dos princpios de eficcia, eficincia e economicidade; o equilbrio de tesouraria, pelo qual as entradas de recursos devem ser iguais ou superiores s sadas de recursos. A cobrana de todas as receitas deve ser realizada em estrita observncia do princpio da unidade de tesouraria. A unidade de tesouraria abrange todos os fundos de origem fiscal e extra-fiscal e os provenientes de operaes de crdito legalmente autorizados. Dvida Pblica A Dvida Pblica compreende as obrigaes financeiras assumidas em virtude de leis, contratos, acordos e realizao de operaes de crdito. A Dvida Pblica divide-se em: a) Dvida Pblica Interna, aquela que contrada pelo Estado com entidades de direito pblico ou privado, com residncia ou domiciliado no Pas, e cujo pagamento exigvel dentro do territrio nacional; b) Divida Pblica Externa, aquela que contrada pelo Estado com outros Estados, organismos internacionais ou outras entidades de direito pblico ou privado, com residncia ou domiclio fora do Pas, e cujo pagamento exigvel fora do territrio nacional. 6
1.3.4. O Subsistema do Patrimnio do Estado
O SPE compreende os rgos e instituies do Estado que intervm nos processos de administrao e gesto dos bens patrimoniais do Estado, com as seguintes competncias: a) coordenar a gesto dos bens patrimoniais do Estado; b) organizar o tombo dos bens imveis do Estado; c) elaborar anualmente o mapa de inventrio fsico consolidado das variaes dos bens patrimoniais do Estado; d) proceder periodicamente ao confronto dos inventrios fsicos com os respectivos valores contabilsticos; e) propor normas e instrues regulamentares pertinentes sobre os bens patrimoniais. O Patrimnio do Estado rege-se, de entre outros, pelos seguintes princpios e regras: a) os bens do domnio pblico e os de domnio privado de uso especial do Estado so impenhorveis e inalienveis; b) os bens patrimoniais do Estado so avaliados de acordo com os critrios especficos a serem afixados pelo Governo; c) a aquisio e alienao dos bens patrimoniais do Estado realiza-se por concurso pblico, ressalvando-se as excepes legais; d) os critrios e taxas de amortizao e reintegrao so objecto de legislao especfica. Compete ao Governo definir os critrios de depreciao e valorizao dos bens patrimoniais do Estado. 1.3.5. O Subsistema do Controlo Interno Este subsistema compreende os rgos e entidades que intervm na inspeco e auditoria dos processos de arrecadao, cobrana e utilizao dos recursos pblicos, e tem as seguintes competncias: a) fiscalizar a correcta utilizao dos recursos pblicos e a exactido e fidelidade dos dados contabilsticos; b) garantir, atravs da fiscalizao, a uniformizao da aplicao das regras e mtodos contabilsticos; c) verificar o cumprimento das normas legais e procedimentos aplicveis. O Controlo Interno rege-se pelos princpios de independncia e iseno e ainda pelos princpios e regras das organizaes internacionais de auditoria aplicveis. O Governo, por intermdio do Ministro das Finanas, pode submeter auditoria independente e pontual ou sistemtica, os rgos e instituies do Estado.