Direito Empresarial - Falência
Direito Empresarial - Falência
Direito Empresarial - Falência
FALNCIA
O processo de falncia corresponde a um procedimento judicial que pode ocasionar a
dissoluo da sociedade empresria ou a interrupo da atividade exercida pelo empresrio
individual, a fim de que seus bens sejam arrecadados, avaliados e vendidos para pagamento
dos credores, observada a ordem estabelecida em lei (pagamento paritrio par conditio
creditorium)
Principais Etapas
- Processo Judicial
Hiptese
1. Petio inicial 2. Contestao 3. Provas 4. Sentena 5. Arrecadao
6. Realizao do ativo 7. Pagamento 8. Sentena de Encerramento do Processo de
Falncia 9. Sentena de extino das obrigaes do falido
RECUPERAO JUDICIAL
Os credores decidem se o empresrio continuar ou no se a empresa sobrevive ou no.
- Processo Judicial
1. Petio inicial 2. Despacho que defere o processamento da recuperao 3. Plano
de Recuperao Judicial 4. Objeo 5. Assemblia Geral de Credores 6. Sentena
7. Fase de Cumprimento Judicial do Plano 8. Sentena de Encerramento do Processo de
Recuperao
1) Petio inicial
- Somente o empresrio pode requerer a recuperao judicial
2) Despacho que defere o processamento da recuperao
- o juiz apenas defere o processamento do pedido
- aps o despacho inicia-se um prazo improrrogvel de 60 dias para apresentao do
Plano de Recuperao Judicial
b) No incidncia relativa da Lei nunca podem pedir a recuperao, mas desde que
preenchidos determinados requisitos pode ter a falncia decretada
- Entidade de previdncia complementar aberta (Ex. VGBL, Prudential etc)
- Instituies financeiras, principalmente bancos
- Os consrcios (ex. consrcio de carro)
- Seguradoras
- Operadoras de plano de assistncia sade (ex. Bradesco sade, Amil)
Obs. A Unimed uma cooperativa sociedade simples no se sujeita a essa
Lei
- Sociedade que operam ttulos de capitalizao (ex. telesena)
Obs.: No caso dos bancos, quem fiscaliza os bancos o Banco Central. Verificado
algum problema feita primeiro a interveno extrajudicial e se no der certo
decreta-se a insolvncia. Todas essas classe se submetem a um procedimento de
insolvncia extrajudicial.
REMUNERAO
a) Critrios que o juiz deve criar de valores
1. Complexidade do processo
2. Capacidade de pagamento da massa falida ou do devedor em recuperao
3. Valores pagos pelo mercado em funes semelhantes
b) O teto para remunerao do adm. A remunerao poder ser fixada em no
mximo 5% do valor dos bens vendidos na falncia ou dos crditos includos na
recuperao.
c) O adm pode receber at 60% de sua remunerao durante o processo e o
restante ao final do processo.
d) Na falncia, a remunerao do adm ser suportada pela massa falida. Na
recuperao judicial, competir ao devedor em recuperao suport-la.
RESPONSABILIDADE DO ADM
- O adm judicial responde pelos danos que causar com culpa ou dolo civil e
criminalmente.
PRESTAO DE CONTAS
- O adm dever prestar contas ao final do processo ou quando for substitudo.
23/08/2012
CONVOCAO
Como a lei diz que a assemblia geral de credores convocada.
- A AGC ser convocada atravs de um edital publicado no dirio oficial com
antecedncia mnima de 15 dias.
PRESIDNCIA
Em geral, quem preside a assemblia o adm. judicial, secretariado por um
dos credores presentes.
No entanto, a AGC ser presidida por um credor se o conclave (AGC) foi
convocado para deliberar sobre o afastamento ou responsabilizao do administrador
judicial.
ATA
Documento que contm um resumo dos principais fatos ocorridos e das
decises tomadas durante a AGC, o qual ser subscrito pelo adm. judicial e por
credores que representem as trs classes.
DIREITO DE VOTO
a) Credores trabalhistas (art. 41, I, Lei 11.101/05)
b) Credores com garantia real (art. 41, II, Lei 11.101/05)
*Garantia real quando um bem especfico dado em garantia: Hipoteca (Direito real
sobre bens imveis), Penhor (Direito real sobre bens mveis)
c) Demais credores
SEM DIREITO DE VOTO
a) A fazenda pblica (Fisco, Credor Tributrio, Credor Fiscal), pois possui um privilgio
previsto no Cdigo Tributrio Nacional
- Art. 39, 2 e 3
De acordo com o 2 do art. 39, no ser possvel invalidar uma AGC se o
fundamento for a modificao das informaes contidas nas listas de credores
referentes existncia, quantificao ou classificao dos crditos.
De acordo com o 3 do art. 39, caso a AGC seja invalidada por outra razo,
devem ser observados e mantidos os direitos do terceiro de boa-f que contratou com
Trabalhista
Garantia Real
VOTO
PAGAMENTO
Peso do voto o que vale Somente na falncia
com o seu crdito em
regra, quanto maior o
crdito, maior o valor do
voto. Exceo voto por
cabea
Sem limite
No mximo 150 salrios /
Restante do valor recebe
junto com os quirografrios
At o valor do bem /
No mximo at o valor do
vota tambm na classe dos bem / o que supera o valor
quirografrios
do bem recebe com os
quirografrios
Trabalhista sem limite = de acordo com o 1 do art. 41, o credor trabalhista no sofre
nenhuma limitao no peso de seu voto quando exercido pelo valor de seu crdito.
Garantia Real at o valor do bem / quirografrio = de acordo com o 2 do art. 41, o credor
com garantia real votar na sua classe com um crdito equivalente ao valor do bem dado em
garantia, no mximo. Se o valor do crdito superar o valor do bem, ele tambm votar na
classe dos quirografrios pela diferena.
De acordo com o art. 83, I, na falncia, o credor trabalhista receber um pagamento limitado
150 salrios mnimos, na respectiva classe. Caso o crdito seja superior a este valor, o restante
ser includo na classe dos quirografrios.
De acordo com o art. 83, II, o credor com garantia real receber na respectiva classe o
pagamento correspondente ao valor do bem, no mximo. Pela diferena ele concorrer com
os credores quirografrios.
Quorum de deliberao
Quorum
Credor ou credores titulares de mais da 1/2
dos crditos presentes, independente da
respectiva classe.
Exceo: art. 46 - Forma alternativa de Credores titulares de no mnimo 2/3 dos
realizao do ativo (venda dos bens)
crditos
presentes,
independente
da
respectiva classe.
Exceo: art. 26 - eleio dos membros do Credores titulares de mais da 1/2 dos crditos
comit de credores
presentes, observadas as classes do art. 26
Exceo: art. 45 - aprovao do PRJ (Plano de
Voto
por Voto
de
recuperao judicial)*
Classe
cabea
aprovao
por valor
Trabalhista
Maioria por cabea
presente
Garantia Real Maioria por Maioria dos
cabea
creditos
presente
Quirografrios Maioria por Maioria dos
cabea
crditos
presente
*De acordo com o caput do art. 45, a aprovao do PRJ depende da concordncia das trs
classes em que se divide a AGC (art. 41, I, II, III). De acordo com o 2 do art. 45, o PRJ ser
aprovado na classe trabalhista se a maioria por cabea dos credores presentes com ele
estiverem de acordo. Por outro lado, de acordo com o 1 do art. 45 o PRJ ser aprovado
pelas classes 2 e 3 se for observada uma dupla maioria (maioria qualificada): voto manifestado
por credores que correspondam a maioria por cabea e por crdito presentes .
- 3 do art. 45 De acordo com o 3 do art. 45, no tero direito de voto na AGC
convocada para apreciao do PRJ os credores cujo os crditos no foram alterados pelo PRJ.
- Sindicato: o sindicato poder representar seus associados na AGC desde que apresente uma
lista de credores ao administrador judicial.
b) Credores titulares de mais da dos crditos de uma das classes em que se divide o comit.
- De acordo com o 1 do art. 26, o comit de credores poder funcionar com apenas uma ou
duas das trs classes previstas no art. 26
Impedimentos
No podem participar do comit de credores as mesmas pessoas que no podem exercer a
funo de adm. judicial (art. 30)
Atribuies
a) Na verificao de crditos manifestar-se nas impugnaes de crdito apresentadas por
credores e tambm poder apresentar impugnaes contra as informaes contidas na lista
provisria
b) Fiscalizar o administrador judicial (evitar fraudes)
c) Na RJ fiscalizar o devedor em recuperao especialmente no que se refere ao
cumprimento do PRJ.
d) Na Falncia autorizar a prtica de determinados atos que por lei podem ser realizados
pelo adm. judicial.
Remunerao
A remunerao dos membros do comit de credores deve ser paga (suportada) pelos credores
das respectivas classes, mas as despesas devem ser ressarcidas pela massa falida ou pelo
devedor em recuperao (ex. credores trabalhistas pagam o representante trabalhista).
Observaes
- Os membros do comit podem ser substitudos a qualquer momento pois exercem um cargo
de confiana.
- O membro do comit responde pelos danos que causar com culpa ou dolo no exerccio de
suas atribuies.
Extrajudicial
Habilitaes e Divergncias credor questionando o prprio crdito, extrajudicial, no
litigiosa, facultativa a participao de advogado.
Judicial
Impugnao de crdito deve ser apresentada perante o judicirio atravs de advogado
(fase litigiosa, judicial).
- So legitimados para apresentar impugnao quaisquer credores, o MP, o comit de
credores, o falido, o empresrio em recuperao e os respectivos scios.
- Cada impugnao ser autuada separadamente, distribuda por dependncia do
processo de falncia ou de recuperao, mas as impugnaes relativas ao mesmo
crdito sero autuadas conjuntamente.
- Cada impugnao de crdito dever ser sentenciada. Somente aps o julgamento
definitivo de todas as impugnaes ser possvel a lavratura do QGC pelo adm. judicial.
Definio. Procedimento que tem por objetivo o acertamento do passivo do falido ou do
devedor em recuperao a fim de que seja lavrado o QGC, documento que relaciona o
nome dos credores, o valor de seus crditos e respectivas classes.
Incio
Habilitaes/ Divergncias
- Habilitao ser cabvel quando o nome do credor no constar do 1 edital. dirigida ao adm.
judicial.
Relao Provisria
- Quem lavra e publica a lista o adm. judicial, dentro do prazo de 45 dias contados do
trmino do prazo para apresentao de habilitaes ou divergncias, na qual sero
consolidadas as informaes contidas no 1 edital.
Etapas:
a) Fase de chamamento nesta fase os credores, o comit de credores, o devedor (falido ou
em recuperao), bem como seus scios e o MP podero apresentar impugnaes de crdito
dentro do prazo de 10 dias, contados da publicao da lista provisria.
b) Fase de encaminhamento
b 1.) Caso no sejam apresentadas impugnaes de crdito, a lista ou relao provisria ser
homologada como QGC.
b 2.) Os crditos no impugnados sero automaticamente includos no QGC.
b 3.) O credor cujo crdito tenha sido impugnado ser intimado para se defender e a
impugnao dever ser sentenciada aps a manifestao do devedor, do comit de credores
(se existente), do adm. judicial e do MP.
c) Fase de julgamento aps a produo de provas, cada impugnao de crdito dever ser
sentenciada.
Habilitao retardatria
a apresentada pelo credor retardatrio. Perdeu o prazo de 15 dias de habilitaes e de 10
dias para impugnao de crdito.
a) Restrio de natureza poltica O credor retardatrio no tem direito de voto na AGC, salvo
o credor trabalhista, ainda que retardatrio, ter direito de voto (art. 10, 1 e 2).
b) Restrio de natureza econmica o credor retardatrio no tem direito de participar dos
rateios j realizados, mas seu crdito ser satisfeito observada a ordem legal caso haja
recursos suficientes.
c) Restrio de natureza fiscal o credor retardatrio dever realizar o pagamento de custas
judiciais para promover a habilitao, divergncia ou impugnao.
d) Restrio quanto ao rito as habilitaes retardatrias sero processadas de acordo com o
rito das impugnaes de crdito.
e) Aps a lavratura do QGC, ser possvel ajuizar uma ao submetida s regras do processo de
conhecimento pelo rito ordinrio para retific-lo, desde que ajuizada antes da sentena de
encerramento do processo.
f) Reserva o credor que ainda esteja litigando com a massa falida ou com o devedor em
recuperao dever requerer ao juzo falimentar ou recuperatrio seja realizada a reserva de
importncia equivalente ao valor aproximado de seu crdito.
Fases da falncia
1 fase) Pr-falimentar
Inicia-se com a petio inicial de falncia e tem como termo final a sentena que aprecia o
pedido de quebra. Caracteriza-se pela existncia de um litgio entre o credor e o devedor
empresrio.
2 fase) Fase falimentar propriamente dita
Caracteriza-se pela prtica de atos objetivando a arrecadao e venda dos bens do falido para
pagamento de seus credores observada a ordem prevista em lei. Seu termo final corresponde
sentena de extino do processo.
3 fase) Fase ps-falimentar
Caracteriza-se pela prtica de atos ou ocorrncia de fatos que podem autorizar que seja
proferida uma sentena judicial pela qual todas as obrigaes do falido sero julgadas extintas.
Insolvncia X Falncia
Legitimidade ativa
a) Como regra, qualquer credor pode requerer a falncia do empresrio devedor
b) Como regra, o pedido de falncia pode se fundamentar em um crdito inadimplido (no
satisfeito) de qualquer natureza.
c) A falta de inscrio na junta comercial no retira o direito do empresrio de requerer a
autofalncia e no impossibilita a decretao de sua quebra a pedido de um de seus credores.
Por outro lado, caso o credor seja empresrio, o pedido de falncia de um devedor seu
depende da prova de sua inscrio na junta comercial (inscrio ou registro do autor do pedido
de falncia). Ademais, a ausncia de registro na junta comercial, retira do empresrio o direito
de formular pedido de recuperao judicial.
d) Caso o credor seja estrangeiro, ser necessrio realizar um depsito judicial para garantir o
pagamento das custas judiciais, honorrios de sucumbncia e eventual indenizao devida ao
ru.
e) O credor com garantia real no necessita desistir da garantia real para apresentar pedido de
falncia em face de seu devedor, ao contrrio do que ocorria na legislao anterior.
f) Alguns autores entendem que a fazenda pblica no possui legitimidade nem interesse para
requerer a falncia do empresrio contribuinte, pois de acordo com o art. 187, CTN, o crdito
tributrio no se sujeita s regras da execuo concursal. Ademais, no h uma lei
estabelecendo os critrios para que o procurador da fazenda decida pelo pedido de falncia ou
pela execuo fiscal.
g) A doutrina unnime em reconhecer a legitimidade do credor trabalhista para requerer a
falncia do empregador.
h) O scio, desde que a sociedade tenha deliberado pela propositura da autofalncia e os
administradores no tenham tomado as providncias necessrias propositura do pedido.
Remunerao devida ao adm judicial, aos seus auxiliares e aos empregados que
participarem das atividades da empresa aps a decretao da quebra.
Importncias fornecidas massa pelos credores.
Importncias e custas do processo de falncia, alm de valores para a arrecadao,
administrao e realizao do ativo e distribuio do ativo.
Custas judiciais nos processos em que ela tenha sido vencida.
Sero considerados extraconcursais os tributos incidentes sobre a atividade
empresarial exercida de forma provisria aps a decretao da falncia.
As obrigaes contradas pelo empresrio em recuperao daro origem a crditos
extraconcursais, caso a falncia seja decretada (art. 67, caput).
2.5.7 Subquirografrios
- So os seguintes crditos: as multas contratuais, tributrias e administrativas (ex. multa de
trnsito).
2.5.8 Subordinados
- So aqueles cujo pagamento est subordinado satisfao de todos os demais credores (ex.
scio que emprestou dinheiro para a sociedade).
*Observaes gerais
- No processo de falncia, o pagamento aos credores ser realizado de forma paritria, ou seja,
observando-se a ordem prevista em Lei.
- A decretao da falncia ocasiona a suspenso da exigibilidade dos juros vencidos aps a
data de sua publicao, os quais somente sero pagos aps a satisfao de todos os credores.
2.6 Pedido de restituio e embargos
- Cuidam-se de instrumentos judiciais que tm por objetivo tornar insubsistentes a
arrecadao sobre bens que no so do falido.
Casos que autorizam o pedido de restituio (arts. 85 a 93)
a) Quando a causa de pedir se basear no direito de propriedade.
b) Mercadorias vendidas a prazo que tenham sido entregues ao falido dentro dos 15 dias
anteriores ao pedido de falncia.
c) Restituies em dinheiro
Restituio em dinheiro do proprietrio do bem que j foi vendido pelo adm.
judicial.
Os valores entregues ao falido em razo de adiantamento de contrato de
cmbio.
Valores correspondentes s contribuies previdencirias descontadas dos
empregados e no repassadas receita federal.
Pedido de restituio em dinheiro formulado pelo terceiro de boa-f que
sofreu um prejuzo em razo da procedncia de uma ao revocatria. (art.
129)
2.7.1 Impontualidade
Requisitos cumulativos:
a) Obrigao lquida quanto ao valor
b) Obrigao contida em ttulo executivo (art. 585, CPC)
c) Ttulo protestado em cartrio
d) Crdito igual ou superior a 40 salrios mnimos
e) De acordo com o pargrafo nico do artigo 98, o devedor, na contestao poder realizar o
depsito elisivo, o qual impede a decretao da falncia caso seja integral (principal, multa
sobre a dvida, juros, custas judiciais e honorrio advocatcios).
f) Citao dos scios de responsabilidade ilimitada
g) O inadimplemento deve ter ocorrido sem relevante razo de direito
2.8 Procedimento
2.8.1 Petio inicial
Documentos:
a) Autofalncia o autor do pedido dever apresentar cpia das demonstraes contbeis e
financeiras, bem como a lista de credores e de seus bens, dentre outros documentos que
sero de interesse da massa falida.
b) Caso o pedido de falncia seja ajuizado por um credor ser necessrio comprovar os
requisitos previstos no art. 94, I, II e III.
- Se o pedido baseado no art. 94, I , o ru dever comprovar que a execuo no foi frustrada
ou que no foram praticados atos de falncia.
-------------------/------------------/-----------------------------------------------------------------/-------------------/
Termo legal
1 protesto
Sentena
a) Pedido de falncia formulado por um credor: neste caso o juiz poder fixar o termo legal, no
mximo, no 90 dia anterior data do primeiro protesto.
b) Pedido de autofalncia: neste caso, o juiz poder fixar o termo legal, no mximo, no 90 dia
anterior data do ajuizamento do pedido.
c) Pedido de recuperao convertido em falncia: neste caso, o juiz poder fixar o termo legal,
no mximo, no 90 dia anterior data do pedido de recuperao.
Efeitos jurdicos
a) Suspenso dos prazos de prescrio das obrigaes do falido at a sentena de
encerramento do processo (arts. 6 e 157).
b) Como regra, suspenso de todas as aes e execues movidas contra o falido. Excees:
crditos tributrios.
c) Vencimento antecipado das obrigaes do falido (art. 77).
d) Suspenso da exigibilidade dos juros vencidos aps a decretao da falncia.
Empresrio individual
- Decretada a falncia de um empresrio individual, todos os seus bens sero arrecadados,
salvo os absolutamente impenhorveis (ex. bens de famlia, salrio, penso, poupana at 40
salrios). Por outro lado, na falncia de uma sociedade de responsabilidade limitada (LTDA ou
SA), ou na quebra de uma EIRELI (empresa individual de responsabilidade limitada) somente os
bens destinados a atividade empresarial sero arrecadados, salvo se estiverem presentes os
requisitos para desconsiderao da PJ.
2.12 da arrecadao
A arrecadao corresponde ao desapossamento dos bens do empresrio falido, os quais sero
avaliados e vendidos para o pagamento dos credores.
- Lacrao: sempre que necessrio, o juiz poder determinar a lacrao dos bens do falido com
o objetivo de preservar a custdia dos bens arrecadados.
- Auto de arrecadao: documento (inventrio) que relaciona os bens arrecadados pelo
administrador judicial, o qual dever ser juntado aos autos de falncia.
2.17 Compensao
- uma forma de extino de obrigaes.
- O empresrio pode ser credor e devedor de uma outra pessoa. Ento mais eficiente e
econmico realizar a compensao.
- Com a decretao da falncia, os crditos e dbitos do falido sero automaticamente
compensados, observadas as regras previstas no CC (parte geral de obrigaes).
AB LTDA
Participao societria 10%
Massa falida
ABC SA
2.19 Juros
- Os juros vencidos aps a decretao da quebra tero a exigibilidade suspensa e somente
sero satisfeitos aps o pagamento de todos os credores.
2.20.3 Procedimento
A ao revocatria ser processada e julgada perante o juzo universal e se submeter s
regras do processo de conhecimento pelo rito ordinrio. O administrador judicial, o MP e
qualquer credor possuem legitimidade para ajuiz-la.
- Art. 140 e 142: o legislador presumiu que haver uma maior arrecadao de recursos
financeiros quando ocorrer a venda de todo o estabelecimento empresarial de forma unitria.
Caso haja interessados, ser possvel a realizao de um leilo do estabelecimento de forma
fracionada (art. 140).
So 3 as formas ordinrias de vendas na falncia:
- leilo com lances orais
- propostas escritas em envelopes fechados
- prego (combinao das duas modalidades)
- Os credores podem decidir pela venda dos bens por outro meio diverso daqueles previstos na
lei (ex. venda de bens pela internet).
- Os credores podem optar pela adjudicao dos bens (entrega dos bens) arrecadados,
observada a ordem legal de pagamento (art. 111).
- De acordo com o art. 141, II, os bens adquiridos no processo de falncia sero transferidos
livres e desembaraados de quaisquer nus trabalhistas, tributrios ou de natureza civil.
2.22 Pagamento
- De acordo com o art. 133, 3, CTN, os recursos arrecadados com a venda do
estabelecimento empresarial devero ser mantidos em conta corrente a disposio do juzo e
somente podero ser utilizados para pagamento de credores que tenham direito de prioridade
sobre o credor tributrio.
b) O adm judicial, antes de realizar o pagamento aos credores dever observar as reservas que
tenham sido determinadas em favor de credores que ainda estejam litigando com a massa
falida.
Ordem de pagamento
* credor trabalhista do art. 151 (credores trabalhistas por verbas vencidas nos 3 meses
anteriores sentena at o limite de 5 salrios mnimos)
* Restituies em dinheiro
* Credores extraconcursais do art. 84
* Credores concursais do art. 83
- O adm judicial recebe at 60% durante o processo e o restante no final
- Os credores dispem de 60 dias para levantar os depsitos realizados em seus nomes, sob
pena de redistribuio em favor de outros.
- Os juros vencidos aps a sentena falimentar somente sero satisfeitos aps o pagamento de
todos os credores.
- As sobras, se houver, sero entregues aos scios da falida.
3.6 Processamento
a) Fase de pedido e processamento: inicia-se com o pedido judicial de recuperao e tem
como termo final o despacho que defere o processamento da recuperao e ocasiona a
suspenso de todos os processos e execues por 180 dias.
b) Fase do plano: o empresrio dispe de um prazo IMPRORROGVEL de 60 dias para elaborar
e apresentar um plano de recuperao sob pena de decretao da falncia.
c) Fase de concesso e cumprimento: caracteriza-se pela realizao de uma AGC caso algum
credor tenha apresentado objeo ao plano. Se a recuperao for concedida, a fase judicial de
monitoramento do devedor perdura por no mximo 2 anos.
- Objeo: petio apresentada pelo credor dentro do prazo de 30 dias contado da data de
apresentao do PRJ.
- Neste caso, o juiz dever convocar uma AGC para apreciar o plano.
- O plano ser aprovado caso sejam observadas as regras previstas nos arts. 45 ou 58, 1.
- A qualquer momento o comit de credores poder ser constitudo.
- O art. 57 condiciona a concesso da recuperao apresentao das certides tributrias
negativas ou da positiva com efeitos de negativa. No entanto, a jurisprudncia considera
desnecessria a apresentao dessas certides, pois a fazenda pblica no se sujeita aos
efeitos da recuperao. Ademais, no foi editada a Lei prevista no art. 68 que trataria de um
parcelamento especial para empresrios em recuperao.
- Aps a deliberao dos credores o juiz dever proferir uma sentena concedendo a
recuperao ou decretando a quebra.
- Aps a sentena concessiva da recuperao o processo perdura por no mximo 2 anos.
- O juiz dever proferir uma sentena encerrando o processo de recuperao.
3.8 Apreciao
- Caso no seja apresentada objeo ao plano o juiz dever conceder a recuperao. Do
contrrio, ser necessrio a realizao de uma AGC para deliberao dos credores. As regras
para a recuperao do plano esto previstas nos arts. 45 e 58, 1.
- Regras para aprovao do plano esto previstas nos arts. 45 e 58, 1.
- Para haver a RJ deve haver a aprovao de todas as classes (trabalhista, garantia real e
quirografrios).
- Aps a fase judicial de cumprimento, o credor ter duas opes se o PRJ for descumprido: ele
poder ajuizar uma cobrana judicial executando o plano ou poder ajuizar um pedido de
falncia pela prtica de ato falimentar (art. 94, III, g)
Pedido de homologao
do plano de recuperao
Oposio a petio
pela qual o credor
discorda do pedido de
homologao
30 dias
Oitiva do devedor o
devedor ser intimado
para contestar a oposio
Sentena procedente ou
improcedente. Se o juiz
no homologa o pedido
no dada a falncia
Apelao