Aula 02 - Economia Criativa
Aula 02 - Economia Criativa
Aula 02 - Economia Criativa
CONTEXTO
Assim como a moeda de troca das empresas do Sculo XX eram os seus produtos fsicos, a moeda das corporaes do Sculo XXI sero as idias. A Economia Industrial est rapidamente dando lugar Economia da Criatividade. Vantagens competitivas desfrutadas por grandes empresas no passado so agora totalmente disponveis para novas empresas em formao, graas enorme disponibilidade de capital e ao poder da Internet. Ns no esperamos nada menos do que uma transformao radical dessas organizaes num cenrio em que a economia global privilegiar a criatividade, a inovao e a velocidade.
Stephen B. Shepard, Editor Chefe de Business Week, 28 de agosto de 2000.
O fenmeno teve origem na Austrlia, no incio da dcada de 90, e aposta num modelo de desenvolvimento que tem como principais insumos o conhecimento, o talento individual, a cultura e a tecnologia. Na dcada seguinte, os economistas europeus atentaram que as atividades culturais eram as que mais cresciam. Perceberam que os produtos estavam dando lugar s ideias como moeda de troca nas sociedades contemporneas.
inglaterra
Necessidade de desenvolver outros segmentos com foco na criatividade e capacidade intelectual. Privilegiar o crescimento de 3 grandes grupos que demandavam alta qualificao, talento criativo e que se habilitavam a rendimentos maiores:
arte e cultura
mdias eletrnicas
design
Nem sempre inovar supe investimento pesado. No campo das idias, a criatividade pode ser estimulada a gerar constantemente novos espaos de mercado, distanciando-se da competio predatria e da batida disputa por preo e qualidade. A parte mais difcil a mais importante: entender e antecipar as necessidades de clientes ou consumidores, habilidade que tambm um processo criativo.
inglaterra
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, convocou diversos representantes do governo e criou uma rea multissetorial para analisar tendncias de mercado e vantagens competitivas e descobrir quais seriam os setores mais promissores para o sculo XXI.
O QUE ?
O primeiro Frum Internacional das Indstrias Criativas, organizado na cidade de St. Petersburg, na Rssia, em setembro de 2002, definiu como Indstrias Criativas aquelas que tm sua origem na criatividade individual, habilidades e talentos que tm potencial de riqueza e criao de empregos atravs da gerao e da explorao da propriedade intelectual.
Uma das definies mais interessantes foi dada pela estudiosa brasileira Edna dos Santos-Duisenberg, chefe do programa de Economia e Indstrias Criativas da UNCTAD, a Conferncia das Naes Unidas para Comrcio e Desenvolvimento. Segundo ela, a economia criativa seria uma abordagem holstica e multidisciplinar, lidando com a interface entre economia, cultura e tecnologia, centrada na predominncia de produtos e servios com contedo criativo, valor cultural e objetivos de mercado, resultante de uma mudana gradual de paradigma.
O Plano da Secretaria da Economia Criativa, do Ministrio da Cultura, define a Economia Criativa a partir das dinmicas culturais, sociais e econmicas construdas a partir do ciclo de criao, produo, distribuio/circulao/difuso e consumo/ fruio de bens e servios oriundos dos setores criativos, caracterizados pela prevalncia de sua dimenso simblica.
Assim, os setores criativos so todos aqueles cujas atividades produtivas tm como processo principal um ato criativo gerador de valor simblico, elemento central da formao do preo, e que resulta em produo de riqueza cultural e econmica. Indstrias Criativas une a fora tradicional da chamada cultura clssica com o valor agregado do talento empresarial e os novos talentos da mdia eletrnica e da comunicao.
Segundo John Howkins, no livro The Creative Economy (2001), as diversas atividades que compem essa economia tm uma coisa em comum: so os resultados de indivduos exercitando a sua imaginao e explorando, ou precavendo-se de que outros venham a explorar, seu valor econmico.
design e visual
patrimnio histrico
Filme Software de
Mercado de artes
e antiguidades
Patrimnio Histrico Museus e Galerias
1 Frum Internacional das Indstrias Criativas organizado na cidade de St. Petersburg, em setembro de 2002.
A National Academy of Sciences dos Estados Unidos, em Beyond Productivity: Information, Technology, Innovation and Creativity, editado em 2003, indica que Prticas de criatividade cultural tambm corroboram para a fundao das assim chamadas Indstrias Criativas, que buscam lucratividade da produo, distribuio e licenciamento envolvendo, assim:
Direitos Autorais Patentes Marcas Comerciais Design
Assim, Indstrias Criativas o termo utilizado para descrever a atividade empresarial na qual o valor econmico est ligado ao contedo cultural. Indstrias Criativas une a fora tradicional da chamada cultura clssica com o valor agregado do talento empresarial e os novos talentos da mdia eletrnica e da comunicao.
FORAS
O que era anteriormente central para as empresas: preo, qualidade e muito do chamado lado esquerdo do crebro, trabalho analtico de digitao associado com conhecimento est sendo rapidamente transferido para mo-de-obra menor remunerada e altamente treinada de chineses, indianos, bem como hngaros, tchecos e russos. Cada vez mais a nova competncia central a criatividade o lado direito do crebro que empresas inteligentes esto agora incentivando para gerar crescimento acelerado. O jogo est mudando. No mais centrado apenas em matemtica e cincias. centrado em criatividade, imaginao e, acima de tudo, em inovao.
criatividade
a gerao de novas idias, tanto novas maneiras de olhar, para problemas existentes ou de ver novas oportunidades, talvez explorando tecnologias emergentes, ou mesmo mudanas que ocorrem nos mercados.
inovao
a explorao bem sucedida de novas idias. o processo atravs do qual essas novas idias so traduzidas em novos produtos, novos servios, novas maneiras de conduzir os negcios ou mesmo novas maneiras de fazer negcios.
design
o que une criatividade e inovao. O design transforma idias tornando-as propostas prticas para usurios ou consumidores. O design pode ser definido como a criatividade aplicada a um fim especfico.
POR QUE?
Num ranking de 45 pases realizado para o livro, "O Vo da Classe Criativa" (Harper Business 2005), de RichardFlorida, professor da Escola de Polticas Pblicas da George Mason; University, em Fairfax, Virgnia, o Brasil s ganha do Peru e da Romnia, ou seja, fica na 43 posio. Vocs precisam comear a pensar a economia brasileira de uma nova forma. Pensar nela de um jeito holstico, como uma economia criativa. E a partir da comear a compreender suas foras e suas fragilidades.
O ndice Global da Classe Criativa leva em conta o que Florida chama de trs ts do desenvolvimento econmico: talento, tecnologia e tolerncia. Os pases que ocupam a dianteira nessa lista, Sucia, Japo e Finlndia, e em quarto lugar, os EUA, so mais capazes que os demais pases de produzir tecnologia e pesquisa, atrair, reter e cultivar cidados criativos e produzir um ambiente satisfatrio para que suas idias inovadoras sejam executadas e, desta forma, a economia prospere.
No resta alternativa seno investir pesadamente em criatividade e inovao para sobrepor esse tipo de vantagem. Restam polticas pblicas coerentes, investimentos em educao e infra-estrutura e corte de gastos pblicos. Irlanda, Nova Zelndia, Canad e Espanha obtiveram progressos expressivos ao reduzirem seus gastos pblicos entre 34% e 66%, figurando hoje nas primeiras posies do ranking da Criatividade Global.
EXEMPLOS
obrigado!