Alambamento

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PARTICIPANTES DO GRUPO

Brgida Fernandes Carolina Eva Mbetatela Daniel Selestino Delfina Joo Macanga Domingos dos Santos Kiangebene Tandu Nuanga Slvio Francisco Tereza Vunge Gina

NDICE
INTRODUO ................................................................................................................................ 3 O ALAMBAMENTO NA ACTUALIDADE ........................................................................................... 4 O DLAR NA CARTA ...................................................................................................................... 5 EXAGERO NA CERVEJA .................................................................................................................. 5 ALAMBAMENTO EM LUANDA ....................................................................................................... 5 O ALAMBAMENTO EM ALGUMAS REGIES DO NORTE................................................................ 6 ALGUMAS ETAPAS SEGUIDAS NO DIA DA CERIMNIA ................................................................. 7 CONCLUSO .................................................................................................................................. 8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 9

INTRODUO
O alambamento ou alembamento que tambm pode ser chamado de pedido, um ritual de extrema, importncia em Angola, pois uma das vertentes que representa a unio matrimonial entre dois indivduos, uma ocorrncia caracterstica da nossa cultura. um ato que tem sido realizado, desde a antiguidade, sofrendo algumas atualizaes ao longo dos tempos. Neste trabalho, abordaremos de uma maneira breve e sintetizada, os procedimentos caractersticos deste ritual, bem como tentar apreciar os factos da maneira mais crtica possvel, procurando destacar as vantagens e desvantagens circundantes a este ritual bantu.

O ALAMBAMENTO NA ACTUALIDADE
Em Angola o casamento celebrado de trs maneiras: o tradicional (alambamento), o religioso e o civil. O alembamento pode ser entendido como uma forma tradicional de unio conjugal existente nalgumas regies de frica, principalmente entre os povos Bantu. Este refere-se a um conjunto de preparativos e entregas que a famlia do noivo faz da noiva, com o intento de legalizar o casamento e estabelecer novos laos de parentesco (tambm chamados laos de afinidade ou aliana). Consiste na entrega de certas quantias em dinheiro, roupas, calados, bebidas, animais e determinados objetos. At aos anos 80, o alambamento resumia-se a uma celebrao para as famlias dos futuros casais e as coisas impostas pela famlia da noiva resumiam-se a uma pequena cesta bsica. Uma muda de pano para a me ou tia da rapariga, um garrafo de vinho para os pais e os tios. Mas no Norte de Angola, o alambamento sempre teve um dote mais pesado. Nos dias de hoje, o alambamento uma fortuna. Algumas famlias exigem ao noivo valores elevados. O alambamento ou pedido consiste em pedir a mo da namorada famlia, mais propriamente ao pai, mas o tio, tem um papel fundamental para que o casamento de concretize. Com antecedncia o noivo elabora uma carta de pedido que enderea a famlia da noiva, depois procede a realizao do evento cerimonial e festivo, isto se o pedido for aceite. Nesta carta deve conter um determinado valor monetrio, normalmente 300USD ou mais. Na altura em que o noivo pretende pedir a mo da noiva em casamento, a famlia da noiva, geralmente os tios e tias, juntam-se e elaboram a carta de deveres, que sero cumpridos pelo noivo. Nesta carta, so especificados, os itens necessrios para a concretizao do evento, itens, esses que sero apresentados pela famlia do noivo famlia da noiva no dia da realizao do mesmo. Nesta lista constam coisas to originais como, o fato para o pai da noiva, fatos para os tios, panos para as tias, cerveja, vinho, gasosa, cabrito, boi e ainda dinheiro que pode variar entre as poucas centenas e os milhares de dlares. Este valor pode ainda ser superior, caso o noivo tenha saltado a janela... Saltar a janela significa que a noiva engravidou antes do casamento e claro, justo que o pedido seja reforado.

O DLAR NA CARTA
A exigncia do dlar na carta do alambamento deve-se desvalorizao da moeda nacional, que pelos vistos prejudica a tradio. O antroplogo Afonso Teca disse que em muitos pedidos, nem sempre o rapaz paga o dote por completo para permitir que a famlia da rapariga se desloque casa do rapaz para analisar as condies sociais em que vive a sua filha. Dado o tempo que pode levar at gravidez, se a moeda for o kwanza pode nessa altura ser um valor baixo. Da a opo pelo dlar, que at era Mardoff tinha sempre muito valor. Tradicionalmente o dote no era pago por completo, isto para permitir que a famlia da moa se deslocasse casa do rapaz e visse as condies em que a filha vivia e a recepo que lhe era oferecida, disse. Afonso Teca afirmou ainda que os bens exigidos ao noivo so smbolos culturais.

EXAGERO NA CERVEJA
Algumas famlias muitas das vezes exageram na formalizao da lista dos bens para o alembamento. Muitas famlias optaram em juntar os costumes da regio da rapariga ou do rapaz, o que torna a lista maior. Recentemente acontecem pedidos em que ao rapaz so exigidas 30 grades de cerveja. Isso um exagero. Neste caso particular, a famlia da moa juntou o essencial da sua cultura e adicionou alguns bens da cultura do homem. Isso nunca aconteceu em localidade nenhum.

ALAMBAMENTO EM LUANDA
Na provncia de Luanda o pedido depende quase exclusivamente da rapariga. Para a composio da lista ela tambm participa na discusso da famlia. A tradio de Luanda mais simples do que nas outras provncias. Antigamente apesar do pedido ser um acto de valorizao da mulher, muitas famlias acabavam por rejeitar o acto. Havia homens que desrespeitavam e batiam na mulher. E quando a mulher reclamava ele obrigava os pais da moa a devolver as coisas. Esta situao fez com que muitas famlias deixassem de realizar o acto de pedido com bens: na minha famlia durante muito tempo ns no realizvamos pedido devido a estes abusos. Na tradio de Luanda, ao homem so exigidos trs pares de panos, dez grades de cerveja e gasosa, um garrafo de vinho, um fato para o pai da moa, um par de sapatos, uma camisa branca com gravata, whisky, amarula, aguardente, martini, chinelas ou sandlias para a me, dois lenos, o anel de noivado e um dote no valor de 500 dlares.

A no realizao do pedido nunca representou maldio para o casal, uma vez que o acto em si depende exclusivamente do futuro casal. Embora seja tradio, se os jovens no quiserem no podem ser obrigados.

O ALAMBAMENTO EM ALGUMAS REGIES DO NORTE


O alambamento a oficializao do casamento tradicional entre duas pessoas. A sua concretizao s possvel depois da resposta dos familiares da noiva, aps uma carta do rapaz. A carta, por exemplo, na regio da Damba, provncia do Uge, deve fazer-se acompanhar de uma garrafa de whisky duas grades de bebida (cerveja e gasosa) e no mnimo 250 dlares. O whisky uma bebida importada e o dlar uma moeda estrangeira, mas h quem chame a isto tradicional. S depois da resposta que o rapaz e a famlia se apresentam em casa da moa com os bens exigidos para a realizao do acto. Na Damba so exigidos 450 a 500 dlares para o dote, dois fatos, duas peas de pano do Congo, dois garrafes de vinho, dez grades de cerveja (importada) igual nmero de grades de gasosas, dois pares de sapatos, dois pares de chinelas, duas garrafas de whisky. O dote tambm pode incluir um garrafo de maruvu, cola e gengibre, duas galinhas, um petromax (actualmente substitudo por um gerador elctrico) e dois lenos de cabea e de bolso. Este alembamento pode tambm variar de famlia para famlia. Neste caso particular as galinhas simbolizam a fertilidade da mulher. Na regio de Sanza Pombo, provncia do Uge, na lista podem constar caixas de fsforos, armas de caa, porcos, cabritos e outros bens. Neste municpio, as famlias so mais exigentes. Existem famlias que chegam a pedir mil dlares e o valor pode estar relacionado com as qualidades da noiva. Este negcio das listas faz pensar que os pais esto a vender a filha. O alambamento uma simbologia que exprime respeito e admirao e quando o homem no oficializa a sua relao com o alambamento nem sempre a mulher respeitada dentro de sua casa. Hoje muitas famlias j no pedem nada ao moo, o que no quer dizer que o rapaz perca admirao diante da famlia da mulher.

ALGUMAS ETAPAS SEGUIDAS NO DIA DA CERIMNIA


Na altura da entrega do pedido, nem a noiva, nem o noivo assistem entrega do mesmo, deixando esse trabalho para a famlia (pais e tios dos noivos). Cabe aos tios da noiva, conferir a entrega com o pedido que foi feito. S depois de verificarem que est tudo em conformidade, que faz-se a apresentao da famlia e o noivo chamado cerimnia, para que se inicie a marcao da data do casamento. Uma das tias da noiva posta no porto a espera do marido que antes de sentar- se dar 100USD a tia para que a tia prepare o lugar para ele sentar-se acompanhando-o, pelo tapete e perfumando-o pelo caminho. Ou ento o noivo trazido s cavalitas por uma das tias da noiva, e medida que vai passando pelos panos das tias, que esto estendidos no cho tem de ir deixando dinheiro em cada um deles. Agora j s falta a noiva. As tias geralmente dizem que est longe e que precisam de dinheiro para o txi (candongueiro) para que a possam ir buscar. Esta mais uma artimanha para explorar o coitado do rapaz. Depois do noivo largar mais uns kuanzas para o txi, l chega a noiva sala, dando-se ento lugar marcao da data do casamento. Esta cerimnia acaba com grande festa no quintal. Mas o ritual, no fica por aqui. J depois do casamento, e em caso de divrcio forado e com as culpas para a noiva, ela ter de devolver as ofertas constantes na carta, completas ou parciais caso existam filhos. Se as culpas pertencerem integralmente ao rapaz ou sua famlia, a exigncia da restituio do dote torna-se impossvel.

CONCLUSO
O Alambamento um ritual muito importante, para o povo angolano e para o povo africano em geral, porque os povos bantus, no habitam s o territrio angolano. um ritual que tradicionalmente celebra a unio matrimonial, entre duas pessoas de sexos opostos. No existe casamento na igreja, sem antes a realizao do alambamento, pois para a realizao do mesmo, o noivo deve cumprir com todos os deveres, da carta de pedido. Acontece que este ritual est sendo distorcido ou mal visto, por causa dos exageros que tm acontecido actualmente no que concerne s exigncias por parte de algumas famlias (das noivas), facto este que, d a entender que a noiva esteja a venda. Se calhar isto motivado pela ganncia, e no realmente pelo valor que se d a noiva, e no devemos negar que o desenvolvimento que o mundo est tendo, tambm tem a sua influncia, o que possivelmente explica, o por qu do gerador de energia elctrica e no o candeeiro petromax. Em suma este ritual deve ser respeitado e preservado, porque carateriza um dos aspectos da cultura angolana em particular.

BIBLIOGRAFIA
A elaborao deste trabalho de investigao dependeu os contedos que foram pesquisados nos seguintes sites:

CONDE DE ANGOLA. Alambamento, 2008. Disponvel em <http://condedeangola.blogs.sapo.pt/4720.html> Acesso em: 01 de Maro de 2013. ROSA DOS VENTOS. Casamento / Alambamento em Angola, 2011. Disponvel em <http://rosadosventos1.blogspot.com/2011/02/casamento-alambamento-emangola_01.html> Acesso em: 01 de Maro de 2013. PENSAR E FALAR ANGOLA. Alambamento, 2010. Disponvel em <http://blogdangola.blogspot.com/2010/06/alambamento.html> Acesso em: 02 de Maro de 2013. ANGOLAN CULTURE. Casamento Tradicional Kimbundu, 2013. Disponvel em <http://angolanculture.blogspot.com/2013/02/casamento-tradicional-kimbundu.html> Acesso em: 02 de Maro de 2013.

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