Apostila de Biologia 1 Ano Do EM

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A Bioqumica dos Seres Vivos

Na natureza dos seres viventes, a gua o componente qumico que entra em maior quantidade; mas as substncias orgnicas predominam em variedade, pois inimaginvel o nmero de protenas, cidos nuclicos, lipdios e carboidratos (glicdios) diferentes que formam a estrutura das clulas e dos organismos. Sais minerais e vitaminas participam em doses pequenas, mas tambm desempenham papis importantes. A gua e os sais minerais formam o componente inorgnico da clula. O componente orgnico abrange as demais substncias. O estudo da composio qumica dos organismos baseia-se fundamentalmente no conhecimento da bioqumica da clula ou citoqumica. Afinal, os seres viventes tm as suas estrutura organizada e estabelecida na clula. Os seres vivos so constitudos por substncias qumicas; e seu funcionamento depende de transformaes dessas substncias, cujo conjunto damos o nome de metabolismo. Por isso, absolutamente indispensvel que o estudante de biologia tenha uma noo bsica das molculas que compem os organismos. Principais componentes inorgnicos das clulas Diversas substncias inorgnicas, entre elas gua e sais minerais, so essenciais ao metabolismo dos seres vivos.

gua
Os seres vivos geralmente so constitudos por grande quantidade de gua. Por exemplo, mais de 70% do peso de uma pessoa se deve a essa substncia. Algumas partes do corpo so menos aquosas que outras: enquanto os ossos tm apenas 30% de seu peso devido gua, os msculos tm 85%. A gua de fundamental importncia para os seres vivos. Praticamente todas as reaes qumicas vitais precisam de meio aquoso para ocorrer. Alm disso, a gua participa diretamente, como reagente, e diversas reaes qumicas dos seres vivos. Quando estudamos a importncia da gua ao nvel de organismo, percebemos que ela tem um papel aprecivel na manuteno da temperatura de animais e plantas terrestres; sua evaporao na superfcie da pele, por exemplo, (transpirao), retira o excesso de calor, dissipando-o. A gua no planeta: a paisagem da Terra com seus rios, mares, oceanos, montanhas se deve presena da vida, representada pelos seres vivos. Um dos principais fatores que permitiu o aparecimento e a manuteno da vida a existncia da gua, que se encontra largamente espalhada na natureza. Basta olhar ao redor para perceber como a gua est sempre fluindo de um lugar para outro. Recobre cerca de75% da superfcie terrestre, na forma de gua lquida e de gelo; o vapor d'gua entra na composio do ar. o volume de gua no planeta corresponde a 1,4 . 1021 litros. Entretanto, a quantidade de gua potvel muito pequena, em torno de 0,3%, nas guas de rios, lagos e subsolo at 750 metros de profundidade.

A taxa de gua varia em funo de trs fatores bsicos: atividade do tecido ou rgo, idade do organismo e espcie estudada. a) Atividade: normalmente, quanto maior a atividade metablica de um tecido, maior a percentagem de gua que nele se encontra. b) Idade: geralmente a taxa de gua decresce com o aumento da idade. Assim, um feto humano de trs meses tem 94% de gua; o recm-nascido tem aproximadamente 69%. c) Espcie: no homem, a gua representa 63% do peso do corpo, em certos fungos, 83% do peso gua, j nas medusas (guas-vivas), encontramos 98% dessa substncia. Os organismos mais desidratados so as sementes e os esporos de vegetais (10 a 20% de gua). Sabemos, no entanto que eles esto em estado de vida latente, somente voltando atividade se a disposio de gua aumentar. O teor hdrico num organismo desenvolvido no pode variar muito, sob pena de acarretar a morte. Calcula-se que nos mamferos uma desidratao de mais de 10% j fatal. Estrutura molecular da gua Uma molcula de gua (H2O) formada por um tomo de oxignio (O) unido covalentemente a dois tomos de hidrognio (H), os quais formam entre si um ngulo de 104,5 (cento e quatro graus e meio). Como a fora de atrao dos oito prtons do ncleo do oxignio maior que a do nico prton dos ncleos do hidrognio (o oxignio mais eletronegativo), a molcula de gua polarizada, isto , apesar de ter carga eltrica total igual a zero, possui carga eltrica parcial negativa ( ) na regio do oxignio e carga eltrica parcial positiva (+ ) na regio de cada hidrognio. Coeso e adeso da gua As pontes de hidrognio mantm as molculas de gua unidas umas s outras, fenmeno conhecido por coeso. Esse fenmeno bem evidente na superfcie de uma massa de gua, onde h uma pelcula relativamente resistente formada por molculas de gua firmemente aderidas umas s outras, na zona de contato com o ar. Essa propriedade de a superfcie de um lquido se comportar como se houvesse um filme elstico distendido sobre ela chamada tenso superficial. Em um lago, por exemplo, podemos observar que a tenso superficial da gua, que maior do que a da maioria do outros lquidos, consegue suportar o peso de insetos, de folhas etc. A tenso superficial est presente tambm na superfcie das gotas de gua, sendo responsvel pela forma peculiar que elas possuem. A gua como solvente A gua tem funo significativa para os seres vivos como solvente: ela dissolve grande variedade de substncias qumicas, como sais, gases, acares, aminocidos, protenas e cidos nuclicos. Dissolvidas em gua, as substncias podem se deslocar no interior da clula, participando das inmeras reaes qumicas do metabolismo. Quanto solubilidade, as substncias podem ser classificadas em: hidrfilas, quando se dissolvem em gua; hidrfobas, quando so insolveis em gua. A gua como reagente
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Importantes reaes qumicas metablicas tm a participao da gua como reagente ou como produto. Reao de hidrlise A gua participa como reagente nas reaes de hidrlise, onde molculas de uma determinada substncia quebram-se em duas; essas novas molculas formadas completam-se quimicamente com os grupamentos H- e OH, resultantes da quebra simultnea de molculas de gua. Sntese por desidratao A gua surge como produto nas reaes de sntese por desidratao, onde duas molculas se unem, dando origem a uma molcula maior e a uma molcula de gua.

ons de sais minerais


Sais minerais so substncias inorgnicas, constitudas por elementos qumicos unidos por ligaes inicas. Quando um sal colocado em gua, seus componentes se separam (dissociam) em partculas eletricamente carregadas: os ons. Enquanto os tomos so partculas eletricamente neutras (sem carga eltrica), os ons tm carga eltrica positiva (ctions) ou negativa (nions). O sal de cozinha (cloreto de sdio), por exemplo, quando entra em contato com a gua, libera ons Na+ (ction) e Cl- (nion). ons derivados de diversos sais minerais so essenciais ao organismo; sua falta pode afetar seriamente o metabolismo celular, e, at mesmo, levar morte. O on clcio (Ca++), por exemplo, participa da coagulao do sangue e da contrao muscular. Os ons magnsio (Mg++), mangans (Mn++ ) e zinco (Zn++), entre outros, atuam em reaes qumicas vitais s clulas. Os ons sdio (Na+) e potssio (K+) so responsveis, entre outras funes, pela polaridade eltrica das membranas celulares, participando ativamente da transmisso do impulso nervoso. Diversos sais inorgnicos, como os fosfatos (sais de fsforo) e os carbonatos (sais de carbono), so importantes no controle da acidez do meio interno e externo s clulas. Muitas reaes qumicas essenciais vida somente acontecem se as condies de (pH) forem favorveis, e sais como fosfatos e carbonatos, regulam eficientemente essas condies. Principais componentes orgnicos das clulas A matria viva contm quatro tipos bsicos de substncias orgnicas: protenas, glicdios, lipdios e cidos nuclicos.

Protena
As protenas so componentes fundamentais de todos os seres vivos. Mesmo os vrus, as formas mais simples de vida, contm protenas em sua estrutura. Molculas de protenas so constitudas por dezenas ou mesmo centenas de molculas menores de aminocidos, ligados em seqncia como os elos de uma corrente. Uma protena pode ser definida como uma seqncia de aminocidos encadeados. As molculas de protenas so relativamente grandes, quando comparadas a outras substncias, sendo por isso classificadas como macromolculas. Aminocidos: blocos de construo das protenas

Um aminocido uma molcula orgnica formada por tomos de carbono, hidrognio, oxignio e nitrognio. Alguns tipos de aminocidos pode conter, alm desses, tomos de enxofre. Em todas as molculas de aminocido h um tomo de carbono que ocupa a posio central na molcula (carbono ). A esse tomo ligam-se quatro grupos de tomos, trs dos quais so iguais em todos os aminocidos: um hidrognio (-H), um grupo amina (-NH 2) e um grupo carboxila, ou cido carboxlico (-COOH). O termo aminocido deve-se justamente presena desses grupamentos tpicos na molcula. Os aminocidos diferem por um nico grupo de tomos, denominado genericamente radical ou R, que faz a quarta ligao com o carbono central.

Grupo amina

Grupo carboxila

Radical R R

Aminocidos naturais e essenciais

Todo ser vivo necessita de 20 tipos de aminocidos para fabricar suas protenas. Algumas espcies so capazes de fabricar todos esses aminocidos, e no precisam obt-los na dieta. Outras espcies, como a nossa, no conseguem sintetizar alguns dos tipos de aminocidos e por isso, tm de receb-los no alimento. Os aminocidos que os organismos no conseguem sintetizar so chamados de aminocidos essenciais e os que o organismo consegue sintetizar a partir de outras substncias que ingere so chamados de no-essenciais ou naturais. Ligao peptdica e peptdeos A ligao entre dois aminocidos vizinhos em uma molcula de protena denominada ligao peptdica e ocorre entre o grupo amina de um deles e o grupo carboxila do outro. O grupo carboxila de um dos aminocidos perde um OH e fica com uma ligao livre. Simultaneamente, o grupo amina do outro aminocido perde um hidrognio H e tambm fica com uma ligao livre. Os aminocidos unem-se ento, por essas ligaes que ficaram livres, constituindo uma ligao peptdica. O grupo OH liberado pela carboxila de um dos aminocidos une-se ao H liberado pelo grupo amina do outro aminocido, formando uma molcula de gua. Assim, a unio entre dois aminocidos uma reao de sntese (unio) por desidratao, pois h liberao de gua. Uma protena pode ser formada por uma ou mais cadeias polipeptdicas. Estrutura primria das protenas dada pela seqncia de aminocidos e ligaes peptdicas da molcula. Essa seqncia muito importante para a funo da protena.
Estrutura Primaria (Seqncia de aminocidos)

Estrutura secundria As cadeias polipeptdicas se enrolam sobre si mesmas, assumindo geralmente forma helicoidal, que lembra o fio de um telefone.

Estrutura Secundria (-hlice)

Estrutura terciria dada por uma nica protena em estrutura secundria ( -hlice) que se dobra sobre si mesma (como um novelo de l).

Estrutura Terciria (Uma nica protena dobrada)

Estrutura quaternria Ocorre quando quatro cadeias polipeptdicas se associam atravs de pontes de hidrognio, como ocorre na formao da molcula da hemoglobina (tetrmero).
Estrutura Quaternria (Agregao de dois ou mais peptdeos)

Classificao das protenas Protenas globulares As protenas globulares so formadas por cadeias polipeptdicas que se dobram adquirindo a forma esfrica ou globular. Tais protenas, em sua maioria, so solveis em gua. As protenas globulares tm uma funo dinmica e incluem a maioria das enzimas, os anticorpos, muitos hormnios e protenas transportadoras, como a albumina srica e hemoglobina.

Estrutura da albumina

Estrutura da hemoglobina Protenas fibrosas

As protenas fibrosas so insolveis em gua e so fisicamente resistentes; tais protenas so formadas por cadeias polipeptdicas paralelas dispostas em longas fibras ou lminas. Como exemplo de protenas fibrosas temos o colgeno (tendes e osso), a queratina (cabelo, pele, chifre, unha), e a elastina (tecido conjuntivo elstico).
Estrutura do colgeno

Alm das estruturas citadas acima, existe tambm as protenas simples e as protenas conjugadas, as primeiras so formadas apenas pelo encadeamento de aminocidos, e as protenas conjugadas, alm das cadeias polipeptdicas apresentam em sua composio um radical no-protico que lhe confere alguma propriedade especial. Nesse ltimo caso se encontram as glicoprotinas, as lipoprotenas, as cromoprotenas e as nucleoprotenas. Protenas estruturais e enzimticas: As protenas desempenham papis fundamentais nos seres vivos: fazem parte da estrutura da clula, como principal matria-prima constitutiva ( protenas estruturais), e controlam praticamente todas as reaes qumicas celulares ( protenas enzimticas ou enzimas). Funo Hormonal: Vrios hormnios so protenas. Ex: Insulina e glucagon (controle da glicemia) Funo Respiratria: Hemoglobina e Mioglobina so pigmentos presente nas hemcias que transportam oxignio para que as clulas possam realizar a respirao celular. Funo Contrtil: Actina e Miosina so protenas presentes nas clulas musculares, onde so responsveis pelo mecanismo de contrao muscular. Funo Carreadora: Existem vrias protenas na membrana plasmtica das clulas, responsveis pelo transporte de substncias para o interior e exterior da clula. Funo Imunolgica: As molculas de defesa do sistema imune so protenas denominadas anticorpos ou imunoglobulinas. Enzimas e o controle do metabolismo: O metabolismo pode ser dividido em anabolismo e catabolismo. O anabolismo compreende reaes de sntese, por meio das quais as clulas fabricam molculas orgnicas. J o catabolismo compreende reaes de degradao de molculas, que liberam matria-prima e energia. Todas as reaes metablicas, sejam elas anablicas ou catablicas, s ocorrem na presena de enzimas especficas. As molculas enzimticas participam da reao, mas no so consumidas ou modificadas no processo. Por esse motivo so chamadas de catalisadores biolgicos. Modelo chave-fechadura Os cientistas acreditam que a forma das molculas enzimticas encaixam-se perfeitamente forma dos substratos, como uma chave encaixa-se na fechadura correspondente (modelo chave-fechadura). Aps desencadeada a reao, a enzima liberta-se, podendo combinar-se a outras molculas de substrato. As enzimas

tm alto grau de especificidade catalisando somente uma determinada reao qumica, pois s funcionam quando so capazes de se ajustarem perfeitamente forma do substrato.

Fatores que afetam a ao enzimtica Temperatura: dentro de certos limites, a velocidade de uma reao enzimtica aumenta com o aumento da temperatura. Entretanto, temperaturas muito elevadas podem diminuir a velocidade da reao e at mesmo causar alterao espacial irreversvel da molcula enzimtica, essa alterao chamada de desnaturao da protena. pH: outro fator que afeta a ao das enzimas o grau de acidez do meio. Cada tipo de enzima atua melhor em um determinado grau de acidez, o chamado pH timo de atuao, no qual sua atividade mxima. Variaes do pH do meio tambm podem causar a desnaturao enzimtica. Nomenclatura das enzimas As enzimas recebem nome de acordo com o substrato sobre o qual atuam, acrescido do sufixo "- ase". Assim, enzimas que agem sobre protenas recebem a denominao de proteases, as que atuam sobre amido so chamadas amilases, e assim por diante.

Carboidratos ou Glicdios
No momento em que voc est lendo estas linhas e procurando entender o seu contedo, suas clulas nervosas esto realizando um trabalho e, para isso, utilizam a energia que foi liberada a partir da oxidao de molculas de um carboidrato chamado glicose. Classificao dos carboidratos Uma classificao simplificada dos carboidratos, ou glicdios, consiste em dividi-los e trs categorias principais: monossacardeos, oligossacardeos e polissacardeos. Monossacardeos Os monossacardeos so carboidratos simples, de formula molecular (CH 2O)n, onde n no mnimo 3 e no mximo 8. So os verdadeiros aucares, solveis em gua e, de modo geral, de sabor adocicado. Os de menor nmero de tomos de carbono so as trioses (contm trs tomos de carbono). Os biologicamente mais conhecidos so os formados por cinco tomos de carbonos (chamados de pentoses) e os formados por seis tomos de carbono (hexoses).

Oligossacardeos Oligossacardeos so aucares, formados pela unio de dois a seis monossacardeos, geralmente hexoses. O prefixo oligo deriva do grego e quer dizer pouco. Os oligossacardeos mais importantes so os dissacardeos. Aucares formados pela unio de duas unidades de monossacardeos, como, por exemplo, sacarose, lactose e maltose. So solveis em gua e possuem sabor adocicado. Para a formao de um dissacardeo , ocorre reao entre dois monossacardeos, havendo liberao de uma molcula de gua. comum utilizar o termo de desidratao intermolecular para esse tipo de reao, em que resulta uma molcula de gua durante a formao de um composto originado a partir de dois outros. Veja o caso do dissacardeo sacarose, que o acar mais utilizado para o preparo de doces, sorvetes, para adoar refrigerantes no dietticos e o cafezinho. Sua frmula molecular C12H22O11. Esse acar resultado da unio de uma frutose e uma glicose. Como foi visto na tabela anterior, tanto a glicose como a frutose possuem a frmula molecular C 6H12O6. Como ocorre a liberao de uma molcula de gua para a formao de sacarose, a sua frmula molecular possui dois hidrognios e um oxignio a menos. Polissacardeos Como o nome sugere (poli um termo derivado do grego e quer dizer muitos), os polissacardeos so compostos macromoleculares (molculas gigantes), formadas pela unio de muitos (centenas) monossacardeos. Os trs polissacardeos mais conhecidos dos seres vivos so amido, glicognio e celulose. Ao contrrio da glicose, os polissacardeos dela derivados no possuem sabor doce, nem so solveis em gua. As duas substncias mais conhecidas dessa categoria orgnica so as gorduras e os leos. Se por um lado, esses dois tipos de lipdios preocupam muitas pessoas por estarem associadas a altos ndices de colesterol no sangue, por outro, eles exercem importantes funes no metabolismo e so fundamentais para a sobrevivncia da maioria dos seres vivos. Um dos papis dos lipdeos o de funcionar como eficiente reserva energtica. Ao serem oxidados nas clulas, geram praticamente o dobro da quantidade de calorias liberadas na oxidao de igual quantidade de carboidratos. outro papel dos lipdios o de atuar como eficiente isolante trmico, notadamente nos animais que vivem em regies frias. Depsitos de gordura favorecem a flutuao em meio aqutico; os lipdios so menos densos que a gua.

Lipdios
As substncias agrupadas na categoria dos lipdios tm como principal caracterstica o fato de serem insolveis na gua. Os lipdios mais conhecidos so os glicerdeos, as ceras, os esterides e os carotenides. Glicerdeos: So leos e gorduras, produzidos tanto por animais como por vegetais. Uma molcula de glicerdeo forma-se a partir da unio de um lcool chamado glicerol com trs molculas de cido graxo. Depois dos carboidratos, os glicerdeos constituem a mais importante fonte de energia para os seres vivos. Animais de regies muito frias, como os ursos polares, por exemplo, armazenam espessas camadas de gordura sob a pele durante o perodo quente, quando h fartura de alimento. No inverno, quando o alimento torna-se escasso a gordura degradada e utilizada para fornecer energia e matria-prima para as atividades celulares. Alm disso, as gorduras sob a pele atuam como isolante trmico, mantendo o calor do corpo. Sementes de muitas plantas armazenam leo para nutrir o embrio durante a germinao. Ceras: As ceras assemelham-se aos glicerdeos por possurem tambm cidos graxos em sua constituio. A diferena que esses cidos graxos esto ligados a molculas de lcool de cadeias longas, e no ao glicerol, como nos glicerdeos.

Muitas plantas tm suas folhas impermeabilizadas por uma fina camada de cera, que impede a perda de gua por transpirao. Entre os insetos, h muitas espcies que apresentam carapaas revestidas por cera impermeabilizante. Esterides: Os esterides tm estrutura molecular bastante diferente dos outros lipdios. Suas molculas apresentam cadeias fechadas, cujas pontas se unem para formar anis. Os esterides mais conhecidos so o colesterol, o estrgeno e a testosterona. O colesterol juntamente com os fosfolipdios, um importante constituinte das membranas das clulas animais. O colesterol tambm importante por ser o precursor de muitos hormnios. - Colesterol: heri ou vilo? Quando o colesterol atinge altos nveis no sangue, ele contribui para a formao de placas de ateroma, acmulos lipdicos que vo se depositando nas paredes das artrias provocando-lhes um estrangulamento. Alm disso, a calcificao do ateroma contribui para a perda de elasticidade da artria. Todo esse processo que configura a doena conhecida como arteriosclerose reduz o fluxo sanguneo nas artrias, podendo comprometer a atividade dos por ela irrigados. No corao, por exemplo, a insuficincia do fluxo sanguneo pode matar parte do msculo cardaco (miocrdio), caracterizando o infarto. Suspeita-se que arteriosclerose ocorra em conseqncia de uma predisposio hereditria, alm de outros fatores como o fumo, o estresse, a vida sedentria e, evidentemente, uma dieta rica em produtos animais que contenham colesterol. Na verdade, o colesterol um dos mais importantes esterides animais, pois alm de participar da composio qumica das clulas e de ser um precursor de hormnios diversos, como os sexuais, ele permite tambm a formao da vitamina D e dos sais biliares, que atuam, respectivamente, na absoro de clcio e de cidos graxos no intestino. No entanto, o colesterol precisa ser mantido em nvel normal, para que o organismo no seja prejudicado. Questes de vestibular 1. (UERJ).Um mdico holands observou, no final do sculo XIX, que galinhas alimentadas com arroz polido, ou descascado, apresentavam os sintomas de uma doena conhecida como beribri, que era curada com a ingesto da pelcula, ou casca, retirada dos gros do arroz. A substncia necessria em pequenas quantidades na dieta para evitar o beribri, a vitamina denominada: a) E b) C c) B1 d) A

2. (Rural).O grfico a seguir mostra a eficincia de uma mesma enzima vital para duas espcies (A e B) em funo da temperatura.
Eficincia das enzimas (valores crescentes)

Qual das duas espcies (A ou B) pode ser considerada mais bem adaptada s variaes trmicas? Justifique sua resposta. 0 10 20 30 40 50 Temperatura (C) __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ 3.(UFF). O


gato siams, difere de outras raas de gatos por sua pelagem caracterstica: escura nas patas, no focinho e no pavilho auditivo, contrastando com o resto do corpo, onde clara. As regies escuras so as mais frias e nelas, substncia que controla a produo do pigmento responsvel pela pelagem escura ativa, enquanto nas claras, que so quentes, essa substncia inativa. Pela sua ao no escurecimento da pelagem do animal, conclui-se que essa substncia : a) um glicdio glicosaminoglicano b) um lipdio e) uma vitamina c) uma enzima d) um

4. (FURRN). O conjunto de reaes qumicas que ocorre no interior dos organismos denomina-se: a) biorreao b) metabolismo c) homeostase d) catabolismo e) anabolismo

5. (UFMA). As enzimas biocatalisadoras de induo de reaes qumicas reconhecem seus substratos atravs da: a) temperatura do meio. b) forma tridimensional das molculas. c) energia de ativao d) concentrao de minerais. 7. (F. Dom Bosco-DF). Quando aquecida a 90C, durante trs horas, uma enzima: a) reativada. b) torna-se mais vigorosa. c) tem aumentado seu poder de atuao. d) se desnatura e inativada. 9. (PUC-MG). O colesterol exemplo de esteride que pode ser nocivo sade, acumulando-se na parede interna dos vasos sanguneos e reduzindo a passagem de sangue para o corpo. O colesterol : a) protena de construo, usada especialmente nos tecidos epiteliais. b) carboidrato de difcil assimilao, ficando armazenado. c) aminocido natural, servindo de substrato para os demais tipos. d) tipo de lipdio encontrado, sobretudo em muitos alimentos de origem animal. 10. (Osec-SP). A vitamina que est associada aos fenmenos da viso : a) A b) D c) K d) B

11. A gua a substncia mais abundante na constituio dos mamferos. encontrada nos compartimentos extracelulares (lquido intersticial), intracelulares (no citoplasma) e transcelulares (dentro de rgos como a bexiga e o estmago). Sobre a gua, correto afirmar que: (01) a quantidade em que encontrada nos organismos invarivel de espcie para espcie. (02) a distribuio de cargas eltricas na molcula de gua lhe d caracterstica de uma substncia apolar. (04) a organizao bimolecular dos fosfolipdios nas biomembranas resulta da atrao entre os grupos fosfatos e as molculas de gua provocadas pela polaridade. (08) o alto calor especfico da gua impede mudanas bruscas de temperatura dentro das clulas.

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(16) o grande poder de dissoluo da gua muito importante para os organismos, pois as reaes qumicas ocorrem no meio aquoso. (32) participa da constituio dos fluidos orgnicos que transportam substncias dissolvidas por todo corpo. (64) a gua classificada como um xido bsico. 12. Ao elaborar uma dieta para seu paciente, um nutricionista indicou alimentos ricos em carboidratos, ferro, lipdeos, clcio, protenas, vitaminas e potssio. As substncias da dieta sintetizadas pelos seres vivos so: A) B) C) D) E) clcio, protenas e lipdeos. carboidratos, ferro, lipdeos, clcio, protenas, vitaminas e potssio. carboidratos, lipdeos, protenas e vitaminas. ferro, clcio, vitaminas e potssio. vitaminas, clcio, potssio e carboidratos.

13. (ENEM/2007) Ao beber uma soluo de glicose (C6H12O6), um corta-cana ingere uma substncia a) que, ao ser degradada pelo organismo, produz energia que pode ser usada para movimentar o corpo. b) inflamvel que, queimada pelo organismo, produz gua para manter a hidratao das clulas. c) que eleva a taxa de acar no sangue e armazenada na clula, o que restabelece o teor de oxignio no organismo. d) insolvel em gua, o que aumenta a reteno de lquidos pelo organismo. e) de sabor adocicado que, utilizada na respirao celular, fornece CO2 para manter estvel a taxa de carbono na atmosfera. 14. "Durante todo o ano de 1995, o governo deixou de fornecer iodato de potssio aos fabricantes de sal. O iodo essencial para o ser humano. Problemas, porm, s se manifestam em populaes subnutridas, que no incluem em sua alimentao produtos do mar, uma rica fonte natural de iodo." (Revista VEJA - 03/04/96) Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, o nome da glndula afetada e a doena provocada pela falta desse elemento. a) adeno - hipfise e nanismo b) tireide e bcio c) supra-renal e doena de Cushing d) pncreas e 'diabetes mellitus' e) neuro-hipfise e 'diabetes insipidus'

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