PERRENOUD Agir Na Urgência Decidir Na Incerteza
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O TRABALHO EM EQUIPE PEDAGGICA: RESISTNCIA E MECANISMOS Neste captulo o autor vai enfocar o trabalho da equipe pedaggico. Principia distinguindo as diferentes formaes de equipe, a seguir analisa os mecanismos presentes no sistema educativo nos estabelecimentos de ensino e depois descreve as resistncias ao trabalho em equipe. Pseudo-equipe, equipe-lato sensu e equipe stricto-sensu. A equipe pedaggica entre coordenao das prticas e o team teahing Como se formam as equipes. Por um poder hierrquico externo ao grupo, onde os membros s tm uma escolha: ou participam ou no participam. Por escolha mtua dos indivduos. Trabalho com parceiros escolhidos por eles prprios. A construo das equipes variam entre a liberdade e obrigatoriedade de acordo com a especificidade do trabalho a ser realizado. E NA ESCOLA H um equvoco comum quando a escola considera equipe qualquer grupo que por fora das circunstncias tm que trabalhar juntos, no mesmo projeto, com os mesmos alunos, com as mesmas disciplinas, etc. Segundo Perrenoud, na escola encontramos a equipe imposta, existe apenas no papel, pois se supe que os professores trabalham juntos. No h resistncia, porm no h aceitao da autoridade que controla o trabalho. Equipe autorizada/estimulada: no h obrigatoriedade de participao os professores so estimulados a trabalharem juntos. Equipe proibida/desestimulada; no se deseja o trabalho em equipe e barreiras so colocadas para impedir esse tipo de participao. Comum na maioria das escolas, equipes formadas pela associao de professores, coordenados por um especialista, algumas se limitam a troca de idias ou a prticas recprocas, sem nenhuma imposio dos membros. Equipe lato sensu um grupo de reflexo e troca, que apesar do ambiente estimulante, do compartilhamento de idias, cada membro permanece sozinho com sua responsabilidades e tarefas concretas. Perrenoud prope a discusso em torno da equipe strictu sensu: grupo de pessoas que agem verdadeiramente juntas ou que colaboram com o mesmo trabalho, fazendo efetivamente parte de um sistema coletivo, onde renunciam voluntariamente a parte de sua autonomia. Mais sinteticamente, prope uma abordagem entre a dicotomia: - Equipes pedaggicas que coordenam as prticas conservando seus alunos. Os professores interagem com os mesmos alunos, por compartilharem a mesma classe mas no se responsabilizam coletivamente, pois cada um tem a sua vez, suas atribuies especficas com estes alunos. - Equipes pedaggicas cujos membros compartilham coletivamente a responsabilidade pelos mesmo alunos. Assumir a responsabilidade por um grupo de alunos no apenas dialogar, tomar decises, elaborar materiais comuns, regras de vida e funcionamento, criar situaes didticas e instrumentos de avaliao. Significa gerenciar coletivamente um grupo de alunos, o que impe uma coordenao mais apurada sobre as prticas. Isso faz com que seja possvel ver melhor as divergncias e as falhas entre os membros da equipe. A cobrana se faz presente de forma que os membros da equipe entrem em acordo, pois a falha no do indivduo, mas do grupo.
MECANISMOS PARA O ESTABELECIMENTO DE ENSINO E O SISTEMA EDUCATIVO: Uma Nova Cultura Profissional.
Para Perrenoud o trabalho em equipe nos estabelecimentos de ensino no tarefa dos professores, mas principalmente, dos diretores (equipe gestora), uma vez que o trabalho em equipe modifica o funcionamento do conjunto, as relaes de poder e acarreta perdas e ganhos aos estabelecimentos de ensino. O que os estabelecimentos tem a perder quando gestores e mesmo alguns professores no estimulam o trabalho em equipe:
- A gesto fica mais complicada, pois preciso levar em conta as escolhas mtuas dos professores.
- H uma interferncia nos procedimentos burocrticos, como atribuio de aulas e elaborao de horrios. - Cria a diviso entre o corpo docente: os que trabalham em equipe e os que so individualistas. - Exigem privilgios, derrogaes, providncias e fontes suplementares. - Adotam inovaes audaciosas, colocando em risco o estabelecimento de ensino.
- Constituem um contrapoder, muito mais forte por ser coletivo, frente a direo da escola. - Contestam regras e ameaam a ordem tradicional. - Podem criar uma escola na escola com regras e poltica prprias. O que os estabelecimentos tm a ganhar ( equipes pedaggicas como fontes de renovao e dinamismo) - Animam o debate no meio dos estabelecimentos de ensino, introduzem novas praticas, contestam tradies. - Fazem com que os professores rompam com o individualismo. - Permitem flexibilidade de organizao de classes e ensinamentos. - Influenciam o clima geral com mais otimismo e menos passividade frente ao sistema. - Podem resolver melhor problemas e crises, fazendo com que a direo avance. - Facilitam a desconcentrao ou descentralizao dos poderes de gesto. Neste contexto de autonomia o trabalho em equipe pedaggica torna-se uma necessidade para que a mudana seja possvel: a cultura da cooperao, que no se resume apenas na colaborao entre colegas, mas envolve a gesto participativa (Demally) a autoridade negociada (Perrin) e auto-avalaio dos estabelecimentos de ensino (Thurler) No possvel superar obstculos com toque de varinha de condo. Todavia, o tempo no far com que as coisas avancem. O que nos falta , tanto nos estabelecimentos de ensino quanto nos locais de formao, a prtica contnua de explicitaes e legitimaes nas dificuldades. Ensinar uma profisso difcil, nada estvel, cada nova turma uma incgnita, cada aluno em dificuldade um enigma cada ano letivo uma aventura. A rotina didtica no garante definio e o respeito do contrato pedaggico. Uma nova Cultura Profissionais Uma cultura Cooperativa Uma Poltica de Competncias. Segundo Perrenod , atualmente h nos meios educacionais duas tendncias em enfrentamento, distintas nas equipes pedaggicas. Uma busca a profissionalizao do ofcio de professor, ou seja, o trabalho de ser pensado em termos de objetivos gerais e ticos. Exige de cada um, competncias de alto nvel orientadas para a resoluo de problemas e capacidade de cooperao, que seria a juno de vrias foras tornando o todo mais forte que as partes. Neste contexto o trabalho em equipe no conquista individual dos professores, mas uma dimenso essencial de uma nova cultura profissional: Para Thurler cultura da cooperao e Hargreaves collaborative culture. ( professores autnomos e parceiros) Outra tendncia segue o sentido da proletarizao da profisso de professor, muito presa a estratgias didticas, meios de ensino e de avaliao pensadas por especialistas e entregues prontas para o consumo dos professores.(professores executantes inteligentes, porm dceis). A competncia de Cooperar , que supe a competncia de Comunicar, tambm construda em funo da experincia e de uma prtica refletida, porm sem cultura psico-sociolgica, a reflexo pode levar por exemplo, rejeio da responsabilidade por eventuais disfunes dos parceiros, recusando-se a fazerparte do problema. Uma formao que desenvolva o pensamento sistmico no protege dessa tentao todos os dias, mas pode tornar as pessoas mais lcidas..
Uma cultura cooperativa reforar a autonomia e as tendncias profissionalizao do ofcio de professor