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Lugares de Mim
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E-book93 páginas1 hora

Lugares de Mim

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Sobre este e-book

Neste livro não irá encontrar uma história com princípio, meio e fim.Se procura um romance, este livro não é para si. Aqui vai encontrar crónicas de memórias, de sentires, de lugares.Os personagens são poucos, mas serão tantos quantos os leitores que aqui se identificarem nas diversas passagens.Ao longo da leitura das várias crónicas, o leitor pode perceber que não há um protagonista, não há um enredo. Há vários protagonistas e vários enredos, nos quais, muitas vezes, a autora é, ela própria, a personagem principal.Na origem desta obra, estão situações que, em determinados momentos, motivaram estes relatos. Digamos que foram, em certas alturas, uma espécie de desabafos interiores que tiveram necessidade de serem partilhados.Viver é um lugar imenso, é uma viagem.Está na nossa mão fazer a vida valer a pena, aprendendo a cada estação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de dez. de 2024
ISBN9789895792900
Lugares de Mim

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    Lugares de Mim - Naná Rebelo

    Agradecimentos

    Aos meus filhos, porque são deles os meus melhores momentos,

    ao meu companheiro, por acreditar em mim e ser o meu maior crítico,

    ao Puma, o meu gato preto,

    aos meus leitores, porque quiseram conhecer os meus lugares.

    Prefácio

    Poderia adivinhar-se a pessoa por detrás das palavras escritas neste livro, não fosse a complexidade do que a Naná é. 

    Quando me pediu para escrever sobre si, estremeci. Um prefácio? Nada fácil. A dualidade é uma criança ao lado de todas as formas como ela se apresenta e vive o mundo, o seu e o nosso, onde a conheci e reconheço em cada conversa boa, como só a Naná sabe ter e transcrever.

    Depois, passa tudo para o papel, como se fosse fácil a forma com que se desenha e interpreta o mundo, cruas, mas doces; como se estranhamente um algodão doce também desse para limpar feridas, e para ela dão.

    Escreve como quem conversa, conversa como quem pinta uma tela que nunca é a preto e branco, fluída e deliciosa de ler, entende-se e sente-se cá dentro, cada cheiro, cada cor, cada sorriso e até cada brisa ou vendaval que nos oferece nas suas estórias. Que não são apenas histórias, são lugares, os seus lugares onde nos apresenta quem a conhece e quem nunca a conhecerá.

    Desenrola sob os nossos olhos pedaços de vida, que nos apresenta, na bandeja da imortalidade, um livro. Deixa-nos a vontade de conhecer cada um daqueles lugares de que fala e, ao mesmo tempo, a sensação de que já nos cruzamos algures. Trata todos sempre com uma euforia de querer viver e reviver, porque quem lhe dera, certamente, viver outra e outra vez.

    Viverá para sempre nos seus livros, pois o Homem é apenas matéria e pensamento e só a matéria morre. A gratidão, assim como a ingratidão e muitas coisas que lhe estão no meio, pressentem-se em todas as 'estórias' que conta. Porque com ela nada se resume apenas a dualidade. Entendemos na sua escrita uma dor boa, de onde sobressai uma palete de cores que só tem quem sofre, quem ama e quem foi e é feliz, mesmo quando dói.  

    Ao lê-la, transpomos uma vida, que é também a nossa, para nos encaminharmos para uma realidade ou irrealidade que é a dela. Somos todos deliciosamente bárbaros e interessantes aos olhos de uma sábia criança que é a Naná.

    Quero deixar-lhe o meu agradecimento, por me fazer sentir tanto.

    Carla Duarte,  Setembro ~ 2023

    Porquê este livro?

    Porquê todos os livros? O que move alguém a contar histórias, a rebuscar ideias e a escrevê-las?

    Sim, são tantas as interrogações e, por vezes, ficam sem resposta. Porque apetece, porque se gosta de contar histórias e que outros as leiam, porque se gosta de partilhar viagens interiores, lugares, sentires.

    Esta é, sem dúvida, a razão principal porque escrevo, porque gosto de partilhar os meus lugares, as minhas emoções, o meu sentir a vida.

    E quem nos diz se o que escrevemos merece ser lido por outros? Na realidade não sei. Até ao momento em que o retorno do que se escreve é positivo, ou o seu contrário, isso só o sabemos se o dermos a ler.

    Neste livro de pequenas crónicas, pretendo partilhar os meus lugares, uns físicos, outros imaginados, mas tão reais e tão sentidos. Pretendo que o leitor os possa sentir um pouco como seus, que remexam nas suas próprias memórias e com elas se possa identificar.

    Aqui vai encontrar prosa, dita poética, porque a vida é poesia, mesmo que não rime.

    A vida não tem rimas forçadas, não pode ter.

    A vida flui como a água de um rio e vai contornando os obstáculos do caminho.

    Esse seria o ideal de um bom viver. Podemos não o conseguir, mas vamos aprendendo, aos poucos, que só sendo como um rio podemos seguir o caminho, sem grandes sobressaltos.

    Sem mais delongas, termino este prólogo com uma metáfora que gostei muito de escrever, algures no tempo.

    – Ouvi falar de um corvo que se recusou a cantar.

    – Mas os corvos não cantam! Quando muito soltam uns crás que resultam numa cacofonia lúgubre.

    – Dizes tu. Eu já ouvi um corvo a cantar e foi tão bonito ouvi-lo, era de noite, havia luar. Um luar tão brilhante que mesmo o negro das suas penas, cintilava por entre as árvores.

    – Um corvo a cantar ao luar... só podia. Lá vens tu com os teus romantismos cansativos. Deixa-te disso!

    – É por isso que os corvos já não cantam...

    Naná Rebelo ~ Setembro ~ 2023

    Estórias, ou de como elas começam a ser histórias

    Hoje comprei uma caneta nova. Nada de especial, mas sempre gostei de canetas e esta é novinha, a estrear. Uma esferográfica com a minha inicial, um N, e uma mensagem que diz escreve a tua história. Nada de novo, aliás, tudo o que tenho feito é escrever as minhas histórias, sejam reais ou imaginárias, mas são as minhas.

    Vou avançando e experimentando cada traço, a ver como se porta a  caneta. Até agora tudo bem, vai correndo lesta ao longo das páginas em branco, até que surja um tema que valha a pena.

    Mas, o que é um tema que vale a pena? Não preciso de nenhum tema específico, porque existem vários. Tantos quantas as histórias da vida de todos nós, neste caso da

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