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Você e outros pensamentos que provocam arrepio
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Você e outros pensamentos que provocam arrepio
E-book150 páginas2 horas

Você e outros pensamentos que provocam arrepio

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Sobre este e-book

 Você e outros pensamentos que provocam arrepio  traz 50 crônicas que retratam as relações amorosas com sensibilidade e irreverência.
Profundo conhecedor da alma feminina, Fred Elboni já vendeu cerca de 200 mil exemplares. Agora, em seu sexto livro, ele revela seu amadurecimento como escritor num prazeroso diálogo que desafia as mulheres a encontrarem a própria liberdade, buscando dentro de si o poder e a coragem de se despir de seus medos, pudores, preconceitos e inseguranças.
Com uma linguagem leve e sexy, Fred apresenta pequenos flashs do cotidiano em deliciosos textos sobre paixão, sexo, encontros casuais, saudade, intimidade e afeto, explorando as múltiplas e imprevisíveis maneiras de experimentar o amor – e a si mesmo.
"Vou contar um segredo: sempre achei que algumas pessoas têm poderes nas mãos. Tive a sorte de esbarrar, e até amar, pessoas com um toque diferente, que mexia com o corpo e arrepiava a alma. Talvez transmitissem uma energia que transcende o que é terreno.
O toque para mim é uma das coisas mais importantes tanto no sexo quanto no amor. As mãos têm uma magia linda que cria sensações únicas e inexplicáveis. Com elas contamos histórias e transportamos a pessoa que tocamos para dentro do nosso universo, nem que seja por um breve instante, para mostrar o que há em nosso íntimo."
– Fred Elboni 
IdiomaPortuguês
EditoraEOH
Data de lançamento1 de nov. de 2023
ISBN9786585044059

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    Você e outros pensamentos que provocam arrepio - Fred Elboni

    Copyright © 2023 por Fred Elboni - Editora EOH

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores.

    edição: Alessandra J. Gelman Ruiz

    revisão: Flávia Midori e Suelen Lopes

    projeto gráfico e capa: Miriam Lerner | Equatorium Design

    ilustrações de capa e miolo: Camila do Rosário

    foto do autor: © Daniel Zimmermann

    adaptação para e-book: Horacio Corral - Negócios Literários

    CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

    Todos os direitos reservados, no Brasil, por

    Editora EOH

    E-mail: [email protected]

    www.fredelboni.com.br

    Sumário

    Dança pra mim?

    Boa de cama

    Essa mulher é você

    Um amor de domingo

    A química de beijar sorrindo

    Gosto de abraços e beijinhos

    Eu só queria saber como você está

    Saudade é prova da capacidade de amar

    Medo de ser feliz

    Paixão de avião

    Às vezes um sofá cai muito bem

    Minha menina do Rio

    Você está livre hoje?

    A magia do toque

    Nossa história nunca teve um fim

    Chegadas e partidas

    A mera possibilidade de ser feliz

    Contra a parede

    Somente uma aventura

    Coleção de fragilidades

    A concha com medo de perder a pérola

    De corpo e alma

    Eu te amo. Mas que tal cada um morar na sua casa?

    Beijos nas costas

    Olhe nos olhos, não no espelho

    Me apaixonei por suas crises

    Trocando o seguro pelo desconhecido

    Para sempre

    A paz em forma de amor leve

    Cadê a Lívia?

    Você é a minha garota

    O dia em que o tesão acabou

    Se ele gostasse, você saberia

    Quem soube sofrer um dia hoje sabe amar melhor

    Peitos pequenos, amores gigantes

    A sensibilidade de que precisamos

    Padrãozinho

    Minha mulher não é minha

    Não perca tempo procurando o amor

    Existe hora certa para falar sobre sentimentos?

    Não deixe de amar ninguém por medo de perder a liberdade

    O final você já sabe

    Entre o fim, a conversa e o silêncio

    Pessoas desproporcionais

    Asas e armaduras

    Diálogo silencioso

    Chacoalhe a árvore dos relacionamentos

    Sobre o autor

    Dança pra mim?

    Dança pra mim?, eu pedi a ela enquanto estávamos deitados na cama sob aquele lençol que cobria somente uma de nossas pernas. Mesmo sabendo que ela ficaria com as bochechas vermelhas ao ouvir aquilo, resolvi, sem pudores, dividir uma de minhas vontades secretas.

    Quando nos relacionamos com alguém e não temos vergonha de compartilhar nossos desejos com essa pessoa, nossas loucuras ou fantasias mais obscuras, sabemos que estamos no caminho certo. Ela sempre foi muito tímida e retraída e, por isso mesmo, pedi para ela dançar. Não só pela dança em si, nem unicamente por mim, mas porque eu queria muito que ela se libertasse aos pouquinhos das correntes que tinha em volta do corpo. Queria que ela aprendesse a se entregar, não exclusivamente a mim, mas a ela mesma. Eu sabia que ela precisava se sentir bonita, atraente, segura, mesmo quando meus olhos brincassem de polícia e ladrão com seu corpo.

    Lembro um dia em especial quando transamos embaixo do chuveiro. Talvez, só de ler isso, ela já morresse de vergonha na época. Naquela ocasião, no meio de um sexo comum, daqueles convencionais, na cama, com posições triviais e previsão para acabar ainda em horário comercial, sugeri: Vamos transar no chuveiro? Fiz o convite com os olhos, a cabeça e o corpo, pois se usasse as palavras daria tempo demais para ela pensar, ponderar e recusar aquela situação tão inédita. E eu sabia que ela era daquelas que precisam ser levadas pela mão até a porta de uma nova experiência.

    Puxei-a gentilmente pelos braços, liguei o chuveiro, demorando um pouco até acertar a temperatura ideal, mas continuei com os beijos, como se nada tivesse acontecido. E tudo aconteceu. Entre a água que corria pelo seu corpo e o olhar pensativo decidindo se molharia o cabelo ou não, o mais gostoso foi vê-la não conseguindo se apoiar em nada, com as mãos trêmulas, perdidas, de olhos fechados, começando a se jogar no que não conhecia. Naquele momento, ela estava inteiramente ali, presente, vivendo o que devia ser vivido. Se ela soubesse como foi lindo vê-la se entregando sem questionar, apenas confiando em mim e, principalmente, confiando nela mesma, tenho certeza de que já teria feito isso antes.

    Mesmo após várias aventuras e redenções como essa, ela ainda tem receio de muita coisa, inseguranças que, dia após dia, tento ajudá-la a apagar com as mãos. Aos poucos, ela me dá brechas, breves espaços, para mostrar que uma mulher bonita por dentro, quando coloca com segurança suas vulnerabilidades no varal do coração, também se torna bonita por fora. Ajudar e apoiar a mulher a desenraizar suas inseguranças é uma das coisas mais bonitas que um homem pode fazer por ela. Não que tenhamos todo esse poder, longe disso, mas se pudermos estar junto de quem amamos nesses momentos, por que não fazer? E eu a amo tanto!

    Pessoas que dançam, que se entregam e que cantam o que sentem no chuveiro criam lembranças e momentos que, convenhamos, seriam desperdiçados caso não fossem vividos. Por isso, sempre que tenho oportunidade, digo: como me segurar para não cantar, mesmo que um pouco desafinado, o que sinto por você? Como viver intensamente um amor sem deixar o medo de se entregar embaixo da cama? Como ser feliz amando sem deixar claro que você também está sendo amada?

    Até hoje ela ainda não dançou pra mim. Mesmo assim, meu coração ainda dança por ela em ritmo de carnaval. Espero que um dia ela dance, e dance muito. Não por mim, mas por ela. Única e exclusivamente por ela.

    Boa de cama

    Esses dias me perguntaram o que seria uma mulher boa de cama na minha opinião. E sem pensar em respostas exóticas ou criativas demais, falei rapidamente: É uma mulher que sabe se entregar.

    Depois de dizer aquilo, fiquei alguns segundos em silêncio, observando o rosto perfeitamente maquiado da mulher que me fez a pergunta e pensando se minha resposta havia sido vaga demais ou totalmente direta ao ponto. Sempre acho difícil dar respostas diretas para assuntos tão plurais, mas, vendo por outro ângulo, muitas vezes a gente precisa aprender a falar o que pensa sem se bloquear tanto. Coisas da vida. A idade nos faz ser cada vez mais diretos e menos explicadinhos, principalmente quando as justificativas existem somente para nos proteger dos julgamentos alheios.

    Já tive a sorte de ter algumas mulheres boas de cama comigo e todas tinham em comum algo bem característico: não se importavam com a minha possível opinião so­bre elas. Nenhuma me olhava como se, a cada atitude, esperasse aprovação, ou seja, não estava interessada no que eu poderia pensar dela, se eu a acharia estranha, divertida ou sexualmente fantástica. Elas só – como se fosse pouco – queriam se realizar de corpo e alma e viver aquele momento com toda a verdade e intensidade possíveis. Rebolavam, gemiam, mordiam o travesseiro e minhas costas em busca do próprio prazer, e aquilo era lindo!

    Claro que eu usufruía também daquele prazer, que vinha para mim em forma de beijos e intermináveis arrepios, já que sempre houve muita troca. Mas as minhas opiniões nunca criaram uma barreira ou abriram uma distância entre elas e seus desejos mais íntimos.

    No entanto, o fato de as opiniões dos parceiros (a ­minha, no caso) não as levar a mudar seu jeito de agir não significa que sejam egoístas, como muitos homens são na cama, pensando primeiro no próprio prazer, e sim que elas não deixavam de mostrar suas vontades nem de fazer loucuras. Felizmente, a gente só consegue esse equilíbrio quando há uma linda troca de energia e uma química compatível.

    Você pode até argumentar que, se agisse assim, muitos ho­mens se assustariam com suas vontades e desejos. Calma lá. Por qual motivo você ficaria com alguém que não tem a mesma liberdade e nem vibra na mesma energia que você? Liberte-se!

    Sempre achei, desde que comecei a despir roupas alheias e trocar sorrisos em lençóis macios – ou em pequenos sofás –, que o sexo é mais que somente a troca de beijos, fluidos e carícias. Requer, principalmente, intimidade. E, convenhamos, sexo sem intimidade é aperto de mão. Pode ser uma noite, uma semana, alguns anos ou até um casamento que – Deus me livre! – dure a eternidade. Se não houver intimidade, não faz o menor sentido.

    Conseguir intimidade não é, nem de perto, uma questão de tempo. É uma questão de energia, de momento. E eu me lembro disso sempre que as coisas ficam confusas, já que todas as

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