Hamlet
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Sobre este e-book
Tradutor: Carlos Alberto Nunes
William Shakespeare
William Shakespeare is the world's greatest ever playwright. Born in 1564, he split his time between Stratford-upon-Avon and London, where he worked as a playwright, poet and actor. In 1582 he married Anne Hathaway. Shakespeare died in 1616 at the age of fifty-two, leaving three children—Susanna, Hamnet and Judith. The rest is silence.
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Pré-visualização do livro
Hamlet - William Shakespeare
Direitos de edição da obra em língua portuguesa adquiridos pela EDITORA NOVA FRONTEIRA PARTICIPAÇÕES S.A. Todos os direitos reservados.
Coordenação: Daniel Louzada
Conselho editorial: Daniel Louzada, Frederico Indiani,
Leila Name, Maria Cristina Antonio Jeronimo
Projeto gráfico de capa e miolo: Leandro B. Liporage
Ilustração de capa: Cássio Loredano
Diagramação: Filigrana
Conversão para e-book: Celina Faria e Leandro B. Liporage
Equipe editorial Nova Fronteira: Shahira Mahmud, Adriana Torres, Claudia Ajuz, Gisele Garcia
Preparação de originais: Gustavo Penha, José Grillo, Fatima Fadel
CIP-Brasil. Catalogação na fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
S539h
Shakespeare, William, 1564-1616
Hamlet : príncipe da Dinamarca / William Shakespeare; tradução de Carlos Alberto Nunes. - [Ed. especial]. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011.
(Saraiva de bolso)
Tradução de: Hamlet
ISBN 9788520928417
1. Teatro inglês (Literatura). I. Nunes, Carlos Alberto. II. Título. III. Série.
CDD: 822
CDU: 821.111-2
Livros para todos
Esta coleção é uma iniciativa da Livraria Saraiva que traz para o leitor brasileiro uma nova opção em livros de bolso. Com apuro editorial e gráfico, textos integrais, qualidade nas traduções e uma seleção ampla de títulos, a coleção Saraiva de Bolso reúne o melhor da literatura clássica e moderna ao publicar as obras dos principais artistas brasileiros e estrangeiros que tanto influenciam o nosso jeito de pensar.
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Hamlet
Eis a obra-prima de Shakespeare. Hamlet é algo de genial que nos bafeja e obsedia. Hamlet é a vida, no que ela tem de apaixonante, enigmático e medonho.
Como teria sido possível, a uma cultura tão limitada como a de Shakespeare, abarcar tão recônditas sutilezas metafísicas, tão tortuosos labirintos da alma humana?
As hipóteses mais aceitáveis dão como fontes de inspiração do poeta as Histórias trágicas de Belleforest, A tragédia espanhola e Fratricida punido de Thomas Kyd, sendo o argumento da História dânica do historiador dinamarquês do século XIII, Saxo Grammaticus.
Hamlet, o príncipe da Dinamarca, vê, um dia, sobre as muralhas do castelo de Elsinor, o espectro de seu pai, que morrera havia pouco. O espectro fala-lhe, e conta-lhe que havia sido assassinado por seu irmão Cláudio, o qual, casando com Gertrudes, sua esposa, lhe roubara o trono, a honra e a vida. Dizendo-lhe isto, exorta o filho à vingança, à punição do assassínio e incesto escandalosos. Hamlet promete vingá-lo, e, fingindo-se louco, abandona Ofélia, sua noiva, que endoidece e morre afogada. Depois de um duelo com Laertes, irmão de Ofélia, do qual sai ferido com a ponta da espada, envenenada previamente por Cláudio, Hamlet consegue ter forças para matar o tio adúltero, que fora causa de tomar sua mãe uma poção venenosa, da qual veio a morrer.
A peça, se não fosse a profunda respiração filosófica de Hamlet e o lirismo inefável de Ofélia, não passaria duma vasta carnificina sem maior interesse. Ofélia é a mais tocante figura feminina de todas as literaturas: é algo de vago, esvoaçante e tênue, é como um adejar de asas sobre um coração inquieto. A sua loucura é qualquer coisa de tão lancinantemente poético que lhe impessoaliza a figura. E a morte sagra-lhe a pureza.
Famosa galeria de mulheres domina a obra de Shakespeare. Tirou-as da história grega, da história romana, da história inglesa e francesa, de crônicas antigas, de lendas nórdicas semiesquecidas, aproveitando o contraste de sentimento e de caráter peculiar a cada uma delas, ressaltando-lhes quanto possuíram em beleza e originalidade.
Mas nenhuma possui substâncias tão impenetravelmente divinas como Ofélia, a menina inocente que enlouquece ao sentir-se abandonada pelo seu príncipe, e que morre ao colher uma flor.
Hamlet é também uma figura apaixonante. Por amor à memória do seu pai, finge a sua loucura e parece levar tão a sério o papel, que perde muitas vezes a lucidez. Ele, que era uma alma pura e nobre, vê de repente a face podre da vida e, o que é pior, na sua própria mãe.
A sua alucinação é algo de gigantesco e ele borda a loucura. Pensa demais. Excita-se, envenena-se psiquicamente, há uma precipitação louca na sua mente. Despreza duramente Ofélia, ri-se da sua inocência e pureza.
Hamlet é, como disse Taine, o retrato de Shakespeare. O gênio se pintou a si mesmo no mais profundo dos seus retratos.
Prefácio
Embora para muita gente seja Hamlet o ponto culminante da criação artística de Shakespeare, o nome da peça que ocorre naturalmente à ideia, quando é feita referência ao poeta — como o de Fausto, com relação a Goethe — é fora de dúvida que existiu uma tragédia do mesmo nome muito antes de poder Shakespeare, então nos primórdios de sua carreira literária, abalançar-se a um tema de tão grande responsabilidade. Não chegou até nós nenhum exemplar dessa peça, provavelmente de Kyd, a que Nashe se refere em uma carta publicada em 1589, como apêndice à mais antiga edição da obra de Greene, Menaphon.
As fontes remotas da tragédia são a História dânica, de Saxo Grammaticus, escritor dinamarquês da segunda metade do século XII, e a tradução inglesa das Histórias trágicas, de Belleforest, de autor desconhecido. A data de 1602 é a mais aceita como a da composição da peça, sem ficar excluída a possibilidade de tentativas anteriores, por parte do poeta, que provou a afeição à figura lendária do príncipe dinamarquês com o fato de ter batizado com o nome dele — ligeiramente alterado — o seu primeiro filho. Essa hipótese ganha foros de certeza com as divergências do texto dos diferentes Quartos que se publicaram ainda em vida de Shakespeare, e que, se em algumas passagens podem ser explicadas pela origem clandestina das edições, noutras deixam perceber a intenção artística do autor, no afã de dar expressão definitiva à sua concepção.
Esse fato levou alguns críticos a tentar extrair do texto tradicional da peça o Hamlet primitivo
— o Ur-Hamlet dos comentadores alemães — que, afinal, poderia ser apenas a tragédia de Kyd, com seu enredo de intrigas e a carnificina final, mas sem a figura do príncipe pensador, que não é apenas uma personagem entre outras, nem mesmo a personagem principal, mas toda a tragédia de ação interior, o agente, ou mesmo a causa inconsciente da catástrofe, por tudo o que faz e, principalmente, pelo que deixa de fazer.
Sendo provável, assim, que, na composição de Hamlet, Shakespeare se tivesse baseado num texto preexistente, não é menos certo que infundiu vida nova em todas as personagens e deslocou o eixo do interesse, interiorizando a ação, com fazer da alma de Hamlet a sede do conflito, sem o que a tragédia não passaria de uma carnificina desorientada, de simples valor estatístico, como nos romances policiais. Isso explica, no perfil das personagens principais, a persistência de alguns traços que, parecendo inculcar contradição, não passam de concessões à própria tradição do tema, de que o poeta não podia afastar-se em demasia.
Nos retratos de Polônio e de Ofélia é que essas contradições saltam mais à vista. É assim que Polônio ora se nos apresenta como um conselheiro sensato, um tanto sentencioso, é certo, mas, apesar de tudo, suportável e até simpático — muitas de suas máximas poderiam ser postas na boca da condessa de Rossilhão, da comédia Bem está o que bem acaba — ora como velho ridículo, que bem merece as invectivas de Hamlet, em sua loucura simulada. Ofélia, também, cairia em nosso conceito, se a julgássemos capaz de compreender o alcance de todos os conselhos do irmão, na cena em que ele se despede, antes de fazer-se de viagem para a França. Ou bem Ofélia é a criatura meiga de nossas relações, quase pessoa da família, tão viva está sempre em nossa imaginação, sem malícia e, mais do que isso, inexperiente, ou é uma menina sabida e, assim, capaz de compreender as insinuações do irmão e até de acompanhá-lo, com a imaginação, em sua vida de dissipações na capital da França. Mas não nos impressionemos; com a supressão de algumas linhas da fala de Laertes — duas, não mais — recompõe-se o perfil moral da heroína, a mais frágil das heroínas de Shakespeare, e que só merece esse nome por suas qualidades negativas. A afeição espontânea que Ofélia nos desperta é posta a dura prova na cena de seu encontro com Hamlet, que, aí, espezinha sua alma tão pura e nobre, com expressões de tão grande brutalidade.
Desconhecendo os verdadeiros motivos da transformação de Hamlet — a suspeita de que o pai não tivesse tido morte natural, o abalo que lhe causou o casamento da rainha e, sobretudo, nada sabendo, nem podendo saber, do aparecimento do espectro do rei — acreditava-se