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Hamlet
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E-book193 páginas2 horas

Hamlet

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Sobre este e-book

Em "Hamlet", Cláudio sobe ao trono da Dinamarca, por ocasião da morte do rei que era seu irmão, e se casa com Gertrudes, a rainha viúva. Hamlet, o jovem príncipe, mergulha em profunda depressão. Uma noite, o espectro do pai aparece diante do rapaz para revelar que Cláudio o matou para assumir a coroa e exige vingança. Hamlet passa então a fingir que está louco para que o tio não desconfie de suas verdadeiras intenções.
Tradutor: Carlos Alberto Nunes
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2011
ISBN9788520928417
Hamlet
Autor

William Shakespeare

William Shakespeare is the world's greatest ever playwright. Born in 1564, he split his time between Stratford-upon-Avon and London, where he worked as a playwright, poet and actor. In 1582 he married Anne Hathaway. Shakespeare died in 1616 at the age of fifty-two, leaving three children—Susanna, Hamnet and Judith. The rest is silence.

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    Hamlet - William Shakespeare

    Direitos de edição da obra em língua portuguesa adquiridos pela EDITORA NOVA FRONTEIRA PARTICIPAÇÕES S.A. Todos os direitos reservados.

    Coordenação: Daniel Louzada

    Conselho editorial: Daniel Louzada, Frederico Indiani,

    Leila Name, Maria Cristina Antonio Jeronimo

    Projeto gráfico de capa e miolo: Leandro B. Liporage

    Ilustração de capa: Cássio Loredano

    Diagramação: Filigrana

    Conversão para e-book: Celina Faria e Leandro B. Liporage

    Equipe editorial Nova Fronteira: Shahira Mahmud, Adriana Torres, Claudia Ajuz, Gisele Garcia

    Preparação de originais: Gustavo Penha, José Grillo, Fatima Fadel

    CIP-Brasil. Catalogação na fonte

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    S539h

    Shakespeare, William, 1564-1616

    Hamlet : príncipe da Dinamarca / William Shakespeare; tradução de Carlos Alberto Nunes. - [Ed. especial]. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011.

    (Saraiva de bolso)

    Tradução de: Hamlet

    ISBN  9788520928417

    1. Teatro inglês (Literatura). I. Nunes, Carlos Alberto. II. Título. III. Série.

    CDD: 822

    CDU: 821.111-2

    Livros para todos

    Esta coleção é uma iniciativa da Livraria Saraiva que traz para o leitor brasileiro uma nova opção em livros de bolso. Com apuro editorial e gráfico, textos integrais, qualidade nas traduções e uma seleção ampla de títulos, a coleção Saraiva de Bolso reúne o melhor da literatura clássica e moderna ao publicar as obras dos principais artistas brasileiros e estrangeiros que tanto influenciam o nosso jeito de pensar.

    Ficção, poesia, teatro, ciências humanas, literatura infantojuvenil, entre outros textos, estão contemplados numa espécie de biblioteca básica recomendável a todo leitor, jovem ou experimentado. Livros dos quais ouvimos falar o tempo inteiro, que são citados, estudados nas escolas e universidades e recomendados pelos amigos.

    Com lançamentos mensais, os livros da coleção podem acompanhá-lo a qualquer lugar: cabem em todos os bolsos. São portáteis, contemporâneos e, muito importante, têm preços bastante acessíveis.

    Reafirmando o compromisso da Livraria Saraiva com a educação e a cultura do Brasil, a Saraiva de Bolso convida você a participar dessa grande e única aventura humana: a leitura.

    Saraiva de Bolso. Leve com você.

    Hamlet

    Eis a obra-prima de Shakespeare. Hamlet é algo de genial que nos bafeja e obsedia. Hamlet é a vida, no que ela tem de apaixonante, enigmático e medonho.

    Como teria sido possível, a uma cultura tão limitada como a de Shakespeare, abarcar tão recônditas sutilezas metafísicas, tão tortuosos labirintos da alma humana?

    As hipóteses mais aceitáveis dão como fontes de inspiração do poeta as Histórias trágicas de Belleforest, A tragédia espanhola e Fratricida punido de Thomas Kyd, sendo o argumento da História dânica do historiador dinamarquês do século XIII, Saxo Grammaticus.

    Hamlet, o príncipe da Dinamarca, vê, um dia, sobre as muralhas do castelo de Elsinor, o espectro de seu pai, que morrera havia pouco. O espectro fala-lhe, e conta-lhe que havia sido assassinado por seu irmão Cláudio, o qual, casando com Gertrudes, sua esposa, lhe roubara o trono, a honra e a vida. Dizendo-lhe isto, exorta o filho à vingança, à punição do assassínio e incesto escandalosos. Hamlet promete vingá-lo, e, fingindo-se louco, abandona Ofélia, sua noiva, que endoidece e morre afogada. Depois de um duelo com Laertes, irmão de Ofélia, do qual sai ferido com a ponta da espada, envenenada previamente por Cláudio, Hamlet consegue ter forças para matar o tio adúltero, que fora causa de tomar sua mãe uma poção venenosa, da qual veio a morrer.

    A peça, se não fosse a profunda respiração filosófica de Hamlet e o lirismo inefável de Ofélia, não passaria duma vasta carnificina sem maior interesse. Ofélia é a mais tocante figura feminina de todas as literaturas: é algo de vago, esvoaçante e tênue, é como um adejar de asas sobre um coração inquieto. A sua loucura é qualquer coisa de tão lancinantemente poético que lhe impessoaliza a figura. E a morte sagra-lhe a pureza.

    Famosa galeria de mulheres domina a obra de Shakespeare. Tirou-as da história grega, da história romana, da história inglesa e francesa, de crônicas antigas, de lendas nórdicas semiesquecidas, aproveitando o contraste de sentimento e de caráter peculiar a cada uma delas, ressaltando-lhes quanto possuíram em beleza e originalidade. Mas nenhuma possui substâncias tão impenetravelmente divinas como Ofélia, a menina inocente que enlouquece ao sentir-se abandonada pelo seu príncipe, e que morre ao colher uma flor.

    Hamlet é também uma figura apaixonante. Por amor à memória do seu pai, finge a sua loucura e parece levar tão a sério o papel, que perde muitas vezes a lucidez. Ele, que era uma alma pura e nobre, vê de repente a face podre da vida e, o que é pior, na sua própria mãe.

    A sua alucinação é algo de gigantesco e ele borda a loucura. Pensa demais. Excita-se, envenena-se psiquicamente, há uma precipitação louca na sua mente. Despreza duramente Ofélia, ri-se da sua inocência e pureza.

    Hamlet é, como disse Taine, o retrato de Shakespeare. O gênio se pintou a si mesmo no mais profundo dos seus retratos.

    Prefácio

    Embora para muita gente seja Hamlet o ponto culminante da criação artística de Shakespeare, o nome da peça que ocorre naturalmente à ideia, quando é feita referência ao poeta como o de Fausto, com relação a Goethe — é fora de dúvida que existiu uma tragédia do mesmo nome muito antes de poder Shakespeare, então nos primórdios de sua carreira literária, abalançar-se a um tema de tão grande responsabilidade. Não chegou até nós nenhum exemplar dessa peça, provavelmente de Kyd, a que Nashe se refere em uma carta publicada em 1589, como apêndice à mais antiga edição da obra de Greene, Menaphon.

    As fontes remotas da tragédia são a História dânica, de Saxo Grammaticus, escritor dinamarquês da segunda metade do século XII, e a tradução inglesa das Histórias trágicas, de Belleforest, de autor desconhecido. A data de 1602 é a mais aceita como a da composição da peça, sem ficar excluída a possibilidade de tentativas anteriores, por parte do poeta, que provou a afeição à figura lendária do príncipe dinamarquês com o fato de ter batizado com o nome dele — ligeiramente alterado — o seu primeiro filho. Essa hipótese ganha foros de certeza com as divergências do texto dos diferentes Quartos que se publicaram ainda em vida de Shakespeare, e que, se em algumas passagens podem ser explicadas pela origem clandestina das edições, noutras deixam perceber a intenção artística do autor, no afã de dar expressão definitiva à sua concepção.

    Esse fato levou alguns críticos a tentar extrair do texto tradicional da peça o Hamlet primitivo — o Ur-Hamlet dos comentadores alemães — que, afinal, poderia ser apenas a tragédia de Kyd, com seu enredo de intrigas e a carnificina final, mas sem a figura do príncipe pensador, que não é apenas uma personagem entre outras, nem mesmo a personagem principal, mas toda a tragédia de ação interior, o agente, ou mesmo a causa inconsciente da catástrofe, por tudo o que faz e, principalmente, pelo que deixa de fazer.

    Sendo provável, assim, que, na composição de Hamlet, Shakespeare se tivesse baseado num texto preexistente, não é menos certo que infundiu vida nova em todas as personagens e deslocou o eixo do interesse, interiorizando a ação, com fazer da alma de Hamlet a sede do conflito, sem o que a tragédia não passaria de uma carnificina desorientada, de simples valor estatístico, como nos romances policiais. Isso explica, no perfil das personagens principais, a persistência de alguns traços que, parecendo inculcar contradição, não passam de concessões à própria tradição do tema, de que o poeta não podia afastar-se em demasia.

    Nos retratos de Polônio e de Ofélia é que essas contradições saltam mais à vista. É assim que Polônio ora se nos apresenta como um conselheiro sensato, um tanto sentencioso, é certo, mas, apesar de tudo, suportável e até simpático — muitas de suas máximas poderiam ser postas na boca da condessa de Rossilhão, da comédia Bem está o que bem acaba — ora como velho ridículo, que bem merece as invectivas de Hamlet, em sua loucura simulada. Ofélia, também, cairia em nosso conceito, se a julgássemos capaz de compreender o alcance de todos os conselhos do irmão, na cena em que ele se despede, antes de fazer-se de viagem para a França. Ou bem Ofélia é a criatura meiga de nossas relações, quase pessoa da família, tão viva está sempre em nossa imaginação, sem malícia e, mais do que isso, inexperiente, ou é uma menina sabida e, assim, capaz de compreender as insinuações do irmão e até de acompanhá-lo, com a imaginação, em sua vida de dissipações na capital da França. Mas não nos impressionemos; com a supressão de algumas linhas da fala de Laertes — duas, não mais — recompõe-se o perfil moral da heroína, a mais frágil das heroínas de Shakespeare, e que só merece esse nome por suas qualidades negativas. A afeição espontânea que Ofélia nos desperta é posta a dura prova na cena de seu encontro com Hamlet, que, aí, espezinha sua alma tão pura e nobre, com expressões de tão grande brutalidade.

    Desconhecendo os verdadeiros motivos da transformação de Hamlet — a suspeita de que o pai não tivesse tido morte natural, o abalo que lhe causou o casamento da rainha e, sobretudo, nada sabendo, nem podendo saber, do aparecimento do espectro do rei — acreditava-se

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