Corações rivais
De Abby Green
5/5
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Sobre este e-book
Leo Parnassus tinha regressado a Atenas para gerir o império familiar. Nascido e criado em Nova Iorque, foi-lhe difícil lutar com as intrigas familiares e as expectativas de que se casasse e gerasse herdeiros. No meio de tanta tradição, aquela bonita jovem era uma distracção bem-vinda.
Talvez fosse uma humilde empregada, mas Ângela ocultava alguns segredos... Leo adorou descobrir que era virgem, mas não gostou de saber que ela era a filha do seu adversário!
Abby Green
Abby Green spent her teens reading Mills & Boon romances. She then spent many years working in the Film and TV industry as an Assistant Director. One day while standing outside an actor's trailer in the rain, she thought: there has to be more than this. So she sent off a partial to Harlequin Mills & Boon. After many rewrites, they accepted her first book and an author was born. She lives in Dublin, Ireland and you can find out more here: www.abby-green.com
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Corações rivais - Abby Green
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2010 Abby Green
© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Corações rivais, n.º 1306 - junho 2018
Título original: The Virgin’s Secret
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9188-306-7
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Se gostou deste livro…
Prólogo
Leonidas Parnassus olhou pela janela do seu avião privado. Tinham acabado de aterrar no aeroporto de Atenas. Para sua consternação, sentia uma sensação incómoda no peito. Não tinha nenhum desejo de se mexer do seu lugar, apesar de as assistentes de bordo estarem a preparar-se para abrir a porta e de odiar estar quieto. Atribuiu-o ao facto de ainda estar irritado por ter acedido ao pedido do seu pai de ir a Atenas para «falar».
Ele não se dedicava a nada nem a ninguém que considerasse uma perda de tempo ou energia: quer fosse um negócio, uma amante ou um pai que antepunha uma fortuna familiar e o seu apelido a ter uma relação com o seu filho. Leo fez uma careta, tanto por causa do calor tórrido proveniente do asfalto, como devido aos seus pensamentos sombrios.
Ele era um grego puro, mas nunca pisara em chão grego. A sua família fora exilada do seu lar antes de ele nascer, mas o seu pai regressara, triunfante, há alguns anos, cumprindo o seu sonho de limpar o seu apelido de um crime terrível e glorificando-se com o seu novo estatuto e a sua riqueza incalculável.
Uma raiva amarga apoderou-se dele ao recordar o rosto da sua amada yaya, estragado pela tristeza. Ela não pudera regressar a casa: morrera num país estranho que nunca amara. E, embora ela o tivesse urgido a voltar assim que tivesse oportunidade, ele jurara que não voltaria para o lugar que rejeitara a sua família com tanta facilidade.
Atenas ainda era o lar da família Kassianides, os responsáveis por toda a sua dor e tristeza, e que estavam a sofrer demasiado tarde e demasiado pouco pelo que tinham feito. Tinham destruído a sua infância de muitas maneiras. E, no entanto… Ali estava ele.
Alguma coisa na voz do seu pai, uma fraqueza inconfundível, fizera-o decidir ir, apesar de tudo o que acontecera. Talvez quisesse demonstrar que não se encontrava à mercê das suas emoções?
Essa ideia não era engraçada. Com oito anos, jurara que não permitiria que as emoções se apoderassem dele, pois tinham acabado com a sua mãe. Ele podia ir ao seu lar ancestral, com toda a sua dignidade, e depois rejeitá-lo de uma vez por todas, certo? Mas antes devia enfrentar o facto de o seu pai querer que se encarregasse do negócio familiar de transportes internacionais. Ele renunciara à sua herança há muito tempo. Entregara-se ao espírito empreendedor dos Estados Unidos e geria um negócio que englobava finanças, compras e propriedade e que, recentemente, comprara um quarteirão inteiro de edifícios no Lower East Side de Nova Iorque para ser urbanizado.
A sua única opinião no negócio do seu pai fora há alguns anos, quando tinham apertado o nó à volta do pescoço de Tito Kassianides, o último patriarca vivo daquela família. O desejo de vingança fora a única coisa que ligara pai e filho.
Leo sentira-se especialmente satisfeito ao certificar-se de que a família Kassianides desaparecia, graças a uma fusão poderosa que o seu pai orquestrara com Aristóteles Levakis, um dos titãs da indústria grega. No entanto, naquele momento, prestes a pisar no chão da Grécia, sentia-se estranhamente vazio. Não conseguia evitar pensar em como a sua avó desejara que chegasse aquele momento e nunca tivera a oportunidade de o ver.
Ouviu-se uma tosse discreta.
– Desculpe, cavalheiro.
Leo levantou o olhar, furioso por alguém o observar num momento privado, e viu a assistente de bordo a apontar para a porta aberta da cabina. Voltou a sentir uma pressão no peito e teve o impulso infantil de lhes dizer para fecharem a porta e descolarem novamente rumo a Nova Iorque. Era como se alguma coisa estivesse à espera dele do outro lado daquela porta. Uma mistura de emoções estava a emergir e era tão incómoda que se levantou com um salto, para a afastar.
Dirigiu-se para a porta, consciente dos olhares do pessoal. Estava habituado a que as pessoas observassem as suas reacções, mas, naquele momento, incomodou-o enormemente.
A primeira coisa que sentiu foi um golpe de calor, seco e abrasador. Estranhamente familiar. Inalou o ar de Atenas pela primeira vez na sua vida e sentiu um aperto no coração face à sensação intensa de familiaridade. Sempre pensara que, se lá fosse, trairia a lembrança da sua avó, mas naquele momento sentia-se como se ela estivesse ao seu lado, a encorajá-lo. Para um homem cerebral como ele, era uma sensação estranha e perturbadora.
Pôs uns óculos de sol enquanto sentia um formigueiro desagradável. Tinha a sensação de que tudo na sua vida ia mudar.
Ao mesmo tempo, noutro lugar de Atenas
– Respira fundo e diz-me qual é o problema, Delphi. Não posso ajudar-te se não me contares.
Estas palavras só causaram mais lágrimas. Ângela estendeu-lhe outro lenço, enquanto um calafrio lhe percorria as costas. A sua meia-irmã falou entre soluços.
– Eu não faço coisas assim, Ângela. Sou estudante de Direito!
Ângela pôs-lhe o cabelo atrás de uma orelha e disse suavemente:
– Eu sei, querida. Escuta, seja o que for, não pode ser assim tão mau, portanto conta-me para que possamos fazer alguma coisa a respeito disso.
Disse-o com total confiança. Delphi era introvertida, demasiado calada. Sempre fora, mas isso intensificara-se depois do acidente trágico que acabara com a vida da sua irmã gémea, Damia, há seis anos. Desde então, perdera-se em livros e estudos. Portanto, quando, num tom de voz fraco, anunciou que estava grávida, Ângela simplesmente não registou as palavras.
– Ouviste-me? Estou grávida – insistiu Delphi. – Esse é o problema.
Ângela apertou com força as mãos da sua meia-irmã e olhou para ela nos olhos, tão diferentes dos seus, apesar de partilharem o mesmo pai.
Tentou fazer com que o choque não se apropriasse dela.
– Como aconteceu? – inquiriu e fez uma careta. – Quero dizer, sei como, mas…
A sua irmã baixou o olhar, com culpa e as faces coradas.
– Sabes que a relação entre mim e Stavros se tornou mais séria… – respondeu Delphi e olhou para ela.
Ângela derreteu-se face à confusão que viu no seu rosto.
– Ambos queríamos. Sentimos que era o momento e desejávamos fazê-lo com alguém que amássemos…
Ângela sentiu um aperto no coração. Ela também desejara o mesmo, até… A sua irmã continuou, afastando-a da sua lembrança dolorosa.
– Tivemos cuidado, usámos protecção, mas… rasgou-se – explicou, corando. – Decidimos esperar até ver se havia algum motivo de preocupação… E agora há.
– Stavros sabe?
Delphi assentiu e olhou para ela timidamente.
– Não lhe tinha dito, mas no mês passado, no meu aniversário, pediu-me em casamento.
Não era uma surpresa, ambos tinham passado a vida como um casal feliz.
– Ele contou aos pais?
Delphi assentiu e o seu rosto encheu-se de lágrimas.
– O pai ameaçou deserdá-lo se nos casarmos. Sabes que nunca gostou da nossa família…
Ângela encolheu-se por dentro. Stavros provinha de uma das famílias mais antigas da Grécia e os seus pais eram uns snobes empedernidos. Mas antes de poder falar, Delphi continuou, num tom de voz trémulo.
– E agora é pior, porque a família Parnassus regressou a casa e todos sabem o que aconteceu. E com o nosso pai na bancarrota…
Uma conhecida sensação de vergonha apoderou-se de Ângela ao ouvir mencionar esse nome. Há muitos anos, a sua família cometera um crime terrível contra os Parnassus, muito mais pobres do que eles, acusando-os falsamente de um assassinato horrendo. Só recentemente tinham reparado o mal: o seu tio-avô Costas, o autor do crime, confessara tudo num bilhete antes de se suicidar e, então, a família Parnassus, bem-sucedida e enormemente rica, vira a sua oportunidade de se vingar e regressara a Atenas dos Estados Unidos em glória. O escândalo consequente e a reorganização do poder tinham feito com que Tito Kassianides começasse a perder negócios e dinheiro, ao ponto de a família enfrentar a bancarrota. Pior ainda, Parnassus assegurara-se de que todos soubessem a maneira detestável como os Kassianides tinham abusado do seu poder.
– Stavros quer que fujamos…
Aquilo devolveu Ângela ao presente. Ia responder, mas a sua irmã parou-a.
– Mas não o permitirei. Sei como é importante para ele entrar na política algum dia e isto poderia arruinar todas as suas possibilidades.
Ângela maravilhou-se com aquela atitude desinteressada. Segurou nas mãos da sua irmã.
– E tu, Delphi? Também mereces ser feliz e ter um pai para o teu bebé.
No andar de baixo, alguém bateu com a porta e ambas deram um salto.
– Já está em casa… – sussurrou Delphi, com uma mistura de receio e desprezo na sua voz, enquanto os barulhos inarticulados do seu pai bêbado se elevavam do andar inferior.
Os seus olhos encheram-se de lágrimas novamente e Ângela apercebeu-se do novo estado da sua irmã mais nova, que precisava de se proteger de qualquer escândalo ou de perder Stavros. Segurou-a pelos ombros e fez com que olhasse para ela.
– Fizeste bem em contar-me, querida. Comporta-te como se tudo estivesse como sempre e encontraremos uma solução. Vais ver.
– Mas o nosso pai está cada vez mais fora de controlo – replicou Delphi, quase histérica, – e a nossa mãe está prestes a perder as forças…
– Não te preocupes. Não estive sempre contigo?
Ao dizer isto, sentiu um aperto no coração. Quando Delphi mais precisara dela, depois da morte de Damia, a sua irmã gémea, ela não estivera ao seu lado. Por isso, prometera continuar a viver naquela casa até a sua irmã alcançar a independência.
Delphi assentiu com os olhos cheios de lágrimas e olhou para ela com tal confiança, que Ângela sentiu um pânico avassalador. Enxugou-lhe as lágrimas.
– Tens exames dentro de poucos meses e coisas suficientes em que pensar. Eu ocupar-me-ei do resto.