Dourado
De David Wood
3/5
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Sobre este e-book
Um tesouro naufragado. Um antigo artefato bíblico. Um mistério tão antigo quanto a humanidade. Em 25 de janeiro de 1829, o brigue português naufragou na costa da Indonésia, perdendo sua preciosa carga de tesouros da Terra Sagrada. Uma dessas relíquias possui a chave para um antigo mistério. Mas alguém não quer que esse mistério seja revelado. Quando seu pai é assassinado durante sua busca pelo Dourado, Kaylin Maxwell contrata o caçador de tesouros e ex-integrante da Marinha americana Dane Maddock e seu parceiro Uriah “Bones” Bonebrake, para localizar o Dourado e recuperar o artefato bíblico perdido, cuja verdade por trás dele poderia abalar as fundações da igreja e colocar em questionamento as verdades fundamentais da existência humana. Junte-se a Dane e Bones nessa aventura perigosa, que os leva das profundezas do Pacífico até antigas cidades de pedra para revelar o mistério do Dourado.
David Wood
Based in West Lancashire, David is a keen walker, photographer and rock climber. As a frequent traveller he has followed his pursuits in over 20 countries across five continents. David worked initially in the police service, following which he taught in secondary and adult education. He subsequently worked as a psychologist with children and adults in the public sector. After developing an interest in the mountains as a young teenager through the Duke of Edinburgh's Award Scheme, David completed the Pennine Way at the age of 17. He improved his rock climbing in his thirties largely through the influence of the Fylde Mountaineering Club. During frequent climbing visits to Morocco with the Club he became increasingly aware of the potential for walking and scrambling and in March 2015 he returned with his partner Halina to explore and document the routes in this guidebook.
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Avaliações de Dourado
19 avaliações1 avaliação
- Nota: 2 de 5 estrelas2/5I was a bit disappointed by this book. The beginning was fantastic as it detailed the wreckage of a ship which was laden with ancient artifacts. The middle was ok as well but I found the ending a bit far-fetched for my liking. Still, it did not take lone to read and was enjoyable for the most part.
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Dourado - David Wood
Um tesouro naufragado. Um antigo artefato bíblico. Um mistério tão antigo quanto a humanidade. Em 25 de janeiro de 1829, o brigue português naufragou na costa da Indonésia, perdendo sua preciosa carga de tesouros da Terra Sagrada. Uma dessas relíquias possui a chave para um antigo mistério. Mas alguém não quer que esse mistério seja revelado. Quando seu pai é assassinado durante sua busca pelo Dourado, Kaylin Maxwell contrata o caçador de tesouros e ex-integrante da Marinha americana Dane Maddock e seu parceiro Uriah Bones
Bonebrake, para localizar o Dourado e recuperar o artefato bíblico perdido, cuja verdade por trás dele poderia abalar as fundações da igreja e colocar em questionamento as verdades fundamentais da existência humana. Junte-se a Dane e Bones nessa aventura perigosa, que os leva das profundezas do Pacífico até antigas cidades de pedra para revelar o mistério do Dourado.
Elogios às Aventuras de Dane Maddock por David Wood
Uma aventura acelerada com ação de sobra. Dane Maddock é um herói do mesmo molde que Dirk Pitt, e
Bones Bonebrake é o melhor companheiro. Se você gosta de suspenses com um toque mistério e arqueologia bíblica, Dourado é o livro para você.
Megalith Book Reviews.
Dourado é uma leitura rápida, reminiscente das primeiras aventuras de Cussler, e perfeito para uma tarde na praia ou durante um longo voo. Você definitivamente vai querer mais de Maddock.
Sean Ellis – autor de Into the Black.
Um emocionante passeio sem paradas e com uma ameaça tripla – inteligente, divertido e misterioso.
Jeremy Robinson, autor de Thereshold
David Wood conseguiu novamente. Quest leva você a uma expedição de encontro com uma trilha de aventuras e emoções. David Wood aprimorou seu ofício e Quest é a prova de seus esforços!
David L. Golemon, autor de Legacy, The Supernaturals, e Event.
Antigas pinturas em cavernas? Cidades de ouro? Pergaminhos secretos? Pode contar comigo! Cibola é um conto sinuoso de aventura e intriga que não lhe deixa para trás nem te abandona!
Robert Masello, autor de Bestiary e Bloos and Ice.
Vamos deixar isso claro: David Wood é o próximo Clive Cussler. Desde sua escrita acessível, a trama ampla e aos personagens principais que não desistem não importa o que aconteça, o último livro de Wood, Quest, é uma tremenda aventura clássica. Assim que começa a ler, você não vai ser capaz de parar até que o último mistério se revele na última linha.
Edward G. Talbot, autor de 2010: THE FIFTH WORLD.
Trabalhos de David Wood
Aventuras de Dane Maddock
Dourado
Cibola
Quest
Icefall
Buccaneer
Atlantis (ainda não publicado)
Romances únicos
Into the Woods
The Zombie-Driven Life
You Suck
Callsign: Queen (com Jeremy Robinson)
David Wood escrevendo como David Debord
The Silver Serpent
Keeper of the Mists
Works by David Wood
Índice
Prólogo
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
EPÍLOGO
SOBRE O AUTOR
Para minha esposa Cindy, minha leitora, crítica e fã número um.
Prólogo
Não há outra igual, replicou Davi; dá-me.
I Samuel, 21:9
25 de Janeiro de 1829 – Oceano Índico
O sonho precioso fugiu como a última névoa da manhã antes do sol nascente. Outra onda quebrou contra a lateral do Dourado, o som do choque retumbou como trovão na pequena cabine. O Monsieur le Chevalier Louis Domenic de Rienzi se agarrou firmemente na borda da cama para que não rolasse ou caísse. Ele estava sonhando com o retorno triunfante à França, onde poderia mostrar os frutos de seus anos de trabalho duro. Puxou para cima da cabeça o cobertor úmido e mofado, mas era uma barreira inútil contra os gritos que vinham de cima. Ele fechou os olhos apertados e tentou se forçar a dormir novamente, mas não teve sucesso. Murmurando um xingamento, empurrou os cobertores encharcados para o peito e encarou o teto de madeira antiga.
Um homem na sua posição deveria ter acomodações mais adequadas, ele pensou. É claro, essa era a melhor que o capitão pode oferecer. Quando voltasse à França, quando eles vissem o que havia recuperado, então se tornaria um homem importante. Teria apenas os melhores alojamentos. Ele sorriu. Por um momento, a cabine de madeira antiga se transformou em um aposento de luxo no melhor navio.
Outra onda fez com que o navio balançasse como um bêbado, e ele imaginou sua cabine desmanchando em um redemoinho. Rienzi continuou parado até que o navio se estabilizasse antes de se levantar para colocar suas botas e casaco. Os gritos no convés ficaram mais estridentes, com uma nota de urgência que não estava ali antes. A tempestade devia estar pior do que havia imaginado.
Ele se permitiu um minuto para olhar no pequeno espelho pregado na parede oposta à cama. Já não era mais um homem jovem, mas a idade o estava abençoando com um toque de dignidade que não tinha em sua juventude. Ele havia saído de casa como um rapaz, mas estava retornando como um aventureiro experiente com uma história fabulosa para contar.
A porta da sua cabine se abria para um corredor estreito. Uma mulher pequena vestindo um roupão espiava pela porta diretamente oposta à dele. Sua touca de dormir estava torta, o que dava uma aparência cômica à sua feição comprimida. Os olhos deles se encontraram e ela deu um pequeno grito antes fechar a porta. Rienzi riu e fez seu caminho pelo corredor estreito até a escada de acesso ao convés.
O ar salgado invadiu as narinas dele quando entrou na noite gelada. Grossos pingos de chuva acertaram seu rosto, lavando qualquer vestígio de sono. Um marinheiro passou correndo, empurrando Rienzi em sua pressa. O homem murmurou algo que deve ter sido um pedido de desculpas, mas o português de Rienzi era muito limitado.
Nuvens negras raivosas proclamavam a ferocidade da tempestade que assolava o navio. O brigue surgia através das ondas que quebravam no convés como dedos famintos agarrando uma presa. Ele segurou apertado o casaco em volta de si para bloquear o vento gelado que cortava através e agradeceu à Mãe Abençoada que era verão na metade inferior do mundo onde estava. Como essa tempestade seria em casa, no coração do inverno francês?
Com a graça de um esgrimista, ele saiu para o convés, mantendo-se equilibrado na plataforma inclinada. Os marinheiros do convés corriam, obviamente tentando parecerem corajosos em frente aos passageiros que se acumulavam perto do mastro principal. É estranho que as pessoas se sentissem mais seguras naquele lugar, onde uma onda errante poderia varrê-los para longe, do que no interior do barco onde era quente e seco.
Logo encontrou o capitão, Francisco Covilha, que estava lutando com o timão e simultaneamente gritando ordens.
– Capitão. – ele gritou. – Posso ser de alguma assistência? – Rienzi tinha algum conhecimento sobre navegar, apesar de não ter tanto quanto um marinheiro veterano. Ainda sim, pareceu apropriado ao menos oferecer.
O marinheiro português sacudiu a cabeça, e falou em um francês com sotaque.
– Desculpe-me Monsieur. Eu preciso nos manter longe das pedras. – mantendo seu aperto no timão, ele acenou com a cabeça para frente e para o porto.
Rienzi se virou e viu, com alarme, uma linha de rochas afiadas que sobressaíam do mar, o brilho fraco do amanhecer iluminando sua aparência dentada. Apesar dos melhores esforços da tripulação, o Dourado seguia em direção ao perigo certo, carregado na crista do vento e das ondas mortais.
Não havia como ajudar o capitão e a tripulação e, ele também não tinha muitas esperanças de que o navio iria escapar ao seu destino iminente. Mas havia algo, de fato, que Rienzi podia fazer. Cambaleando com cada movimento do mar, ele caminhou até o lugar onde os passageiros assustados se amontoavam em desordem e medo. Tomando-o como algum tipo de autoridade, todos começaram a lhe fazer perguntas.
A maior parte deles falava inglês, mas alguns eram franceses. Rienzi sabia falar a língua sem cultura dos imbecis do lado norte do canal, mas não iria fazê-lo a não ser que fosse absolutamente necessário. Ele tinha uma reputação a considerar.
– Não falem. – ele gritou por cima da confusão de perguntas deles. – Nós temos pouco tempo.
Apesar de ele estar falando em francês, todos pareceram entender o significado e ficaram quietos. Ele deu mais uma olhada para as rochas que se aproximavam. Elas pareciam como dentes de algum tipo de besta primordial, prestes a esmagar sua frágil embarcação. Não havia tempo para buscar os outros que estavam abaixo, o impacto não seria fraco e o convés inferior não era a alternativa mais segura.
Ele encontrou uma corda amarrada a um parapeito próximo. Ela era uma das cordas usadas pela própria tripulação para se segurarem em situações como essa. Ele fez os passageiros se sentassem e mostrou-lhes como dobrar a corda em torno de cada um de seus braços, então todos poderiam estar amarrados à mesma corda. Uma das mulheres inglesas reclamou da chuva e do frio, mas ele a ignorou. Quando todos estavam seguros, ele enrolou a ponta da corda em torno de seu pulso e se abaixou no convés, esperando pela guilhotina como um prisioneiro condenado.
Meus tesouros! O pensamento súbito perfurou o véu da apreensão e embutido em seu coração. Uma sensação de frio passou por seu estômago e um tremor atingiu seu corpo. Artefatos inestimáveis e insubstituíveis que representavam o trabalho de uma vida estavam guardados no andar inferior. Quantos anos ele tinha levado para coletá-los? Mais do que os outros, um item em particular não podia ser perdido.
Com esse pensamento em mente, ele se levantou do convés e olhou para o oceano. As rochas ainda se aproximavam perigosamente à frente, as ondas quebrando sobre eles enviando gotas de espuma que lhe trouxe à mente a imagem de um animal raivoso. Agora eles pareciam estar mais longe do porto. Será que o capitão estava conseguindo ter algum controle sobre a embarcação? Eles estavam indo rápido em direção ao fim da linha de rochas, a chuva fria batendo em seu rosto. Segurou a respiração. Será que eles iam conseguir?
Desenrolando a corda de segurança de seu braço, ele rastejou para o lado e agarrou o parapeito, observando como os perigosos objetos brilhavam, o espaço entre o Dourado e essas sentinelas da desgraça cada vez mais estreito. A última pedra passou à apenas poucos metros.
E então o mundo explodiu.
Um som alto e estridente encheu suas orelhas, e tudo pulou no navio. Ele caiu em direção à proa, a dor se espalhando através de sua carne fria e entorpecida enquanto ele meio rolou, meio saltou através do convés duro e escorregadio. Ele foi de encontro com o mastro principal, soltando um gemido ofegante e levando um corte na base de seu crânio. Tonto, ele lutou para ficar de pé. Entretanto, seus pés e mãos não queriam trabalhar e sua cabeça parecia cheia de areia. Entregando-se com um gemido agonizante, fechou os olhos.
– Eu não tenho escolha, Monsieur Rienzi. Eu tenho que dar a ordem para abandonar o navio. – baixo e gordo, Francisco Covilha era um palmo menor do que Rienzi, mas ainda assim conseguia parecer como se estivesse olhando de cima para o explorador. A luz da lua acentuava seu nariz torto e rosto alongado.
– Capitão, você não pode estar falando sério. – Rienzi implorou. – Você tem que nos manter à tona até de manhã. Certamente nós podemos aguentar até a ajuda chegar. – ele esfregou sua cabeça, que ainda pulsava por causa da pancada que o havia deixado inconsciente. Tentou aliviar a dor tomando um pouco de vinho, mas conseguiu apenas deixar seus sentidos mais adormecidos ao ponto de ser uma distração incômoda.
– Nenhuma ajuda está a caminho. – Covilha sacudiu a cabeça. – Nós perdemos o leme quando atingimos aquelas pedras pouco abaixo da superfície. Provavelmente, estamos derivando para fora das faixas de navegação. Nós não podemos ter esperança de que alguém venha em nosso auxílio, e essa embarcação não vai permanecer flutuando por muito tempo. Talvez você tenha percebido isso, não?
Rienzi encarou o homem baixo por um momento. Ele havia, de fato, observado com igual desespero o nível d’água se elevando. Ele não podia perder essa carga. Era preciosa demais. O mundo não podia correr o risco de perder essa carga. Como ele podia fazer com que o homem entendesse.
– Capitão, se você não sabe onde nós estamos. – ele discutiu. – Então como pode esperar que a tripulação e os passageiros cheguem ao porto com segurança? – talvez fosse egoísmo seu tentar manter o navio que afundava na água, mas ele não tinha outra escolha. Era imperativo que ele convencesse Covilha a não abandonar o navio e a carga. Ainda restava a remota possibilidade de que alguém pudesse vir resgatá-los. Qualquer tempo que ele conseguisse, nem que fosse apenas alguns minutos, aumentava essa chance.
– Eu não sei precisamente onde nós estamos. – o capitão instruiu. – Mas nós temos derivado para o sul e sudeste durante todo o dia. Eu tenho uma ideia geral de nossa localização, e sei que podemos chegar à Singapura. Isso é, se nós sairmos desse navio antes que todos se afoguem. – o rosto do capitão era uma máscara de determinação, e naquele momento Rienzi entendeu que nunca seria capaz de dissuadir o homem.
– Capitão. – uma voz chamou por detrás de Rienzi. Um dos marinheiros, um homem baixo e moreno, com uma cicatriz que ia desde sua orelha esquerda até seu lábio superior, trazia um olhar assustado que estragava ainda mais seu rosto desfigurado. – A água está subindo muito mais rápido do que antes. Acho que temos apenas alguns poucos minutos. – ele deu um olhar de simpatia para Rienzi. – Eu sinto muito, Monsieur.
O momento culpa que ele sentiu por ter pensado somente na feiura do marinheiro se dissolveu com as palavras subsequentes de Covilha.
– Dê a ordem para abandonar o navio. – o capitão instruiu. Sem mais nenhuma palavra para Rienzi, ele se voltou para o outro lado e começou a gritar ordens.
Murmurando um xingamento, Rienzi correu para o convés frontal e desceu para o nível de onde a tripulação fugia. Havia se certificado de saber exatamente onde seus tesouros estavam guardados, um em particular, e rapidamente encontrou o alçapão que dava acesso ao porão.
Os sons dos passageiros assustados podia ser ouvido vindo de cima, quando as pessoas que haviam acreditado que o pior já havia passado agora se encontravam abandonando o navio. Isso deveria acontecer à meia-noite, ele pensou.
Levantando a porta do alçapão, ele pisou na escada e começou a descer os degraus. Quando havia descido apenas alguns, ouviu o som da água chapinhando lá dentro. Devia estar enchendo rápido. Uma sensação gelada de condenação cresceu dentro dele, e ele apertou os olhos para ver dentro da escuridão, mas não havia nenhuma luz para ver alguma coisa. Precisava encontrar uma lanterna, apesar de que provavelmente não seria de muita ajuda. Por que ele não havia guardado aquilo em sua cabine? Ele sabia a resposta: era muito grande para que coubesse escondido em seu pequeno dormitório, e teria sido um objeto tentador para o capitão e a tripulação. Havia parecido mais seguro deixa-lo na caixa junto com os outros artefatos. Estava certamente seguro contra mãos curiosas agora. Ou logo estaria. Ele deu uma risada desconsolada com a ironia.
Subiu a escada e voltou ao convés. O Dourado estava se inclinando para bombordo, e ele se esforçou para manter o equilíbrio enquanto corria para seus aposentos. Lá dentro, pegou uma pequena lanterna, juntamente com seu diário, que manteve seguro dentro de um saco oleado. Acendendo rapidamente o pavio, ele retornou ao convés.
O navio estava agora se inclinando mais poderosamente, e ele foi forçado a colocar sua mão livre no convés e correr como um caranguejo ferido. Enquanto ia em direção à proa, um barulho chamou sua atenção. Ele levantou a lanterna e a luz caiu sobre duas jovens mulheres, seus rostos paralisados de terror, se agarrando ao mastro.
– Entrem nos botes. – ele gritou. – Rápido.
A mulher mais baixa, loira e de pele tão clara que quase parecia um fantasma à luz da lua, sacudiu a cabeça. A outra não deu nenhuma resposta. O medo as segurava no lugar.
– Monsieur! – a voz do Capitão retumbou. – O segundo bote está saindo! Você deve ir agora!
– Espere por nós Capitão! Ainda há passageiros a bordo! – Rienzi implorou. Se o homem não fosse esperar por Rienzi, talvez esperasse pelos outros.
– Se apresse, eu lhe rogo. – a voz de Covilha cobriu uma considerável distância. – O navio está afundando rápido!
– Mon Dieu! – Rienzi murmurou enquanto se arrastava até onde as duas mulheres estavam. – Venham comigo. – ele ordenou. – Eu vou leva-las até o bote.
A mulher que não havia respondido antes, uma morena magra com olhos castanhos, assentiu. Ela soltou o mastro com uma óbvia relutância, e se arrastou para o lado dele.
– Venha Sophie. – ela falou para a loira. – Nós devemos ir rápido. Não há tempo. – ainda assim Sophie sacudiu a cabeça e recusou a se mover.
Dessa vez, sem se importar em murmurar o xingamento, Rienzi se moveu para o lado da mulher, suas botas deslizando no piso escorregadio. Segurando a sacola oleada com os dentes, ele usou sua mão livre para soltar os dedos de Sophie do mastro. Ele a agarrou pela cintura e a levantou sobre os ombros. Sentiu os braços da outra mulher ao redor de seu corpo, o mantendo firme enquanto tropeçavam juntos através do convés.
O Capitão estava esperando no corrimão. Juntos, eles ajudaram as mulheres a entrarem no bote menor. A pouca distância, o bote maior aguardava. Cada embarcação lotada com marinheiros e viajantes com olhares ansiosos.
– Já foram todos? – Covilha perguntou.
Rienzi assentiu e colocou a sacola oleada dentro do bote.
– Podem ir. Eu vou me juntar a vocês dentro de pouco tempo. – ele se virou e deixou o capitão de boca aberta no topo da escada de corda. Tropeçou e fez seu caminho de volta ao convés da tripulação para abrir novamente o alçapão. Ele colocou a lanterna para dentro do espaço e sentiu seu coração ir ao seu estômago. Tudo estava debaixo d’água. Tudo estaria perdido. Ele devia ter tirado isso de lá quando o navio acertou as primeiras rochas. Maldição, não tinha realmente acreditado que o navio fosse afundar!
Um choro lamentoso o tirou de seus pensamentos escuros, particularmente quando percebeu que não havia vindo de sua garganta. Ele olhou baixo e viu um pequeno cachorro nadando furiosamente na água gelada e salgada que enchia o porão. Como ele havia chegado lá? O nível da água estava tão alto que ele foi capaz de se esticar e pegar a pobre criatura pela pele do pescoço e levantá-lo para a segurança.
O Dourado balançou, e agora ele podia sentir a embarcação afundando. Se não estivesse longe quando o navio afundasse, a sucção iria puxá-lo para baixo. Ele jogou para longe a lanterna, ignorando o som de vidro quebrando. Agarrando o pequeno cão firmemente contra seu peito, tropeçou até a escada e subiu ao convés. Sem procurar pelos botes, ele correu até o parapeito e saltou. O Dourado estava tão afundado que ele nem mesmo teve tempo de fechar os braços antes do choque da água fria.
Quando sentiu seus pés tocarem a água, ele chutou furiosamente, tentando não afundar demais. Ergueu o cachorro acima de sua cabeça, e conseguiu manter a pequena criatura para fora d’água. Voltando a superfície engasgando, ele sacudiu a cabeça para tirar a água salgada dos olhos. Estava aliviado de ver o pequeno bote por perto, e começou a ir em sua direção. Ignorando o instinto de seu corpo para se dobrar em posição fetal, ele lutou para ficar à tona enquanto seu socorro remava. Suas pernas pareciam chumbo e suas roupas encharcadas e botas pesadas o puxavam para baixo. Ele chutava em uma fúria desesperada, mas estava afundando. Seus ombros estavam abaixo da superfície, e então seu queixo, e então toda sua cabeça. Ele ia morrer.
Mãos fortes pegaram seus ombros e o levantaram. Covilha e o marinheiro com a cicatriz no rosto o puxaram para dentro do bote. Ele caiu no fundo e se encostou, exausto, nas pernas de alguém.
– Tudo isso por causa de um cachorro. – uma voz sussurrou atrás dele.
Rienzi estava muito cansado e desconsolado para responder. Em vez disso, ele apertou a bola de pelo contra o peito, e assistia com