segunda-feira, 31 de outubro de 2011

The Dark Side of Oz



















Sincronicidade (do grego syn - junto, e chronos - tempo) é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronísticos não a relacionado com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante. A Sincronicidade é também referida por Jung de "coincidência significativa". 

A dica: Paula do Blog Persiana Aberta
O criador: Bryan Pugh
O Filme: The Wizard of Oz [1939]
A Música: Time . Pink Floyd [1973]
O resultado foi fantástico, sincronicidade perfeita.
Confiram:


O Mágico de Oz - Sinopse: 

Após um tornado em Kansas, 
Dorothy vai parar com sua casa e seu cachorro na fantástica Oz, onde as coisas são coloridas, bonitas e mágicas. Porém, o seu maior desejo é retornar de volta para casa, para isso ele deve encontrar um mágico, que lhe mostrará como realizar esse seu desejo. Para chegar até ele, contudo, Dorothy viverá uma aventura inesquecível através do caminho de tijolos amarelos.

Time . Pink Floyd - Letra:

Tiquetaqueando os momentos que formam um dia monótono
Você desperdiça e perde as horas de uma forma incomum
Caminhando ao redor de um pedaço de terra em sua cidade natal
Esperando por alguém ou algo para lhe mostrar o caminho
Cansado de mentir na casa do sol você fica observando a chuva
Você é jovem e a vida é longa e há tempo para matar hoje
E então um dia você perceberá que dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando correr e você perdeu o tiro de partida 
Você corre e corre para alcançar o sol, mas você é um naufrago
Que corre ao redor e atrás de você novamente
O sol é o mesmo no modo relativo, mas você está velho
Com menos gás e um dia mais perto da morte
Cada ano está ficando mais curto e você nunca parece encontrar tempo
Planos que deram em nada ou meia página de linhas rabiscadas
Pendurado no desespero quieto é do caminho 
O tempo se foi, a canção acabou, pensei que tinha algo mais a dizer 
Casa, casa de novo
Eu gosto de estar aqui quando posso
E quando eu chego em casa com frio e cansado
É bom aquecer meus ossos ao lado do fogo
E ao longe, através do campo
O badalar do sino de ferro
Exorta os fiéis de joelhos
A ouvirem a fala mansa feitiços mágicos

Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

A Luta




Há uma profunda diferença entre a luta para não morrer e a luta para viver. Os homens que lutam para não morrer conservam a sua dignidade, defendem-se ciosamente – todos: homens, mulheres, crianças – , com feroz obstinação. Os homens não dobravam a cerviz. Fugiam para as montanhas, para as florestas, viviam nas cavernas, lutavam como lobos contra os invasores. Lutavam para não morrer. Era uma luta nobre, digna, leal. As mulheres não lançavam o corpo no mercado negro para comprarem batom, meias de seda, cigarros ou pão. Sofriam a fome, mas não se vendiam. Não vendiam os seus homens ao inimigo. Antes queriam ver os próprios filhos morrer de fome do que venderem-se, que venderem os seus homens. Somente as prostitutas se vendiam ao inimigo. Os povos da Europa, antes da libertação, sofriam com maravilhosa dignidade. Lutavam de cabeça erguida. Lutavam para não morrer. E os homens, quando lutam para não morrer, agarram-se com a força do desespero a tudo o que constitui a parte viva, eterna, da vida humana, a essência, o elemento mais nobre e mais puro da vida: a dignidade, o orgulho, a liberdade da própria consciência. Lutam para salvar a alma. 
Mas depois da libertação os homens tiveram de lutar para viver. É uma coisa humilhante, horrível, é uma necessidade vergonhosa lutar para viver. Só para viver. Só para salvar a própria pele. Já não é a luta contra a escravidão, a luta pela liberdade, pela dignidade humana, pela honra. É a luta contra a fome, é a luta por um pedaço de pão, por um pouco de lume, por um farrapo para cobrir os filhos, por um pouco de palha onde estender o corpo. Quando os homens lutam para viver, tudo, até uma panela vazia, uma ponta de cigarro, uma casca de laranja, uma côdea de pão seco apanhado no lixo, um osso esburgado, tudo tem para eles um valor enorme, decisivo. Os homens são capazes de todas as velhacarias para viver; de todas as infâmias, de todos os crimes, para viver. Por um pedaço de pão, cada um de nós está pronto a vender a própria mulher, as filhas, a macular a própria mãe, a vender os irmãos e os amigos, a prostituir-se e a um outro homem. Está pronto a ajoelhar-se, a arrastar-se pelo chão, a lamber os sapatos de quem pode matar-lhe a fome, a dobrar a cerviz sob o chicote, a limpar, sorrindo, a face onde lhe escarraram. E tem um sorriso humilde, doce, um olhar cheio de uma esperança famélica, bestial, uma esperança espantosa.



Curzio Malaparte . A Pele

Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A solteirona



Uma solteirona descobre que uma amiga ficou grávida com apenas uma oração que fez na igreja de uma paróquia próxima ao seu bairro. Dias depois, a solteirona foi a essa igreja e disse ao padre: 
- Bom dia, padre. 
- Bom dia, minha filha. Em que posso ajudá-la? 
- Sabe, padre, eu soube que uma amiga minha veio aqui há umas semanas atrás e ficou grávida só com uma Ave-Maria. É verdade, padre? - Não, minha filha, não foi com uma Ave-Maria... Foi com um padre nosso... Mas ele já foi transferido para outra Paróquia.


ps: Tudo bem, uma etapa vencida e chega de reflexões. Sejamos alto astral e mais racional ... é assim que devemos encarar a vida.

Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meditando



Se minha cabeça toma jeito, não fica do mesmo jeito. 

Do mundo mesmo, quero pouca coisa. 
Hoje, penso, quase nada.
E um virar e desvirar de coisas internas.
Quase uma santidade, se for.
Do que passou, do que foi, das coisas que aconteceram comigo, parece que está tudo resolvido,
concluído, terminado, perdoado.

Problema, mesmo, acho que não resta nenhum. 
Só carinho.

Rubens Torres Filho





Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Falar é preciso



A realidade é coisa delicada, de se pegar com as pontas dos dedos.
Um gesto mais brutal, e pronto: o nada.
A qualquer hora pode advir o fim.
O mais terrível de todos os medos.
Mas, felizmente, não é bem assim.
Há uma saída – falar, falar muito.
São as palavras que suportam o mundo, não os ombros. Sem o “porquê”, o sim”, todos os ombros afundavam juntos.
Basta uma boca aberta (ou um rabisco num papel) para salvar o universo.
Portanto, meus amigos, eu insisto: falem sem parar. Mesmo sem assunto.

Paulo Henriques Britto, do livro Macau


Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Improvável



"Quando você elimina o impossível, o que permanecer, embora improvável, deve ser a verdade." 

Arthur Conan Doyle

Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Desistir? Nunca!


A vida sempre foi muito boa comigo! Agradeço por isto.
O segredo é não desistir e acreditar sempre, mas antes vou ali na praia relaxar. Quando voltar te pego de jeito e venço de novo.

Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Quem disse que o mundo não pode mudar para melhor?


Fui a um casamento e presenciei uma cena, até então, inusitada para mim. 
Era um casamento hétero normal como qualquer um. Familiares, amigos, celebrante, padrinhos, músicos, recepção, enfim, um casamento normal, chamando a atenção, no entanto,  pelo enorme número de gays presentes.
Tudo pronto para começar. 
Entram o noivo com sua mãe, dama de honra, padrinhos*, noiva com seu pai. 
O que tinha de inusitado então? 
Vocês devem ter reparado que, quando mencionei padrinhos eu coloquei um *. 
Sim, aí estava o inusitado. 
Primeiro porque não haviam padrinhos do noivo e da noiva mas padrinhos do casal, segundo que, entre os casais de padrinho, abrindo o cortejo, estavam uma tia no noivo com sua "namorida" e um irmão da noiva com seu "namorido", todos de mãos dadas, belos e radiantes. 
A naturalidade do ato e deste aspecto incrível era visível entre os familiares do casal e, fiz questão de observar algum ar de espanto ou de reprovação entre os demais convidados e não vi nenhum. O espantado na hora era só eu mesmo, incrível isto. 
Terminada a cerimônia, durante a recepção, era admirável a total descontração de todos os presentes, sem grupinhos ou guetos, todos se relacionando como verdadeiros seres humanos. 
O tempo passa e o mundo gira. Dias melhores ainda estão por vir, disto eu tenho certeza. 

Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Escatologia


Depois dos últimos sinais, fiquei com a impressão de que minha maior ignorância, a mais grave distração, meu esquecimento mais freqüente é de mim.Ignoro-me, esqueço-me e sigo em frente desprezando quanto custo. Quanto sou o que acabei me tornando. Minha dispersão é o coeficiente de quanto custa ser assim. Sou perspicaz em descrever as pessoas a minha volta. Qualquer movimento alheio faz soar meus juízos e afetações. O que todos dizem ou ouvem de mim imprime uma memória quase infalível. Mas me dei conta de que tudo o que sei sobre mim sei de longe. Sei acanhado. Os sinais que recebi poderiam ser mais discretos, mas sutileza apenas convence a face ignorante de minha dor. São ruidosos. Expuseram-me. Estamparam minha impotência. Sinais escatológicos devem ser indiscretos. Dão-me bom dia as lágrimas. Um choro engasgado de tão profundo e distante. De lá de onde um dia espero ser resgatado. Choro sem decisão, aos poucos. Espero pelas dez, ou onze. Sempre passa, silencia e me adia. Minha angústia disfarçada pelos cantos é ávida devoradora das minhas manhãs. Quando, enfim, a mínima tarefa reinicia, reencena, reticências. Em um dia desses, sem mais sinais, tão temida, a epifania de mim.

Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin