quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Deixem Respirar A Pimenta!
As evidências estão bem à vista. Todos temos segredos. São baratos e, por agora, não exigem declaração obrigatória com um consequente imposto estatal. Eu tenho segredos. Confirma-se que dizemos todos o que queremos e apenas a quem queremos. É interessante e não deixa de ser um equilíbrio de vantagens e desvantagens. Podem nunca ter reparado, mas, até vocês têm segredos.
Reparam, por certo, nesta dificuldade agrilhoada de evitar ir directo ao assunto dos segredos. Da casa que os tem. Ao que consta. Há coisas que podem ser menos más e de qualidade sofrível. Por isso suportamo-las, apesar do seu lado remediado. Queria conseguir descontrolar-me completamente numa apreciação livre a esse programa. Já houve outros, antes. E a nota foi negativa, também. Sem estranhar.
Esta edição de "A Casa dos Segredos" é horripilante. Queria arranjar melhor adjectivo mas não consigo. É, sem dificuldade, das maiores baixarias alguma vez produzidas numa televisão em Portugal. O conceito já era de se detestar com facilidade, porém a escolha dos concorrentes, desta vez, bateu todo os limites do mau gosto. É aquela uma amostra decente de jovens, homens e mulheres, da juventude portuguesa que se autoproclama à rasca, e que reivindica e luta diariamente para contrariar as dificuldades e falta de esperança no futuro? Melhor a produção do programa não conseguia ter feito. Desta vez, acertou nos melros todos. Reuniu um confrangedor grupo de néscios, péssimos a todos os níveis. Afinal, a geração rasca existe mesmo.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Três Quartos Daquilo Que Eu Quiser!
O sentido de oportunidade é uma coisa muito importante e por isso optei, determinado, por não referir palavra acerca dos dez anos passados sobre os acontecimentos trágicos do dia 11 de Setembro de 2001. Reparei, porém, que muitos optaram por seguir precisamente o caminho oposto. Testemunhos sentidos. Homenagens rendidas. Foram várias as opções e várias as modalidades. A questão é que não tinha nada para dizer sobre o 11 de Setembro e, especialmente, referir-me ao que estava a fazer àquela precisa hora, daquele preciso dia, seria tirar todo o interesse ao próprio 11 de Setembro. Quer dizer, andavam aviões a cair a torto e a direito e eu a entrar para o metro para ir lanchar com a minha avó? Estava no supermercado a comprar álcool para assar umas linguiças para o almoço? Estava no dentista a arrancar um dente de leite que me tinha ficado da puberdade? …
Sabe-se, [só] agora, que Michael Jackson em pessoa, ele mesmo, falhou uma reunião de trabalho no World Trade Centre, naquela manhã fatídica. E isto não é nem marketing nem publicidade. Apenas informação relevante que teve de ser mantida em segredo durante dez anos. Muitos fãs teriam sucumbido a tamanha emoção. Ah, uma quase morte. Ah, uma partida do destino. Fiquei bastante sensibilizado com esta notícia chocante que, mais do que qualquer outra do género, fez-me levantar os cabelos em pé. A visão do Rei da Pop esborrachado por uma turbina de um Boeing 757 deixou-me estarrecido. Foi muito bom saber que no dia 11 de Setembro o MJ não estava no World Trade Centre, que estava noutro sítio qualquer e a fazer uma coisa, qualquer. É o que dá ter sentido de oportunidade.
Sabe-se, [só] agora, que Michael Jackson em pessoa, ele mesmo, falhou uma reunião de trabalho no World Trade Centre, naquela manhã fatídica. E isto não é nem marketing nem publicidade. Apenas informação relevante que teve de ser mantida em segredo durante dez anos. Muitos fãs teriam sucumbido a tamanha emoção. Ah, uma quase morte. Ah, uma partida do destino. Fiquei bastante sensibilizado com esta notícia chocante que, mais do que qualquer outra do género, fez-me levantar os cabelos em pé. A visão do Rei da Pop esborrachado por uma turbina de um Boeing 757 deixou-me estarrecido. Foi muito bom saber que no dia 11 de Setembro o MJ não estava no World Trade Centre, que estava noutro sítio qualquer e a fazer uma coisa, qualquer. É o que dá ter sentido de oportunidade.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Gritar Para O Outro Lado Da Montanha!
A raiz do problema, na sua essência, nada tem a ver com a simples mudança de opinião em si. Mudar de opinião não é assim tão mau. Melhor, mudar de opinião não é mau nem é bom, é apenas uma das formas e possibilidades possíveis, ao longo de um determinado espaço temporal, de ver e de pensar sobre uma questão ou assunto. Mudar de opinião relativamente a qualquer coisa, especialmente se daí advierem proventos generalizados pode ser, sem a menor sombra de dúvida, uma tomada de decisão acertada e até inteligente.
Reparem que eu não quero entrar pelo campo dos valores nem dos princípios. Todos temos os nossos. Uns mais iguais do que outros. E nem digo melhores ou piores. Sinto, isso sim, que mudar de opinião acontece frequentemente e cada vez mais. Eu próprio mudo de opinião várias vezes, noto-o. Deito-me a assumir um compromisso quase certo com umas torradas na pastelaria Versailles e acordo a sucumbir ao chamamento do galão pingado com pastel de nata do Pingo Doce. E é quando me sinto um verdadeiro troca-tintas, a mudar enquanto o diabo esfrega o olho, inocentemente.
O Hélio, se bem me lembro, ele que aos trambolhões foi recentemente promovido a figura pública nacional, conseguiu ser o primeiro a mostrar-se devastado com a sua impensável ascensão mediática. Deixem-me trabalhar, terá dito o rapaz já quase em pânico, imaginando-se, daí para diante, uma potencial vítima dos ataques de paparazzis ao serviço do Correio da Manhã. Ou seja, um dia a cheirar a gordura e a banha de porco, o outro a emprestar a carantonha em tudo o que é computador e revista. Esta semana choquei com o Hélio a apresentar um programa de televisão. Todo ele deslumbramento. Ar de cool. Não só fiquei com medo, como fiquei mesmo com muito medo. Que não se esqueça qual a diferença entre um prego e um bitoque com batata frita. Saber mudar pode ser um acto de inteligência.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
A Brusquidão De Um Ângulo Recto!
Querem matar o Magalhães e isso,
mais do que deixar-me preocupado, deixa-me profundamente desconfiado
relativamente à existência de um qualquer tipo de plano B para o sector da
Educação. Apesar das más-línguas, sempre achei o Magalhães um tipo conceptualmente
porreiro. Bem composto e com os bits todos no sítio, certinho e possuidor dos
devidos anti-corpos para resistir ao lado mais obscuro do ciberespaço, granjeou
a simpatia na franja pré adolescente do espectro social. Aparecido de dentro do
nada político, deu um ar de novo-riquismo à escola pública nacional e foi capaz,
de uma forma mais ou menos ilusória, de juntar os filhos de assalariados e
subsidiodependentes à volta de um teclado de computador.
Talvez um pouco azul em demasia para alguns gostos, algo que umas pintalgadas de escarlate lhe fariam arrebitar o hardware, nasceu envolto em controvérsia e assim mais ou menos que para o torno. Confusões de concursos e adjudicações ad hoc, politiquices intercontinentais com ditadores da América do Sul, resistências internas e piadas de pacotilha, enfim, o pior do marketing político ao serviço de um determinado projecto (a ter havido um). Porém, agora que estamos todos contentes porque as coisas mudaram, vão reavivar as mais dolorosas memórias do Holocausto e enviar o Magalhães para o forno crematório. Sim, colocá-lo em banho-maria, dizem.
Sinto que, nesta altura, voltar a assobiar o Magalhães é pior do que assobiar o Cristiano Ronaldo, que é “bonito, rico e grande futebolista”. O Magalhães não é bonito, rico e que se saiba não se lhe reconhece qualquer capacidade a jogar com os dois pés. É apenas mais uma visão ou um possível rumo que vai pelo esgoto abaixo. Continuamos sem perceber se queremos branco ou tinto, se preferimos branco ou preto, frio ou calor. O problema é tão-somente esse. Quanto ao Magalhães, até lhe podem chamar lancheira ou caixa do berbequim; os Estrunfes também passaram a Smurfs e ao que se sabe ninguém morreu de desgosto.
Talvez um pouco azul em demasia para alguns gostos, algo que umas pintalgadas de escarlate lhe fariam arrebitar o hardware, nasceu envolto em controvérsia e assim mais ou menos que para o torno. Confusões de concursos e adjudicações ad hoc, politiquices intercontinentais com ditadores da América do Sul, resistências internas e piadas de pacotilha, enfim, o pior do marketing político ao serviço de um determinado projecto (a ter havido um). Porém, agora que estamos todos contentes porque as coisas mudaram, vão reavivar as mais dolorosas memórias do Holocausto e enviar o Magalhães para o forno crematório. Sim, colocá-lo em banho-maria, dizem.
Sinto que, nesta altura, voltar a assobiar o Magalhães é pior do que assobiar o Cristiano Ronaldo, que é “bonito, rico e grande futebolista”. O Magalhães não é bonito, rico e que se saiba não se lhe reconhece qualquer capacidade a jogar com os dois pés. É apenas mais uma visão ou um possível rumo que vai pelo esgoto abaixo. Continuamos sem perceber se queremos branco ou tinto, se preferimos branco ou preto, frio ou calor. O problema é tão-somente esse. Quanto ao Magalhães, até lhe podem chamar lancheira ou caixa do berbequim; os Estrunfes também passaram a Smurfs e ao que se sabe ninguém morreu de desgosto.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Se Uns Riem Outros Batem Palmas!
A ideia defendida pelo comissário europeu Gunther Oettinger de colocar a meia-haste a bandeira dos países europeus devedores é sólida e tem pés para andar. Logo à partida porque, analisando a afirmação à luz da mais pura essência das ideias, esta é daquelas do género que pode catalogar-se, e sem pestanejarmos duas vezes, de original e boa, facto que, em consequência e à cabeça, a torna demolidoramente fantástica e brilhante. Atendendo, também, ao momento actual, arrisco mesmo a dizer que este é o golpe de mestre a que o próprio Keynes nunca chegaria e que vai ser, seguramente, a luz ao fundo do túnel de que todos estávamos à espera. Especialmente os gregos.
Não tivesse a ideia sido apresentada por um alemão, e, pelos vistos, dos bons; forte, inteligente, grandalhão e com farta cabeleira loira, a sua consistência como ideia boa e fantástica seria, sem a menor sombra de dúvida, afectada. É por isso, nestas alturas, que dou graças a Deus pela ineficiência dos nossos eurodeputados que, é quase certo e não estou a deitar-me a adivinhar, na mesma situação e a abrirem a boca, perderiam o tempo de antena com posições anti-visionárias e a falar de agricultura, pescas, emprego, segurança social e outras balelas que tais.
Essa imagem dos mastros com as bandeiras em posições desfasadas, efeito que pode até imaginar-se assim pró chocho em dias de pouca ventania mas que deve ser, em contrapartida, uma emoção esfuziante em dias de tempestade e ciclones acima de grau dois é, inquestionavelmente, uma manifestação de bom senso, visão de conjunto e sentimento de união bem presentes na posição do eurodeputado alemão. Desse alto e baixo de bandeiras desconcertante, imagino um hino ao Gráfico de Gantt e uma homenagem mais do que merecida aos gráficos de colunas empilhadas a 100% com visionamento 3D.
Não tivesse a ideia sido apresentada por um alemão, e, pelos vistos, dos bons; forte, inteligente, grandalhão e com farta cabeleira loira, a sua consistência como ideia boa e fantástica seria, sem a menor sombra de dúvida, afectada. É por isso, nestas alturas, que dou graças a Deus pela ineficiência dos nossos eurodeputados que, é quase certo e não estou a deitar-me a adivinhar, na mesma situação e a abrirem a boca, perderiam o tempo de antena com posições anti-visionárias e a falar de agricultura, pescas, emprego, segurança social e outras balelas que tais.
Essa imagem dos mastros com as bandeiras em posições desfasadas, efeito que pode até imaginar-se assim pró chocho em dias de pouca ventania mas que deve ser, em contrapartida, uma emoção esfuziante em dias de tempestade e ciclones acima de grau dois é, inquestionavelmente, uma manifestação de bom senso, visão de conjunto e sentimento de união bem presentes na posição do eurodeputado alemão. Desse alto e baixo de bandeiras desconcertante, imagino um hino ao Gráfico de Gantt e uma homenagem mais do que merecida aos gráficos de colunas empilhadas a 100% com visionamento 3D.
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