A raiva, por exemplo.
Digamos que a Kate teve uma discordância com seu colega de escritório, Dan, que ele a insultou e depois gritou, deixando-a zangada e sentindo-se magoada – e pior, ela nem teve oportunidade de falar.
Agora eles não se falam mais, a menos que seja absolutamente necessário.
Eles ignoram-se, apesar de trabalharem no mesmo local e a discordância ocorreu há algumas semanas atrás.
Provavelmente agora, a Kate está a ter debates internos e imaginários com o Dan, dizendo tudo o que ela pretendia ter dito naquela ocasião – repetidas vezes, dia e noite.
Esses debates ou longos discursos internos corroem a paz de espírito dela, a sua capacidade de se concentrar e, naturalmente, o seu sono.
Qualquer coisa que a faz lembrar do Dan recomeça a fúria interna:
- Ela visualiza-o, sente um ímpeto de raiva, repega na discussão original, ouve-o a insultá-la, critica-se por ter sido ineficiente ao lidar com ele, critica-se por não ser capaz de "tirar isso da cabeça", e assim por diante.
Cada vez que isso acontece, alimenta mais a raiva dela.
O diálogo interno e a visualização deixam-na fisicamente cansada, como também produzem um estado de excitação neurológica e química.
O batimento cardíaco aumenta, os seus músculos ficam mais tensos.
Isso, naturalmente, é acrescido ao seu tumulto interno uma vez que, provavelmente, ela também está furiosa por não ser capaz de controlar o seu próprio humor...
Apenas 10 ou 15 minutos desse tipo de actividade interna e podemos estar tão abalados emocionalmente como se estivéssemos frente a frente com a pessoa.
E, quando isso ocorre durante a noite, elimina qualquer chance de se voltar a dormir por uma ou duas horas.
(E, ironicamente, enquanto estamos experimentando esse tumulto, o objecto do nosso pensamento estará, provavelmente, dormindo em paz e profundamente na sua própria cama!)
Outros exemplos de diálogo interno negativo
Ansiedade:
O Jack está preocupado com a aproximação da reunião que terá com seu gerente para rever o seu progresso, não tão impressivo, num projecto.
Deste modo, no período até a reunião, ele conversa com ele mesmo sobre como será desastroso se ele perder o emprego, visualiza todos os "piores cenários" imaginando como são horrorosos, fala consigo sobre como ele não pode deixar isso acontecer, etc, etc.
O diálogo interno negativo e o ensaio mental fazem com que, no encontro real, ele provavelmente esteja tão tenso e ansioso que realizará exactamente o que o assusta.
Culpa:
A Patty é uma mãe solteira. Ela trabalha para conseguir pagar as suas contas enquanto cuida dos seus dois filhos.
Um deles começou a comportar-se mal na escola e a Patty teve uma reunião desconfortável com a professora. Agora a Patty sente-se culpada por não ter sido mais presente, sempre sorrindo, a mãe sempre paciente que ela aspirava ser e critica-se constantemente por não satisfazer seus padrões não realistas.
Aprendizagem:
O Peter está a estudar para um exame muito importante.
Da maneira que ele vê as coisas, o futuro da sua carreira e o seu salário dependem desse resultado.
Assim sendo, aprender e registrar a informação de modo que ele possa recordá-la mais tarde, sem esforço, exige um bom foco de atenção.
Mas a maneira do Peter focar a sua atenção nesse sentido é conduzir um constante diálogo interno, contínuo e monótono, no qual ele comenta sobre a sua pobre memória, nas conseqüências de não se sair bem, no tempo que ele perdeu a divertir-se em vez de ter ficado a estudar, e assim por diante.
A sua incapacidade de conduzir satisfatoriamente o seu diálogo interno assegura que ele não se dá a oportunidade de ter um bom resultado no exame.
Paz de espírito:
Entre os muitos objectivos de reduzir/REEDUCAR o diálogo interno para melhorar a qualidade das nossas vidas, a paz de espírito é talvez o mais importante.
Paz de espírito torna-se muito mais fácil quando somos capazes de nos sentarmos quietos ou fazer uma caminhada, apreciar um filme ou um concerto, sem ter o nosso diálogo interno tagarelando sobre todas as coisas que temos para fazer, ou comentando sobre o nosso desempenho ou ruminando sobre o passado...
10 maneiras de conduzir o diálogo interno negativo >
O diálogo interno é uma parte normal, importante e valiosa do nosso processamento interno, desde que saibamos como usá-lo e como conduzi-lo.
Mas como poucos recebem lições de como usar e conduzir o processo interno de pensamento e de sensações, nós acabamos por desenvolver o nosso próprio modo de lidar com o diálogo interno, através de tentativas e erros.
E na verdade, são esses resultados da tentativa e erro, mesmo razoavelmente efectivos, que nos colocam na direcção da nossa vida emocional.
Como a PNL nos permite "modelar" ou examinar como usamos a nossa mente e corpo, isso é um insight valioso de como podemos conduzir melhor a nossa vida.
Poderíamos descrever como aulas de direcção para a mente-corpo!
Aplicar a PNL no diálogo interno negativo significa termos escolhas para melhorar a maneira de como nós usamos essa capacidade:
Bloqueá-lo: pois assim você na realidade inibe a sua própria capacidade de diálogo interno.
Substituí-lo: similar ao bloqueio, você substitui um fluxo de diálogo interno por outro.
Inibi-lo: ao prestar atenção à coisas que não exigem diálogo interno ou que recorram fortemente a outros sentidos como barulho, visão ou sensações físicas.
Redireccioná-lo: use o seu diálogo interno com finalidade mais positiva.
Negociar com ele: faça um acordo com seu próprio diálogo interno usando uma técnica da PNL.
Torná-lo desnecessário: muitas vezes, o nosso diálogo interno é um meio de imaginar algo ou de desanuviar a mente de alguém.
Por isto aqui nós usamos as melhores maneiras de atingir esse resultado.
Reduzi-lo: use a consciência e mais outros métodos, para reduzi-lo.
Module-o: mude a maneira como você fala consigo porque isso tem um efeito calmante e dá-lhe mais apoio.
Dirija-o: desenvolva a capacidade de decidir não "acolher" certo tipos de pensamentos.
Reconheça-o: como resultado do uso de outros métodos, o diálogo interno deixa de ser um "ponto importante" – nós reconhecemos que ele é simplesmente algo que estamos fazendo – e que pode ser feito de um modo diferente.
Use-o ou fique à mercê dele
Quando "usado" efectivamente/positivamente, o nosso diálogo interno é um recurso admirável, uma dádiva que nos permite pensar com criatividade, realismo, lógica, com continuidade, com crítica, etc.
Sem essas capacidades, nós não seríamos capazes de atuar efectivamente na vida diária.
O problema com o diálogo interno negativo tem origem no facto de que nós não sabemos que podemos dirigi-lo , ou se sabemos, não sabemos como dirigi-lo.
É mais ou menos como ter um cachorro. :-)
Se o cachorro foi treinado, ele pode ser uma óptima companhia, ajudar na segurança e ser um companheiro fiel.
Porém, se sempre permitiram que ele fizesse tudo que queria, ele pode causar destruição dentro e fora de casa – e até mesmo arriscar a segurança de amigos e da família!
Felizmente o velho ditado "você não pode ensinar novos truques para um cachorro velho" não se aplica neste assunto.
Aqui, essa analogia desmorona, porque é perfeitamente possível aprender a dirigir o diálogo interno. "