Uma vez que perceba que seu projeto de reeleição está a perigo, o PT vai meter os pés pelas mãos, fazendo qualquer negócio para se perpetuar no poder.
O deputado Fernando Gabeira foi um dos primeiros a denunciar esta tendência, alertando para o fato de que o partido do governo federal roubaria mais nos próximos meses do que havia roubado nos últimos dois anos e meio.
Talvez o dinheiro, a esta altura do campeonato, seja o menor dos problemas.
Preocupa-me muito mais que o PT, no desespero de ver-se chutado do poder pela via da eleição, acabe ferindo as instituições democráticas. Este foi, também, o alerta do filósofo Roberto Romano no programa Globo News Painel deste sábado. Romano declarou-se preocupado com o fato de que a sociedade está sendo assolada por tantas denúncias que acaba não se dando conta de que o governo vem infringindo algumas liberdades.
Concordo com ele.
É bom avisar aos mais novos que este tipo de coisa começa de mansinho. No início, são ações tão sutis quanto uma entrevista de encomenda em Paris ou a contratação de uma tropa choque para defender o governo nos chats e fóruns da internet. Em seguida, sob o manto da "perseguição aos corruptos", invade-se escritórios de advocacia. Depois começam as prisões "espetaculosas", onde se algema aqueles que estão se entregando pacificamente. E quando a força policial maior do país começa a mostrar-se contrariada com as ordens que vêm de cima, arma-se uma estratégia de desmoralização desta mesma força.
Não demora muito para que se multipliquem os grampos, as escutas e os trojans. Tudo isso, diga-se de passagem, por parte de um governo que tentou, no ano passado, criar um Conselho de censura à imprensa -e que, quando viu frustrado seu projeto, não hesitou em colocar o próprio presidente para chamar aos jornalistas de covardes. O mesmo governo, é bom lembrar, que quer impedir que cidadãos de bem possam comprar armas- e que vem pedindo àqueles que as possuem que se desfaçam delas.
Preparem-se, amigos: quanto mais Lula cair nas pesquisas, mais eles vão se desesperar.
Só Nonô pode evitar o pior.