Desde fevereiro de 2012 vigora em São João do Triunfo (PR) uma lei que reconhece as benzedeiras, rezadeiras, curandeiras e costureiras de rendiduras (dores musculares) como agentes de saúde pública. Na prática, a cidade legalizou o acesso e manipulação de ervas medicinais por essas “profissionais”, de modo a facilitar o atendimento delas à população.
A cidade tem 14 mil habitantes e fica a 106 km de Curitiba. Ela seguiu o exemplo de Rebouças, município também do Paraná com igual número de habitantes. Lá, as atividades das benzedeiras se encontram legalizadas desde 2009.
A ONG Masa (Movimento Aprendizes da Sabedoria) cadastrou em Triunfo 161 benzedeiras e em Rebouças, 133.
A ONG, acredita que essas leis ajudam a combater o preconceito contra as benzedeiras. “Existem leis semelhantes que reconhecem a atividade das parteiras, mas as leis das benzedeiras são inéditas”, disse.
Tem porém, profissionais da área médica que atestam que existir de forma geral, respeito da classe a esse tipo de práticas, mas tb temem que a procura por uma benzedeira venha substituir ou retardar o tratamento médico, o que poderá ser fatal para alguns pacientes e dizem que“a segurança cientifica não pode ser deixada de lado” e que o paciente não pode substituir a curandeira pelo médico.
Eva Pinto Rebello (foto acima), benzedeira 75 anos |
A dona Evinha, é uma das benzedeiras de Triunfo. Em sua casa ela tem um pequeno altar onde faz as orações com um rosário e galho de arruda. No quintal, tem 16 tipos de ervas. “Eu dou um ramo para a pessoa que precisa e ensino como fazer o remédio”, disse.
Evinha afirmou que, com a ajuda do toque de suas mãos, já curou centenas de crianças e adultos das mais variadas doenças.