Luz do meu ser infinito
Estamos não sei em que tempo no futuro. Não interessa. Apesar de todo o progresso ainda somos humanos. Continuamos a ter as nossas fragilidades e os nosso medos. Mas mais ainda o pesar. A dor de perder para sempre. Mesmo quando se perde tarde.
Eu perdi. E como dói perder!
Esta dor aguda feita toda ela de ausência, uma ausência que nada enche ou preenche. Esta dor que nos apanha inesperadamente nos pequenos gestos quotidianos, ou aparece vinda de lugar nenhum, trazida da memória por coisas fugazes e banais.
Fiquei sem ela, aquela a quem eu amava, a quem mais queria. Um dia, de repente, num dia lindo de Sol, tudo ficou negro. Mais negro ainda do que o vazio do Cosmos.
O tempo passou e aprendi a suportar a dor de a lembrar...
Dizem que há uma coisa que é infinita enquanto houver Universo: a luz!
Por isso, tive de a transformar em infinito, em luz. Há em minha casa uma luz que me recebe e onde mergulho de olhos fechados. Há um som suave, um murmúrio do amor que saía dos seus lábios.
Quando chego a casa sou recebido pelo holograma dela que me recebe e me sorri: a luz do meu ser infinito...