Cumprimentos à Tia.
domingo, 30 de dezembro de 2007
Quem é amigo, quem é?
Cumprimentos à Tia.
sábado, 29 de dezembro de 2007
António
Isto nem parece dele, razão pela qual me apressei a tentar perceber, à luz do que do António conheço.
E que muito é.
Sim, porque eu tenho uma memória de elefante e não me contento com uma explicação dos pássaros. Nem lhe admito que me cante algum fado alexandrino a bordo das naus.
É verdade que estou preocupado pois já não o vejo desde, ora, deixem ver, desde a morte de Carlos Gardel, altura em que o António andava estranho, com a mania de apalpar os cus de Judas, o que não está na ordem natural das coisas. Mas ele leva tudo ora para o gozo ora para o drama e vá de me olhar do alto da sua vaidade, dizendo boa tarde às coisas aqui em baixo.
Eu bem o avisei, António, não entres tão depressa nessa noite escura , ao que ele respondeu perguntando que farei quando tudo arde? Olha, aproveita e queima o Manual dos Inquisidores. Eterno apaixonado, garante hei-de amar uma pedra, tolice que muito me desagrada.
É verdade, receio o pior por ti, António, tanto mais que não te vi ontem em Babilónia.
Não sei o que se passa, António, já mal te conheço. Pudera, ripostou em tom sarcástico, eu não me chamo António, o meu nome é Legião...
A História julgará
Pela simples razão que não estamos para isso, temos mais e melhor que fazer, era o que faltava.
O que não quer dizer que seja uma decisão acertada.
Se calhar, os burros somos nós...
Por mim, que gay...
Mais afirma que as suas relações com Nicole Kidman, Penélope Cruz e Katie Holmes apenas terão servido para disfarçar a (des)orientação sexual do homem da "Missão Impossível".
Nunca me passaria pela cabeça comprar o livro em causa, mas admito que esta notícia possa suscitar um interesse reforçado em algumas pessoas amigas destes enredos dos famosos.
Por mim, que gay ele seja ou não é-me indiferente, e apenas acho que a pessoa mais indicada para esclarecer o mistério é a sua actual companheira, miss Holmes.
Elementar, não?
De Espanha, nem...
Há minutos, o ministro das Finanças confirmou o rumor que já corria e segundo o qual Teixeira dos Santos faria de Oliveira o senhor que se segue.
E fez, fez de Faria (de Oliveira) o novo Caixeiro-Mór...
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Mao, assim não brinco
Sendo este país conhecido pela forma como respeita os direitos do homem e preza a liberdade de opinião, custa a crer que a notícia tenha fundamento.
Mas é o que escreve o SOL, jornal que jamais difamaria o país do SOL nascente.
Por isso, tomo como certa a informação e vou já comprar um preservativo adequado para a nossa Carta que, por ser Magra, pode parecer chinesa.
E não vá alguma maga pouco patológica lançar mao olhado ou expedir um vírus que silencie esta voz que (ao contrário do que se dizia da Rádio Moscovo) só fala verdade.
E não brinca, nem em serviço...
Em concreto
Não procedi a qualquer investigação nem reflexão profunda sobre o assunto (não tenho paciência para tal) o que não me impede de ter uma opinião baseada na observação casual, na intuição, em certa forma de sensibilidade, não sei.
O português moderno está recheado de estrangeirismos, bengalas, chavões e extensões. Predominam os timings, os tipo qualquer coisa e os contratualizar ou obrigatoriedade janotas.
Mas tudo isto (e muito mais) ilustra, sobretudo, o que me parece ser um falar postiço, estereotipado, bacoco, frases feitas servidas por máquinas automáticas que são as bocas de gente que fala de cor, não pensa, não estrutura o discurso.
E a expressão que melhor mostra que o rei vai nu é a inevitável "em concreto".
A repetição cansativa deste "em concreto" é a prova de que, na grande maioria dos casos, as pessoas falam por falar, dizem por dizer, soltam palavras, as que lhes ocorrem, as que julgam convir, as que têm programadas.
Mas sem convicção, sem intenção, sem verdade.
Por isso os falantes recorrem à fórmula "em concreto" para mostrar que desta vez é a sério, enquanto os ouvintes são obrigados a usar a mesma expressão quando pretendem obter objectividade, garantias, certezas, compromissos.
Estamos num tempo em que o discurso perdeu valor, apenas conta a frase mortífera que dará um bom título de caixa alta.
Estamos no meridiano da massificação da banalidade, da graçola incontinente, da vacuidade e da idade das vacas magras de valores e de projectos sérios.
E é assim que vamos entrar em 2008, arrastando os pés, com poucos motivos de esperança, algo que nos faça sorrir ao acordar.
É o que eu acho. A sério. Em tempo (infelizmente) real. E em concreto...
Assim não vale, Abraão...
Não sei se será uma forma de realismo ou apenas falta de imaginação.
Há quem pense que o cinema deve fazer-nos sonhar, levar-nos por outros caminhos, com originalidade, com sensibilidade, com poesia, com inteligência.
Por este andar, desde "O Crime do Padre Amaro", passando pela "Corrupção" e, agora, esta "Call Girl", qualquer dia ainda dou por mim a ir ver filmes do Manoel de Oliveira.
Ao menos, no "Vale Abraão" ainda há o Douro, o vinho do Porto, enquanto nestes últimos tempos é só "frutas" e vinho verde...
Ver a lista ou rebater
Ingénuo como sou, pergunto à minha excelente pessoa, a mim mesmo e de mim para comigo, que legitimidade tem o senhor doutor Jardim Gonçalves para aprovar ou dar a bênção (certificada pela Opus Dei) a quem quer que seja.
Eu ainda não vi a lista mas rebato, de caras, o Vara.
Tenho tanto direito como o dr. Jardim cujo doutoral aval não vale mais do que o apoio de Valentim ou de Pinto da Costa à designação de um árbitro...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Augusto agradece
Compañero Garcia Marquez
Segundo me contou o colega carteiro de Pablo Neruda, o velho ditador Fidel Castro, ao saber do sucedido, fez questão de agradecer ao amigo Marquez a simbólica lembrança que, a seus olhos, pode constituir uma profecia e uma esperança.
Tragédia seria para o povo cubano se Fidel vivesse tanto tempo, cem anos de solidão, de isolamento, de ditadura e de miséria.
Preferível é que não se eternize "O General no seu Labirinto", mesmo se "Ninguém Escreve ao Coronel".
E que venha aí "A Revoada" pois todos sabemos que estamos perante a "Crónica de uma Morte Anunciada"...
Aldeia global
Durante muitos, muitos anos, o futebol português importou carradas de técnicos ou "misters" que alguns jogadores tratavam (e tratam) por "senhor mister".
Com o tempo, aos poucos, foram emergindo bons valores nacionais que começaram a ser solicitados por clubes e selecções nacionais de outros países.
Aconteceu com Severiano Correia, Artur Jorge, Nelo Vingada, Carlos Queirós, Manuel José, Toni, Humberto Coelho ou Mourinho.
Agora é Artur Jorge que salta do obscuro Créteil, de França, para o Irão onde está Inácio.
O antigo ponta-de-lança do Benfica vai orientar a selecção iraniana, e a grande expectativa é ver se ele cumpre o contrato até ao fim.
Por isto ou por aquilo, costuma sair a meio do percurso, levando pela mão Raul Águas que é seu adjunto e sombra fiel, há muitos anos.
Não sei o que ainda motiva Artur Jorge que está mais que rico, mas o certo é que ele continua a exportar-se bem, por mérito próprio ou artes hábeis de empresários insinuantes.
Enquanto Toni está nas Arábias, outros não conseguem trabalho cá nem fora e parece que não se importam de ficar à espera de entrar na provável corrida da sucessão de Scolari...
Cópias falhadas
Estreia hoje o filme "Call Girl", de António Pedro Vasconcelos, um realizador tão benfiquista como João Botelho que fez "Corrupção", coincidência igual à do tema dos filmes, ou seja, ligações perigosas, mulheres fatais, chantagem, pouca vergonha, um no universo do futebol, outro no reino das autarquias, antros gémeos, afinal.
Até o actor principal é o mesmo, Nicolau Breyner, talvez o único capaz de conferir alguma credibilidade a personagens estereotipadas de que Ferreira Torres é imagem forte, sendo hoje mesmo julgado em tribunal, ele que foi dois-em-um, autarca e presidente de clube.
Assim, temos que os dois grandes filmes do ano são apenas pálidas cópias, imitações débeis de uma realidade chocante, o que revela a falta de imaginação e o oportunismo dos nossos argumentistas e realizadores que se limitam a usar o que as televisões mostram dia após dia e o povo conhece de cor e salteado.
O mais triste é que há muita gente que vai ver os filmes na expectativa de descobrir algo de novo, numa tentativa votada à frustração porque a cópia é sempre pior que o original.
Já agora, uma vez que os realizadores são benfiquistas, talvez não lhes fosse difícil encontrar nos arquivos da memória, sem recuarem muito no tempo, matéria para novo filme...
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Je suis desolé!
Implacável
Apesar das tentações, Joe Black cumpriu a sua missão, sendo o filme muito interessante.
Lembro-me dele sempre que vejo outro Joe, o Berardo, infalivelmente vestido de preto e que tem sido um verdadeiro anjo negro para algumas pessoas que se consideravam intocáveis e talvez eternas à frente de paraísos bancários.
Apesar de ser um homem de paixões, como o Benfica e a pintura, este Joe Black Berardo não se deixa demover nem comover e parece decidido a levar até ao fim a sua missão...
Vara a pau
Mais gostaria o nosso Primeiro de içar a bandeira socialista em Vara do Millennium, mas tal só acontecerá se Berardo e companhia andarem distraídos e acreditarem no Pai Natal.
Isto promete...
Memória de elefante
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Natal é solidariedade
Partilhamos da sua dor e aqui estamos, com eles, a comungar da nostalgia de outros Natais.
Coragem, Crtistiano, Nani, Paulo Ferreira, etc. Não percais a esperança, a vida custa a todos, mas melhores dias virão...
Sábia gente
Embora não tenha qualquer confirmação, suponho que os responsáveis por este acto administrativo façam parte desse estranho grupo designado por seres humanos.
Desejo a esses senhores, como é natural, um grande Natal e, sobretudo, um novo ano cheio de decisões admiráveis como esta.
Perante casos desta natureza, chegamos a ter saudades da santa Inquisição...
Votos de castidade
Sede puros, fazei comentários delicados e usai de pouca concupiscência.
domingo, 23 de dezembro de 2007
De mão dada
Por isso (e porque é Natal, talvez) foi decidido que os jogadores devem trocar um aperto de mão no final de cada jogo.
Não esclarece a Liga se, durante o jogo, continuam autorizados a trocar as meiguices do costume, caneladas, cabeçadas, rasteiras, cotoveladas, insultos, cuspidelas, etc.
Desde que, no final, apertem as mãos, bene, molto bene, tudo está bene quando acaba bene, não é?
Aliás, esta medida vem no enfiamento do que se pratica nas igrejas, no decorrer da missa, quando o senhor prior sugere que demos uns beijinhos às pessoas que nos rodeiam.
O meu amigo Zé António, que é um maroto, nunca fica ao pé de velhotas. Escolhe as melhores companhias, aproveita a oportunidade, lambe os beiços, beijoca aqui, beijoca ali, e mal acaba a confraternização, até logo, senhor pároco.
Por cá, parece que o Petit e o Binya andam a treinar os apertos... de pescoço, durante o jogo, para depois saírem pela esquerda baixa, com uma vénia e um aperto de mão galante e aristocrático, no final da peleja.
O que lá vai, lá vai, ite missa est, Feliz Natal!
Voz sabeis...
É capaz de ter alguma razão.
Eu junto a minha vontade à de muitos outros cidadãos que gostariam de ver silenciada a voz (?) do senhor Abrunhosa...
sábado, 22 de dezembro de 2007
O circo
O pior é o circo gigantesco em que o espectáculo do futebol se vai transformando, através de múltiplas iniciativas associadas àquela coisa banal que é o jogo em si.
Os jogadores fazem anúncios, desfilam nas passerelles, posam para revistas e estão em permanente despique para incontáveis eleições, o melhor golo, o melhor desarme, a melhor defesa, o melhor da semana, do mês, do torneio, do campeonato, o melhor jovem, o melhor do Mundo, enfim, um não mais acabar de votações e de prémios, tudo anunciado com meses de antecedência, repetido mil vezes, marketing até à náusea.
A recente escolha do melhor do Mundo mostrou como é ridícula tal eleição.
Que se distinga o melhor do ano, da época, vá lá, mas o melhor do Mundo é um absurdo.
Esse título só deveria ser atribuído a um jogador que, ao longo de várias épocas, justificasse a eleição.
O melhor do Mundo está acima das contingências de uma boa ou má temporada, é o Olimpo dos deuses, Pélé, Maradona, Cruyff, Beckenbauer ou Zidane, por exemplo.
A noite de gala foi bonita, mas estamos noutro plano, no espectáculo musical, na grande parada folclórica, com pouco lugar para o futebol.
Os nossos jornalistas andaram durante várias semanas a vender-nos a ideia de que Ronaldo poderia ser o melhor do Mundo. Até à última, bateram na tecla, insistiram na mentira, continuaram na patética banha-da-cobra.
Quando toda a gente sabia que Káká era o vencedor antecipado. Por mérito próprio.
Cristiano Ronaldo, deslumbrado e envaidecido, acreditou e ficou com um enorme melão, amuando estupidamente quando deveria mostrar-se feliz por ali estar e ter cumprimentado Pelé.
Porque, meus amigos, Pelé é Pelé, o rei, o melhor do Mundo, desde que o conhecemos e até hoje.
Ronaldo tem muito a aprender. Entre, outras coisas, a ser modesto. Tem pujança, tem garra, mas é um artista de circo que falha muito. Em classe pura, ainda está longe de Figo.
Julgou que ficaria, pelo menos, em segundo e ninguém revelou os votos obtidos por cada um.
Para que não restem dúvidas e se deixem de fantasias saloias, Ronaldo teve menos de metade dos votos de Káká que chegou aos 1.047. Messi conseguiu 504 e Ronaldo 426.
O rapaz tem argumentos, mas não nos tomem por parvos...
Força, Paulo
Dois dos actuais ministros (Vieira da Silva e Augusto Santos Silva, a dupla Silva&Silva) vão depor a favor do amigo Pedroso.
É justo e natural que o façam, tanto mais que apenas darão voz aos muitos milhões de portugueses que bem gostariam de gritar bem alto a sua repulsa pela malvadez que foi terem prendido um homem que todos acreditamos estar inocente.
Se o Estado for condenado é bem feito, é sinal de que ainda há faíscas de Justiça neste país. Força, Paulo, estamos contigo.
E, sobretudo, não desanimes pelo facto de Pinto da Costa ter perdido a acção contra o mesmo Estado Português, sob o mesmo pretexto, prisão ilegal.
No fundo, o país inteiro tem sobre os dois, o Paulo e o Pinto, a mesma opinião, a mesma convicção, são ambos inocentes, são duas vítimas, coitadinhos.
Nesta quadra de Natal, não podemos deixar de vos recordar com ternura e bem gostaríamos de vos ter aos dois a nosso lado, na consoada.
Mas o mundo não é perfeito e teremos de ser muito fortes para conseguirmos sobreviver à vossa ausência...
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
O Anjo e a Sombra
Aos leitores que possam estar interessados, gostaria de referir que lá fui descobrir, na secção de "Ensaios" um livro intitulado "O Anjo e a Sombra", da autoria do dr. Pedro Martins, um sesimbrense de adopção e um nome já bem conhecido no campo da filosofia portuguesa.
Para muito breve está o lançamento de nova obra do mesmo autor, facto que não posso deixar de sublinhar porque Sesimbra já é uma referência nacional no plano da filosofia e (além de Rafael Monteiro e, sobretudo, de mestre António Telmo) a figura emergente é Pedro Martins.
É pena que a Biblioteca Municipal tenha, para 2008, uma agenda tão preenchida que a vereadora Guilhermina (apesar da sua boa vontade) não conseguiu arranjar espaço para prosseguir os colóquios que tanto êxito alcançaram este ano.
Para realizar o milagre de dar continuidade aos colóquios, a dra. Guilhermina teria de ser um anjo.
Porém, como simples mortal que é, mais não poderá fazer do que deixar a filosofia na sombra...
Uma imensa mascarada
Argumentos
Lapidar
A Tia
Se me perguntarem o porquê da cifra patente em tão insólita designação, de novo protestarei a minha ignorância. Na verdade, ninguém explica uma Tia, ou uma Plantaforma, ou um concurso camarário para a melhor mentira escolar. As coisas são como são. Provavelmente, esta gente, tal como no filme de Kusturica, julga ainda viver na clandestinidade. E se calhar têm razão.
Sapatinho
Já Schengen
E lá fez o seu discurso da ordem, em inglês, de tal forma que nos leva a duvidar do merecimento da nota que lhe deram na Universidade Independente na disciplina de "Inglês Técnico".
É que, entre outras falhas, Sócrates baralhou e confundiu as formas proud e pride usando uma quando devia ser a outra. Azar.
Pior é a dúvida que me fica, pois julgo ter ouvido o nosso Primeiro dizer "abolem as fronteiras". Foi no noticiário das 10, na Antena 1.
Porém, voltei a ouvir agora, às 11, e a tal frase desapareceu.
Ou eu me equivoquei ou mão amiga aboliu a asneira.
Como tão bem dizia o ministro das Pescas, é caso para que póssamos ficar na dúvida...
Admirável PT
Mais lamentei a triste figura da Vanessa Fernandes a dar a cara por uma tão reles campanha.
Acho que é infeliz, ordinário e inadmissível que uma empresa como a PT se preste a fazer publicidade assente em trocadilhos fáceis, rascas e sem a menor originalidade.
Mas pior é sempre possível e, se o anúncio escrito é mau, o radiofónico é mil vezes mais ascoroso.
Há palavras que nos chocam mais quando as vemos escritas do que quando as ouvimos.
Neste caso, é o contrário, o Phone-ix escrito ainda pode disfarçar a boçalidade, mas o verdadeiro sentido, a força que pretendem projectar está inteirinha na sua expressão oral, com aquela ponta de sotaque lisboeta canalha que realça o duplo sentido.
Temos então, em todo o seu esplendor de sarjeta Phone-ix e "Foda-se", pois é disso que se trata.
E em cada anúncio na rádio a dose é triplicada.
Parabéns, PT. O Portugal moderno merece a agradece.
Democracia em versão augustina
Porque nos parece justificar-se, tomamos a liberdade de transcrever o comentário que se segue.
i.videira disse...
- Na última Sessão da Assembleia Municipal, realizada a 14 do corrente, numa atitude tipicamente anti-democrática e tosca, o presidente da Câmara considerou ridículas as opiniões dos representantes da oposição naquele órgão autárquico; chegando ao ponto de referir que um dos membros daquela Assembleia só não aceitava como esclarecedor o documento em análise porque tinha palas nos olhos…
Claro, o edil teve logo a resposta pronta e adequada por parte dos visados.
Mas, em meu entender, isto merece também um reparo por parte dos cidadãos, principalmente porque: para além de ser do bom senso achar que não há nada de ridículo em discordar do sr. presidente – antes pelo contrário –; não há, igualmente, nenhum prejuízo em analisar a realidade de maneira diferente daquela que o chefe do executivo imagina, quer e mostra, como um facto consumado.
Realmente, a forma estouvada e desmedida como o autarca teima olhar a realidade, é, sem dúvida, um problema que (ele mesmo) terá de resolver (com ele próprio). E, para bem do concelho, convém que o faça rapidamente.
Sabemos que, de acordo com a bitola da sua formação, o tema democracia não constou do seu programa curricular, nem mesmo da sua actividade cívica; porém, o timoneiro do executivo municipal terá de procurar adaptar-se aos novos tempos: uma vez que está provado factualmente que, apesar das insuficiências da democracia, o sistema multicolor é bem melhor que o unicolor!
- Por outro lado, os munícipes de Sesimbra não querem ser meros cidadãos, cuja função é somente votar. Querem tomar conhecimento de tudo. Por isso, querem que lhes seja explicado – muito bem explicadinho – tudo aquilo que tem a ver com a sua qualidade de vida, o seu bolso e os interesses da sua terra.
Há que promover verdadeiros mecanismos de participação cívica, dando por terminados os simulacros da realidade…
A meu ver, o tema da água tem de ser discutido. Até porque os defeitos de tal proposta superam as suas virtudes.
Pois, ocorre-me perguntar: se o presidente da Câmara Municipal e a Associação de Municípios da Região de Setúbal oferecem assim tantas garantias para que possamos ser confrontados a aceitar de ânimo leve os interesses que não são os da população, porque não vem o autarca, defensor acérrimo da proposta, a terreiro promover os devidos esclarecimentos?
E aqui a comunicação social, pela sua própria natureza e exposição pública, deveria dar um importante contributo.
Mas o problema é saber se a comunicação social local é capaz de emancipar-se da dependência da autarquia e actuar como uma órgão de informação independente, isento e idóneo. Será sonhar?
A Magra Carta já exprimiu, em múltiplas ocasiões, a sua opinião sobre a indigente comunicação social de Sesimbra.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
África adeus
Contudo, há outros casos que inspiram grande preocupação, como sucede com a África do Sul que muitos teimam em designar por um modelo de harmonia e desenvolvimento.
Ora, a verdade é que os brancos continuam a sentir-se ameaçados e a promover acções de formação em auto-defesa.
Convém lembrar que, desde o fim do apartheid, um milhão de brancos preferiu abandonar o país e 2.300 foram assassinados.
Na África do Sul, nem a presença de Mandela torna a vida bela.
E quando ele morrer...
Exemplar
A EMEL, empresa camarária que ganha a vida a multar os automobilistas de Lisboa, achou por bem presentear vereadores com vinhos caros e "foie gras" graciosamente colocados em belas maletas.
A antipática arquitecta Helena Roseta denunciou o expediente e devolveu a maleta.
Já o incorruptível dr. Sá Fernandes ficou-se pela crítica, tendo aceitado a oferta.
Com a maior das naturalidades, disse que não devolveria a mala.
Por uma questão de boa educação, acrescentou.
Era o que nós suspeitávamos, o dr. Sá Fernandes é um homem bem educado...
Sic transit e honni soit...
Quando Mourinho saiu do Chelsea houve muita gente a prognosticar o naufrágio do clube, relatando que vários jogadores pretendiam sair, enfim, Waterloo garantido.
A substituir o "special one" ficou um israelita desconhecido que, sem alardes, mantém o Chelsea na corrida pelo título, está na Liga dos Campeões e chegou às meias-finais da Taça de Inglaterra, ontem, ao vencer o Liverpool.
Entretanto, já foi noticiado que o ricaço Abramovich quer prolongar o contrato com o desconhecido israelita por quatro anos e já lhe garantiu milhões para reforços.
Enquanto isto, o episódio da selecção inglesa parece ter sido uma jogada mediática, a história de uma recusa anunciada.
Seguiu-se a fricção com o treinador do Milão que acusa Mourinho de se ter oferecido ao clube que acaba de se sagrar campeão do Mundo.
Hoje, o jornal "The Sun" pergunta aos leitores se, afinal, Mourinho será realmente especial.
E as opiniões já se dividem.
Depois do incidente com os filhos, no colégio, e esta série de pequenos casos, o ano não acaba bem para o treinador...
Rosé muy pálido
Já tenho referido que um dos aspectos mais caricatos da intoxicação futebolória é a profusão de conferências de imprensa, encenação grotesca que serve para fazer publicidade a trinta águas, dez seguradoras, sete marcas de telemóvel, e que coloca diante do microfone gente que nada pode dizer que constitua notícia ou nos surpreenda.
De vez em quando, lá vem o banha-da-cobra Socolari com uma graçola (involuntária), espécie de tubi or notetubi burro, para agitar as águas das pedras dos reclames.
Ora, talvez porque eles só repetem evidências e recitam o óbvio, surgiu agora Camacho com um discurso arrasador, baixando a charla ao seu verdadeiro nível, rasteiro, à flor da relva, com uma mão cheia de lugares comuns a roçar o enfado.
Tanta desmistificação e tanta simplicidade chegam a espantar e quase sorrimos ao ouvir o nosso Rosé António afirmar, com um encolher de ombros, estas verdades universais:
- cada jogo é para ganhar
- da sua experiência conclui que cada jogo vale três puntos
- cada jogo é diferente do outro
Não sei se foi para dizer isto que o contrataram, mas nem o Fernando Santos mostrava tanto desprendimento, tanto lavar de mãos na pia do insucesso.
Santos (que era da casa) não fez milagres, mas este Rosé que binya com fama de duro, parece estar apenas à espera que o mandem embora com uma boa indemnização no bolso.
Palpita-me que o burro não é ele, e os burros já nem comem avei(g)a...
Em directo laive
Há não sei quantos dias, a Polícia Judiciária vinha anunciando que já tinha identificado os suspeitos e dando a entender que conhecia os chamados homens-de-mão mas que esperava chegar mais alto.
Alguém percebe como é que os suspeitos, sabendo que a rusga estava iminente, não fugiram nem esconderam armas ou outras provas?
Será que acreditaram no Pai Natal e na impunidade total?
E como é que, às sete da manhã, as televisões já estavam nos locais da rusga?
Sonharam? Adivinharam? Ou foram informados?
Que Polícia é esta que actua em directo para a televisão? Estariam os agentes maquilhados?
Quando a ASAE vai às feiras manhosas leva sempre as televisões atrás.
E é ver os rambos, armados como se estivessem no Iraque, executando acções altamente perigosas para captar sacos com DVDs, roupa e sapatos aldrabados, para tudo ser exibido como se acabassem de descobrir o refúgio de Bin Laden.
Será este um país virtual que só existe através da televisão?
E quem manda? É o Governo? O Procurador da República? Os Juízes? O Ministério Público? Ou a SIC? Ou a TVI? Ou o "24 Horas"?
O programa segue dentro de momentos, logo que acabarmos de correr atrás do prejuízo...
Escuteiros
A Justiça fez-lhe a vontade e chama-o a tribunal.
Porém, Valentim agora já não quer e trata de contestar a legalidade das escutas que sustentam a acusação.
A Relação confirmou a legalidade das ditas escutas, mas o major Valentim não desiste e apela para o Tribunal Constitucional.
Perante tão evidente incoerência, qualquer pessoa percebe que o importante não é se a escuta foi feita correctamente ou não. O importante é o que elas captaram, os segredos que revelam, os factos que confirmam.
Mas isso é mais difícil contestar, a não ser que o major diga que não era a sua voz mas a do imitador do Contra-Informação.
Há diligências processuais (como este recurso) tão claras como uma admissão de culpa...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Dúvidas existenciais
O que pressupõe especificidade e diferença.
Sendo, pois, visível que se trata de actividades tão específicas e diferentes, por que carga d'água (de rega) é que o há um só ministro para ambas?
Ou então: será que se justifica um ministro só para as Pescas?
Ou ainda: porquê um ministro para a Agricultura?
Mais: será que ainda há Pesca e/ou Agricultura em Portugal?
Terei lido mal?
Os jovens estão a ser acompanhados por psicólogos de alterne, tais são as carências específicas que revelam.
Este prazo de quatro meses foi concedido porque parece que o pai afectivo está à espera de ser julgado noutro processo, qualquer coisa Dourado, não percebi bem...
A farsa do costume
Isto, sete anos após o aluimento de terras que obrigou a alterações que ditaram 135 milhões de euros de derrapagem.
Na altura, o então ministro Jorge Coelho concluiu que houve erro humano.
E pronto, ficou assim, mais uns anos de obras, de incómodo, e mais uns milhõezitos em cima.
Coelho acha que errar é humano.
É o mesmo Coelho que fugiu a sete pés mal caiu a ponte de Entre-os-Rios.
Há quem pense que o papel do ministro era ficar e tudo fazer para apurar causas e responsabilidades. Outros, coelhinhos como ele, aprovaram a fuga a que chamaram coragem política.
Como a do outro que fugiu do pântano.
É a vida, é o PIB, é só fazer as contas...ora...pois...135 milhões.
É esta gente que nos governa, neste reino da irresponsabilidade colectiva, gente que acha que inaugurar, botar discurso é comigo, errar é o mano, não sou eu, não fui eu, não estava lá nesse dia...
Só nós dois...
Talvez o acordo ortográfico venha branquear este e muitos outros erros, numa espécie de indulto alargado, mas, por enquanto, talvez fosse bom que alguém, lá da Caixa ou do Sporting, nos explique (visto que só eles sabem) por que escrevem tão mal...
Repasto
e continuo a pensar que deveriam colocar em certas ementas frases tão assustadoras como inúteis, à semelhança do que fazem com o tabaco.
Depois de uma viagem cansativa, debaixo de chuva, ainda cheguei a tempo de ir jantar ao "Lobo do Mar", em noite de vendaval.
O Bernardo sugeriu uma cabeça de cherne. Grelhada, uma maravilha.
Isto, sim, foi um repasto...
O pasto
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Augusto não gosta
Agora, na próxima sexta-feira, pelas 11h30, na Sesimbra FM, como Rui Viana já aqui avançou em comentário (e disso nos dá pormenorizada conta no seu blogue), Augusto terá, com ou sem lençóis freáticos, de explicar à população o que pretende afinal com a criação da indesejável empresa intermunicipal que se propõe gerir os recursos aquíferos do concelho. Pelas 15h00, será também ouvido Amadeu Penim, que, desde o primeiro momento, se mostrou contrário ao projecto, talvez por saber bem quanto custou ao erário municipal o investimento realizado em oito anos, e com o qual resolveu o problema de abastecimento de água ao concelho. Por fim, às 18h00, na mesma antena, serão os líderes de bancada na Assembleia Municipal a debater a questão.
Acredito que Augusto não goste. Ele teria certamente preferido que a coisa tivesse passado pianinho e sem levantar ondas. Mas as contas saíram-lhe furadas. O vergonhoso e escandaloso muro de silêncio que alguma imprensa local, verdadeiramente indigna desse nome, vem criando nesta terra há alguns anos começa, enfim, a ser quebrado. Pela minha parte, não tenho a pretensão de julgar que a acção da blogosfera tenha sido decisiva. Basta-me a certeza de que Augusto não gosta.
domingo, 16 de dezembro de 2007
Desafio
Ora, independentemente do fundamento das posições assumidas pelos comentadores, três coisas devem ser destacadas.
A primeira é a necessidade de um debate aberto e esclarecedor, por forma a permitir a todos os sesimbrenses perceberem o que está em jogo, o que têm a ganhar ou a perder.
A segunda é que quem não deve não teme e Rui Viana deu, uma vez mais, uma lição de determinação, lucidez e carácter, ao defender a sua tese de cara destapada.
A terceira é a má consciência ou a insegurança do "pexito vermelho" que defende a posição da Câmara com tal ardor que sugere a ideia de ser o próprio Augusto Pólvora.
Não sei, nem é importante saber, se é o presidente da Câmara que se esconde sob o pseudónimo de "pexito vermelho".
Mas é certamente alguém altamente comprometido com o projecto e que pretende vender-nos a ideia como boa.
Mas então, se assim é, se a intenção é boa, se os argumentos são correctos, porquê a máscara? Porquê o pseudónimo?
Este e os outros blogues poderiam ser um veículo para as propostas honestas de quem governa o concelho, uma forma de esclarecer e conquistar adesão.
Ou será que para o senhor presidente o único suporte informativo é o inócuo ´"Raio de Luz"?
O que se pretende é que se faça luz, mas não com um raio...
Anderson, lembram-se?
Acabo de ler, uma vez mais, que Alex Ferguson está encantado com o brasileiro Anderson que foi buscar ao Porto.
Não me admira, pois sempre achei que aquele rapaz é dotado de um talento absolutamente extraordinário, ao nível de um Maradona ou de um Messi, belos termos de comparação para um esquerdino genial como ele é.
A minha provocação é esta: Anderson é melhor jogador do que Cristiano Ronaldo.
Entendamo-nos.
São futebolistas de morfologias e artes diferentes, Ronaldo mais possante, mais rápido, melhor no jogo aéreo, fulgurante.
Anderson joga, corre como se patinasse, um tanto à maneira de Zidane, desliza, tira os adversários do caminho com suavidade, rasga horizontes, comanda e serve, tudo com facilidade, elegância e visão alargada.
Ronaldo é uma gazela, um sprinter poderoso, perseguindo a bola, chegando primeiro, em espaços amplos. Salta, dança, rodopia, faz piruetas diante da bola e do adversário.
Anderson é fulminante a pensar, rápido a executar, conduz a bola usando aquele fabuloso pé esquerdo como um hoquista se serve do stick. O movimento é igual, o controlo absoluto, o gesto simples, não há explosões, apenas a certeza do passe, o perfume do drible necessário, um pêndulo sem falhas.
Pode não arrebatar multidões, não joga para a galeria, não inventa, não está nunca na corda bamba do dia de engate, o seu futebol é límpido, parece fácil, como aqueles pintores que, em três pinceladas, deixam na tela a expressão sublime, o recorte raro, o toque de magia.
Anderson é um artista puro, com foram Cruyff, Beckenbauer ou Zidane.
Não encherá nunca os "24 Horas" nem os "The Sun" deste universo tablóide, mas é um admirável jogador de futebol...
sábado, 15 de dezembro de 2007
Porreiro, pá!
Trapalhadas
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
É só fumo
O 25 de Abril foi a sorte média (ou grande) para uma classe cujos eleitos cresceram exponencialmente e foram garantindo tachos através da alternâncias bem coordenadas, albergando mediocridade de norte a sul, no aconchego das autarquias ou na cumplicidade dos corredores da Assembleia da República.
Os papalvos, os eleitores, ficam todos contentes porque votam, como se esse gesto tivesse outra consequência que não seja garantir a boa vida aos nossos queridos governantes.
Entre duas eleições, eles acumulam mordomias e atiram-nos fumo, muito fumo, para os olhos.
A partir de 2008 vão reduzir esse fumo, impedindo os palermas de puxar da arma mortífera que é o cigarro em recintos fechados.
E fazem isso sem nos ouvirem, sem referendos nem auscultações, com uma hipocrisia que roça a provocação quando nos dizem que vão aumentar entre 20 e 30% o preço do tabaco.
É o cúmulo da desfaçatez, fingir que querem acabar com o fumo enquanto continuam a produzir e a vender tabaco, droga que mete nos cofres do Estado 80% do que pagamos por cada cigarro.
Enquanto isto acontece, a maior poluição vem da indústria, das porcas suiniculturas e tantas outras, dos milhões de carros, camiões e autocarros.
O único esforço do Estado em defesa do Ambiente é a renovação incansável da frota automóvel dos titulares de tachos que a democracia proporciona a esta gente.
Boas Festas!
Dois pesos...
A história faz lembrar um filme dos anos 60, "Plein Soleil", com Alain Delon, Maurice Ronet e Marie Laforêt, outro triângulo, outro veleiro mas o mesmo mar de conflitos.
Será que esta dupla assassina se inspirou no filme?
O certo é que as semelhanças existem, é quase um pesadelo, mas a Justiça não foi em fitas e revelou-se impiedosa para quem cometeu um crime cobarde, a sangue frio e com premeditação.
E os irmãos foram condenados, cada um, a 24 anos de prisão. Parece ter sido feita Justiça.
Contudo, quando nos lembramos de outro caso recente, temos dificuldade em compreender.
Um indivíduo que violou um deficiente e, em seguida, o assassinou, foi condenado a metade da pena aplicada aos franceses.
Terá a vida de um cidadão francês mais valor do que a de um menor, deficiente, português?
As decisões de Justiça têm de ser coerentes, sem o que ninguém pode acreditar na sua isenção...
Excelências
Talvez para estar em linha (expressão muito na moda) com o título, há dias, uma senhora jornalista da Rádio Renascença usou por várias vezes o termo guetização.
Sinceramente, desconheço a origem do termo gueto. Conheço o sentido, mas não sei de onde nos chega.
É natural que já esteja nos dicionários recentes, no meu velho companheiro não figura.
Mas o interessante não é gueto, vocábulo domesticado e assimilado, mas o seu derivado guetização.
Queria a senhora falar de segregação, discriminação, exclusão ou isolamento, suponho, mas nenhum destes termos lhe pareceu suficientemente excelente.
A Excelência entrevistada não repetiu o bacoco palavrão, e o que fica é a saloiice destas pessoas que deixam cair no esquecimento as formas correctas para irem buscar o que julgam ser melhor.
No fundo, com gente desta, o que está em curso é a guetização do bom português.
Já agora, porque é melhor levarmos isto a sorrir e porque o trocadilho é fácil, eu diria que aqui há gueto...
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
A canção do bandido
Desespero
O pormenor...
Parece que Jaime Gama acordou em sobressalto quando bateram à porta e apenas reagiu ao ler a pergunta, tendo, por sua vez, perguntado se a resposta dos portuguesas seria dada de braço no ar...
SIC com boas Notícias
Tenho para mim que se trata de uma boa escolha e só espero que as novas funções lhe permitam continuar a fazer as suas belas análises políticas, já que António José Teixeira é um brilhante comentador, arguto, fino, sóbrio, exprimindo-se numa linguagem correcta e exibindo um pensamento límpido e inteligente.
São boas estas Notícias da SIC...
(B)asco
É a segunda vez que recorre a tal expediente ordinário para aumentar as vendas, o que prova que o crime compensa.
Levados a tribunal, foram condenados, mas reincidem na boçalidade escabrosa.
É totalmente inadmissível, não por se tratar da família real espanhola, mas apenas pelo mais elementar direito ao respeito que qualquer pessoa merece, nada justificando este achincalhamento gratuito e nojento.
Será isto o exercício da liberdade de imprensa ou de expressão? Expressão de quê?
De baixeza, de vilania que merece e justifica sanção pesada, não apenas uma multa largamente inferior às vendas da revista que milhares de imbecis vão comprar, demonstrando assim que, apesar de tudo, muitos estão ainda ao nível da sarjeta.
Nem só a ETA envergonha o povo espanhol...
Infâmia
O notável trabalho e o investimento avultado que a gestão de Amadeu Penim realizou durante oito anos serão desbaratados num ápice. Sesimbra alienará absurdamente os seus recursos próprios, com a admirável contrapartida de os sesimbrenses passarem a pagar a água mais cara. Os desígnios eleitorais de um partido político e os interesses pessoais de uns quantos sobrepõem-se, assim, miseravelmente aos interesses do concelho e dos munícipes.
Entretanto, nos seus editoriais entediados, a olímpica Peneque continuará a discretear sobre gerais banalidades, enquanto o pequeno Torquemada do burgo alimenta a caldeira de Pêro Botelho com um risinho sinistro. Cá estarei para ver se, pelo menos, o novo dinamismo ferroviário aflora na imprensa restante, ou se, pelo contrário, o muro continua a crescer. Ou muito me engano, ou os cento e poucos que nos levaram a este ponto persistirão, mudos e quedos, na urdidura imperturbável da sua teia de silêncio. Mas tanta água metida valia bem um pingo de vergonha…
É um ponto de vista...
Ao que parece, o ciúme esteve na origem do gesto de um enfermeiro divorciado de uma psiquiatra amiga do casal Levy.
Suspeitando de uma relação íntima com a sua ex-mulher, o enfermeiro desferiu onze facadas em Maurício Levy, matando-o e deixando-o desfigurado.
Contudo, e apesar da violência do crime, neste contexto em que se sucedem verdadeiras liquidações no sub-mundo da noite, um crime passional quase é olhado com benevolência.
Como se houvesse uma hierarquia ou um padrão de aceitação da morte, podendo o amor, o ciúme ou o sentimento de honra ultrajada ser acolhidos com tolerância, por oposição à ganância, à sede de poder, ao terror em nome do dinheiro, à crueldade que leva à eliminação indiscriminada de quem se interpuser.
Neste universo materialista em que vivemos, de competição profissional, de exclusão, de guerra comercial, de indiferença pelo próximo, um gesto tresloucado ditado por amor, por ciúme ou em defesa da honra, quase nos tranquiliza, é sinal de que ainda há quem se deixe levar por sentimentos.
Quase esquecemos que houve morte de homem...
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Olfacto dourado
Por outras palavras, será o cheiro a provocar a reacção de medo.
Trata-se de um caso muito interessante pois pode ter conduzir à alteração da relação de forças entre pessoas e/ou animais.
Aliás, todos ouvimos falar do cheiro que um humano desenvolve quando sente medo diante de um cão, assim se explicando o ataque do animal.
Recentemente, houve um caso muito badalado ocorrido com uma mulher que perdeu o medo ao marido e o atacou publicamente, escrevendo um livro repleto de revelações comprometedoras.
Uma delas dizia, precisamente, respeito aos cheiros provocados pelas flatulências do senhor.
Cheira-me que a dona em questão terá antecipado a descoberta dos cientistas japoneses ao ter compreendido que o seu medo provinha do olfacto...
Amanhã
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Previsível...
Mourinho já está rico, não precisa do dinheiro que uma qualquer Federação lhe possa pagar.
Por outro lado, sendo alguém que vibra com o jogo de forma tão intensa, vejo mal como poderia aceitar um trabalho intermitente como é um cargo de seleccionador que só pode interessar a reformados, a gente que se contenta com uns joguitos de vez em quando.
Mourinho precisa de acção, picardias, despiques, desafios permanentes, tudo quanto só um clube de topo lhe pode propiciar.
Por isso, é estranho vê-lo a namoriscar uma donzela que já sabia não ser à medida dos seus mais violentos desejos.
Da sua parte, se não foi um erro, foi, pelo menos, um romance infeliz.
Desastroso terá sido para a Federação Inglesa que levou uma tampa e agora fica em posição desconfortável. Ela, Federação, e também o treinador que abordar, pois este sabe que não foi, nem por sombras, a primeira escolha.
A credibilidade desse treinador está, desde já, afectada perante os jogadores e o público.
A publicidade dada a este namoro foi negativa para as duas partes, Mourinho e Federação, podendo ficar a ideia de que só terá servido para manter Mourinho na crista da vaga durante este período em que não pode assumir o comando de outra equipa.
Pode ainda ficar a ideia de que Mourinho tenha sentido a necessidade de alimentar este enredo, ao ver que a sua saída não causou o naufrágio do Chelsea que continua na luta pelo título e está apurado na Liga dos Campeões.
Isto, apesar de estar a ser orientado por um desconhecido israelita, facto que poderá não deixar Mourinho indiferente.
É que, a partir de certos valores, o dinheiro não é a motivação maior...
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
É justo
Ora, sucede que um dos nossos leitores nos deu conta de uma atitude correcta e simpática deste senhor relativamente à restauração da campa do padre João Ferreira, na Golegã, projecto a que José Pedro Xavier esteve ligado.
Uma vez que o obra não foi concretizada, não só deu, por carta, conta do sucedido como devolveu a contribuição monetária do nosso leitor que, por este motivo, nos pede a divulgação de uma notícia que, na sua opinião, merece ser realçada.
Para que o nosso leitor não pense que temos qualquer preconceito relativamente ao jornal ou ao seu director, é com todo o gosto que executamos o que nos solicita, tanto mais que acreditamos na veracidade dos factos que nos relata.
Com efeito, este nosso leitor é pessoa que bem conhecemos. Trata-se de António Cagica Rapaz, discípulo e afilhado (do Crisma) do padre João Ferreira, junto de quem leu a missa das crianças durante alguns anos.
Este senhor foi co-autor do extinto blogue "Sesimbra e Ventos" ao qual temos já sido comparados, facto que nos enche de orgulho.
Por isso, porque não somos sectários e porque a fonte nos merece confiança, aqui fica o registo do acontecido...
Às ordens de Vocência
Mesmo os caloiros recém-chegados à cidade recebiam essa banalizada etiqueta, um pouco por toda a parte.
E até pessoas (mais concretamente, homens) de fora, de passagem.
Conta-se, e acredito que tenha acontecido, que um empregado de café, certo dia, se dirigiu a um cliente nos seguintes termos: " O senhor doutor, é aquele caixeiro viajante que costuma cá vir todos os meses, não é?".
Perguntem ao Rui Mota que tal a sensação de, num restaurante de Coimbra, ouvir o empregado tratá-lo por senhor doutor.
Surpreendido e divertido, o Rui dispunha-se (na brincadeira) a dar-lhe valente gorjeta se o empregado voltasse a honrá-lo com tal tratamento.
O hábito não faz o monge, e às vezes nem é preciso canudo para se ser doutor...
É Oprah
Sem sombra de dúvida, a presença de Oprah ao lado de Obama constitui um trunfo de peso, embora a instalação de um negro na Casa Branca talvez não seja ainda desta vez.
Por seu lado, a senhora Clinton achou que tinha de fazer alguma coisa, tirar um coelho da cartola, pressão que a levou a chamar ao palco a mãe e uma filha.
Para quem carrega o fantasma de Mónica Levinsky e da infidelidade oval do marido, a união familiar, a força do clã, tais foram o argumento e a mensagem de Hilary.
Esta iniciativa fez-me lembrar uma certa campanha eleitoral para a Câmara de Sesimbra quando um dos candidatos aparecia nos múltiplos cartazes com a família toda, avó, mãe e filhos, árvore genealógica plantada em cada esquina onde coubesse a grandiosa imagem.
A ideia até podia ser interessante, se não se desse o caso de os outros candidatos pertencerem igualmente a famílias com raízes sesimbrenses.
Em política, quase tudo vale e, por vezes, uma pincelada de imaginação pode fazer a diferença. No caso dos USA, qualquer candidato será melhor do que Bush, mas será muito difícil a Obama vencer o preconceito racial.
Se o conseguir, só nos resta concluir que é Oprah...
domingo, 9 de dezembro de 2007
Osgas vermelhas
Daí resultou outro comentário da sua parte em que foca um tema que, precisamente hoje, eu tinha pensado abordar e que é a multiplicação dessa coisa repelente que é um suposto Pai Natal a trepar pelas paredes.
Eu admito que não possamos fechar-nos rigidamente nas nossas tradições, mas lamento que adoptemos modas manhosas, como esta.
Sesimbra é, em si, um enorme presépio que já foi muito mais bonito.
Talvez por essa razão, a montagem do presépio, o pratinho com a seara, o culto do Menino Jesus, a missa do Galo, tudo isso tem a marca da fé, da espiritualidade, do mistério de uma quadra toda ela concebida em torno da ideia de que celebramos o nascimento do Menino e que Ele é que nos põe as prendas no sapatinho.
Com o tempo e a tirania do materialismo, o negócio e a banalização dos valores mataram a poesia, deixando o Menino Jesus e o presépio no sótão das velharias.
O Pai Natal surgiu como o caixeiro viajante de um tempo em que não há mistério nem fantasia, apenas encomendas e consumismo desenfreado.
E, como tudo serve para fazer dinheiro, lá veio esta praga de grotescos pais natais que mais parecem osgas vermelhas nas nossas paredes.
Entretanto, a seara murchou e o Menino continua à espera de uns Reis Magos que, se calhar, já não vêm e se limitam a mandar um SMS ao José e à Maria...
Subtilezas
Mas, pelos vistos, há mensagens de grande subtileza e vasto alcance.
Quem chega a Sesimbra, à esquerda, antes da bomba da Galp, vê um cartaz gigante (autedór) a elogiar o Volkswagen Passat.
E a frase-choque é "Um carro com H grande".
Confesso que não compreendo, talvez alguma coisa me esteja a escapar.
Se o carro fosse Honda, vá que não vá, mas Volskwagen... ? Passat...?
Já ouvi algumas vezes "o dia H" e "a hora D", mas o carro com H grande, é notável.
Mais abaixo, em dois ou três cartazes, junto ao campo do Desportivo, alguém nos pede desculpa pelo incómodo das obras de construção da piscina. E acrescenta esta frase hilariante "Prometemos ser breves".
Breves? Alguém acredita?
Afinal, estamos no Natal ou no Carnaval?
Por que não?
Assim de repente, e sem puxar muito pela cabeça, aqui vão alguns exemplos de grafias recomendadas: ilvador, Cambra, iducar, mesturar, menistro, vezinho, refrendo, curenta, runião e drivado.
Convido os prezados leitores a sugerir outras grafias renovadas, izercício que se pode revelar divertido e instrutivo.
Quem participar hablita-se a nada ganhar...
sábado, 8 de dezembro de 2007
Ci(u)meira
Se quiserem algum recado para o Robert, deixem-no aqui e nós, oportunamente, transmitiremos.
Um bom dia para todos.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Os novos monstros
Um indivíduo violou e matou um menino de seis anos, surdo-mudo (creio bem), nunca mostrou o menor arrependimento e foi condenado apenas a 12 anos de prisão.
Ou seja, daqui por cinco ou seis anos está cá fora, em liberdade, um facínora nojento que cometeu um duplo crime sobre vítima menor, deficiente e indefesa. Violou e matou.
Quem são estes juízes?
Em que mundo vivem?
São deuses poderosos e infalíveis?
Será que os monstros somos nós que não entendemos os princípios, as normas, os valores por que se regem?
Faz-de-conta
A verdade é que a sociedade portuguesa, com esta presunção dos títulos, é a grande responsável pelo desaparecimento de milhares e milhares de pessoas em plena actividade profissional.
Todos nos recordamos do tempo em que havia mestres de obras, empreiteiros, sapateiros, comerciantes, industriais, carpinteiros, etc.
E a lista é longa.
Ora, todas essas categorias profissionais desapareceram porque os portugueses que se julgam importantes só têm uma profissão e, sobretudo, um estatuto: empresário.
Não há cão nem gato que não seja empresário, tenha ele um quiosque à esquina do café ou venda cautelas na rua.
Não admira que Sócrates se veja aflito para lutar contra o desemprego.
E logo ele que nem liga a esta coisa dos títulos académicos...
Ah, grande François!
São coisas que acontecem, há uns que não são desejados e vêm, há outros que correm mais do que a bola e chegam adiantados, enfim, é uma festa.
Seja como for, é de saudar a diligência do presidente François.
Por uma vez que alguém chega mais do que a horas, habituem-se os outros, aprendam, porque os Bozizémplos devem ser seguidos...
Não é Grant quem Cary
Coisa que a actriz nega firmemente.
Pior terá sido o drama de Cary Grant, um dos maiores sedutores da história do cinema, um homem que casou e descasou quatro vezes, tudo para ocultar uma homossexualidade vivida e partilhada com Randolph Scott, herói de fitas de cow-boys.
Foi uma espécie de "Segredo de Brokeback Mountain" mas só com um cow-boy, já que Cary Grant era mais citadino, dandy da alta sociedade, um homem cheio de classe que talvez tenha estado verdadeiramente apaixonado por Sofia Loren.
Está para sair uma biografia do protagonista da cena que serve de eterno cartaz a "Intriga Internacional", filme de Hitchcock, quando Cary Grant, num descampado, é perseguido por um avião em sucessivos voos rasantes.
É esse o fascínio do cinema, pouco importa uma biografia que fala de um tal Scott ou de uma mãe que Cary Grant julgou morta e que, afinal, estava internada num manicómio.
O que fica para a história e no nosso arco-íris de fantasia é o Cary Grant de "Rebecca" e de "Charada", elegante, insinuante e charmoso...
Jovens
Os jovens afastaram-se e a mulher ficou queimada em 62% do corpo.
Os jovens tinham, na altura, menos de 16 anos, circunstância que atenua a pena que o Ministério Público reclama.
Alguns deles, já foram condenados a 8 anos de prisão e os dois principais responsáveis arriscam agora 15 anos de reclusão.
Eu não sei se o grau de civilização de um país se mede, entre outras coisas, pela forma como defende os cidadãos e pune os criminosos.
Não sei se somos mais ou menos evoluídos do que a França, apenas pergunto se, por acaso, alguém se recorda das penas (?) infligidas aos jovens que torturaram e assassinaram o travesti Gisberta, no Porto.
Deve ser dos nossos brandos costumes...
Entre camelos e burros
Alguém que diz uma coisa e, posteriormente, afirma outra pode não ser mentiroso.
Pode sofrer de amnésia ou, simplesmente, dizer várias verdades.
O eufemismo é uma arte, um exercício de equilíbrio entre a ironia, o sarcasmo e a improvável inocência.
Ora, a verdade é que o senhor ministro, no meio ou no fim de um almoço, legou à posteridade a célebre parábola dos camelos, antevendo porventura (é homem de larga visão) a vinda de Kadhafi.
E rematou, de forma eufórica e satisfeita, com a chicuelina do jamé.
Claro, hoje deu o dito por não proferido, e é possível que esteja de boa fé, coitado do homem.
Aliás, este tipo de atitudes é muito frequente na família socialista.
Se perguntarem ao califa Sócrates se ele alguma vez prometeu criar 150.000 empregos e não aumentar os impostos, ele certamente dirá, como Lino, que as suas palavras foram mal interpretadas.
Ou seja, nós é que não compreendemos.
Por outras palavras (não as de Sócrates), os burros somos nós...
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
A vitória de merda
É uma forma de ver as coisas.
Ao mesmo tempo, ameaça voltar à carga com novo referendo, mas em moldes diferentes.
Julgo perceber onde quer chegar e posso daqui dizer ao democrata Chavez que a sua ideia não é nova.
Há uns bons vinte anos, na Nova Caledónia ( território francês) surgiu um movimento independentista, desiderato que só uma minoria apoiava.
O chefe dos revoltosos chamava-se Jean Marie Djibaou, e, quando lhe perguntaram se concordava com um referendo, a sua resposta foi clara e teria assentado como uma luva a Hugo Chavez: -" Claro que concordo com o referendo, desde que a resposta seja sim à independência".
Obviamente, a Nova Caledónia continua francesa.
É pena Djibaou já ter morrido, sem o que poderia explicar a Chavez como se faz um referendo com resultado pré-fabricado.
Ainda assim, determinado como é, Hugo Chavez é muito capaz de encontrar a fórmula desejada.
A bem ou a mal...
História de camelos
Há momentos, ao beberem um chá sob a tenda, tentando desanuviar o ambiente e fazer um bocadinho de humor, Manuel Pinho (o outro Dupond) perguntou a Kadhafi se também tinha trazido camelos.
Como seria de esperar, o fino líbio retorquiu que não, porque trazer camelos a Portugal seria o mesmo que levar areia para o Saará.
Manuel Pinho riu, mas não percebeu...
Pimenta na língua
Por isso, há muitas coisas que não conseguimos provar, mas que não nos deixam a mínima dúvida.
Há alguns anos, um amigo meu chamou corrupto a um autarca, revoltado por saber, por ter a certeza de que o vencimento desse senhor não explicava a fortuna que acumulou.
Teve o azar de ser ouvido por um familiar do autarca, foi levado a tribunal e condenado por difamação. Claro.
Agora vem um tal senhor Antunes chamar (com todas as letras e mais o til) ladrões aos insuspeitos dirigentes da Federação de Portuguesa de Futebol.
Isto, a propósito de arbitragens no futsal.
Se houvesse um referendo (ora aí está uma boa ideia) ninguém duvida que uma larga maioria de portugueses classificaria de corruptos os homens ligados à arbitragem.
Provar tal convicção é que seria mais difícil, embora haja quem reconheça publicamente ter comido fruta.
No caso vertente, temo que o senhor Antunes venha a ter a sorte (ou o azar) do meu amigo que disse alto o que todos continuam a pensar do tal autarca...
Diz-me com quem andas...
É curioso como gente do futebol (incluindo os próprios jogadores), nos dias de hoje, ainda fala de comprar e vender como se de objectos se tratasse.
Tem razão o senhor Veiga quando diz que o Benfica não pode ter ambições e, ao mesmo tempo, vender ou deixar sair os seus melhores jogadores.
O mesmo aplico eu ao Sporting que deixou sair Quaresma, Ronaldo, Rochembach, Nani, Ricardo, e comprou mediocridade.
Mas o mais interessante da observação do ex-empresário, ex-director do Benfica, ex-amigo de Vieira e de Pinto da Costa, sobre o ex-capitão do Benfica, é a junção de dois nomes com que ficou na história um ministro do tempo da outra senhora que conseguiu a proeza de ser igualmente ministro do homem do pântano, o dialogante António Guterres.
Trata-se, como já adivinhastes, senhoras e senhores, amigos ouvintes, caros telespectadores, estremecidos leitores, de Veiga Simão...
É uma pena
Porém, quando alguém, por dinheiro ou por outra baixa razão, mata friamente e com total desprezo pela vida humana, estamos perante crimes de outra natureza.
Nos últimos anos, e em especial recentemente, essas mortes brutais têm-se multiplicado, ao mesmo tempo que a nossa Justiça se mostra frouxa ao ponto de absolver um homem que contratou dois russos para lhe matarem a mulher.
Não sou adepto da pena de morte, mas acho que, para determinados crimes, deveria haver prisão perpétua, sem remissão. Mas não com direito a televisão, ginásio e biblioteca.
Os contornos da criminalidade mudaram e a Justiça parece não ter acompanhado o processo, não havendo verdadeira dissuasão.
Alguém que sai de casa para assaltar um banco e leva uma arma carregada com a intenção de (ou a disponibilidade para) matar, sabe à partida que não sofrerá castigo igual, visto não haver pena de morte em Portugal.
Com uma pena máxima de 25 anos que NUNCA é cumprida, os criminosos gozam de vantagem relativamente às vítimas.
O problema é que os legisladores, os juízes e os políticos em geral não têm filhos que trabalhem em gasolineiras, nem bancos nem discotecas suspeitas.
Vivem noutro planeta onde estas coisas só lhes entram em casa através da televisão...
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
A sete chaves
Mesmo em cima da hora do fecho desta edição, conseguimos apurar que não se trata de uma mensagem escrita, mas de um objecto de alto valor simbólico e que exprime o que Juan Carlos e o mundo inteiro acham que Chavez precisa, uma rolha...
Portugas
Cada automobilista que ali chegava, na esperança de um lugar, era obrigado a fazer inúmeras manobras para dar meia volta, bufando ao volante, enquanto o senhor permanecia dentro do veículo, lendo o jornal, indiferente ao transtorno que, abusivamente, causava a terceiros.
Ainda estive para lhe dar uma palavrinha, mas desisti porque, afinal, nenhum dos prejudicados o fez, e eu sou apenas Carteiro, não polícia nem Quixote.
Depois, no interior do hospital, naquela interminável espera, vi muitos homens e mulheres jovens sentados enquanto, à sua beira, senhoras idosas permaneciam de pé.
É este país do portuga afiambrado, automobilista arrogante e imbecil, vítimas que não ousam refilar e gente que nunca teve ou perdeu a pontinha de civismo que faz de nós seres humanos.
Com a nossa marialvice do costume, se calhar, algum seria capaz de ripostar, como o outro:
" Cavalheiros há, lugares vagos é que não".
Nunca vos aconteceu terem vergonha de ser portugueses?
Português Suave
E, a certa altura, não pude deixar de sorrir ao ver as incansáveis tias do Movimento Nacional Feminino a distribuir cigarros aos soldadinhos que embarcavam rumo a um destino incerto.
Naquele tempo ainda não havia fundamentalismo à volta do tabaco e nenhum maço de cigarros ostentava a hipócrita sentença FUMAR MATA.
À luz dos preconceitos de hoje, quase se pode dizer que as angélicas senhoras estavam a empurrar para a sepultura a mocidade portuguesa, killing them softly com cigarros.
Ora a verdade é que o presente de despedida era tão inocente e tão bem intencionado como aqueles bravos rapazes que acreditavam ir defender a integridade da Pátria.
Afinal, ninguém sabia (e muito menos avisava) que o tabaco mata. Nem tal era necessário.
Para isso, para matar, lá estava a guerra colonial...
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Pontos de vista
Corrigido o engano, a taxa oficial é de 8.2, descida que encheu o Governo de alegria.
Este episódio faz-me recordar uma anedota.
Tendo falecido o pai de um soldado, ninguém sabia como dar-lhe a notícia sem lhe provocar uma forte emoção.
Até que um camarada se ofereceu para resolver o assunto de forma aceitável.
De chofre, disse ao rapaz que, num brutal acidente de viação, tinham morrido o seu pai, a mãe, a irmã e o avô.
Perante o desespero evidente, logo o acalmou esclarecendo que tinha sido só o pai.
-Ah, bom, assim é melhor - suspirou o soldado.
Sócrates também acha que 8.2 é melhor que 8.5.
Já Lili Caneças acha que estar morto é o contrário de estar vivo...
O grande salto
Yvonne diz que sente que tem um corpo de homem e vai assumir a transformação.
Bem vistas as coisas, até se compreende, é a força do hábito, a influência da modalidade, anos e anos de treino e competição, sempre com a vara.
Por isso, nada mais natural do que dar o salto para outro sexo.
Mas conservando a vara...
Até os comemos
Ali, naquela mesa, está um senhor a ler um jornal onde aparece o treinador do Benfica a dizer quer o seu clube a jogar à Porto.
Eu próprio, que não sou benfiquista, fico um tanto incomodado.
Eu não sei se o senhor Rosé António (como patetamente muitos lhe chamam) sabe que a expressão "à Benfica" é marca registada, evoca o brio, a determinação, a raiva, a ânsia de vencer, a abnegação, aquilo a que no país do senhor Rosé chamam ganas.
Ora, o Benfica pode jogar melhor ou pior, consoante a valia técnica dos seus jogadores.
O que não pode é deixar de dar tudo em campo.
Para ganhar hoje ( e sempre) o Benfica não tem de jogar à Porto porque não possui individualidades comparáveis.
Mas pode e deve jogar (sempre) à Benfica...
Outra música
Aos 98 anos, ainda está em actividade, cantando e tocando um instrumento de cordas - shamisen - mas já não dança e só se maquilha muito discretamente.
Contrariamente à ideia generalizada, as gueixas não são prostitutas, mas sim mulheres educadas e formadas para proporcionar aos homens companhia, conversa, dança e música.
Seria insultuoso confundi-las com alternadeiras que não se limitam à conversa.
Ninguém imagina uma mulher de 98 anos em actividade numa casa de alterne porque ali a música é outra.
Em verdade, aos homens que as procuram elas não dão apenas música.
Alguns deixam lá tudo, até a shamisen...
Dilema
No dia em que faz 27 anos que Sá Carneiro morreu (há quem diga que foi acidente), o PSD está perante uma escolha difícil entre a ideologia e o pragmatismo.
Que pensará Sá Carneiro de tanta mediocridade?
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Enquanto o pau vai...
O senhor pede uma indemnização de 50.000 euros por detenção ilegal, queixando-se ainda de tratamento vexatório por parte das autoridades e de danos elevados na sua imagem.
Eu acho que Pinto da Costa faz bem. Por várias razões.
Primeiro, porque, como Pedroto lhe terá ensinado, a melhor defesa é o ataque.
Depois, porque, se o trataram por Vexa, isso é mesmo vexatório.
Em seguida, é uma evidência que a sua imagem ficou irremediavelmente manchada.
Até àquela detenção (que só pode ser ilegal, claro) toda a gente via em Pinto da Costa um homem íntegro, impoluto, irrepreensível, honesto, recto, enfim, um modelo e um exemplo.
Até as suas incursões em casas de alterne tinham fins didácticos, profilácticos, eram como que um banho de espiritualidade, verdadeira posição de missionário.
Aliás, os seus esforços foram recompensados ao salvar da negridão daqueles antros uma pobre criatura que, ironia do destino, tão ingrata haveria de se mostrar.
Apenas duas coisas me intrigam.
Uma, o baixo valor que Pinto da Costa reclama ao Estado. Ou se tornou modesto com um franciscano ou quer evitar o agravamento do défice.
A outra é que receio que Pedroto não lhe tenha explicado a diferença entre uma bola e um boomerang...
Espelho meu
Está neste número "O Outro Lado do Espelho" que representa talvez o ponto mais alto da irreverência e da provocação na região de Sesimbra, mas sempre com oportunidade, justeza e bom humor.
Claro, com excessos, é verdade, mas estamos em terra de liberdade e ninguém é obrigado a ver-se àquele Espelho.
Ora, reparei que a última malandrice do Espelho teve lugar em 15 de Novembro e a "vítima" era o Papa.
Por isso me interrogo sobre este silêncio prolongado e nada habitual.
Ter-se-á o Espelho partido?
Terá sido excomungado?
Estará retirado em algum mosteiro longínquo em profunda meditação?
Ou será que está a preparar-nos alguma surpresa?
Dou meia dúzia de alvíssaras em bom estado a quem me trouxer novas do Espelho.
Diz-me, Espelho meu, conheces alguma Carta mais Magra do que eu?
Leão de cartolina
Aliás, o paralelismo com os políticos é flagrante.
Mas, voltando ao futebol, o que predomina é a sede de protagonismo e a proximidade com os mil negócios associados ao jogo, transferências, comissões, direitos televisivos, publicidade, venda de artigos desportivos, terrenos urbanizáveis, etc.
O protagonismo é a tentação maior para homens ricos mas que não são figuras públicas.
E que compram a notoriedade ao conquistarem a presidência dos clubes.
Os exemplos não faltam, desde há décadas.
Depois, alguns perdem a cabeça, caem no ridículo, como agora aconteceu com Soares Franco.
O Sporting está em crise profunda e o homem prefere atirar-se a Carlos Queirós a quem acaba de colocar no rol dos indesejáveis. Simplesmente ridículo.
O Sporting já conheceu melhores dias. E melhores presidentes...
NIET
E o SIM ganhou, o SIM à liberdade.
Ontem, na Venezuela, também ganhou a liberdade, mas com um NÃO.
Hugo Chavez quis fazer uma revolução nas urnas, quis cercar, controlar e condicionar a liberdade do povo, conservar o poder até morrer.
Mas os venezuelanos tiveram a coragem de dizer NÃO.
O mesmo não puderam fazer os russos, impotentes diante da máquina repressiva de Putin que, sem o dizer, está a preparar-se para realizar o sonho de Chavez, o poder vitalício. Como Fidel.
Será que o muro caiu mesmo?
domingo, 2 de dezembro de 2007
O fim de um ciclo
Pior que isso, mostrou que é uma equipa destroçada e que Paulo Bento deixou de ter condições para continuar.
Por uma razão simples: a equipa tem vindo, sucessiva e progressivamente, a perder confiança e ambição.
E esse é o trabalho mais importante de um treinador, missão que, neste momento, Paulo Bento não parece capaz de desempenhar.
No jogo desta noite, falhou irremediavelmente Rui Patrício que estava a ser visto como um símbolo de renovação e de esperança. E falhou por intranquilidade e por imaturidade.
Polga, porém, é o exemplo mais gritante da inépcia e das limitações da equipa.
Polga é um jogador tosco, tecnicamente limitado, duro de rins e pouco rápido.
Falhou antes de Rui Patrício, numa altura em que podia ter tranquilizado o grupo e os adeptos.
Mas falhou porque, como os outros, está inseguro.
E como é tosco, marcou a grande penalidade de forma frouxa e denunciada, própria de quem não acredita e não é capaz de disfarçar a febrilidade.
É ele a imagem mais visível de uma equipa que, este ano, em cinco grandes penalidades, falhou três.
Uma equipa animicamente de rastos, que não ganha, que não joga.
E muito menos emPolga...
Burro, não. Vaca.
Com efeito, está, neste momento, a afirmar que Portugal ficou num grupo acessível, na fase inicial do Euro 2008.
De facto, aqui entre nós, Suíça, Turquia e República Checa, não são dos mais temíveis que poderíamos apanhar.
Sobretudo agora que já provámos o nosso valor diante de adversários poderosos como o Azerbaijão, a Arménia e o Cazaquistão, por exemplo.
Não sei se é a senhora do Caravaggio ou se o senhor Gilberto tem algum sobrinho na Suíça (como o outro), mas o certo é que Portugal cai sempre em cestos de ovos moles.
Claro que não é isso que Scolari vai dizer.
Pelo contrário, vai falar de cautela, caldos de galinha e alertar que eles (como os pobres dos arménios) correm muito.
Isto dos sorteios dos grupos inspira-me tanta confiança como os nossos árbitros.
Desde que ouvi falar nas bolas que saem directamente do congelador para o pote, fico com os dois pés atrás... da linha da marosca.
Se não for isso, tenho de me render à eficácia da macumba scolariana.
E, sendo assim, até admito agora que não devem deixar o homem sair porque se ele depois faz asneiras, ao menos nos sorteios tem estrelinha.
No fundo, isto das superstições é do domínio do impalpável e do irracional.
Há até quem acredite que pisar merda dá sorte.
Se calhar, é o que temos andado a fazer nos últimos anos...