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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A Tia

Continuando a pôr em dia a correspondência motivada pelos comentários dos leitores, decido-me agora a responder àquele que nos perguntou quem era afinal a Tia. Ora, a Tia é quem, a nível local, manda nos autarcas e nos restantes militantes comunistas. A expressão é deles, não é minha. E é tudo o que posso dizer, que eu desses meandros nada sei, nem quero saber! Cruzes, credo!

Se me perguntarem o porquê da cifra patente em tão insólita designação, de novo protestarei a minha ignorância. Na verdade, ninguém explica uma Tia, ou uma Plantaforma, ou um concurso camarário para a melhor mentira escolar. As coisas são como são. Provavelmente, esta gente, tal como no filme de Kusturica, julga ainda viver na clandestinidade. E se calhar têm razão.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Paredes de vidro

Inesperadamente, o mais recente número do venerador «Raio de Luz» proporciona-nos aliciante espectáculo: enquanto Augusto, na sua habitual coluna de opinião, aborda sobranceiramente a moção de censura com que a Assembleia Municipal o pôs em cheque, ao mesmo tempo que procura minimizar as dissonâncias, recentemente verificadas, na votação de algumas importantes deliberações camarárias, para concluir ironicamente pela ausência de oposição, Esequiel, na sua não menos habitual coluna de opinião, manifesta evidente apreensão perante a dita moção de censura, lembra que Augusto não tem maioria absoluta, adverte para a efemeridade do poder, recorda que não é com vinagre que se apanham moscas, que a situação política mudou, que cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, e por aí fora, numa ladainha sombria que não pôde deixar de me divertir. O abrangente excesso de zelo do senhor Xavier já deu nisto: pela amostra, agora descuidadamente revelada, ficamos todos a saber que há mosquitos por cordas entre os netos de Estaline. Não era nada que já não se soubesse, mas agora, simplesmente, transparece. Não deixa de ser sumamente patético ouvir Augusto dizer que não se passa nada, que tudo corre no melhor dos mundos; e, ao mesmo tempo, na página que fica ao lado, aparecer o desmancha-prazeres Esequiel a lançar um aviso aflito à navegação e a tirar o tapete ao homens dos grandes planos. Deve ser da idade, mas a Tia está a perder qualidades.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O muro das lamentações

Há uns dias, a inefável Maga, numa das vezes em que lhe tirámos o açaimo, afoitou-se desastradamente a comparar esta Magra Carta com o Muro das Lamentações. O tiro saiu-lhe ao lado. Ou, melhor dizendo, pela culatra. Muro das lamentações, em Sesimbra, só o da escola primária na Avenida da Liberdade, no centro da vila, que foi já reduzida a básica pelos seus camaradas instalados no Ministério da Educação (provavelmente a maior força de desagregação nacional), e cujo gradeamento está infestado de cartazes cripto-comunistas. Há muito que o prazo de validade desta gritaria visual passou. Será que naquela escola ninguém se impõe? Terão todos medo da Câmara? Espera-se que o dedicado Carlos Seromenho possa, em breve, remover esta propaganda medonha e inútil, que entaipa e sufoca as nossas crianças num ambiente terceiro-mundista.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Adivinhem quem veio para jantar...

A Sopa já está ao lume.

Pela blogosfera

Absolutamente de acordo.

domingo, 2 de setembro de 2007

Deus lhes perdoe

Desta vez, a Maga esforçou-se. Não há uma vírgula a mais, ou um acento fora do lugar. Para além disto, é a desgraça do costume. A nossa bruxa de trazer por casa perdeu uma óptima ocasião para ficar caladinha - que nem um rato!

Seja como for, temos de reconhecer que ela sabe bem do que fala, quando fala de gente que gosta de andar com mortos às costas. Parece que, na semana que vem, ela, e os seus camaradas, vão celebrar, ali para as bandas da Amora, o morticínio do Outubro Vermelho. 1917 não é a soma, claro está, apenas uma parcela. Mas uma parcela bem negra da macabra adição.

Por atacado, o comunismo carrega às costas cerca de cem milhões de mortos. Claro, a culpa é inteiramente dos desvios e dos acidentes de percurso, e nunca nenhum dos modelos concretizados é ainda o deles, mas todos são mais ou menos sanguinários.

Assim se percebe o ateísmo de muitas destas criaturas. Noutros casos, por pouco razoável que seja, pode o ateísmo ser uma atitude corajosa. No caso vertente, é uma particular forma de cobardia, muito conveniente a quem teme ter de prestar contas numa instância mais alta. Por isso a Maga se transformou em bruxa, porque as bruxas, diz ela, não acreditam na ressurreição. Deus lhes perdoe…

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

A escola da macaca

Amadeu, o mau da fita, o vilão, não quis limpar a Casa do Bispo, sugerem eles.

Augusto, o herói, o rapaz, coitado, não tem meios para o fazer, dizem agora.

De um mandato para o outro, por um passe de mágica, num abrir e fechar de olhos, os meios desapareceram e deixaram o nosso Augusto, o herói, o rapaz, de mãos atadas. Ele bem queria, coitado, mas não pode.

Na era dos DVD, ainda há cassetes com subtilezas destas.

Eles andaram, por certo, na escola da macaca. E pensam que os outros também.

Uma questão de tempo

Estas coisas notam-se. Aos poucos, o tempo passa, o desespero cresce e eles vão perdendo a cabeça, como ontem à noite aconteceu, na caixa de comentários da entrada sobre a novela da Casa do Bispo.

A verdade é que eles subiram ao poder com a ajuda preciosa, mais ou menos velada, de alguma imprensa regional. A cobertura da campanha eleitoral das últimas autárquicas foi, em certas páginas da imprensa sesimbrense, uma mistificação pegada. A descrição das diversas acções de campanha realizadas durante a festa do Cabo, feita n’O Sesimbrense em Setembro de 2005, é uma anedota rasca, mas hilariante. Merecia ser estudada nas escolas de comunicação social. Ali nos é dito que todas as forças políticas se misturaram no arraial, com excepção de uma, que teria ficado respeitosamente à margem. Na realidade, esse partido, tido por venerador e bem-educado, quase só faltou integrar-se na procissão, o que, aliás, motivou protestos dos fiéis. Meses depois, a autora que assinou a prosa chegava onde se sabe.

Mas esta gente lida mal com a realidade. É só haver alguma coisa que lhes desagrade. Desatam, então, a chamar nomes feios aos jornais. Há semanas atrás, ao que parece, foi o “Notícias da Zona” a ser admoestado por um alto dignitário da corte. Ontem, foi o “Jornal de Sesimbra”, aqui apelidado de “pasquim local teleguiado pela cambada do costume”. Neste último título, é bem capaz de haver algum filho de boa gente, que se sinta. No "Notícias da Zona" houve.

De resto, acredito que isto não vá ficar por aqui. Começou com os blogues, onde a sua influência sinistra não consegue pôr a pata, e há-de chegar ao núcleo duro da imprensa dilecta. Como dizia o outro: é preciso estar atento aos sinais. É só uma questão de tempo.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Pudicícia

Depois do “Notícias da Zona” e do “Nova Morada”, o opinante Fernando Patrício chegou à freguesia do Castelo e às páginas do “Raio de Luz”. O assalto final à freguesia de Santiago fica, por ora, dependente de uma correcta localização da mata do Desportivo na planta da vila.

Manda a verdade dizer que o entendimento tácito entre amplos sectores da Igreja Católica e o Partido Comunista está longe de ser daqui, ou de agora, e dá, por certo, muito que pensar. O concerto não é, de resto, tão contra-natura quanto se possa julgar.

O positivismo de Comte silenciou a metafísica para criar a religião da Humanidade. O marxismo é um messianismo sem Deus: a redenção há-de chegar pelo proletariado. Há na Igreja os milionários da fé, que não consentem a salvação fora do redil, à margem do rebanho. Ora isto lembra terrivelmente o centralismo democrático. Ter Deus na barriga é tê-lo perdido já, paredes-meias com a superioridade moral dos comunistas. Estão bem uns para os outros. E, por isso, entendem-se.

Mas o caso do “Raio de Luz” é diferente. Passa todas as marcas. Mesmo as da pudicícia.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Vinha vindimada

O mesmo PCP que em Setembro próximo fará questão de incensar a carnificina de Outubro tem nas suas fileiras um desvairado militante que, há quinze dias, no NOVA MORADA, se deitou a comparar os dirigentes do PS com o responsável pela propaganda nazi, Joseph Goebbels. Na altura, li a barbaridade de Fernando Patrício, mas não quis abusar da paciência dos nossos leitores, servindo-lhes tamanha insanidade. Para mais, tratava-se, sobretudo, de um assunto entre partidos, e esperei que alguém das hostes socialistas viesse a terreiro defender a sua honra. Fê-lo agora Américo Gegaloto, com dignidade e firmeza. Fez bem. Quem não se sente, não é filho de boa gente. Por muitas e duras críticas que este governo socialista possa merecer – e bem as merece –, há limites para tudo. Mesmo para o sumo descaramento de quem passa por noventa milhões de mortos, assobiando para o ar, como cão por vinha vindimada.

A festa do sangue

Este ano, a Festa do Avante vai comemorar os 90 anos da revolução bolchevique. Quando penso nos milhões e milhões de mortos e estropiados que se seguiram ao festim de Outubro, fico espantado com a desfaçatez desta gente. Pior do que isto, só a estranha complacência com que a velha Europa os trata.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Será que a Tia não o lê?

Nem de propósito. Poucos dias depois do fiasco bravo que foi a hasta pública do empreendimento a haver – Deus saberá quando – na Avenida dos Náufragos, Fernando Patrício, líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal, garante-nos, no último número do “Notícias da Zona”, que o desenvolvimento turístico é uma prioridade da CDU. Pois claro…

O leitor perguntará: como? Patrício responde. É que neste mandato tem-se realizado um conjunto de actividades culturais, desportivas e outras, de forma a projectar o nome de Sesimbra, no distrito, no país e no mundo.

O leitor perguntará: quais? De novo, Patrício responde, destacando, no plano desportivo, entre outras, o Europeu de hóquei em patins no escalão juvenil, a taça nacional de kayak de mar (ter-se-á Patrício esquecido do Mundial de Pesca Desportiva de Alto Mar, em 2004?), o fórum do desporto e a parceria com as escolas de mergulho. Haverá aí alguém capaz de dizer a Patrício que esta sua montanha de actividades pariu um ratito de laboratório?

Claro que há também a cultura. Aqui, o nosso articulista não foi de modas, e eis que nos espeta com a inauguração do cine-teatro, a Feira Festa (sim, a Feira Festa!), a abertura da Fortaleza à população, o Carnaval, os santos populares e, para que conste, “os vários espectáculos entre muitos outros”. Por momentos, e embalado por esta cantilena, fiquei à espera de que a imagem do Senhor das Chagas voltasse a dar à costa para que, segundo Patrício, a Dr.ª Felícia, do alto do seu génio criativo, e de uma penada, tivesse inventado a festa e o arraial e o mesmo Patrício pudesse incluir o padroeiro dos pescadores no seu rol orgulhoso. Mas não. De positivo, ficámos apenas a saber que, com este executivo, e neste mandato, tivemos, entre outras novidades, os santos populares e o Carnaval como valores acrescentados na promoção turística do concelho.

Podemos mesmo imaginar o deslumbramento do casal Terry, na sua mansão de Beverly Hills: “Can you believe it? Amazing Augusto! Can you imagine? A fado karaoke? Felícia did it! This year, we won’t miss the hip hop pop saints in Sesimbra city”. E a Feira Festa? Imaginem, por essa Europa fora, em França, no Luxemburgo, na Alemanha, os cartazes alusivos à Feira Festa, e a onda de choque que as suas imagens geraram junto das “comunidades”, a catadupa de reservas em hotéis do concelho a que deram azo? Tremendo!

Para mais, tivemos a quinzena do peixe-espada preto, a Famtour e a Arte Xávega. Tudo isto, e “os vários espectáculos entre muito outros”, como é sabido, trouxeram, até nós, magotes de gente, turistas em barda, legiões boquiabertas que puderam beneficiar da nova rotunda do Marco do Grilo (que não é obra do PC, mas que Patrício, mês sim, mês não, vai buscar ao congelador para atar e pôr ao fumeiro do jornal) e a futura rotunda Vila Alegre, a fazer a meias com o Seixal, mas que seria impossível sem o contributo de Xavier de Lima.

Só por reinação pode Patrício vir falar do potencial turístico da inauguração do Cine-Teatro, quando as trutas dispendiosas do music hall actuaram para uma maioria de convidados e o cinema, presentemente, quando não está às moscas, definha na bilheteira.

Brincalhão, este Patrício! Mas Deus o guarde assim, criativo e folgazão, por muitos e bons anos. Obrigado, Patrício! Confesso que já não me ria tanto há algumas semanas. No meio disto tudo, só uma dúvida me assalta… Será que a Tia não o lê?

quarta-feira, 30 de maio de 2007

A coisa está preta

Augusto e Felícia vão acabar o mês, que ainda corre, tal e qual como o começaram: mal, muito mal - como quem está de saída.

As corridas do primeiro de Maio e as medalhas das Chagas estiveram às moscas. O arranque do Orçamento Participativo, que ontem se revelou o fiasco dos fiascos, demonstra à puridade que o PC já nem sequer consegue mobilizar os seus.

O novo site camarário, parido ao fim de quase um ano, e zurzido em dois tempos, é uma lástima sob diversos pontos de vista. O “Sesimbra Município” veio com um chorrilho de asneiras. A “Sesimbr’Acontece”, à parte os tiques estalinistas, mostra ser um título de inspiração coimbrã.

Os militantes que escrevem nos jornais encetaram a via arrogante do autismo político. Pretendem fazer-nos crer que os comunistas sesimbrenses, ungidos de uma superioridade moral que ainda ninguém vislumbrou, são diferentes, cumprem as suas promessas e fazem obra incomparável. Ontem mesmo, Fernando Patrício, num acabado exercício de humor, escreveu, no “Notícias da Zona”, que “há obras por todo o concelho”. Talvez se estivesse a referir à instalação de marquises ou à construção de barbecues. Ao consultar o novo site da Câmara, apenas vejo assinaladas três obras no terreno, pois as do Vereador Gameiro não contam. Assinaladas com três pontos negros, acrescente-se. De facto, a coisa está preta.

KO ao primeiro round

O Orçamento Participativo ficou KO logo ao primeiro round. Aconteceu ontem, no Auditório Conde de Ferreira, sala onde marcaram presença 31 pessoas, boa parte das quais afecta ao poder comunista, para escolherem os 7 delegados que cabem à freguesia de Santiago. Sob qualquer ponto de vista, o luminoso fiasco fere de morte, per omnia seculum seculorum, a legitimidade da coisa. A Augusto e Felícia nem sequer valeram as diligências do carro de som que, nos últimos dias, percorreu a vila num frenesim. Mas, diga-se em abono da verdade, este notável expediente soviético que dá pelo nome de Orçamento Participativo já serviu para alguma coisa: a contratação, ad hoc, de mais um assessor, um destacado militante comunista vindo de fora.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Felícia no país dos sovietes

Vai para uma semana, Augusto fez aprovar à tira, em sessão de Câmara, a proposta de procedimento e calendarização do Orçamento Participativo de 2007. Digo à tira, pois, na ausência de Polido, teve de usar o voto de qualidade. Não fora o voto favorável do vereador do PSD, Carlos Filipe de Oliveira, e a proposta teria chumbado perante o voto contrário dos três vereadores do PS.

Verdade se diga que Augusto não morre de amores pela ideia. A luminária entusiasta chama-se Felícia Costa, como está bem de ver pelo intenso folclorismo de que a medida passa a revestir-se.

A ideia agora definida, sendo um hino à burocracia e ao entorpecimento, reveste-se, aliás, de um descaramento soviético. Vou tentar resumi-la, mas peço ao leitor que tome algum fôlego para me seguir nesta epopeia.

Para distribuir 100 mil contos – o dinheiro não dá para mandar cantar um cego – por três freguesias, Augusto criou 13 “fóruns territoriais”, numa relação o mais próxima possível com as assembleias de voto existentes, devendo aquela verba ser distribuída proporcionalmente ao número de eleitores.

Contas feitas, às Pedreiras cabem, por exemplo, pouco mais de 1200 contos de reis. Claro que esta verba não chega para a cova de um dente, e calculo que não seja difícil apurar o que, sendo prioritário para aquela aldeia, possa ser feito com 1200 contos. Mas, convenhamos, ir para o terreno, passar logo à acção, não tinha a mínima piada. O Carnaval tem de durar todo o ano.

Por isso, a seguir, em Maio e Junho, vem a eleição de um “colégio de delegados”, escolhidos em cada fórum territorial com o seguinte critério: “1 delegado por cada 1000 eleitores com arredondamento por excesso, ou seja, caso o fórum territorial tenha um número inferior a 1000 eleitores, elegerá na mesma um delegado". Pelos cálculos de Augusto, a coisa, que é suposto distribuir 100 mil contos, vai ter 41 delegados!

Segue-se uma Assembleia de Delegados “para discussão da metodologia de elaboração da proposta para o orçamento participativo e respectiva calendarização”, até 6 de Julho de 2007.

Durante os meses de Julho e Agosto, os Delegados devem preparar as respectivas propostas, a apresentar em nova Assembleia a realizar no início de Setembro, devendo a proposta final a aprovar pela Assembleia de Delegados estar concluída até 30 de Setembro de 2007.

A coroar esta organização piramidal, está o Gabinete de Apoio ao Orçamento Participativo – o GAOP –, que integra o Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, o Vereador do Pelouro Administrativo e Financeiro, o Director do Departamento Administrativo e Financeiro e um Assessor para o Orçamento Participativo. Entre outras funções, o GAOP tem a missão misteriosa – et voilà! – de dar acompanhamento e apoio político a todo o processo do Orçamento Participativo. Apoio político? Em teoria, até compreendo que o GAOP dê apoio administrativo e logístico ao processo de elaboração do Orçamento. Agora, apoio político? Não seria melhor chamar-lhe apoio partidário?

terça-feira, 15 de maio de 2007

A superioridade moral dos comunistas

Se há coisa que torna os comunistas particularmente insuportáveis é a arrogância maniqueísta com que pretendem fazer-nos crer na sua suposta superioridade moral, como se a natureza humana se dividisse em duas à porta do prédio da Soeiro Pereira Gomes e em todos os quadrantes partidários não houvesse bons e maus políticos. Lamentável, mas previsivelmente, Carlos Gonçalves, “responsável pelo Concelho de Sesimbra” (leia-se, em bom português, “controleiro” do concelho de Sesimbra) e membro da DORS e do Comité Central do PCP, na crónica que assina no último “Notícias da Zona”, enveredou por este caminho, que é frágil e desastroso. Ao reportar-se à situação política do concelho; ao visar a Assembleia Municipal, a Junta de Freguesia da Quinta do Conde e o Vereador das Obras Públicas (queria, por certo, dizer “Obras Municipais”); e ao proclamar que “honra, ética e cultura democrática são algumas palavras que estes políticos à direita da CDU na Quinta do Conde desconhecem”, Carlos Gonçalves dá uns poucos de tiros nos pés. Mas vamos por partes.

1.º A CDU, diz o senhor, cumpriu o compromisso assumido com a Rotunda do Marco do Grilo. A gente lê e não acredita! Como pode o PCP cumprir este compromisso se a obrigação, a responsabilidade e a execução da obra, neste caso, é apenas da Administração Central? Reivindicaram, ao menos? Balelas. A reivindicação já vem de longe, do primeiro mandato de Amadeu Penim.

2.º Os tais políticos à direita, devido a um “problema de amnésia colectiva”, fizeram, segundo este senhor, com que Sesimbra não tivesse um provedor. Sabendo eu que a votação relativa à eleição do provedor autárquico foi por voto secreto; que certos elementos da CDU sesimbrense não viam com bons olhos a manutenção deste cargo; e que outros prefeririam que fosse Esequiel Lino a ocupá-lo, como pode Carlos Gonçalves afirmar tão peremptoriamente que nenhum comunista votou contra Aurélio? Compreendo – oh, se compreendo – o conceito musculado de democracia que este seu tique, próprio de quem é dono das consciências, nos revela. Mas não vejo como nos possa ele convencer daquilo que afirma. Andou a espreitar os seus camaradas pelas costas, no momento em que escreviam no boletim de voto? Será que o senhor não tem noção do ridículo?

3.º O Vereador Gameiro leva um valente puxão de orelhas de Carlos Gonçalves. Parece que o Vereador Gameiro não fez umas obritas na Quinta do Conde. O PCP descarta-se, deste modo, de aspectos menos positivos, ou mais criticáveis, da actuação do Vereador Gameiro. Registo o facto. E retiro dele todas as consequências. Constato, assim, que, para Carlos Gonçalves, Augusto, o Presidente, como ele comunista, que é suposto superintender, não sabe, não quer, ou não pode corrigir o rumo dos acontecimentos. Porquê? Se o que Gameiro não fez é importante para as populações, por que é que o Partido não o fez saber a Augusto? Ou, se o fez saber, será que Augusto reservou um par de orelhas moucas aos seus camaradas? Está-se nas tintas? Ou será que a ideia é apenas queimar o vereador socialista, e os interesses das populações, neste caso, são só para inglês ver? Há seriedade nisto? Honra? Ética? Cultura democrática?

Do que Carlos Gonçalves se não apercebe é que, ao individualizar, desta forma, a gestão de Alberto Gameiro, está necessariamente a fazer com que o PCP prescinda de colher os louros que essa gestão há-de render. Por acaso, em 2006, a taxa de execução orçamental das obras municipais, o tal pelouro de Gameiro, foi uma das mais elevadas de sempre. Em 2007, as dotações que lhe foram atribuídas são deveras significativas. Nova perplexidade! Se Gameiro não cumprisse, por que haveria Augusto de consentir em lhe dar meios reforçados?

Seria bom que Carlos Gonçalves recordasse a velha máxima que pela boca faz morrer o peixe. Quero vê-lo, daqui a dois anos, a vangloriar-se de o saneamento no Castelo ter tido um avanço significativo; a regozijar-se com a abertura do Museu do Mar na recuperada Fortaleza (a promessa é de Augusto); a ufanar-se com os novos jardins e parques urbanos do concelho; e a orgulhar-se da habitação social que a sua camarada Felícia, por certo, vai fazer construir. Espero que sim, para bem de Sesimbra. Ou, então, que faça como Egas Moniz. Não, não me refiro ao Nobel da Medicina...

domingo, 13 de maio de 2007

Alegoria

Confesso, não resisti. Voltei ao blogue do PC de Sesimbra para ouvir um pouco mais de música, e dei de caras com um vídeo protagonizado por uma senhora loira, que conduz o seu automóvel com extrema perigosidade por estradas norte-americanas. Desvairada, a senhora vai provocando inúmeros despistes, embates e explosões; mas, no fim, faz-se justiça, pois a sinistra condutora passa, também ela, à condição de acidentada, e acaba por ser derrubada por um calhau, que, vindo do céu, a atinge, em cheio, na cabeça.

O blogue sesimbrense do PCP

Há cerca de um ano, se alguém lhes falasse em blogues, fugiam disso como o Diabo foge da cruz. Mas, como diz o povo na sua infinita sabedoria, “quem desdenha quer comprar”, e a verdade é que em 13 de Dezembro do ano passado, a Comissão Concelhia de Sesimbra do PCP criou o seu próprio blogue, a que deu o nome de “Sesimbra para ti”. O entusiasmo parece ter sido sol de pouca dura (apesar da proximidade do solstício de Inverno), pois desde dia 20 desse mês – data em que se formulam votos de um bom Natal e um feliz 2007 – que o blogue não é actualizado. Não sei, nem me interessa, se a coisa será para continuar e está a aguardar melhores dias, ou se apenas respondeu e correspondeu a um lampejo impulsivo. Noto, porém, que a militância, nesta sua vertente cibernética, deixa muito a desejar. Não há unhas para tocar guitarra? Será que a inspiração não dá para mais?

Mas o que me faz mais espécie é a música seleccionada pelos comunistas sesimbrenses, patente nos “video clips” que são oferecidos “on-line” aos nautas visitantes. Calhou-me ouvir The Cure e U2 (com a célebre canção “With or without you”). Tomo a coisa pelo seu simbolismo, e, levado pela razão poética, não discuto a necessidade de uma valente cura no concelho, depois de ano e meio repleto de desvarios. Já o que um tanto me tolhe é ver como os bisnetos de Marx, enleados nos braços de Euterpe, sucumbem às delícias do pop-rock burguês. No caso dos U2, trata-se, para mais, de uma colossal “big band”, provavelmente a “maior banda do mundo”, autêntica máquina de fazer dinheiro. E, o que é pior, com respeito aos irlandeses estamos perante gente assumidamente catolicíssima. Quando esperava poder ouvir aqui os inevitáveis cantores de intervenção e protesto, na pureza lusitana das suas trovas, sai-me isto na rifa!

You too? Not at all. With or without you? Without, for sure. See you later…

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Não acertam uma

Proverbialmente, o "Sopa de Pelim" chama a nossa atenção para mais um luminoso fiasco local dos comunistas. Tal como no filme "Casablanca", a história acaba com os suspeitos do costume. Assim se vê…

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Pois...

Para ilustração do pagode, transcrevo, sem comentários, um excerto da entrevista feita por “O Sesimbrense” aos jovens do concelho que visitaram o Parlamento Europeu a convite de um Deputado do Grupo Parlamentar do P. C. P.

"O Sesimbrense" - Sentem que deixaram alguma marca vossa nas pessoas com quem falaram? Deixaram algum contributo com a vossa visita?

JorgeSim, claro. Além do nosso grupo aqui do concelho de Sesimbra havia um grupo da Juventude Comunista de Lisboa, e outro do ISCTE, Universidade de Economia… eram pessoas muito sociáveis e aprendemos muito com eles, principalmente com o pessoal da J.C.P., que estava mais perto de nós no autocarro.”