Arte e Estética
Arte e Estética
Arte e Estética
“Boa arte é aquela que dá prazer estético, respeita os limites do espectador, exige distância e, assim,
convida o olhar para uma comunhão acalentadora com a imagem, figurativa ou não.”
O gosto, por sua vez, remete a questão da definição de belo, uma discussão filosófica que se
arrasta desde a antiguidade.
A noção de estética, formulada e desenvolvida nos séculos XVIII e XIX, pressupunha:
1. Que a arte é produto da sensibilidade, da imaginação e da inspiração do artista e que sua finalidade é a
contemplação;
2. Que a contemplação, do lado do artista, é a busca do belo (e não do útil, nem do agradável ou
prazeroso) e, do lado do público, é a avaliação ou o julgamento do valor de beleza atingido pela obra;
3. Que o belo é diferente do verdadeiro.
De fato, o verdadeiro é o que é conhecido pelo intelecto por meio de demonstrações e provas. O
belo, ao contrário, tem a peculiaridade de possuir um valor universal, embora a obra de arte seja
essencialmente particular, ou seja, não dá pra comparar com outra. Quando leio um poema, escuto uma
música ou observo um quadro, posso dizer que são belos ou que ali está a beleza, embora esteja diante
de algo único e incomparável.
O Belo e o Feio
“Gosto não se discute!” Esta é uma frase muito comum em relação às obras de arte, às músicas,
peças de teatro, quadros e outras tantas formas de expressão e admiração, ou não, do belo.
Quando visitamos uma exposição de arte, muitas vezes, ficamos impressionados com as cores e
formas utilizados para expressar ideias ou sentimentos. Muitas vezes nem conseguimos compreender
nosso próprio gosto. Não sabemos explicar porque gostamos ou não de algo. E, ainda, aquilo que
gostamos pode não ser admirado por outrem.
O tema “feio e belo” é bastante discutido desde a Grécia antiga. Podemos elencar padrões
universais de beleza? O que é belo hoje será, também, amanhã? O que é feio para um será, também,
para o outro? Como determinar e classificar o belo e o feio? Assim, tal tema pode ser abordado nas aulas
de filosofia, desde a pré-escola.
A questão do gosto
A subjetividade em relação ao objeto estético precisa estar mais interessada em conhecer,
entregando-se às particularidades de cada objeto, do que em preferir. Nesse sentido, ter gosto é ter
capacidade de julgamento sem preconceitos.
É a própria presença da arte que forma o gosto: torna-nos disponíveis, reprime as
particularidades da subjetividade, converte o particular em universal. A obra de arte nos convida a um
olhar puro, livre abertura para o objeto, e o conteúdo particular a se pôr a serviço da compreensão em
lugar de ofuscá-la fazendo prevalecer as suas inclinações.
A medida que o sujeito exerce a aptidão de se abrir, desenvolve a aptidão de compreender, de
penetrar no mundo aberto pela obra. Gosto é a comunicação com a obra para além de todo saber e de
toda a técnica. O poder de fazer justiça ao objeto estético é a via da universalidade do julgamento do
gosto.
Referências
ADORNO, T. Teoria estética. Lisboa: Martins Fontes, 1970.
BAYER, R. História da estética. Lisboa: Estampa, 1978.
PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Atividades de fixação
1 - Quais são os significados da palavra estética no uso comum, na arte?
3 - O conceito de gosto não deve ser encarado como uma preferência arbitrária e impetuosa da nossa
subjetividade. A subjetividade e relação ao sujeito estético precisa estar mais interessada em conhecer do
que em preferir. Tendo como base esta afirmação responda: Afinal, o que é ter gosto?
4 - Estudando sobre estética falamos sobre o feio. Marque a opção que nos conceitua o feio.
(A) Não existe o feio na arte, pois o feio é a obra mal feita, ou seja, que não correspondeu plenamente a
sua proposta e sendo assim não é arte.
(B) O feio existe sim na arte, pois ao olhar para algumas eu não gosto do que vejo.
(C) Existem muitas obras de arte feias.
(D) Todas as alternativas correspondem ao conceito de feio na estética.
5 - Complete as lacunas:
___________________ é individual, válido para cada sujeito; baseado em valores, preferências, limites e
possibilidades individuais.____________________o que tem validade para todos os indivíduos, não
somente para este ou aquele; diz-se do conhecimento que é fundado sobre a observação do objeto.
(A) belo, feio (B) estética, arte
(C) subjetivo, objetivo (D) beleza, atitude
9 - O belo, ou o que é o belo é uma questão muito discutida entre os filósofos desde a antiguidade até os
dias de hoje, sem, no entanto chegarem a um veredicto final. No entanto todos concordam numa coisa:
(A) o belo é uma qualidade que atribuímos a alguma coisa
(B) é a descoberta da essência de um objeto
(C) é a descoberta do objeto em si (D) o belo é igual para todos
(E) todas as alternativas estão incorretas
10 - Dizemos que o belo é um atributo da arte, no entanto sabemos que não é o único. É também objeto
de estudo da arte:
(A) a sabedoria e a realidade (B) o Feio e o trágico
(C) a admiração e grandeza (D) a experiência e a técnica
(E) todas as alternativas estão incorretas
11 - Cada pessoa é criada segundo padrões de sua família e local onde vive, sendo moldado pelos
costumes, regras e cultura. Sendo assim cada qual gera uma série de expectativas e gostos diferentes, o
que confere ao país uma diversidade incrível de pessoas e culturas. Assinale a alternativa correta sobre o
gosto:
(A) o gosto é igual para todos;
(B) apesar de diferentes por estarmos num mesmo país geramos gostos muito parecidos;
(C) é a capacidade de julgamento de cada um;
(D) nenhuma das alternativas; (E) todas as alternativas estão corretas.
Experimente elaborar a sua própria produção. Trabalhe com colagens para realizar uma discussão acerca
do conceito de beleza feminina na atualidade.
Procedimentos:
Procure, em revistas, “musas” do seu tempo, por exemplo, cantoras, atrizes, modelos, etc., e
traga várias dessas imagens para a sala de aula;
Em seguida, recorte as partes do corpo dessas imagens, separando cabeças, pernas, braços e
troncos;
Experimente combinações diferentes com esses recortes e monte a sua “musa”;
Um aspecto importante é definir se quer apenas retratar um padrão ou uma expectativa de
beleza do seu tempo ou se prefere uma postura mais crítica, irônica.