Chiaroscuro
Ela sabia que quando estava diante de suas telas era muito mais do que uma artesã das cores, era um filósofa. Através das imagens expressava tudo que pensava.
Por isso mesmo detestava as naturezas mortas, sua preocupação era com a vida e, a respeito dela, desenvolveu todo um edifício lógico sobre a ética. Nada poderia ser mais abstrato.
Sem precisar dar nenhuma explicação, comovia quem olhava para sua produção, a beleza do seu mundo tocava os corações, depois os intelectos, como se coreografasse o teatro da existência.
Um dia, passou a se preocupar menos com o cromatismo e mais com a luz. Sua idéias começaram a saltar aos olhos e, ao mesmo, tempo, guardava seus mistérios entre as sombras.
A luz controlava toda a cena do seu teatro imaginário. As contradições afloravam em cada pincelada. Brancos dando certezas. Cores escuras gerando dúvidas.
As pessoas passaram a temer seus quadros que as abalavam emocionalmente. Reclamavam a volta da perspectiva, das cores alegres no lugar dos vermelhos tenebrosos.
Ela não se dobrou às demandas, queria que as pessoas pensassem e, isso só acontecia quando se incomodavam, sabia que o que mais assustava seus admiradores era justamente aquilo que eles não conseguiam enxergar.
No entanto, reconhecia que, mesmo quando eles encontravam os sinais, os rejeitavam, pois preferiam ser eticamente estéreis.
Perdeu todos os seus admiradores. Exceto um, o único que a admirava pelo que ela era e não pelos quadros que pintava e que, apesar disso, era o único que penetrava nas suas sombras.
Por isso mesmo detestava as naturezas mortas, sua preocupação era com a vida e, a respeito dela, desenvolveu todo um edifício lógico sobre a ética. Nada poderia ser mais abstrato.
Sem precisar dar nenhuma explicação, comovia quem olhava para sua produção, a beleza do seu mundo tocava os corações, depois os intelectos, como se coreografasse o teatro da existência.
Um dia, passou a se preocupar menos com o cromatismo e mais com a luz. Sua idéias começaram a saltar aos olhos e, ao mesmo, tempo, guardava seus mistérios entre as sombras.
A luz controlava toda a cena do seu teatro imaginário. As contradições afloravam em cada pincelada. Brancos dando certezas. Cores escuras gerando dúvidas.
As pessoas passaram a temer seus quadros que as abalavam emocionalmente. Reclamavam a volta da perspectiva, das cores alegres no lugar dos vermelhos tenebrosos.
Ela não se dobrou às demandas, queria que as pessoas pensassem e, isso só acontecia quando se incomodavam, sabia que o que mais assustava seus admiradores era justamente aquilo que eles não conseguiam enxergar.
No entanto, reconhecia que, mesmo quando eles encontravam os sinais, os rejeitavam, pois preferiam ser eticamente estéreis.
Perdeu todos os seus admiradores. Exceto um, o único que a admirava pelo que ela era e não pelos quadros que pintava e que, apesar disso, era o único que penetrava nas suas sombras.
Comentários
beijos de sexta