O Natal é, por excelência, a festa da família! Na época natalícia
os encontros familiares são desejados e todos os membros da família recordados
com muito mais intensidade.
Ao pensar nos problemas que as famílias atuais atravessam entramos
em momentos de profunda tristeza e mesmo de angústia!
Perante tudo isto, é caso para perguntar: - Que foi feito das
famílias de outrora? A que é que as liberdades/libertinagens nos levaram? Como
são as famílias dos nossos filhos já adultos? O que virão a ser as famílias dos
nossos filhos pequenos e dos nossos netos e bisnetos? Será que as crianças e
jovens são tão perversos como muitas vezes se diz? Os pais e restantes
educadores sabem ouvir os jovens e crianças, ou continuam a não lhes dar valor
como faziam muitos dos nossos antepassados? Que papel tem o Estado nos
problemas que se abatem sobre as famílias? Será que lhes dá condições de
estabilidade que gera união e paz? E que tem feito a Igreja para remediar a
tremenda crise por que as famílias estão a passar?
Sinceramente, acho deveras evidente que estas, como muitas outras,
são perguntas sem resposta! As pessoas envolvidas, no meio de tantas
preocupações e desesperos, não sabem nem conseguem responder; quem as deveria
ajudar a suprir as suas tremendas dificuldades, na quase totalidade, também não
tem nem se esforçam por ter capacidade de resposta; os pais sofrem com os
problemas dos filhos sem os poderem ajudar; e as restantes pessoas acabam por
criticar o que se passa com este ou aquele casal ou esta ou aquela pessoa… sem
sequer pensar que qualquer coisa que se diga acerca seja de quem for, acabará
por ser sempre um juízo temerário! O único com conhecimento de causa para
julgar todas as coisas com justiça, é Deus… mas ESSE, mediante a liberdade que
deu às pessoas que criou, muito embora tente ajudá-las das mais variadas
formas, aceita-as como são sem as criticar!
Para onde caminhará esta cultura de morte numa sociedade envelhecida
e sem rumo, não se sabe!...
Tudo quanto o mundo que se julga moderno tem legislado, o aborto,
o divórcio, as uniões seladas de homossexuais, o trabalho intenso de ambos os
cônjuges que não lhes deixa tempo suficiente para se dedicarem a cultivar a
unidade e estabilidade entre si mesmos nem para cuidarem da educação capaz dos
filhos, e muito menos para se dedicarem a um bom acompanhamento da velhice dos
pais, tem degradado ao máximo a lucidez psicológica das pessoas e as boas
relações familiares.
Não podemos ter ilusões! A família é a primeira célula da sociedade
e o seu mais forte e único pilar! E as fracas relações familiares provocam
fracas relações sociais, e acabamos por ter tudo quanto não queremos nem nunca
imaginamos viesse a acontecer.
As pessoas, com os bancos a meterem-lhes empréstimos pelos olhos
dentro prometendo as maiores facilidades, habituaram-se a viver muito além das
suas possibilidades!
A falta de natalidade é a maior fatalidade do nosso tempo! Quem
tem filhos tem sempre melhor futuro! Recordo as famílias numerosas de
antigamente, muito mais sóbrias, fortes e coesas do que as de agora. Os pais
com mais filhos são as pessoas mais felizes da sociedade.
Se os nossos governantes, em vez de olharem só para o aumento dos
proventos das grandes empresas e para as suas próprias mordomias e cifrões a
receber no fim do mês, baixassem a carga horária dos trabalhadores para lhes
diminuir o stress e o número de desempregados e dar às pessoas mais tempos
livres para olharem por si mesmas e pelo bem-estar das suas famílias… a
sociedade teria possibilidades de tomar outro rumo e as perspetivas de futuro
seriam bem mais animadoras!
Quem sabe… se não passará por aí um milagre do Menino Jesus neste
Natal!
Hermínia Nadais