sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A MORTE DO POETA

GRACINDA CALADO


QUANDO SE CALAREM OS PÁSSAROS E O SOL MORRER.
SOMENTE O SOM DO ABISMO SE DEFINIRÁ EM FANTASIA.
SEUS OUVIDOS ESCUTARÃO O SOM DO UNIVERSO E O ECO DOS LAMENTOS
O SOM DA NOITE CALARÁ A SUA VOZ DOLENTE,
SEU CORPO CAIRÁ POR TERRA AQUECIDO PELAS LÁGRIMAS QUENTES.
OS SEUS POEMAS NÃO MORRERÃO,
PERPETUAR-SE-ÃO COMO AS ESTRELAS LUZENTES.
MORRE O POETA, PORÉM NÃO MORRERÁ SUA CANÇÃO, SUA POESIA.
SEUS VERSOS SE PERPETUARÃO NAS VOZES DOS IMORTAIS,
QUANDO TUDO SE CALAR, SE CALARÃO O VENTO E O MAR.
O SOM DO ABISMO SE OUVIRÁ NA LÁPIDE FRIA.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

TUDO PASSA E SE RENOVA

Autor Desconhecido

Em nossa vida tudo passa,
Como as águas de um rio,
Quem mergulha nas águas de um rio pela primeira vez,
Nunca mais voltarão as mesmas águas,
Elas passam e outras águas chegarão e passarão também.
Tudo passa, as tristezas as alegrias, os sofrimentos,
Os dissabores, as emoções e tudo se renovará, se transformará,
Como as águas do rio!
Evoluiremos, sentiremos novas emoções, faremos novos projetos,
Atuaremos como novos personagens,.
Difícil, é a gente perceber tudo isso!
O tempo é quem se comprometerá por nós, decidirá por nós.
As saudades veem e passam,
As emoções chegam e vão embora,
As lembranças se desfazem no caminho.
A cada ano que passa compreendemos melhor a vida,
Com suas mudanças, suas renovações!
Somos dependentes do tempo,
Algumas vezes nosso amigo e outras nosso inimigo.
Quando olhamos no espelho sentimos que o tempo passou, como
As águas de um rio,
Resta-nos saber renovar nosso interior!
Aí seremos realmente felizes!
O que nunca passará é a eternidade!
Deus nunca passará, e a nossa vida eterna se renovará!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CANÇÃO PARA O MEU PAI

Gracinda Calado
(para meu pai Faraó Calado)

De repente no ar uma voz,
Um perfume, uma doce canção,
Tua forte presença marcante
Um desejo de louca visão.
Tua imagem aqui ao meu lado
Um sorriso , um gesto um olhar,
O teu timbre sonoro ressurge
Como um eco de um triste cantar
Como ébrio de tanta emoção
Ando tonta pra Lá e pra cá ,
Ouço tua voz quente e rouca,
Teu perfume espalhado no ar.
E o som que se vai lentamente,
E ecoa em todo lugar...
Acorda-me ansiosa do sonho
Que eu sempre esperei em sonhar.

O RIO QUE CORRE EM MEU CORAÇÃO

Gracinda Calado

Com os pés mergulhados nas águas do rio que vagarosamente corria sobre as pedras, eu ficava ali horas a fio sentindo o frescor da manhã, além de sentir a presença inconfundível de Deus!

Ao olhar as águas que corriam sem medo e sem tempo para correr, ouvia o canto das águas baixinho como cantiga de ninar, animando o meu coração refrescando os meus pés e a minha alma, sentia uma paz tão grande e um enorme equilíbrio na natureza que rodeava as margens do rio.

Vários galhos de árvores frutíferas caíam suavemente nas águas, como uma união entre a terra e o rio.

Os pássaros cantavam gorjeios maravilhosos, difíceis de se esquecer. Aquele era o momento mágico para um balanço do real, verdadeiro caminho da vida, também de projetar novos conceitos para viver bem. Novas reflexões surgiam embaladas pelo perfume das flores que desabrochavam nos galhos das árvores.

De longe eu avistava na outra margem do rio, mulheres lavadeiras que iam todos os dias lavar as roupas dos patrões da cidade. Apreciava o vai e vem das lavadeiras, batendo ou estendendo as roupas nas pedras, depois de tirar-lhes a sujeira toda. À tardinha elas levavam de volta a mesma roupa, já limpinha e perfumada.

Assim era a minha alma, quando eu voltava para casa, ela estava limpa, transparente, tranquila como as águas daquele rio que passava debaixo das árvores.

Muitas vezes voltei àquele lugar para novamente viver os momentos maravilhosos que a natureza sempre me proporcionava!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CANTARES

Gracinda Calado


Os cantares eram alegres alvissareiros.
Ao cair da tarde era romântico ver as andorinhas procurando os ninhos na torre para aquecer seus filhotes.
Como eram lindos os pintassilgos nos gorjeios matinais despertando os corações juvenis.
As rolinhas pulavam na grama verde à procura de sementes maduras.
No ar um gostoso mistério da natureza impulsionava as aves do quintal com seus cocoricós, avisando que puseram ovos fresquinhos e mais tarde se transformariam em lindos pintinhos, enfeitavam a paisagem sertaneja.
Momentos de grande beleza era a vida ao ar livre rodeada de encantos e de flores às margens dos caminhos por onde passavam os apreciadores da natureza.
Quando a chuva fina chegava, era como um banho que lavava a alma, com a água pura, transparente, que escorria nos corpos, tirando todas as impurezas da carne.
De repente o sol aparecia e mais luz e sinfonia de cores se manifestavam em toda a natureza inflada de beleza.
O cheiro de frutas no ar refrescava a paisagem que se apresentava gloriosa!
Flores, mil flores, desfilavam aos nossos olhos admirados pela variedade de cores e de perfumes que tinham os roseirais.
Nos ninhos, pequenas cabeças se ‘buliam’, renascendo entre gravetos os futuros pássaros que mais tarde inquietariam os amantes do silêncio.
Os cantares da natureza, são como ecos em nossa alma, que nos acompanham em toda a nossa existência e se juntam a outros “cantares” que durante toda a nossa vida fizeram parte de nós e fazem ainda a nossa história.
Foi nesse clima de natureza exposta e nua que eu nasci e cresci. Envolvi-me com seus mistérios e seus cantares, desde o amanhecer até a chegada da lua com pressa para aparecer. Nos jardins de minha cidade os sons mais comuns eram os sons dos pássaros que circundavam os benjamins verdejantes. A calma do lugar deixava sentir o vento que chorava à procura da montanha que se espalhava altaneira e bela, como um tapete verde de fazer inveja! Nas ruas enfeitadas de flores em seus jardins ou jardineiras, as abelhas se alimentavam discretamente sem intervenção de ninguém.
Como vão longe os meus cantares e os meus olhares na minha querida cidade de Baturité!