sábado, 29 de agosto de 2009

SONHOS



SONHOS...


Gracinda Calado



Tal como a brisa beija a flor


Ele chegou calmamente


Com seu jeito doce de beijar.



O seu olhar brilhava como as estrelas


Que soltam beijos em noites de luar.


Minha alma ardente, como sonhara,


Foi em busca dos seus beijos e dos desejos.



Deixou pra mim os seus lindos sonhos


Seu sorriso límpido e perfumado!


Veio deitar-se comigo como o jasmim caído,


Que prende frágil, mimoso e delicado.



Assim ao sabor dos beijos e dos abraços


A minha alma e a sua beberam o mel


Dos carinhos envolvidos em mil laços!

sábado, 22 de agosto de 2009

O LIVRO DA VIDA


O LIVRO DA VIDA
Gracinda Calado

No livro da vida, somos donos de nossa história.
Todos os dias escrevemos uma página desse livro, registramos momentos alegres ou tristes, dramas ou comédias, poemas, páginas de grandes emoções ou de saudades que marcam nossa alma para sempre.
Nas páginas desse livro escrevemos esperanças, projetamos grandes realizações futuras, ou realizamos grandes sonhos.
Em nossa história somos responsáveis por tudo que está escrito.
Caminhamos deixando rastros e restos de emoções pelos caminhos, muitas vezes encontramos pessoas que fazem parte de nossa história e nos deixam saudades eternas, visíveis lembranças de nossa mocidade que são páginas folheadas do nosso livro.
Nossa história tem um começo, meio e fim, não é eterna.
As páginas de nosso livro não podem ser em branco, pois a vida registra tudo e tudo pode se transformar em prazer ou tristeza, conforme o que escrevemos em nosso livro.
Nossa história deve ser escrita e lida todos os dias.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

QUANDO DISSESTE VEM!



QUANDO DISSESTE VEM!


Gracinda Calado



QUANDO DISSESTE VEM! NÃO DUVIDEI DOS TEUS DESEJOS,


SEGUI TEUS PASSOS TEU CAMINHO, OS TEUS PLANOS,


SEM OLHAR ATRÁS, SORRI DE ALEGRIA E FANTASIA,


NA DOCE ILUSÃO DOS TEUS ENCANTOS.


SEM MEDO DE SEGUIR PISEI O CHÃO QUE TU PISASTE,


BEIJEI TUAS PEGADAS E SEM MEDO DE SEGUIR ACREDITEI.


QUANDO DISSESTE VEM! BRINQUEI, BRINQUEI!


COMO QUEM BRINCA DE RODA, COMO CRIANÇA,


COMO SE NUNCA HOUVESSE PECADO ALGUM;


BENDITA INOCENCIA QUE DESPERTOU O AMOR SINCERO,


VERDADE PURA , SENTIMENTO ETERNO DE PAIXÃO.


QUANDO DISSESTE VEM! É HORA DE PARTIR,


SUBIR O MAIS ALTO PICO DA MONTANHA.


FUGIREMOS Á PROCURA DO SOL QUE ILUMINARÁ A RUA,


ILUMINARÁ AS NOSSAS VIDAS ATÉ A ETERNIDADE.


SEGUIREMOS O RASTRO DO LUAR POR TODA A NOITE,


NO CLARÃO DA LUA MERGULHAREMOS NAS ESTRELAS NUAS.


QUANDO DISSESTE VEM COMIGO, NÃO EXITEI DE SER TUA MULHER,


NÃO DUVIDASTE DO MEU AMOR, E COMIGO SEGUISTE PARA O ALTAR.


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

VIDAS SOFRIDAS



VIDAS SOFRIDAS...


Gracinda Calado.


Pelas ruas da cidade pessoas perambulam sem destino, sem ter aonde encostar a cabeça.


Outras se arrastam pelos parques a fim de encontrar alguém para um desabafo de um fato de suas vidas.


Nas alamedas pessoas adversas, intranqüilas, vão e vêem sempre passando pelos mesmos lugares a procura de abrigo.


São pessoas agitadas preocupadas, tensas, sem muitas perspectivas de viver.


Nas ruas homens e mulheres desfilam exibindo seus corpos sarados, malhados, pela caminhadas diárias.


São jovens e velhos, são pretos e brancos, que disputam os lugares dos passeios nas primeiras horas da manhã.


Nas avenidas, pessoas refletem nos bancos da praça seus sofrimentos suas frustrações.


Sem empregos, sem amores, sem companhias, sem ninguém, vivem a remoer fantasias e lembranças.


Vidas sem vidas, bares cheios de homens vazios, bolsos vazios, cabeças vazias, estômagos vazios...


Mulheres aventureiras, interesseiras, mendigam o amor de algum homem, de algum forasteiro.


Olhos cansados, bocas amargas, trafegam pessoas como trapos nos parques da cidade grande.


Ninguém aparece para lhe dar a mão. Medo é o que impera em cada coração, em cada irmão.


Somente Deus olha por todos, pois a esperança é a ultima que morre.

domingo, 9 de agosto de 2009

É NOITE NA SERRA



É NOITE NA SERRA

Gracinda Calado

Quando o véu da noite desce, tudo escurece de repente.

O sol foge rapidamente como se não pudesse demorar nem um minuto.

As nuvens escuras anunciam a negritude do lugar como uma magia temporal.

Os sons que ocupam o lugar manifestam-se por entre as grandes árvores,

E a solidão toma lugar nos seus caminhos.

Os sons que ocupam o lugar manifestam-se por entre as grandes árvores,

E a solidão toma lugar nos seus caminhos.

A coruja passa em rápido vôo para o esconderijo como se quisesse brincar de ‘esconde e esconde. ’

Minha atenção redobra-se calmamente a fim de ouvir um pio abafado.

Presa no ninho a rolinha geme e chora o frio da noite e os filhotes piam sem sossego.

O silencio fala na mata escura, meu coração anseia escutá-lo.

Mistérios da meia noite vão chegando em forma de sombras que saem das árvores majestosas e copadas.

Mágicas poesias são trazidas pelo vento ao meu coração.

No céu o cintilar fraquinho dos corpos estelares desfiam suas luzes em alto espaço sideral.

O meu peito chora as saudades de tudo que vivi e de tudo que não vivi ainda.

Uma emoção estranha se apodera de mim como se quisesse me adormecer e sonhar.

Já é tarde e a noite escura segue seu destino se preparando para receber brevemente o sol.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

HOMENAGEM A MEU PAI FARAÓ CALADO






HOMENAGM AO MEU PAI FARAÓ CALADO



GRACINDA CALADO







Em 1941 ELE chegou a Baturité, precisamente no dia 2 de Janeiro.



Para lá fora convocado para desempenhar a função de delegado da junta de alistamento militar.



Viajaram de trem, ele, sua companheira e os filhos do primeiro casamento.



A máquina que carinhosamente chamavam de “Maria fumaça’ arrastava-se pelas curvas em caracóis da serra de Itapaí,



Deixava todos deslumbrados.



O verde dos montes em degradê prenunciava uma visão monumental da região a desbravar.



Meu pai chegou a Baturité e teve uma acolhida hospitaleira principalmente do povo e das autoridades do lugar.



Encantado pelo clima, o perfume das flores, o verde das serranias, o cheiro da fruta do café maduro, o gosto da água,



foi logo se apaixonando por tudo da cidade.



Amor á primeira vista! Amou tanto aquela cidade que se dizia baturiteense de coração.



Fez muitas amizades e de lá vieram ao mundo seus nove filhos.



Sua casa ficava às margens do rio Paco ti, antiga chácara de Luiz Punciono de Oliveira.



O lugar era agradável e muito tranqüilo, rodeado de jardins e um lindo pomar.



Era uma casa grande antiga, mas aconchegante.



Em volta da casa muitas trepadeiras e perfumosos jasmins.



As acácias contornavam o lugar. O jardim era cuidado com muito zelo por minha mãe.



Á noite exalava um suave odor de rosas e bugaris.



Papai traçou sua vida estruturada na vergonha e na honestidade.



Homem puro, enérgico e seguro em suas decisões. Cheio de amor pelos seus, amigo de todas as horas.



Fiel às suas amizades não as decepcionava.



Percorreu palma a palmo sua trajetória, aquela que havia traçado em tempo de vida militar, cuja farda respeitava e honrava.



Em Baturité assumiu o dever de defender a pátria e orientar os jovens no serviço militar ou na vida cotidiana.



Amou a vida e amou a própria morte, pois a recebeu com muita coragem e firmeza.



Receba meu pai querido a homenagem de sua filha que não lhe esquece e que ainda lhe ama muito.



No dia dos pais, todo o meu carinho e as minhas saudades!

É NOITE NA SERRA



É NOITE NA SERRA


Gracinda Calado


Quando o véu da noite desce, tudo escurece de repente.


O sol foge rapidamente como se não pudesse demorar nem um minuto.


As nuvens escuras anunciam a negritude do lugar como uma magia temporal.


Os sons que ocupam o lugar manifestam-se por entre as grandes árvores,


E a solidão toma lugar nos seus caminhos.


Calmamente surgem no céu estrelinhas tímidas como olhos de animais noturnos.


A coruja passa em rápido vôo para o esconderijo como se quisesse brincar de ‘esconde e esconde. ’


Minha atenção redobra-se calmamente a fim de ouvir um pio abafado.


Presa no ninho a rolinha geme e chora o frio da noite e os filhotes piam sem sossego.


O silencio fala na mata escura, meu coração anseia escutá-lo.


Mistérios da meia noite vão chegando em forma de sombras que saem das árvores majestosas e copadas.


Mágicas poesias são trazidas pelo vento ao meu coração.


No céu o cintilar fraquinho dos corpos estelares desfiam suas luzes em alto espaço sideral.


O meu peito chora as saudades de tudo que vivi e de tudo que não vivi ainda.


Uma emoção estranha se apodera de mim como se quisesse me adormecer e sonhar.


Já é tarde e a noite escura segue seu destino se preparando para receber brevemente o sol.