Não me lembro de ter estado tão calada face às saudades que sinto da minha avó em época de aniversário da sua partida, como este ano. Não que tenham esmorecido, muito pelo contrário, pois na verdade estes 20 anos bateram forte. Já vivi tanto tempo sem ela, quanto o que com ela convivi e a verdade é que não obstante estes 20 anos, em que tanta coisa mudou, a presença dela em mim continua tão real. A voz ecoa nos meus ouvidos, o cheiro no meu nariz, os gostos dela na minha memória, as coisas que dizia, as piadas que contava, o sentido de humor, e o feitio especial com o qual era preciso saber lidar - não era fácil. Tinha a beleza em jovem da Elizabeth Taylor, os olhos de um azul magnífico, a tenacidade, o sentido de justiça, a vida - aquela vida que hoje revejo na minha filha que, em boa hora, foi buscar tantas coisas à Avó Isabel. Tenho saudades de tudo, até das nossas zangas e será sempre aquela pessoa importante, irrepetível e inesquecível, cuja dor da sua perda não apa...