Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Mais um sucesso do coração que bate fora do meu corpo

 A minha filha tem tudo para brilhar. Ela brilha, mas ainda a considero um diamante em bruto. Tento lapidar daqui, a vida em si lapida dali e ela, como que querendo ficar com as suas aparas, resiste, resiste bastante. Não está a ser fácil esta fase que, dizem, dura até aos 20/21 anos - ainda vamos nos 14 e tenho momentos em que já não aguento. Mas eu também faço um esforço, respiro fundo quando possível e até fujo para o ginásio, para o passeio com o Balzac ou até mesmo para o vale dos lençóis e edredons, para me esconder e adiar conversas difíceis. Inverteram-se os papéis, ou tenta ela, digo eu - porque me pressiona, insiste, tenta vencer-me pelo cansaço, tenta que eu diga um sim, após dizer um peremptório NÃO. Não aceita o tal NÃO na verdade. Por vezes vejo-me forçada a dar a conversa por terminada porque este ser humano que saiu de dentro de mim, é de facto desafiante. Mas, consegue ser tão deliciosa e amorosa e adorável - pouco, mas consegue. E faz-me sentir um orgulho imenso n...
Mensagens recentes

O aniversário da Avó

 Não que me tenha esquecido, muito longe disso - mas ontem foi um dia mais introspectivo, algo triste e não lhe prestei a devida homenagem pública, embora não me tivesse saído do pensamento. Teria cumprido 93 anos ontem a minha saudosa avó Isabel. Sem a sua existência eu não existiria e acima de tudo sem os seus ensinamentos eu não teria certas qualidades que sei ter, mas ainda continuo a anos luz da sua grandeza que é inalcançável. Será sempre uma referência para mim, e sinto a sua presença ao de leve, ao meu lado, como se de um sopro se tratasse, diariamente. Por vezes sinto um ligeiro "vai em frente", por vezes sinto que apenas observa e espera que eu faça o meu melhor, com carácter, honra e respeito; por mim e pelo próximo. Por vezes sinto que se orgulha, esteja onde estiver, outras vezes sinto como que o seu silêncio e uma certa reprovação, não que ao mesmo tempo não lhe sinta também a leveza da mão por cima do meu ombro. A saudade, essa, é imensa e crescente. Sempre no ...

“Mãe, preciso que faças um bolo simples para levar para a escola”

 E a mãe fez. 

E foram 47...

 Cada vez mais uma relíquia, e constatar que tudo isto passa mesmo muito rápido. Sobretudo os momentos felizes. Quando nasci, a minha avó tinha 46 anos, perfazendo os 47, 5 dias depois. Portanto, esta entidade já poderia ser avó. E é isto. Não há cá voltas ao Sol, nem Primaveras...são anos e anos de vida, por vezes mais fáceis do que outros, mas sempre a procurar aprender qualquer coisa, superar-me, ser melhor pessoa a cada dia e sobretudo sem paciência para me chatear. É este o resumo com a concretização do melhor de tudo: ser mãe (de uma adolescente que me destrói a paciência, mas de quem gosto daqui até à galáxia vizinha). Não sei se cá estarei daqui por um ano...mas os 47 estão assim e vão-se recomendando.

Mais um "Até Sempre"

 Hoje, pouco passava das 8 da manhã, ouvia no carro que tinha falecido o Marco Paulo. Quantos Marcos Paulo haverão por aí em homenagem ao ídolo de mães, pais, avós, tias, madrinhas...que na realidade nem assim se chamava. Mas foi desde sempre um ícone nacional, gostasse-se ou não do género. Até eu me lembro de, em miúda, uma vez saída do nada num qualquer restaurante de Lisboa pegar num objecto qualquer a servir de microfone, fazer os malabarismos possíveis e cantar a música "Eu tenho 2 amores", ainda com uma fala muito imperceptível. Haverá alguém em Portugal que jamais tenha ouvido falar em semelhante personagem? Que jamais tenha ouvido uma música que fosse? Duvido. E, embora nas últimas semanas já se falasse na sua partida iminente, parece que há sempre qualquer esperança vã nestas concomitâncias da morte. E confesso que não sendo fã do estilo, lhe reconheço o inigualável valor, a voz magnífica, a noção de afinação e a pessoa boa que denotava ser com toda a sua simplicidad...