HIV Pediátrico

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MESSALO

2024

DR. LUCAS MARAGE, MD


HIV/SIDA PEDIATRICO

• Objectivos:

• 1. Definir o ceito de SIDA em Pediatria


• 2. Descrever a etiopatogenia, vias de transmissao, estadiamento, quadro clinico
• 2. Descrever o curso diagnostico, novas abordagens de tratamento e prevencao
Introdução
• HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana.

• Causador da SIDA, ataca o sistema imunológico, responsável por defender


o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T.

• A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender


de doenças oportunistas, causadas por microrganismos que normalmente
não são capazes de desencadear males em pessoas com sistema imune
normal.

• E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo.


História
• 1959- 1º caso detectado em Kinshasa RD Congo;
• 1986 -Foi diagnosticado o primeiro caso em Moçambique;

• 1984- Descrito o HIV como agente etiológico do SIDA – LAV ou


HTLVIII;

• 1985- Descoberto HIV 2 por Odete Ferreira em Portugal;


• 1994- Iniciou o uso de ARV para PTV;

• 2014 a OMS definiu nova plataforma para o diagnóstico precoce


infantil do HIV.
Caracteristicas gerais de virus
• Acelulares ( proteínas e ácidos nucleicos), parasitas intracelulares
obrigatórios;

• DNA, RNA ou ambos (citomegalovirus);

• Não possuem metabolismo;

• Não sofrem acção de antibióticos;

• Sofrem mutação (RNA).


Epidemiologia Mundial
• O HIV/SIDA continua sendo um grave problema de saúde a nivel
mundial , principalmente em paises em desenvolvimento.

• A cada ano cerca de 160.000 novas crianças são infectadas, 9% de


todas são as novas infecçoes.

• E cerca 100.000 crianças morrem.

https://www.medicinet.com.br>gover.. acessado em 20/9/2022 pelas 14horas.


Estatística global de
HIV

UNAIDS. Estatísticas globais sobre HIV - 2021.


Disponível em: https://unaids.org.br/estatisticas/.
Acesso em: 09/ 09 2022.
Estatística global de
HIV

UNAIDS. Estatísticas globais sobre HIV - 2021.


Disponível em: https://unaids.org.br/estatisticas/.
Acesso em: 09/ 09 2022.
Estatística global de
HIV

UNAIDS. Estatísticas globais sobre HIV - 2021.


Disponível em: https://unaids.org.br/estatisticas/.
Acesso em: 09/ 09 2022.
Epidemiologia de HIV em Moçambique
• Cerca de 400 crianças são infectadas por dia sendo mais de 90 % por
transmissão vertical

• Moçambique é o segundo pais mais afectados pela epidemia do


SIDA no Mundo 2.1 milhoes .

• Prevalência do HIV: 14% em 2001, 15% em 2002, 16% em 2004 e


2007, 11,5% em 2014.

https://www.medicinet.com.br>gover.. acessado em 20/9/2022 pelas 14horas.


Prevalência do
SIDA no País

IMASIDA 2015
Definição
• O significado de HIV é Human Immunodeficiency Virus, ou seja, o Vírus
da Imunodeficiência Humana.

• O HIV é um vírus que pertence à classe dos retrovírus e que causa


a AIDS – sigla inglesa para Acquired Immunedeficiency Syndrome, que
quer dizer a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

• Na realidade, o HIV apresenta dois subtipos: o tipo 1 e 2 (HIV-1 e HIV-


2). O vírus HIV é caracterizado pelo longo período de incubação, isto é,
desde a infecção até o aparecimento dos sintomas da AIDS, pode-se levar
de 3 a 10 anos
Etiologia
• Família: Retroviridae (presença da enzima transcriptase reversa – RT)

• Genêro: Lentívirus (vírus envelopados com cápsídeo em forma de


cone).
HIV : Estrutura
Vírus da imunodeficiência Humana (HIV)

HIV-1 HIV-2
 Pandemia Mundial;  Menos patogênico;
 3 grupos geneticamente distintos:  Oeste da África;
 Grupo M  Geneticamente + relacionado ao
 Grupo O (Camarões, Gabão, Guiné Equatorial) SIVsm;
 Grupo N (Camarões)
 Geneticamente + relacionado ao SIVcpz;

(Dewhurst, 2001)
Transcriptase Reversa
• DNA polymerase;

• Holoenzima heterodimérica;

• Possui 2 subunidades p51 e p66;

• Subunidade p66 possui RNase-H;

• Catalisa a reação RNA cDNA;


Cíclo de HIV
Principais vias de Transmissão nas crianças
• Transmissão vertical é a principal via de infecção de HIV na população
infantil:

Transplacentária - (20-25%);
 Canal de parto (60%);
 Aleitamento materno (15-25%);
Patogênese

Nature Medicine v.9 (2000)


Patogênese
Reservatórios
cérebro

pele
Nódulos Linfáticos
Sangue periférico
Sistema
RetículoEndotelial

Células Gastro-
Medula óssea Intestinais
Patologia da SIDA
Há uma proliferação de
Diminuição súbita e O nº de linfócitos T
linfócitos que procura
acentuada do nº de CD4+ atinge valores
compensar a sua
linfócitos T CD4+ <200 células /mm3
destruição aumentada
Fase aguda Fase crônica Fase de crise

Cópias de RNA do HIV (cópias/mL plasma)


Morte
Infecção
Primária
Infeçção aguda ao HIV
Células T CD4+ (células/mL)
Infecção
Oportunística

Latência Clinica

Começo dos
Sintomas

AIDS

Semanas Anos
Tempo de Infecção
Classificação da OMS para SIDA Pediátrico para África

Existem 4 estádios clínicos:

• Estádio 1  assintomático;

• Estádio 2  sintomas ligeiros;

• Estádio 3  sintomas avançados;

• Estádio 4  sintomas graves;


Classificação da OMS para SIDA Pediátrico para África

ESTADIO I
• Assintomático
Linfadenopatia generalizada(>1 cm
em 2 ou mais cadeias não contíguas
persistente).
Classificação da OMS para SIDA Pediátrico para África

ESTADIO II
• HEM persistente inexplicada;
• Prurigo;
• Infecção viral extensa verrucosa;
• Molusco contagioso;
• Ulcerações orais recorrentes;
• Parotidite bilateral;
• Eritema gengival linear;
• Herpes Zoster;
• IVRS recurrente ou crónica (otite
média,otorreia, sinusite);
• Infecções ungueais fúngicas;
Classificação da OMS para SIDA Pediátrico para África

ESTADIO III
• Malnutrição moderada inexplicada;
• Diarreia persistente;
• Febre persistente;
• Candidiase oral persistente;
• Leucoplasia oral;
• Gengivite ulcerativa necrotizante aguda;
• Tuberculose ganglionar, pulmonar;
• Pneumonia bacteriana grave de repetição;
Classificação da OMS para SIDA Pediátrico para África
Estadio IV
• Malnutrição aguda ou crónica grave que não
responde a terapêutica habitual;
• Infecções bacterianas severas de repetição
( empiema, meningite,piomiosite,pneumonia);
• Infecção crônica por VHS(oral,cutânea ou
visceral de mais de 1 mês de duração);
• Tuberculose extra-pulmonar disseminda;
• Sarcoma de Kaposi;
• Candidiase oro-esofagica (ou candidíase da
traquéia, brônquios ou pulmões);
• Toxoplasmose do SNC (depois de 1º mês de
vida;
Doença avançada por HIV (DAH) - Conceito

• Crianças < 2 anos: independentemente da sua condição clínica e tempo de


TARV são todas consideradas com doença avançada;

• As crianças entre 2 e 5 anos são consideradas com DAH se estiver em TARV


há menos de 1 anos, ou se tiver CV >1000 no último ano e/ou CD4 < 500 ou
15% ou se tiver uma condição clínica activa definidora do estadio 3 ou 4;

• Crianças ≥ 5 anos, adolescentes e adultos são considerados com doença


avançada quando apresentam CD4 < 200 células/mm3 e/o Condição clínica
definidora do estadio 3 ou 4 da OMS ;
Diagnóstico

1. CLÍNICO : Sintomatologia/classificação da OMS;

2. SOROLÓGICO : Detecção de anticorpos;

3. VIROLÓGICO : PCR para DNA ou RNA viral ou Isolamento viral


em cultura;
Janela imunológica
• Intervalo de tempo entre a infecção e a soroconversão;

• 80% após 6 semanas;

• 100% após 12 semanas;


Diagnóstico
Crianças menores de 18 meses:

• As crianças adquirem a infecção pelo HIV por transmissão vertical (


80-90% ).

• Sintomatologia clinica variada e grave devido a imaturidade do


sistema imunologico.

• Crianças filhas de mãe seropositiva são portadoras de anticorpos


maternos ( IgG anti-HIV).
Diagnóstico Laboratorial

< 18 meses > 18 meses


Métodos directos: Métodos indiretos:
• Teste para detecção do DNA viral • Testes rápidos – UNIGOLD E
• Teste para detecção do RNA viral DETERMINE
• Cultura do vírus • Elisa – Teste imunoenzimático utiliza
antígenos preparados pela lise do vírus
inteiro
• Western Blot(W.B): positivo quando
apresenta anticorpos contra pelo menos
duas das três principais proteínas do HIV
(gp41, gp120 e p24)
Diagnóstico laboratorial
Diagnóstico
O diagnóstico definitivo da infecção pelo HIV em crianças necessita de
testes diagnósticos que confirmem a presença de infecção
▪ Crianças ≥ 18 meses: testes sorológicos (Teste Rápido);

▪ Crianças < 18 meses: testes virológicos


Tratamento Antirretroviral
Objetivos:
• Controle da replicação viral;
• Preservar ou restaurar a integridade do sistema imune;
• Retardar ou diminuir as consequências da infecção;

 Tempo e Qualidade de Vida


Medicamentos que Compõem o TARV em
Moçambique
Anti-retrovirais: INTR

INTR = Inibidores nucleosídeos


da transcriptase reversa • Zidovudina (AZT)
• Lamivudina (3TC)
Actuam na enzima transcriptase • Estavudina (D4T)
reversa, incorporando-se na • Abacavir (ABC)
cadeia do DNA que o vírus cria
• Tenofovir (TDF)
• Didanosina (DDI)
Anti-retrovirais: INNTR

INNTR= Inibidores não nucleosídeos da


transcriptase reversa.
• Nevirapina (NVP)
Bloqueiam a enzima transcriptase • Efavirenz (EFV)
reversa, impedindo a conversão do
RNA em DNA • Etravirina
Anti-retrovirais: IP

IP = Inibidores da protease
•Lopinavir (LPV)
Inibem a enzima protease •Ritonavir (RTV)
responsável pela clivagem de •Lopinavir/ritonavir (LPV/r)
proteínas e formação de novos
vírus •Atazanavir (ATV)
Familia de antiretrovirais
• Fusão: Enfuvirtida
◦ Inibidores da Entrada
• Co-receptor : Maraviroc

• Inibidores da Integrase • Dolutegravir/ Raltegravir

• Inibidores da Maturação • Darunavir (DRV)


Inibidores de fusão

Inibidores de maturacao
Uso Clínico dos ARVs

• O tratamento anti-retroviral é uma combinação de três fármacos. As


combinações podem ser:
• 2 INTR + 1 INNTR

• 2 INTR + 1 IP

• 3 INTR
Recomendações da OMS para a revisão dos regimes pediátricos

1. Abandonar o mais rápido possível os regimes baseado no uso de INNTR (NVP e


EFV);
2. Introdução rápida do DTG nos regimes pediátricos;

3. Usar regimes mais potentes de ARVs excluindo os INNTR (NVP e EFV);


Critérios para iniciar TARV em crianças e
adolescentes
Todas as crianças, adolescentes e adultos vivendo com HIV são
elegíveis para iniciar o TARV, independentemente da sua idade e seu estadio
clínico ou imunológico

O TARV deve ser iniciado o mais rápido possível (no máximo dentro
de 15 dias após o diagnóstico), logo que o paciente e/ou seus
cuidadores (se aplicável) estiverem preparados, e que esta prontidão
esteja comprovada pela avaliação clínica.
Regimes de 1ª linha recomendados para novos
inícios TARV (Novas normas)
Regimes recomendados para novos inícios de TARV em crianças dos 0 – 14 anos
Peso* Regime Tipo de Formulação
3-19.9 kg** ABC/3TC (120/60mg) pDTG (10 mg)

20–24.9 kg ABC/3TC (120/60mg)


ABC/3TC + DTG
DTG comprimidos de 50 mg
25–29.9 kg ABC/3TC (600/300mg)

≥ 30kg*** TDF/3TC/DTG TDF/3TC/DTG (300/300/50 mg)


*Para crianças < 3 kg recomenda-se contactar a linha verde ou o comité terapêutico para orientação
caso a caso;
**Quando atingir 20kg, manter a formulação do ABC/3TC 120/60mg e transitar para DTG de 50mg;
***Quando atingir 30 kg, transitar de ABC/3TC+DTG para TDF/3TC/DTG em DFC (regime do adulto).
Abordagem para crianças activas em TARV com
peso entre 3 – 19.9kg ( novas normas)
Regimes recomendados para transição das crianças activas em TARV

Peso Regime actual Transitar para


3 -19.9 kg ABC/3TC + LPV/r ABC/3TC + pDTG (10mg)
AZT/3TC/NVP
20 – 29.9 kg ABC/3TC + DTG50
≥ 30kg TDF/3TC/DTG Manter o regime em uso.

Nota:
• Toda a criança activa em TARV com regimes contendo DTG, devem manter-se no mesmo
regime e ajustar a formulação de acordo com o peso actual;
• Caso ainda existam crianças activas em TARV em uso de regimes de TARV contendo NVP ou
EFV, mesmo que estejam a fazer TAT, devem transitar para ABC/3TC + DTG.
Abordagem para crianças activas em TARV com peso entre
3–19,9kg e que estejam em Dispensa trimestral (Novas normas)

Toda a criança activa em TARV que esteja em dispensa trimestral


(com Duovir N ou ABC/3TC + LPVr) deve:
• Transitar para regime contendo DTG;
• Prescrever ARVs para DT na mesma consulta em que é feita a
transição de regime;
• Aconselhar sobre os possíveis efeitos adversos e caso apresente,
voltar a US sem esperar pela data da próxima consulta;
• Encaminhar a mãe mentora para apoio.
Regimes recomendados para crianças com TB/HIV
Regimes recomendados para crianças com TB/HIV
(Em TAT para TB sensível e TB- MR com regimes com e sem Rifampicina)

Peso (kg) Regime TARV preferencial Regime de TARV após terminar o Tratamento da TB
ABC/3TC Manter o regime e suspender a dose adicional de
3 –19,9* + pDTG a noite, duas semanas após o término do
pDTG de 12/12h*** tratamento para TB
ABC/3TC
20 – 29,9** +
DTG 50mg 1 cp de 12/12h*** Manter o regime e suspender a dose adicional de
TDF/3TC/DTG (manhã) DTG 50mg duas semanas após o término do
≥ 30 + tratamento para TB
DTG 50mg 1 cp a noite
*Quando atingir 20kg durante o tratamento da TB devem trocar para ABC/3TC+ DTG 50 mg + DTG 50 mg
adicional a noite.
**Quando atingir 30kg durante o tratamento da TB devem trocar para TDF/3TC/DTG + DTG 50 mg adicional a
noite.
*** Quando o regime de TAT não contém Rifampicina não há necessidade de dose adicional de DTG à noite
pDTG (10mg) – Dosagem e posologia para
criança com TB/HIV em TAT com Rifampicina

Manter a dose adicional do pDTG (equivalente a dose da manhã) durante o


tratamento da TB e suspender duas semanas após o término do TAT.
Tabela resumo
Regimes recomendados para TARV em crianças dos 0 – 14 anos (Novos inícios e as que transitaram para regime com
DTG) incluindo crianças com TAT com regime contendo Rifampicina
Regime de TARV após terminar
Peso Crianças em TAT com regime contendo
Crianças em TARV sem TB o Tratamento da TB
(kg) rifampicina
ABC/3TC (120/60) + pDTG
3-19.9 kg ABC/3TC (120/60) + pDTG +
Dose adicional de pDTG a noite
Manter o regime
ABC/3TC (120/60) + DTG 50mg
e
20–24.9 kg ABC/3TC (120/60) + DTG 50mg +
suspender a dose adicional de
Dose adicional de DTG50mg a noite
pDTG ou DTG 50mg, duas
ABC/3TC (120/60) + DTG 50mg
semanas após o término do
25–29.9 kg ABC/3TC (600/300) + DTG 50mg +
tratamento para TB
Dose adicional de DTG50mg a noite
TDF/3TC/DTG (300/300/50mg)
≥ 30 kg TDF/3TC/DTG (300/300/50mg) +
Dose adicional de DTG50mg a noite
1. Pacientes co infectados TB/HIV com regime TAT para TB multirresistente (não contendo Rifampicina) fazem o regime de TARV normal
2. Pacientes em regime com Inibidor de protéase (IP; = LPV/r ou ATV/r) quais não podem mudar para DTG (por causa de intolerância ou
porque mudaram para IP de resgate depois falência de DTG) recebem os seguintes regimes:
- <10kg: ABC/3TC 120/60mg + AZT Xarope (10mg/mL);
- ≥10kg: mudar o IP (LPV/r ou ATV/r) para EFV (200mg);
Regimes alternativos em caso de intolerância
aos ARVs
Regimes alternativos em caso de intolerância aos ARVs
ARV que causa intolerância Formulação de ARV alternativa
< 30kg: ABC
AZT
≥ 30kg: ABC ou TDF
< 30kg: AZT
ABC
≥ 30kg: TDF ou AZT
TDF ABC ou AZT
ATV/r ou LPV/r DTG
<25kg: LPV/r
DTG
≥25kg: ATV/r
Regimes recomendados para profilaxia pós exposição
(PPE)
Peso Regime preferencial Regime alternativo

3 – 19,9kg ABC/3TC + pDTG (10mg) ABC/3TC+LPVr

ABC/3TC+DTG 50mg ABC/3TC+LPVr ou


20 – 29,9kg
ATVr
≥ 30kg
TDF/3TC/DTG TDF/3TC+ATVr

A oferta dos ARVs para a PPE deve iniciar dentro de 72h após a exposição e
continuar durante 28 dias. Continuar o seguimento e oferecer TR HIV 1º mês,
3º mês e 6º mês após a exposição.
Seguimento da criança em TARV
Para além dos parâmetros descritos, a cada consulta, as crianças devem ser
avaliadas para:
 Peso e estatura;
 Evolução dos parâmetro antropométricos (P/E ou IMC de acordo com a idade);
 Avaliação nutricional;
 Evolução dos parâmetros de desenvolvimento psicomotor;
 Ajuste da dosagem de ARVs ao peso da criança;
 Avaliação da necessidade de revelação diagnóstica (para crianças > 10 anos);
 Carga viral para monitorar a resposta do tratamento.
CALENDÁRIO DE SEGUIMENTO DAS CRIANÇAS <2 ANOS DE IDADE EM TARV

Parâmetros de seguimento Desde o início do TARV até completar 2 anos de Vida ≥ 2 anos
Atendimento clínico* Mensal**
APSS Mensal
Avaliar
Farmácia Mensal
elegibilidade
Solicitar a 1ª CV, 6 meses após Solicitar CV de seguimento de
para DT ou FR
Carga viral o início ou reinício do TARV ou acordo com o algoritmo de CV
após troca de regime em vigor trimestral e
CD4 *** seguir o
Solicitar no início ou reinício do Só repetir o CD4 se > 5 anos e se
TARV tiver alguma indicação clínica calendário
para criança ≥
Hemograma, Creatinina, ALT 6/6 meses
2 anos
Colesterol total, triglicéridos,
6/6 meses
Glicemia****
* Sempre que possível deve-se alinhar a data da consulta TARV com as datas do calendário de vacinação e
controle do peso para evitar atrasos e faltas.
** Apenas para crianças que iniciam TARV com Nevirapina/Efavirenz: 1ª consulta depois 14 dias.
*** Pode-se pedir CD4 em caso de falência terapêutica, doença avançada e outros casos em que haja
necessidade de decidir pelo início de profilaxias, conforme decisão do clínico.
**** Apenas para crianças em tratamento com Inibidor de Protease (LPV/r ou ATV/r).
CALENDÁRIO DE SEGUIMENTO DAS CRIANÇAS ENTRE 2 – 9 ANOS DE IDADE EM TARV
Início 1º 2º 3º ≥ 10 anos
Parâmetros de seguimento À partir do 4º mês*** após o início TARV até aos 9 anos de idade
TARV mês mês mês
Atendimento clínico* x x x x Trimestral** Avaliar
APSS e PP x x x x Trimestral elegibilidade
Farmácia x x x x Trimestral ou Mensal**** para consulta
Solicitar 1ª CV 6 meses após início/reinício Solicitar CV de seguimento de acordo com o semestral com
Carga viral dispensa
do TARV ou troca de regime algoritmo de CV em vigor
< 5 anos: Só repetir o CD4 se > 5 anos e se tiver trimestral e
Solicitar no inicio/reinicio do TARV alguma indicação clínica seguir
CD 4 *****
5 -14 anos: repetir CD4 depois de 1 ano de TARV calendário
até atingir CD4 ≥ 350 cel/mm³ ; para criança
Hemograma, Creatinina, ALT 6/6 meses ≥ 10 anos
Colesterol total, triglicéridos,
Glicemia******
6/6 meses

*Sempre que se verificar sinal de instabilidade, intercorrência clínica, surgimento de reacções adversas ou evidência de má adesão  passar a fazer seguimento
clínico mais frequente de acordo com a necessidade do paciente.
**Se não estiver a fazer TPI, passa ao seguimento trimestral/no MDS
***Na consulta entre o 6º - 7º mês apos o inicio do TARV deve-se solicitar a CV. Na consulta ao 9º mês, trazer o resultado para avaliação clínica e tomada de
decisão;
**** Preferencialmente o levantamento de ARVs deveria ser trimestral. Contudo, em caso de impossibilidade a criança deverá fazer FR trimestral com
levantamento de ARVs mensal;
*****Pode-se pedir CD4 em caso de falência terapêutica, doença avançada e outros casos em que haja necessidade de decidir pelo início de profilaxias, conforme
decisão do clínico.
******Apenas para crianças em tratamento com Inibidor de Protease (LPV/r ou ATV/r)
Critérios para solicitar a cv- (novas normas)
• Novos inicios TARV: pedir CV seis meses após o inicio do TARV
• Activos em TARV: Pedir CV seis (6) meses após a transição para novo
regime;
• A interpretação do resultado de CV, a conduta terapêutica e as CV de
seguimento devem ser feita de acordo com o algorítmo de carga viral em
vigor.
Nota!
• A transição é independente do valor da CV;
• Crianças que tenham inciado o TARV há menos de (6) meses (incluindo
aquelas que seriam elegiveis ao pedido de CV no dia da transição),
devem transitar para regime com pDTG e, 6 meses após a transição deve-
se solicitar a CV.
Beneficios da boa adesão aos ARVS
• Essencial para tratamento eficaz;

• Discussão detalhada com a criança e a familia;

• Simplificar ao máximo a prescrição;

• Aconselhar, testar e tratar os pais;

• Hospitalização se necessário.
Falência terapêutica
• Falência virológica;
• Falência imunológica;
• Falência clínica;
Falência Virológica:
• Uma carga viral detectável após 6 meses de início do TARV, ou:
a) Aumento de 1 log de carga viral em relação a carga viral prévia,
confirmado por 2 medidas repetidas (com intervalo de 60 dias) ou;

b) Carga viral detectável >1000 cópias/ml, confirmado por 2


medidas repetidas (com intervalo de 60 dias), na presença de boa
adesão, havendo sido indetectável previamente, e sem vacinação ou
infecção concomitante actual (ou nos últimos 30 dias);
Falência Imunológica:

• Crianças maiores de 5 anos: Contagem de CD4 persistente abaixo de 100


cels/mm3;

• Crianças menores de 5 anos: Contagem de CD4 persistente abaixo de 200


células/ mm3 (onde não estiver disponível CD4 percentual) ou CD4 < 10%.
Falência Clí́nica

• Recorrência ou aparecimento de condição que indica imunodepressão


severa (condições definidoras de estadio 3 e 4 da OMS, com a excepção de
TB) após 6 meses de tratamento eficaz.
Regimes de resgate em caso de falência terapêutica aos regimes
optimizados (2ª linha)
• Crianças em uso de DTG e que apresentem confirmação de falência terapêutica, devem
usar no regime de resgate um inibidor de protéase (LPV/r ou ATV/r);

• O pedido submetido ao comité terapêutico para mudança de linha deve conter a


seguinte informação:
o Histórico de uso de LPVr ou ATVr e o respectivo período de exposição;
o Histórico de uso de INTR e INNTR (NVP, EFV, ABC, AZT ou TDF) e o respectivo
período de exposição;
o Histórico de cargas virais prévias;
o Histórico de adesão ao tratamento.
Regimes Recomendados para 2ª linhapediátrica

Quando o Regime da Regimes para 2ª linha


1ª linha em falha são
2 INTR + 1INNTR Em crianças < 20 kg Em crianças ≥ 20kg

AZT/3TC/NVP
Não é previsto encontrar crianças
ABC/3TC + LPVr nesta faixa de peso usando estes
AZT/3TC+EFV
regimes com falência terapêutica
ABC/3TC+NVP pois todas estas devem transitar
para ABC/3TC+ DTG ou
AZT/3TC + LPVr
ABC/3TC+EFV TDF/3TC/DTG.

Não é esperado porque este


regime não é recomendado
TDF/3TC/EFV AZT/3TC + ATVr ou DTG
nesta faixa de peso
Regimes Recomendados para 2ª linhas pediátricas

Regimes para 2ª linha


Quando o Regime
1ª linha em falha Regime de 2ª linha preferencial Regime de 2ª linha
tem IP Em crianças < 20kg preferencial Em crianças
crianças ≥ 20kg

ABC/3TC+ LPV/r Todas as crianças com peso < 20kg em uso


Não é esperado encontrar crianças
ou ATVr de IP , que apresentem sinais e sintomas
com peso acima de 20 kg em uso
de FT, devem ser submetidas ao comité
de IP (devem todas transitar para
terapêutico Nacional para decisão.
DTG);
Não aprovar no comité provincial.
AZT/3TC+LPVr
ou ATVr
Regimes Recomendados para 2ª linhas pediátricas
Quando o Regime 1ª linha em falha contém DTG

Quando o Regimes para 2ª linha


Regime 1ª linha Regime de 2ª linha preferencial Regime de 2ª linha
em falha tem Em crianças < 20kg preferencial Em crianças
DTG crianças ≥ 20kg
ABC/3TC+ DTG
Não aplicável AZT/3TC+ LPVr
(porque não é recomendável usar ou AZT/3TC+ATVr
TDF/3TC/DTG DTG nesta faixa de peso) (se peso > 25kg)
Prevenção

• Rastreio precoce em gestantes(Testes de rotina);


• Desmame precoce após a confirmação do teste positivo da mãe;
• Uso de material hospitalar estéril nos procedimentos;
• Testes de sangue antes da transfusão.
Conclusão
• Os investimentos em pesquisa, vacinas e medicamentos para combater a
doença são cada vez maiores e as medidas profiláticas ainda sejam focadas
no combate à replicação do vírus, devemos destacar que ainda estamos
longe da cura.

• Por mais que o cenário não seja positivo nesse sentido, os medicamentos e
terapias atuais se mostram benéficas, já que buscam diminuir os danos da
doença.

Enquanto a cura não chega , vale apena Prevenir


Bibliografia
• Manual de tratamento antiretroviral e infecçoes oportunistas da adulto, adolescente,gravida e criança
.MISAU 2016.
• Relatório de IMASIDA 2015.

• Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV e SIDA em


Moçambique (INSIDA), 2009.

• Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV em adultos e crianças. Brasília: Ministério da
Saúde, 2016.

• HARRISON, Tratado de Medicina interna, 16ª ed.doença causada pelo virus de imunodef. Humana.
Cap 173.

• UNAIDS. Estatísticas globais sobre HIV - 2021. Disponível em: https://unaids.org.br/estatisticas/.


Acesso em: 09/ 09 2022.

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