Para eu me lembrar:

"Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer."

Amyr Klink

Linfoma de Hodgkin

"Linfoma é um câncer do sangue, potencialmente curável, que ocorre nos linfócitos, células do sistema linfático, que fazem parte da defesa natural do corpo contra infecções."

Pensamentos

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sábado, 19 de janeiro de 2013

Exemplos

Eu tenho visto muitos exemplos de vida e coragem em pessoas tidas como frágeis.
Pessoas que lutam como gigantes mesmo tendo corpos pequenos e frágeis, com pouca ou muita idade, mas que galgam lugares incríveis em grandes batalhas.

Particularmente, eu não gosto do termo "guerreiros", mas pensando-se em batalhas e lutas, o termo é coerente. Todas as vezes em que ouço alguém usá-lo no contexto dos tratamentos oncológicos, entendo-o de outra forma, como uma necessidade, como uma manifestação do instinto de sobrevivência, de falta de opções. 

Nesses últimos dias, três dessas pessoas morreram. É, resolvi usar o verbo morrer, porque ficar 'tampando o Sol com a peneira' não nos leva a nada. A realidade é esta. Primeiro a prima da minha cunhada, Analu; depois Felipe, um menino de Maceió; e por fim, a inglesinha Alice Pyne, que ficou conhecida por seus atos solidários. 

É estranha a minha percepção atual frente à morte. Não sei se isso é um sinal de endurecimento, de distanciamento, de desapego, de desesperança ou de desânimo, mas não fiquei triste com suas mortes. Não tive a vontade de chorar que outrora me dominaria. Apesar do peso que esses acontecimentos têm, eles também significam a libertação dessas pessoas e dos seus. A libertação da grande prisão que a doença se tornou para elas. Às vezes eu me sinto presa pelo câncer, mas é bem raro, sempre foram fases muito breves em que tive minha liberdade tolhida pelos tratamentos, afinal, mesmo nas vezes em que fiquei internada, eu mesma tive de resolver várias coisas, principalmente burocráticas, em vários âmbitos. Sempre de pé, sempre no controle. Eu não sei o que é ficar totalmente à mercê de outros, sem conseguir nem mesmo me levantar de uma cama. 

Infelizmente, muitas pessoas não conseguem sequer expressar suas vontades, que dirá levantar-se de uma cama hospitalar, ou reivindicar direitos, negociar questões burocráticas e até mesmo sair do hospital carregando suas malas e dirigindo. Quando conto que no 1º transplante o carro ficava na garagem do flat, e que nos dias em que eu não tomava psicotrópicos eu dirigia até o comércio do bairro para que meus acompanhantes comprassem o que precisávamos, as pessoas ficam um tanto desconfiadas de que seja uma história de pescador. Mas é verdade, tenho várias testemunhas. E foi sempre assim comigo. Só tive duas internações em que não conseguia fazer nada, e que precisei pedir que meus familiares fossem me levar e buscar no hospital, nas demais eu estava em plenas condições. Teve uma em que eu saí do hospital sozinha, de táxi. Bizarro... real. Por que estou me gabando disso? Só para dizer que nem sempre o câncer é devastador e debilitante. É possível sim viver bem. Mas quando não se vive bem, a morte pode ser a saída mais digna. 

Dias atrás eu li algumas críticas de pessoas que tiveram câncer a respeito de uma obra de ficção exibida na TV em que a pessoa diagnosticada com câncer pediu para um amigo assassiná-la no auge de sua carreira artística, pois sabia que o seu tipo de câncer não tinha cura, que definharia e sofreria muito até morrer. Optou então por ser morta.

Assisti ainda no início da semana passada ao filme "Escolha de vida", que conta a história do final de vida da Dra. Anne Turner, médica inglesa que foi diagnosticada com paralisia supranuclear progressiva, uma doença degenerativa incurável e progressiva, que leva à morte lentamente, como um vegetal. Por causa desse prognóstico e da experiência que teve com a doença e morte de seu marido devido a uma outra doença também degenerativa, ela optou pelo suicídio assistido. Tal modalidade de morte não é aprovada na Inglaterra, então ela o fez na Suíça.

Questões delicadas e polêmicas, na maioria das vezes, evitadas e repudiadas pelos pacientes e seus familiares. Anos atrás eu também seria irredutivelmente contra, mas hoje já não penso dessa forma tão fechada. Não sou a favor do suicídio nem do homicídio, sou sempre a favor da vida. E como optar pela vida quando ela já não pode mais ser vivida? Como pedir que uma pessoa continue sofrendo, e não vivendo?
Eu 'vivo' pedindo às pessoas que não desistam, que busquem outras opções de tratamento, outras opiniões, que não se deixem abater pelos resultados de exames e interpretações de um único serviço médico, que mesmo com o pior prognóstico é possível encontrar uma saída, que apesar de tudo ser contra, se existir uma única chance, é a ela que devemos nos agarrar e lutar pela 'vida'. Em momento algum eu passo a mão na cabeça e choro junto a morte anunciada, a falta de esperança e muito menos o desespero. Como já escrevi, sou e estou sempre a favor da vida. Mas da vida que possa ser vivida, que dê alegrias, que tenha atividade, que tenha propósitos, e não da vida dolorosa, que inspire preocupação e desgaste a todos, que tire o sono, que cause angústia, que cause desespero e incerteza. É preciso saber viver, é preciso poder viver.

Também não posso deixar de observar que nem em todos os serviços médico-hospitalares se conta com equipes humanas, que proporcionem não só o melhor atendimento profissional, como o suporte emocional e acolhedor que tanto precisamos quando fragilizados, em perigo iminente. Como pedir a um paciente que além das dores físicas e incapacitantes, tem de receber cuidados não dignos nos hospitais mal utilizados do ponto de vista humano? Como pedir que tenham calma e coragem, se são mal tratados, se não têm todos os remédios que necessitam para sanar suas dores e infecções? Como pedir que uma pessoa sobreviva para continuar passando por tantas mazelas? Como dizer que ficar vivo nessas condições é melhor do que morrer?

Essas três mortes de que tive notícia na outra semana, foram de três pacientes com histórias completamente diferentes entre si. Uma mulher jovem com câncer de mama que teve um tratamento, segundo ela, equivocado, mutilante e que nos últimos tempos optou por ter qualidade de vida, e não mais tratamentos tão agressivos. Um menino do nordeste que foi fazer tratamento em São Paulo, teve recidiva, e agora, numa viagem de descanso do tratamento à sua terra natal, teve de ser internado às pressas, onde se constatou um avanço agressivo do tumor, que o levou à morte encefálica e por fim à morte clínica. E uma adolescente inglesa, que por vários anos lutou contra o Linfoma de Hodgkin, e há pelo menos dois anos não havia mais esperança de cura, mas a exemplo do filme "The Bucket List", fez a sua própria lista e com a ajuda de amigos, familiares e novos parceiros, colocou todos os seus desejos em prática, os quais foram de treinar sua nova cachorrinha para uma competição até a nadar com baleias no Canadá, o tempo todo perpassando pela conscientização das pessoas para se cadastrarem como doadoras de medula óssea e a angariar fundos para doar e beneficiar outros pacientes.

Muitas histórias, muitas questões importantes que na maior parte de nossa vida queremos evitar. E por que evitamos?

Por medo de nossas próprias respostas?
Por medo de pensar como será a nossa morte?
Por medo de sofrer?
Por medo de desejar a morte?
Por medo de nos sentirmos tentados ao suicídio?
Por medo de nos arriscarmos ao viver?
Por medo de nos frustrarmos?
Por medo de nós mesmos?

Medo... Essa palavra nos faz ficar parados no mesmo lugar. Só que o mundo está em movimento, o tempo está em movimento, então nossos corpos se movem mesmo com a nossa inação. E, se (não) vivemos por causa do medo, perdemos oportunidades preciosas, que jamais voltarão. 

Portanto, temos de ter coragem para VIVER A VIDA!

E para encerrar, FÉ NA VIDA!

sábado, 23 de junho de 2012

Cordeiropolis - 30 de junho

Cordeirópolis realiza cadastro para doadores de medula óssea
Por: Redação Canal Rio Claro

No dia 30 de junho, a Prefeitura Municipal de Cordeirópolis por meio da Secretaria de Saúde promove, em parceria com o Hemonúcleo de Campinas, uma campanha de captação de doadores de medula óssea.

O doador informará seus dados pessoais para preenchimento de um cadastro, por isso deve estar com RG ou CPF. No mesmo dia será coletada uma amostra de sangue de aproximadamente 10 ml, que será levado para um teste de laboratório para identificar as características genéticas do doador.

Será realizado um cruzamento dos dados genéticos dos doadores e pacientes, caso haja pacientes compatíveis, o doador será convocado pelo Hemocentro para realizar novos exames, portanto deverá manter seu cadastro sempre atualizado. Se a compatibilidade for confirmada, o estado de saúde do doador será avaliado e então ele será convidado a fazer a doação.

Para doar, o voluntário deve ter entre 18 e 55 anos, preencher um formulário de dados pessoais, coletar a amostra de 10 ml de sangue e não ser portador de doenças infectocontagiosas ou incapacitantes. Diabéticos e pessoas com pressão alta podem ser doadores e não existe peso mínimo para se voluntariar.

De acordo com a Secretária Municipal de Sáude, Kelen Cristina Carandina Rampo, a meta é que pelo menos 200 pessoas estejam cadastradas como doadores. “Queremos ter o mesmo êxito das outras campanhas realizadas no município, pois para o doador, a doação é apenas um incômodo passageiro, mas para o doente, será a diferença entre a vida e morte. A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo”, disse.

A campanha será realizada no sábado, dia 30 de junho, das 09h às 14h, no Centro de Especialidades do Posto de Saúde, que está localizado na Rua Toledo Barros, 422, no Centro. Mais informações através do telefone 3546-9810

Você Sabia?
A medula óssea é um tecido líquido que fica no interior dos ossos, conhecida popularmente como “tutano”. Nela são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.

O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e algumas outras doenças do sangue.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ela pulsará sempre em muitos corações

Eu escrevi o texto abaixo assim que soube da morte de Elaine Cesar. Agora está fazendo um mês que ela partiu, e o meu pensamento pouco mudou. Jamais me acostumarei com essa barbárie vivida por essa mulher e seus filhos.

C@rin - 26/02/2012




São Paulo, 1º de fevereiro de 2012.


Triste, inconformada, desiludida, incrédula, revoltada, indignada, passada, cansada, chateada... são tantos sentimentos, que nem consigo descrever todos...

Acontecimentos como a morte da Elaine mexem comigo. Muitas vezes me calo, me revolto sozinha por não ter nada de mais útil e acolhedor para falar às pessoas próximas a quem se vai. De certa forma é uma negação da realidade sombria que nos visita nessas ocasiões, e perpassa todos os nossos tratamentos. 

Nesta terça-feira senti um grande sono e cansaço depois de ler a notícia, de checar, de revisitar o blog, de escrever algumas palavrinhas no Facebook, e me debulhar em lágrimas. Já senti algo semelhante outras vezes, mas essa doeu diferente.

O sentimento de impotência é enorme. A indignação com aquele que detém o título de pai do seu filho mais velho é imensurável. 

Confesso que não gosto de sentir essas coisas, mas tal crueldade me enoja. 

Rudá. 32 semanasQuando eu digo que relacionamentos/casamentos e principalmente filhos, são coisas muito sérias, algumas pessoas me julgam extremista ou até medrosa, mas essa história prova que sempre temos de ter consciência de tudo em nossas vidas, para vivê-las da melhor maneira, com muita paixão e também muita razão, precisamos equilibrar tudo.

O perfil da nossa amiga foi excluído do facebook, mas seu blog continua aberto. Mais do que isso, sua obra está e continuará viva, tanto em seus trabalhos artístico-culturais quanto nos seus filhinhos lindos. 

Quero muito que seu projeto do documentário sobre alienação parental, idealizado para denunciar as atrocidades vividas por ela e muitas outras famílias dilaceradas pelo egoísmo e maldade de quem antes fez juras de amor, e depois usa/usou seus próprios filhos para magoar e derrubar o antigo parceiro. Quero que a Justiça Brasileira julgue corretamente todos os fatos, denúncias e episódios que acabaram por roubar meses de uma fase que precisava ser de tranqüilidade e segurança na vida dessa mulher que conheci apenas pelas frias telas de computadores, mas que é real. Quero a cada nova vez que eu pisar no TeatroOficina, sentir a emoção do ano passado, por cantar naquele lugar sabendo de sua luta, sabendo que ali dentro, ela participou de inúmeras criações, de momentos incríveis, que seus filhos foram gerados naquela atmosfera criativa, artística e livre. Quero que Théo e Rudá tenham a mãe sempre viva em seus olhares, em seus sorrisos, em suas trajetórias. Quero que pelo menos o Brasil saiba quem foi essa moça batalhadora, que encontrou uma força inigualável para combater o linfoma e a inveja psicótica durante uma gravidez, e ainda trazer à Terra mais um menino calmo, saudável e sorridente, assim como reconquistar a guarda e a alegria de ter seu filho mais velho, de apenas 4 anos. 


Elaine venceu na vida. Só que o empenho foi tão grande, tão avassalador, que consumiu anos a que teria direito para acompanhar o crescimento de seus filhos, para produzir novas artes, para rir, saborear e vibrar em inúmeras outras aventuras. Agora, seu exemplo nos guia em busca de dias melhores, pois se uma moça bonita, em tão delicado momento, foi capaz de superar tantos obstáculos e ainda gerar um filho super saudável, sorrindo para a vida, encarando-a de frente, com garra inigualável, quem somos nós para reclamar ou esmorecer?



Elaine Cesar, eu te agradeço pela luta incansável, pela coragem, pela fibra que provou ter. 

Tal qual o título de seu último post no blog, Elaine: "Tempo. Silêncio."

Você continua viva em muitos e muitos corações. Parabéns!


Conheçam essa história no blog Câncer, gravidez e alienação parental . E vejam um trecho de um de seus últimos trabalhos, o documentário sobre José Celso Martinez Corrêa e o TeatrOficina: "EVOÉ! Retrato de um antropófago"





domingo, 30 de outubro de 2011

As imagens de uma "pequena confissão" de 2009

Em 19 de Janeiro de 2009, eu escrevi um post intitulado "Pequenas confissões", e o subtítulo dele era sobre o vídeo que acabei de encontrar sem querer aqui na internet. Os dois vídeos são da mesma propaganda, um com a imagem melhor e o outro com o som melhor. 


Trecho que escrevi em 19/01/2009:

Meu pai certa vez, quando estava doente, se emocionou com um comercial de TV. Já procurei na internet, mas ainda não o encontrei, pois deve ter sido veiculado em 1994 ou 1995. Era uma campanha de doação de órgãos, na qual era focalizada a região dos olhos de uma moça, os olhos estavam fechados. À medida que falavam sobre a doação de órgãos, caía uma lágrima e no ápice do fundo musical os olhos se abriam. A imagem era cinza, mas os olhos eram azuis, e percebia-se neles o sorriso que se anunciava pelo pequeno movimento dos músculos e rugas a seu redor. Jamais esquecerei aquelas imagens... Jamais esquecerei a emoção do meu pai e seu desabafo, por não poder doar seus órgãos...
Por ironia da vida, eu também não posso mais ser doadora de órgãos e tecidos. Sempre que o assunto foi posto em discussão, tanto em casa quanto em outros ambientes, eu fui a favor da doação, sempre disse que gostaria de poder salvar outras pessoas caso fosse possível, mas devido ao linfoma, mesmo depois de totalmente curada, eu não poderei doar nem mesmo sangue e plaquetas...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tarde de ALFORRIA



To alforriadaaaaa!!! (por algumas horas)



Tarde em casaaaaaaaa!!!

De noite volto pro flat, por enquanto to aqui, sentada na minha cadeira de casa, no meu desktop, organizando coisas pro novo ano e conversando com minha vozinha aqui do ladinho!!!

Vou comer a comidinha da minha avó!!!

Hoje eu dirigi por São Pauloooooooooooooooooo!!!

A médica me deu o dia livre, disse que eu poderia ir às compras, hahaha!!! Não quero compra nenhuma, quero a minha casa, as minhas coisas, a minha família!!!
Comi pastel de feira!!!

Beijosssssssssssssssssss

Carin