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segunda-feira, 13 de julho de 2015

E-pístola aos Troikanos



Meus irmãos,
Ainda ontem Transpirava no deserto do Peloponeso e maduramente pensava como vos iria dar esta notícia. Durante quarenta dias caminhei entre vós e como um de vós, comi a vossa carne e bebi o vosso vinho. Habitei nas vossas casas e tentei-me, como fraco que sou, com as vossas comidas e com as vossas mulheres. Senti-me horrível e mau como o cão do Socretinius. Comi a vossa carne, bebi o vosso vinho, possuí as vossas mulheres. Traí-vos, meus irmãos, pensava eu! 

As vossas chefes seduziram-me, e eu fraco, deixei-me seduzir. Os vossos banqueiros – e nunca me sentei à mesa com nenhum deles- são os verdadeiros alquimistas que transformam lixo em ouro e eu, fraco humano, acreditei nessas histórias e deixei-me também encantar por elas!

Depois desses quarenta dias ( e quarenta noites), nesse  antro de riqueza, volúpia  e maldição  fiquei convencido que eu estava errado e vós é que estáveis certos. Assim regressei à minha terra, certo de que convenceria os meus irmãos desde a Macedónia, Tessália até Ática e Creta a viver com o que têm e pagar-vos o que vos devemos, já que nos perdoaste mais de metade do que vos era devido.

Mas eis que ao passar o estreito de Corinto o meu coração mudou. Afinal quem inventou o dinheiro fomos nós! E com essa centralização toda não podemos imprimir mais, o que nos libertaria de todos os nossos problemas! Afinal, agora o problema é vosso, vós é que quereis recebê-lo! E nós não queremos pagar!

E fez-se luz no meu coração. Os raios de luz de Zeus, através do Olimpo inspiraram-me e percebi que me destes a vossa carne, o vosso vinho e mês deixastes possuir as vossas mulheres propositadamente para me comprardes! Vós sois o demónio de saias! Vós sois a Minovaca, fruto desse amor monstruoso, entre uma mulher e um animal! Estiveste anos aprisionada no Labirintos do poder, da Burocracia - que nem Dédalo se atreveria a construir tal artimanha - dessa região do continente a que ironicamente deram o nome da lua mais bonita de Júpiter e agora vieste para a rua, sedenta de sangue, sua besta feroz! Mas eu serei o Teseu, e com a minha espada vou penetrar o teu corpo e comer o teu coração como uma vulgar espetada de frango! A justiça será feita, também pensava eu e assim o desejei durante 3 dias e três longas noites, longe da minha Helena, no cimo de um penhasco.
Porém, meus irmãos troikanos, depois de vos ver - nos meus sonhos - mortos e esventrados eis que acordo e ao meu lado tinha o oráculo de Delfos que me fez ver de novo a luz. E maduramente pensei nas vossas mulheres que havia seduzido e sido sedutor, nas vossas Wiener Schnitzel, nas vossas Weissbier, que passarei a dizer weizen, e nos vossos wursts, as Brat, as Weiss e o Leberkäse. Lambia os beiços a pensar no Teewurst, quando fui assaltado pela lembrança de outro Wurst, aquela Conchita de barba!!! Outro fruto azedo das liberdades excessivas. Tive o pesadelo de ser sodomizado por ela e acordei num frémito de loucura. E decidi. 

Decidi que quero ser como vós. Decidi que o meu povo tem que ser igual aos outros, apesar de ser melhor. Decidi que não quero mais enganar-vos. Nem agora, nem dentro de 4 anos. Queremos viver com o que temos e por isso aqui estou, irmãos troikanos, aos vossos pés. Ensinai-me a transformar lixo em euro, perdão, em ouro e eu serei sempre vosso. Pisai as minhas mãos, mas deixai-me assinar o acordo que quereis.

O vosso irmão Transpiras, aka Teseu

domingo, 5 de julho de 2015

Resposta à carta da Helena



Querida Helena,

Nem imaginas como os teus conselhos foram úteis! E, por outro lado, pensar em ti é sempre motivo de grande alegria e entusiasmo. Sinto o sangue a latejar, como os antigos espartanos, e esqueço completamente o nosso sistema nacional de saúde…Imagino-nos num fim-de-semana idílico em Mikonos, antes de se ter transformado no que é agora. Achas que é de criar uma taxa sobre as relações gay? Era capaz de arrecadar alguma coisa, para o estado. Vou lançar a ideia aos ibéricos, se é que eles já não a tiveram antes…Eles têm umas ideia fantásticas para taxar as pessoas. E para as lixar também!

Entretanto arranjei uma maneira de sair deste impasse, que é por o povo a votar. Fazer um referendo dá-me notoriedade, damos de comer a algumas bocas, com a montagem da máquina, e eu faço campanha pelo não aí na Helada, enquando vou entretendo os teutónicos a prometer-lhes que vou apelar ao sim. E ainda posso lavar as mãos como o outro romano, que deve ter copiado a ideia de algum grego, mas enfim…O que achas? Fantástico não é?

Estou com umas saudades de uns Souvlakis que nem imaginas, minha franguinha querida. Só penso nesses peitinhos marinados e assadinhos em fogo lento mas olha, tenho que me consolar com uns iogurtes a que chamam gregos, aqui no Lidl de Bruxelas.

Beijos do teu Transpiras

terça-feira, 30 de junho de 2015

Carta a Xaninho

Como prometido, aqui vai, na íntegra, a carta a que via Tioleaks, tive acesso...



Xaninho,
Recebi esse teu sms em pânico e não te percebo. Afinal o que se passa com a Merquela? Não és homem para ela? Cada vez que vais ao norte, vens com o rabinho entre as pernas! Assim não dá!
Lembra-te do que te disse, pensa que vais ficar no gelo até ao fim do mandato e nem o calor da acrópole o vai derreter! Achas que sou alguma Penélope que fica a fazer tapetes enquanto tu andas nessa guerra de Ítaca? Estás bem enganado. Salto a parte do tapete e vou logo para o arqueiro que conseguir espetar a flecha, onde bem sabes…E não me venhas disfarçado de camponês da Sicília que eu descubro-te à légua.

Tens que ser forte e dizer-lhe que nem os espartanos conseguem viver com 60 euros por dia. Nem sequer aqueles que têm 800 euros de ordenado!!! Sessenta euros por dia dá 1800 por mês, é impossível viver com esse dinheiro e não sou só eu nem a mulher do Joãozinho. São todos os atenienses, espartanos, jónios e aqueus. Os dórios vêm do norte, como a tua amiga Merquela e vivem com qualquer coisa, até com o que têm. Nós não! Somos atenienses, não somos Troikanos. Não nos limitamos a viver com o que temos, nem com o que nos dão. Nós somos independentes, vivemos com o que queremos! E diz a essa Dória e ao tipo do país que nem sequer tem mar e que não quero saber como se chama, que nós somos a luz do mundo, não nos subjugamos a qualquer Xerxes que aí apareça, lembra-lhe o Leónidas, sff!

Sabes o que são as Thermophilas, donde vem o nome das portas quentes? E com jeito, com o acordo ortográfico que os portugueses (outro mau exemplo, nem te atrevas a segui-lo), andam a ver se impõem ao mundo, pode ser que fique Termopilas… Pensa bem no que queres fazer e, se não queres ver as tuas portas quentes, devassadas pelos Persas, agarra-te ao leme e mantem-te firme! De frouxos estou eu farta!

Beijos da tua Helena

Pi Sigma: Sabes que o nome Helena vem de Helénê, que quer dizer tocha, iluminada, etc? É preciso alimentar a combustão… Vê lá se queres repetir a história do Menelau.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Um barco chamado não quero!



Caro camarada chefe dos Estaleiros de Viana do Castelo,

Têm sido publicadas umas notícias, falaciosas e completamente falsas sobre o navio que a República Autocrática do Atlântico encomendou à vossa prestigiosa empresa.

Ora o navio não cumpria os requisitos que não tínhamos definido previamente e que modificamos posteriormente! Uma diferença de 0,016 nós, é uma diferença de 0,016 milhas por hora! E estamos a falar de milhas náuticas, o que piora tudo!

Esse Tio, que deve ter conexões no wikileaks – Aqui no Rochedo adoramos essa palavra conexões, a outra é proibida – e consegue detectar os nossos emails todos, é melífluo. Por isso sempre fui claro e transparente como uma vaca malhada da Terceira, não vá o tipo detectar alguma coisa.

Sei que o problema do barco, perdão, navio já foi resolvido, a Dilma tratou de ficar com ele, caso contrário estaria disponível para se encontrar uma solução de consenso para o dito cujo elefante, perdão embarcação.

A travessia entre o Corvo e as Flores seria uma hipótese, mas assim foi melhor.

Agradeço que deixes de ter essas leaks, porque fugas num barco, perdão embarcação é o que se sabe. Olhe o Titanic, por exemplo. Não queres ficar com a mesma reputação, pois não? Era tiro no Porta-aviões, como fazemos na Assembleia!

Entretanto um destes dias vamos precisar de uma nave para ir do Darwin até ao Terreiro do Paço, mas talvez um de metade do preço chegue. Não quero dar nas vistas, como o outro nosso amigo. Olha o que lhe aconteceu…

Um abraço do
Carlitos

PS, como sempre: O Paulocas sugeriu um submarino para fazer essas viagens. Era mais discreto e também evitava o trânsito na Ribeira das Naus (O António tem que ver aquilo com olhos de ver). Fazem submarinos aí em Viana? Tens algum barco que possa atracar no Terreiro do Paço e ir até ao S. Bento, tipo James Bond? 

PS de novo e sempre: Olha que tem que servir para andar na Rua das Pretas e nas Portas de S. Antão, gosto muito da Solmar!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Cartes de Prisón 2



Caro Zé,
Com dificuldade mas conseguimos suster a fuga de malta que te queria visitar no Sábado. Sei que tu compreendes que este sacrifício é para bem do Partido e da Grande Nação Socialista… Como sabes temos que conquistar o poder outra vez, para termos uma vida melhor para todas as portuguesas, para todos os portugueses e também para todos os que são portugueses e portuguesas ao mesmo tempo. Sabes também, como bom socialista que és (tenho saudades de ir contigo socializar para Saville Row – o Natal está à porta, e é sempre bom ter umas coisinhas novas para estrear), que temos que ganhar as eleições e para isso precisamos de todas, de todos e todos e todas que são todas e todos! Depois disso tudo voltará ao mesmo. Estou farto destes fatinhos BOSS de 1500 euros, toda a gente tem igual!

Como te dizia, conseguimos suster a fuga maciça do congresso – e evitar os congestionamentos à porta da tua nova casa. Garanti-lhes – desculpa a frontalidade, mas tu compreendes – que iriam ter tempo para te ir visitar! Estavam com medo que te viesses embora e não te terem ido visitar e depois ficarem mal vistos, percebes? Olha por falar em percebes, Que tal achaste os Ovos de Codorniz com Paio? Não deixes de provar o Cação de Coentrada…Esse Fialho é um must!

Temos que adiar a homenagem que te queremos fazer - foram dar o nome daquela Avenida em Almada ao tio Mário, já não vai dar o que tinha pensado, mas tive outra ideia (sim, minha!).

Poderíamos, em vez do aeroporto no Montijo, fazer um novo em Évora. Beja já tem um, os nabos deixaram perder o único voo que tiveram, mas em Évora, era uma maravilha, perto de tudo! E, coincidência brutal, tem lá uns tipos que fazem aviões e uma escola para outros que os querem pilotar! É verdade que já há autoestrada para Lisboa, para o Algarve e para Espanha e a linha de caminho-de-ferro até está boa, mas podia fazer-se um TGV para a Estação do Oriente (ainda estão lá as infraestruturas que mandaste fazer). Mas, o mais importante era dar ao Aeroporto o teu nome! Se deram ao do Porto o nome do Francisco Sá Carneiro que morreu num acidente de aviação (sim, mantemos o acidente, como versão oficial), muito mais correcto seria dar o teu nome a um aeroporto. Por muitas razões, não só por teres sido detido na Portela – por falar nisso, safaste-te da taxa turística – mas porque voar representa liberdade, aquilo de que agora estás, indecentemente, privado. Era uma chapada de luva de boxe (qual luva branca, qual carapuça), nas trombas desses meninos bonitos da direita pseudo liberal. São todos um cup-cakes, uns milk shakes!

Tenho que ir que me estão a chamar. Boa sorte com os pedidos das refeições e tem cuidado com os vizinhos. Força, Zé. Estamos todos contigo.

Unidos em Marx e na Louis Vuitton, recebe um abraço do teu camarada de sempre,

António

Nota do Tio: Recebi este original, enviado de forma anónima, com pedido de publicação. Naturalmente acedi, sem reservas.