Os sindicatos mais uma vez elevam-se ao pedestal de
guardiões dos trabalhadores.
Reivindicam e argumentam, tudo em nome dos trabalhadores.
Querem e voltam a querer, mais e ainda mais, sempre mais!
Pertencem a uma extirpe insaciável e demagoga que fundamenta
o seu repetitivo e monocórdico discurso sempre com a mesma entoação de voz,
profetizando a desgraça.
O diálogo com os governos é sempre feito na base da ameaça
da greve, é um direito que lhes assiste, mas que de preferência, seja feita a
sexta ou segunda-feira, o que se torna oportunista, vergonhoso e ridículo.
Só sabem apregoar os direitos dos trabalhadores!
E os deveres que os mesmos também devem ter?
O respeito pelo trabalho e por quem lhes paga ao fim do mês?
Raios de retórica e ideologia ferida de imparcialidade e de
querencia.
Basta os indicadores económicos estarem a dar sinais de
alguma melhoria, para que estes senhores, não hesitem em vir para a praça pública
revindicar, que é necessário pagar mais e melhorar consideravelmente os
direitos dos trabalhadores.
Este tipo de discurso já me enoja!
Deviam também dizer que alguns trabalhadores deviam pagar
para trabalharem, tal é a falta de profissionalismo, desleixe e incúria.
Cristalizaram no tempo, à sombra da antiguidade que era um
posto.
São um peso morto na empresa.
Depois justificam tudo isto, alegando desmotivação dos
trabalhadores, mas a sua tese cai por terra já que antes da adoção de algumas
medidas penalizadoras o filme era mais do mesmo.
Ou seja:
Trabalhar muito ou pouco, bem ou mal, não é relevante o
importante é ganhar mais e mais e sempre mais.
E ter mais direitos claro está!
Tenham vergonha e coloquem de lado a fome de protagonismo saloio
e mentalidade retrógrada.
Os grandes desafios e exigências da nova matriz empresarial,
em todas as áreas, irá pôr à prova os que realmente são melhores, os que se
transcendem e sacrificam, tudo em prol da sua carreira e do seu profissionalismo
ao mais alto nível.
Os que não entrarem neste comboio, ir-se-ão quedar
irremediavelmente pela mediocridade.
É justo que assim seja!
Quanto aos sindicatos, assumam um papel de reivindicação construtiva
e ajustada à realidade do País.
Não usem os trabalhadores como marionetas de jogos políticos.
O que de facto é necessário reivindicar, é uma profunda
mudança de mentalidade, isso sim!
DIOGO_MAR