quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Porque foi assim?



Retratos de uma memória flagelada pela saudade.
Folheio as páginas que o tempo não apagou,
Momentos únicos que passei contigo, em horas de autenticidade.
 
 
Sobra-me o vazio na penumbra da escuridão
Onde está o farol que no breu, me guiava a tua mão.
 
 
Acorrentado a uma alucinação que alimenta o meu ser,
Vivo a noite sem um amanhecer.
 
 
Prisioneiro de bebedeiras de tantas recordações
Jorrado no meu leito solto desabafos onde explicito as minhas frustrações.
 
 
Sangro palavras ofuscadas numa solidão lancinante
Exaurido morro e vivo a cada instante.
 
 
Amordaço os desejos adiados, de palavras e atitudes abortadas por falta de coragem
Paira diante dos meus olhos a silhueta da tua imagem.
 
 
Se eu pudesse voltar a traz, se eu pudesse ser o que não fui, amava a cumplicidade que eu releguei, num pedaço de vida que tanto amei.
 
 
Agora sobra-me nas mãos retalhos de uma história inacabada
Desembainho a minha vida, já mais que moribunda, na ponta da espada.
 
 
Ó capítulos de uma narrativa, manchada de covardia enganadora e mentirosa
Esvaio-me nesta vida, cruel cega e raivosa.
 
 
Esta magoa cravada no meu peito, crucifica a minha dor
Procuro na noite gélida e vazia, pelo teu corpo enternecedor.
 
 
Verto lágrimas salgadas de amargura
Chamo por ti
Tenho saudades da tua ternura!
 
 
Autoflagelo-me por não ter sido o que quis
Trespassado pelo arrependimento
O tempo há-de ser o meu juiz.
 
 
Condena-me, dita a tua sentença de tempos idos que não voltam mais
Aqui fico eu, com um rascunho de uma vida a morrer de arrependimento, soluçando pelos nossos testemunhos intemporais!
 
 
 
DIOGO_MAR

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

EM NOME DA MENTIRA!



Sempre ouvi dizer que uma mentira dita muitas vezes transforma-se numa verdade.
Nunca entendi bem esta frase.
Mas já ouvi rebatê-la dizendo, que a mentira tem perna curta.
Por vezes dou por mim, a refletir sobre a carga que estas expressões representam hoje mais que nunca, numa sociedade altamente corrompida e facilmente aliciada.
Começa a ser quase que uma utopia o carater e a personalidade.
A sofreguidão cega de atingir os objetivos, sem olhar a meios, é algo que cada vez mais me angustia.
O abismo económico, em que caíram um elevado número de famílias, Portuguesas fez quase desmoronar os já fracos alicerces morais de uma sociedade inusitadamente consumista.
A par desta lamentável realidade, sobra-nos outra:
Uma classe política e uma elite económica, que manobra a seu belo prazer um barco, onde a culpa morre solteira.
Ou seja:
Todos mentem, mas ninguém é mentiroso.
Agora que ele se apresenta cheio de rombos, eles mais parecem ratos do porão a fugir sacudindo a água do capote isentando-se de culpas.
Vemos que todos esses lóbis mergulham num verdadeiro antro de corrupção e mentira.
Daí vejo com muita perplexidade, que se começa a perder a noção, de onde começa a verdade, e onde acaba a mentira.
Ou seja, é o adulterar por completo de princípios que os nossos progenitores nos incutiram.
A mentira instalou-se, e até já goza de um elevado estatuto, já tem status social.
Os mentirosos compulsivos.
E no que concerne a esta matéria, ela é abrangente e transversal, a todo o quadrante politico.
Os abutres estão aí, sedentos de sangue fresco.
Agora já nem eu mesmo sei, se a mentira tem de facto perna curta.
Bom, pelo menos uma certeza tenho, é que não vos menti!

 
Diogo_Mar