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Paulo Bento somou 136 jogos e quatro golos pelo Oviedo |
Após dois anos como titular no
meio-campo
encarnado,
Paulo
Bento saiu do
Benfica
pela porta pequena no verão de 1996, dispensado por Paulo Autuori, e rumou ao
Oviedo, trocando uma equipa que lutava pelo título em Portugal por outra que
tentava manter-se na
I
Liga Espanhola.
Nas Astúrias, o
médio
português chegou, viu e venceu, ajudando a equipa a assegurar a permanência
nas quatro épocas que lá passou e tornando-se rapidamente capitão. Também começou
a envergar o número 17, que mais tarde haveria de carregar na
seleção
nacional e no
Sporting.
“Fui para Espanha como jogador de
um clube grande, voltei de Espanha para um clube grande, mas não tenho dúvidas
que voltei melhor jogador”, afirmou, citado no livro
Paulo Bento: Um Retrato,
de Jorge Reis-Sá.
De pré-convocado para o Euro
1996, mas preterido da lista final para Paulo Sousa, Oceano,
Tavares
e Paulinho Santos, passou a titular da
equipa
das quinas na maioria dos jogos da fase de qualificação para o
Euro
2000 e também da
fase
final.
Nos quatro anos que passou na
Liga
Espanhola, então chamada de “Liga das Estrelas”, defrontou craques como
Davor Suker, Mijatovic, Figo, Ronaldo “Fenómeno” e Guardiola.
O presidente do Oviedo na altura,
Eugenio Prieto, lembra
Bento
como “um treinador em campo”. “Por isso é que, mesmo sendo estrangeiro, era o
capitão. Organizava o onze, tinha grande dimensão como jogador e transmitia uma
forte personalidade aos colegas de equipa. Também dava conselhos quanto aos
setores do plantel que devíamos reforçar. Mostrava-se atento a todos os
detalhes. O próprio
Luis
Aragonés [treinador em 1999-00] admitia que o
Paulo
era uma ajuda muito importante dentro de campo”, recordou.
Prieto foi mesmo o primeiro a
fazer ver a
Bento
da possibilidade de seguir a carreira de treinador quando pendurasse as botas. “Só
comecei a pensar em ser treinador a partir do momento em que fui para Espanha.
O presidente dizia-me que se lá ficasse devia pensar em tirar o curso”,
reconheceu o antigo médio, que aponta Juanma Lillo, seu treinador em 1996-97 e
atual adjunto de Pep Guardiola no
Manchester
City, como tendo sido, “do ponto de vista tático, o mais marcante”.
Outra referência para
Paulo
Bento foi o seu técnico em 1998-99, Fernando Vázquez. E a admiração é
mútua. “É o jogador mais marcante que tive, e ter trabalhado com ele foi uma
experiência maravilhosa. Era o diretor da equipa, o seu cérebro, funcionava
como treinador dentro de campo. Considero-o uma pessoa extraordinária, um rapaz
empenhado, trabalhador, disciplinado e que gostava de saber e compreender todas
as coisas. Estudava futebol”, declarou o treinador espanhol.
Paralelamente aos 136 jogos e
quatro golos ao serviço do Oviedo entre 1996 e 2000,
Paulo
Bento foi feliz nas Astúrias também a nível pessoal. A sua segunda filha nasceu
em Gijón, mas foi registada em Oviedo. E criou amizades, como com Pedro Suárez
e Azucena Álvarez, casal proprietário do restaurante Casa Pedro, onde tentas
vezes jantava. Todos choraram quando o médio decidiu voltar a Portugal, pela
porta do
Sporting,
após o
Euro
2000.
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