sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Capitão, “treinador em campo” e cada vez mais jogador de seleção. Quem se lembra de Paulo Bento no Oviedo?

Paulo Bento somou 136 jogos e quatro golos pelo Oviedo
Após dois anos como titular no meio-campo encarnado, Paulo Bento saiu do Benfica pela porta pequena no verão de 1996, dispensado por Paulo Autuori, e rumou ao Oviedo, trocando uma equipa que lutava pelo título em Portugal por outra que tentava manter-se na I Liga Espanhola.
 
Nas Astúrias, o médio português chegou, viu e venceu, ajudando a equipa a assegurar a permanência nas quatro épocas que lá passou e tornando-se rapidamente capitão. Também começou a envergar o número 17, que mais tarde haveria de carregar na seleção nacional e no Sporting.
 
“Fui para Espanha como jogador de um clube grande, voltei de Espanha para um clube grande, mas não tenho dúvidas que voltei melhor jogador”, afirmou, citado no livro Paulo Bento: Um Retrato, de Jorge Reis-Sá.
 
De pré-convocado para o Euro 1996, mas preterido da lista final para Paulo Sousa, Oceano, Tavares e Paulinho Santos, passou a titular da equipa das quinas na maioria dos jogos da fase de qualificação para o Euro 2000 e também da fase final.
 
Nos quatro anos que passou na Liga Espanhola, então chamada de “Liga das Estrelas”, defrontou craques como Davor Suker, Mijatovic, Figo, Ronaldo “Fenómeno” e Guardiola.
 
 
O presidente do Oviedo na altura, Eugenio Prieto, lembra Bento como “um treinador em campo”. “Por isso é que, mesmo sendo estrangeiro, era o capitão. Organizava o onze, tinha grande dimensão como jogador e transmitia uma forte personalidade aos colegas de equipa. Também dava conselhos quanto aos setores do plantel que devíamos reforçar. Mostrava-se atento a todos os detalhes. O próprio Luis Aragonés [treinador em 1999-00] admitia que o Paulo era uma ajuda muito importante dentro de campo”, recordou.
 
 
Prieto foi mesmo o primeiro a fazer ver a Bento da possibilidade de seguir a carreira de treinador quando pendurasse as botas. “Só comecei a pensar em ser treinador a partir do momento em que fui para Espanha. O presidente dizia-me que se lá ficasse devia pensar em tirar o curso”, reconheceu o antigo médio, que aponta Juanma Lillo, seu treinador em 1996-97 e atual adjunto de Pep Guardiola no Manchester City, como tendo sido, “do ponto de vista tático, o mais marcante”.
 
 
Outra referência para Paulo Bento foi o seu técnico em 1998-99, Fernando Vázquez. E a admiração é mútua. “É o jogador mais marcante que tive, e ter trabalhado com ele foi uma experiência maravilhosa. Era o diretor da equipa, o seu cérebro, funcionava como treinador dentro de campo. Considero-o uma pessoa extraordinária, um rapaz empenhado, trabalhador, disciplinado e que gostava de saber e compreender todas as coisas. Estudava futebol”, declarou o treinador espanhol.
 
 
Paralelamente aos 136 jogos e quatro golos ao serviço do Oviedo entre 1996 e 2000, Paulo Bento foi feliz nas Astúrias também a nível pessoal. A sua segunda filha nasceu em Gijón, mas foi registada em Oviedo. E criou amizades, como com Pedro Suárez e Azucena Álvarez, casal proprietário do restaurante Casa Pedro, onde tentas vezes jantava. Todos choraram quando o médio decidiu voltar a Portugal, pela porta do Sporting, após o Euro 2000



 





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