Apesar da farta cabeleira, com as famosas dread-locks, que usava como imagem de marca, este enormíssimo craque holandês era um jogador fenomenal, que aliava técnica e inteligência em campo, bem como velocidade, que causava grandes estragos nos adversários. A sua envergadura física ou os seus potentes remates de longa distância. Jogou em grandes 'palcos do futebol europeu' e o seu nome é Ruud Gullit.
Por João Nobre
DO HAARLEM PARA O FEYENOORD
Nascido no dia 1 de Setembro de 1962, na cidade holandesa de Amesterdão, capital da Holanda, Ruud Gullit começou desde muito cedo a sua grande aventura no mundo do futebol, quando disputava jogos de futebol na equipa de futebol do seu bairro de Yordam. Foi num desses jogos de rua que o jovem Ruud (adoptou o nome “Gullit” do pai, por ser mais imponente) deu nas vistas e fez com que o modesto clube Haarlemsche Football Club Haarlem o fosse buscar. Ao serviço do Haarlem, Ruud Gullit disputou, na totalidade, 91 jogos e apontou 32 golos, mas este modesto clube holandês acabou por descer à Segunda Divisão holandesa. Na temporada seguinte, na Segunda Divisão holandesa, Gullit foi eleito o melhor jogador desse campeonato. Ruud Gullit ficou três épocas consecutivas no modesto Haarlem (de 1979/1980 até 1981/1982) e após brilhar com a camisola do Haarlem, na longínqua temporada de 1982/1983, rumou até à cidade de Roterdão e rubricou um contrato com o Feyenoord, onde jogou ao lado do seu grande ídolo, Johan Cruyff. Ao serviço do Feyenoord, Ruud Gullit disputou 107 jogos e apontou 44 golos, tendo conquistado 1 KNVB-Beker e 1 Eredivisie. Ruud Gullit permaneceu três épocas na equipa principal do Feyenoord (1982/1983, 1983/1984, 1984/1985).
DA 'BANHEIRA' PARA MILÃO
Depois de três temporadas no Feyenoord, o internacional holandês rumou até à cidade de Eindhoven, onde assinou um contrato com o PSV. No Phillips Stadium, Ruud Gullit partilhou o balneário com jogadores como, por exemplo, Eric Gerets ou Huub Stevens. Como atleta do PSV Eindhoven, Ruud Gullit realizou, no total, 75 partidas e apontou 53 golos, tendo festejado a conquista de 2 Eredivisie. Acabou por ficar apenas duas temporadas em Eindhoven (1985/1986, 1986/1987). Após brilhar com a camisola do PSV Eindhoven, Ruud Gullit rumou até à cidade de Milão, em Itália, para assinar pelo todo-poderoso AC Milan, onde privou com grandes nomes do futebol europeu como, por exemplo, Franco Baresi, Paolo Maldini, Marco van Basten, Frank Rijkaard ou Carlo Ancelotti. Chegou a San Siro, depois do AC Milan pagar 9 milhões de dólares (8.500.188 de euros). Não precisou de muito tempo para se adaptar e consagrar-se com uma figura do AC Milan, visto que conquistou o campeonato italiano de 1987/1988, quebrando 11 anos de jejum.
Ainda nessa época, Ruud Gullit foi consagrado como o Melhor Jogador do Mundo, contra Paulo Futre e Emilio Butragueño, de forma insólita e com uma “ajuda portuguesa”. Na votação, Gullit estava empatado com Paulo Futre e um jornalista português em vez de dar o seu voto em Butragueño, votou em Gullit e deu o título de Melhor do Mundo ao “gigante holandês”. Quando recebeu a Bola de Ouro, Ruud Gullit dedicou a vitória individual ao líder sul-africano Nelson Mandela, que ainda se encontrava preso na África do Sul. Na temporada seguinte, em 1988/1989, juntou-se a Gullit e Van Basten o também holandês Rijkaard e o sucesso de Gullit em San Siro aumentou com a conquista de 2 Taças Intercontinentais, 1 UEFA Champions League, 3 Supertaças Europeias, 3 Supertaças de Itália e 2 Campeonatos italianos. Acabou por ficar sete épocas como jogador do conjunto rossoneri (de 1987/1988 até 1994/1995), onde disputou 173 jogos e onde marcou cerca de 56 golos.
EMPRESTADO DUAS VEZES À SAMPDORIA
Depois de seis épocas (de 1987/1988 até 1992/1993) no AC Milan, Ruud Gullit foi emprestado à Sampdória, na época 1993/1994. Logo na primeira passagem pela Sampdoria, Gullit venceu a única Taça de Itália que tem lugar no seu palmarés, o que lhe valeu um regresso ao AC Milan na época 1994/1995. Mas a meio da época 1994/1995, Ruud Gullit foi, novamente, emprestado á Sampdória, mas já não conseguiu ganhar nenhum título desportivo em solo italiano. Pelo clube genovês, Ruud Gullit jogou, na totalidade, 63 partidas e apontou 27 tentos. Ficou duas épocas na Sampdória (1993/1994, 1994/1995).
'PENDURAR AS CHUTEIRAS' EM LONDRES
Depois da sua passagem pelo futebol italiano, Ruud Gullit decidiu tentar a sua sorte no também exigente futebol inglês, onde assinou contrato com o Chelsea. Apesar de se ter assustado, ao início, com a estrutura precária dos Blues e pelo baixo nível da equipa do Chelsea, onde estavam alguns jogadores como Mark Hughes, Ruud Gullit conseguiu “apaixonar-se” pelos adeptos do Chelsea. Na segunda temporada em Londres, em 1996/1997, Ruud Gullit também acumulou a função de treinador e acabou por ganhar 1 FA Cup. Na época 1997/1998, Gullit ainda conquistou 1 Taça das Taças e 1 Football League Cup e no fim dessa época, Ruud Gullit colocou um ponto final numa carreira recheada de grandes títulos desportivos.
GRANDE ESTRELA DA HOLANDA
Ao serviço da Seleção da Holanda, Ruud Gullit registou 66 internacionalizações e apontou cerca de 17 golos. Pela “Laranja Mecânica”, Ruud Gullit marcou presença em grandes provas de seleções como, por exemplo, o Campeonato Europeu de 1988 (Alemanha), de 1990 (Itália) e de 1992 (Suécia). Pelo conjunto holandês, Gullit conquistou o Campeonato Europeu de 1988.
Atualmente, com 52 anos de idade, Ruud Gullit encontra-se sem clube, depois de ter treinado os russos do Terek Grozny.
A FICHA
Nome: Ruud Gullit
Idade: 52 anos
Data de Nascimento: 1/09/1962
Local de Nascimento: Amesterdão, Holanda
Altura: 1,91m
Peso: 88 kg
Posição: Avançado/Médio
TRAJETÓRIA
1979/1982: Haarlem
1982/1985: Feyenoord
1985/1987: PSV Eindhoven
1987/1995: AC Milan
1993/1995: Sampdoria
1995/1998: Chelsea
PALMARÉS
2 Taças Intercontinentais
1 Campeonato Europeu
1 UEFA Champions League
3 Supertaças Europeias
1 Taça das Taças
3 Eredivisie
1 KNVB-Beker
1 Segunda Divisão holandesa
1 FA Cup
1 Football League Cup
3 Campeonatos italianos
1 Taça de Itália
3 Supertaças de Itália
EM AÇÃO
Recorde alguns dos melhores momentos do avançado holandês: