O astro das artes marciais Jean Claude Van Damme e o diretor Peter Hyams trabalharam juntos em três filmes, sendo que os dois primeiros foram feitos na década de noventa em um momento onde a dupla tinha prestigio em Hollywood, enquanto o último longa produzido em 2013 é uma tentativa melancólica de ressuscitar suas carreiras.
Hyams, que também é roteirista, está na ativa desde o início dos anos setenta, tendo comandado bons filmes como "Outland - Comando Titânio" e "Mais Forte que o Ódio", os dois protagonizados por Sean Connery, além da curiosa sequência de "2001 - Uma Odisseia no Espaço", o criticado "2010 - O Ano em que Faremos Contato".
Quando a dupla se reuniu pela primeira vez, Van Damme estava no auge após os sucessos de "Soldado Universal" e "O Alvo", seus dois melhores filmes da carreira.
Os dois filmes da dupla ("Timecop" e "Morte Súbita") são competentes e fizeram sucesso, inclusive com "Timecop" se tornando a maior bilheteria da carreira de Van Damme, porém em seguida, as carreiras de Hyams e Van Damme entrarem em declínio. Os dois tiveram vários fracassos em sequência, com o ator ainda tendo um sério problema com as drogas.
Nesta postagem comento rapidamente estes filmes da dupla Hyams/Van Damme.
Em breve pretendo fazer uma resenha dos piores filmes de Van Damme, que são vários por sinal.
Timecop – O Guardião do Tempo (Timecop, EUA / Canadá /
Japão, 1994) – Nota 7
Direção – Peter Hyams
Elenco – Jean Claude Van Damme, Ron Silver, Mia Sara, Bruce
McGill, Gloria Reuben, Kenneth Welsh.
Num futuro próximo, as viagens no tempo se tornaram possíveis e por consequência, criminosos passaram a utilizar a tecnologia para
cometer crimes. O governo cria uma polícia específica para investigar estes
crimes. Neste contexto, o policial Walker (Jean Claude Van Damme), que sofre pela
morte da esposa (Mia Sara) que fora assassinada anos atrás, ao investigar um
caso prende um suspeito que diz ter sido enviado ao passado por um político
(Ron Silver), que deseja manipular os acontecimentos para se tornar presidente.
Walker desconfia ainda que a morte de sua esposa pode estar ligada ao político.
Sem grandes surpresas, mas com boas cenas de ação, um vilão competente (o
falecido Ron Silver) e uma trama sobre viagem no tempo que não ofende a
inteligência do espectador, o filme fez merecido sucesso e deixou a impressão
de que Van Damme poderia se manter como astro por muitos anos, o que infelizmente não
ocorreu.
Morte
Súbita (Sudden Death, EUA, 1995) – Nota 7
Direção –
Peter Hyams
Elenco –
Jean Claude Van Damme, Powers Boothe, Raymond J. Barry, Dorian Harewood, Ross
Malinger, Whittni Wright, Michael Gaston, Audra Lindley.
Durante a
final da Copa Stanley de hóquei, um grupo terrorista toma de sequestro o local da partida,
ameaçando explodir o ginásio caso o governo não pague uma fortuna como
resgaste. Entre público presente está o vice-presidente americano (Raimond J. Barry) e o
bombeiro Darren McCord (Jean Claude Van Damme), este com seus dois filhos
pequenos (Whittni Wright e Ross Malinger). Para tentar salvar os filhos, McCord
decide enfrentar os terroristas utilizando sua habilidade física e o
conhecimento do local.
Claramente inspirado em “Duro de Matar”, este filme tem
cenas de ação competentes, valorizadas por Van Damme que estava no auge da
forma física. O longa tem ainda um ótimo vilão (Powers Boothe), resultando numa boa diversão
para quem gosta de filmes de ação sem exigir muito.
Aliança Mortal (Enemies Closer, EUA / Inglaterra, 2013) –
Nota 5
Direção – Peter Hyams
Elenco – Jean Claude Van Damme, Tom Everett Scott, Orlando
Jones, Linzey Cocker, Christopher Robbie, Kris Van Damme.
Henry (Tom Everett Scott) é um ex-fuzileiro que hoje trabalha como policial, sendo responsável pela
segurança de uma ilha na fronteira entre Canadá e EUA utilizada por turistas
para fazer trilha e atividades ecológicas. Numa determinada noite, Henry é
surpreendido por um sujeito armado (Orlando Jones), que o culpa pela morte do
irmão na Iraque. Ao mesmo tempo, uma quadrilha de traficantes lideradas pelo
violento Xander (Jean Claude Van Damme), chega ao local em busca de uma carga
de drogas que caiu no mar. Os dois novos inimigos são obrigados a se unir para
enfrentar os traficantes.
Como citei no início da postagem, este longa é uma
melancólica tentativa do diretor Peter Hyams e do astro Jean Claude Van Damme
em reviver a parceria de sucesso dos anos noventa. Aqui eles enfrentam um baixo
orçamento, um roteiro ruim repleto de clichês, além de ficar claro que a dupla
parou no tempo em relação ao que pensam sobre cinema. É um tipo de filme que poderia render alguns trocados nos anos
oitenta sendo lançado direto em vhs, ou seja, o filme está atrasado quase
trinta anos.
Aqui temos também outros dois atores que foram promissores, mas
que não conseguiram se firmar na carreira. Tom Everett Scott de “The Wonders” e
Orlando Jones de “Evolução” não acertam um bom filme há mais de uma década.