quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Chute
O bom de estar feliz no presente é que as tristezas do passado quando puxam o nosso pé de noite, não assustam. São chutadas para longe.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Mata, Alice!
Maria,
Maria!
O que te passa?
Não sinalizas os caminhos errados e assim sempre escolhes mal! Pães e doces?
Maria, seria menos ingênuo marcar o caminho com as lágrimas que caem desses teus grandes olhos de jaboticabas.
Qual o problema, Dorothy?
Porque não queres voltar para casa?
Bater os pés, repetir "não há lugar como nosso lar", acreditar no coracão do homem de lata.
Ah! Dorothy!
Porque não olhas para os lados e simplesmente caminhas?! Anda! Marcha!
Wendy, sai da janela agora.
Não existe quem seja criança para sempre.
Ele vai sair voando - pela janela ou dentro do carro do ano.
E tu vais ficar velha, sentada na cadeira de balanço e contando para os filhos dos outros as historias do menino que insistisse tanto em sonhar.
Não interessa Alice.
Não acredita no gato com sorriso e relógio, em rainhas vermelhas ou brancas de copas ou de qualquer naipe.
A vida é real, Alice.
Manda o chapeleiro maluco para longe.
Concentra, Alice, respira.
Pega essa arma.
Aponta para todas elas: Maria, Dorothy, wendy.
Pronto. Agora coloca em tua boca.
Mataste todas as ilusões.
Agora, quem sabe, sejas feliz.
Maria!
O que te passa?
Não sinalizas os caminhos errados e assim sempre escolhes mal! Pães e doces?
Maria, seria menos ingênuo marcar o caminho com as lágrimas que caem desses teus grandes olhos de jaboticabas.
Qual o problema, Dorothy?
Porque não queres voltar para casa?
Bater os pés, repetir "não há lugar como nosso lar", acreditar no coracão do homem de lata.
Ah! Dorothy!
Porque não olhas para os lados e simplesmente caminhas?! Anda! Marcha!
Wendy, sai da janela agora.
Não existe quem seja criança para sempre.
Ele vai sair voando - pela janela ou dentro do carro do ano.
E tu vais ficar velha, sentada na cadeira de balanço e contando para os filhos dos outros as historias do menino que insistisse tanto em sonhar.
Não interessa Alice.
Não acredita no gato com sorriso e relógio, em rainhas vermelhas ou brancas de copas ou de qualquer naipe.
A vida é real, Alice.
Manda o chapeleiro maluco para longe.
Concentra, Alice, respira.
Pega essa arma.
Aponta para todas elas: Maria, Dorothy, wendy.
Pronto. Agora coloca em tua boca.
Mataste todas as ilusões.
Agora, quem sabe, sejas feliz.
Pause
Coloca no pause, por favor.
Já vi esse filme:
a personagem principal sabe que a bomba vai explodir,
que o tempo passou e, mesmo assim, muda de rumo mais uma vez.
Dá um pause, por favor.
Conheço de cabeça a história daqui pra frente.
É impossível mudar o final.
Já vi esse filme:
a personagem principal sabe que a bomba vai explodir,
que o tempo passou e, mesmo assim, muda de rumo mais uma vez.
Dá um pause, por favor.
Conheço de cabeça a história daqui pra frente.
É impossível mudar o final.
Lactose
Para as baratas, Baygon.
Para a indiferença, solidão.
Para a tristeza? Doce de leite.
A lactose faz doer a cabeça. Assim esqueço que és tu quem me dói.
Para a indiferença, solidão.
Para a tristeza? Doce de leite.
A lactose faz doer a cabeça. Assim esqueço que és tu quem me dói.
tentei
Busquei forças em cantos desconhecidos
do corpo
tentei
tentei tudo:
me conhecer, te conhecer, me esquecer,
esquecer teus erros.
Tentei
Tentei tudo
Moldei o corpo, a vida, os fantasias,
os sonhos.
Tentei
Busquei forças em cantos desconhecidos
do corpo
Elas não foram o suficiente.
Desisti.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Fica comigo essa noite
Fica comigo essa noite.
Não me deixa ir embora,
Diz que não me quer sozinha,
Trancada no quarto escuro.
Fica comigo essa noite.
Diz que meu lugar é a teu lado,
Que somos feitos um para o outro,
E que os outros não nos importam.
Fica comigo essa noite.
Invade meus sonhos.
faz da minha solidão e da distância uma piada de mau gosto.
Não me deixa ir embora,
Diz que não me quer sozinha,
Trancada no quarto escuro.
Fica comigo essa noite.
Diz que meu lugar é a teu lado,
Que somos feitos um para o outro,
E que os outros não nos importam.
Fica comigo essa noite.
Invade meus sonhos.
faz da minha solidão e da distância uma piada de mau gosto.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
O cabide
Se o vestido fosse tudo,
Era pouco.
O álbum,
o pôster,
a sombra,
o prendedor de cabelo,
a árvore de Natal,
o dono do restaurante,
a voz no telefone,
Tudo isso é pouco.
Menos o brilho nos teus olhos.
Esse é o rastro que dói.
Era pouco.
O álbum,
o pôster,
a sombra,
o prendedor de cabelo,
a árvore de Natal,
o dono do restaurante,
a voz no telefone,
Tudo isso é pouco.
Menos o brilho nos teus olhos.
Esse é o rastro que dói.
Unhas coloridas
As pontas de meus dedos mudam de cor feito luzes de Natal.
Cavam buracos imaginários em tua nuca,
Buscam tesouros escondidos dentro de tua cabeça.
As pontas de meus dedos mudam de cor como o céu ao entardecer na primavera de Porto alegre.
Lá no fundo o sol se põe - laranja, amarelo, vermelho - pedindo pra que aceites minha mão.
Cavam buracos imaginários em tua nuca,
Buscam tesouros escondidos dentro de tua cabeça.
As pontas de meus dedos mudam de cor como o céu ao entardecer na primavera de Porto alegre.
Lá no fundo o sol se põe - laranja, amarelo, vermelho - pedindo pra que aceites minha mão.
Desintoxicação
Dos poros saem o cheiro, o gosto, o nojo, o peso de cada um dos dias dedicados ao que, no fim das contas, não significa nada.
Nos olhos opacos, faíscas, lágrimas, brilhos, raiva de ter perdido tempo. De não ter tido tempo. De ter negligenciado, desatenta ao que realmente importa.
Na boca palavras sem sentido, frases desconexas, piadas sem graça. Da boca, o cuspe na cara, o palavrão preciso e desnecessário. O grito de desespero.
Desintoxicar das desilusões, das angústias, das dores.
Ficar limpa, de cara limpa,
Um dia de cada vez,
Lembrar para nao repetir.
Ficar limpa, de cara limpa,
Para ficar contigo.
Nos olhos opacos, faíscas, lágrimas, brilhos, raiva de ter perdido tempo. De não ter tido tempo. De ter negligenciado, desatenta ao que realmente importa.
Na boca palavras sem sentido, frases desconexas, piadas sem graça. Da boca, o cuspe na cara, o palavrão preciso e desnecessário. O grito de desespero.
Desintoxicar das desilusões, das angústias, das dores.
Ficar limpa, de cara limpa,
Um dia de cada vez,
Lembrar para nao repetir.
Ficar limpa, de cara limpa,
Para ficar contigo.
Te amo
Eu te amo quando deito a cabeça em teu peito.
Sou minúscula, pequena, desamparada.
E protegida.
Quando gargalho sem sentido,
rio de piadas sem graça
E teus olhos julgam,
- cruéis que são -
e acolhem meus ruídos
e sorriem para meus dentes.
Amo quando testas meus ódios e paixões, meus sim e não, a cada segundo. Porque me pões em movimento, me tiras para dançar,
no silêncio de tua distância.
E te amo mais, ainda mais, quando abro meus olhos - que, às vezes, giram em torno de seu próprio eixo, tal qual o sol - E os teus olhos estão fixos a me admirar.
Sou minúscula, pequena, desamparada.
E protegida.
Quando gargalho sem sentido,
rio de piadas sem graça
E teus olhos julgam,
- cruéis que são -
e acolhem meus ruídos
e sorriem para meus dentes.
Amo quando testas meus ódios e paixões, meus sim e não, a cada segundo. Porque me pões em movimento, me tiras para dançar,
no silêncio de tua distância.
E te amo mais, ainda mais, quando abro meus olhos - que, às vezes, giram em torno de seu próprio eixo, tal qual o sol - E os teus olhos estão fixos a me admirar.
sábado, 24 de novembro de 2012
Fones de ouvido
Ponho teus fones em meus ouvidos,
Deito a cabeça em teu peito e
escuto nossos sons,
Os corações batem forte.
Os ruídos do mundo em que não existíamos não perturbam.
Ponho teus fones em meus ouvidos,
Escuto minha voz saindo de tua boca: eu te amo, dizemos.
Deito a cabeça em teu peito e
escuto nossos sons,
Os corações batem forte.
Os ruídos do mundo em que não existíamos não perturbam.
Ponho teus fones em meus ouvidos,
Escuto minha voz saindo de tua boca: eu te amo, dizemos.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Teus dedos, meus nós
Deixa as pontas de meus dedos frios desatarem os nós de tuas mãos.
Aqui, fora da propaganda de margarina, longe das fantasias e dos cenários,
a felicidade também pode ser verdadeira.
Meu mundo é real e tua magia o torna doce.
Coloca teus pés no chão.
É esse o chão que caminho.
Posso imaginar que meus pés estão sob os teus. Podes?
Se conseguires caminhar um pouco, apenas um pouco, brincando de me levar,
Terás desbravado meu mundo real.
Se eu conseguir ficar um pouco, apenas um pouco, sem os pés no chão,
Terei entendido a magia que cerca tua vida.
Deixa as pontas de meus dedos frios desatarem os nós de tuas mãos.
Aqui, fora da propaganda de margarina, longe das fantasias e dos cenários,
a felicidade também pode ser verdadeira.
Meu mundo é real e tua magia o torna doce.
Coloca teus pés no chão.
É esse o chão que caminho.
Posso imaginar que meus pés estão sob os teus. Podes?
Se conseguires caminhar um pouco, apenas um pouco, brincando de me levar,
Terás desbravado meu mundo real.
Se eu conseguir ficar um pouco, apenas um pouco, sem os pés no chão,
Terei entendido a magia que cerca tua vida.
Deixa as pontas de meus dedos frios desatarem os nós de tuas mãos.
Há dias Marisa monte canta centenas de vezes apenas essa música para mim. Tirei minha dor para dançar e soltei os cabelos ao vento.
"Vai sem direção,
Vai ser livre
A tristeza não, não resiste
Solte seus cabelos ao vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo no seu peito faz
Faca sua dor dançar
Atenção pra escutar
Esse movimento que trás paz
Cada folha que cair
Cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar
pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
o que você quer saber de verdade"
"Vai sem direção,
Vai ser livre
A tristeza não, não resiste
Solte seus cabelos ao vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo no seu peito faz
Faca sua dor dançar
Atenção pra escutar
Esse movimento que trás paz
Cada folha que cair
Cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar
pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
o que você quer saber de verdade"
Baú
Abri o baú das velhas fotos, recortes, lembranças.
O esvaziei, faxinei. Passei um pano úmido com água.
Ficou vazio.
E agora?
Ponho fora ou conto contigo para torna-lo cheio de novas lembranças?
O esvaziei, faxinei. Passei um pano úmido com água.
Ficou vazio.
E agora?
Ponho fora ou conto contigo para torna-lo cheio de novas lembranças?
Fantasmas
Vivi muitos anos cercada de fantasmas.
Quis ser como cada um deles:
mais alto, mais baixo, mais gordo, mais magro, mais loiro ou moreno.
Vivi cercada por fantasmas pois topei entrar na casa mal assombrada.
Não quero voltar.
Quero que me aceites como sou.
Quero que mandes embora teu fantasma.
Tira ele de minha casa pois dessa vez não aceitei brincar.
Quis ser como cada um deles:
mais alto, mais baixo, mais gordo, mais magro, mais loiro ou moreno.
Vivi cercada por fantasmas pois topei entrar na casa mal assombrada.
Não quero voltar.
Quero que me aceites como sou.
Quero que mandes embora teu fantasma.
Tira ele de minha casa pois dessa vez não aceitei brincar.
Iogurte
Abres a porta da sala,
Te encontro e percebo:
não fazes nenhum sentido.
Nenhum sentido ter sido diferente do que é
bom dia, tudo bem?
Como vai? Eu vou bem.
És navalha transformada em faca plástica de aniversário infantil
Redundante como iogurte estragado
(os iogurtes já nascem estragados, afinal)
És parque de diversões fechado
Estádio de futebol interditado
És como o quarto de hóspedes: não tens a cara de ninguém
Abres a porta da sala,
Me despeço.
Não despertas nenhum sentido.
Te encontro e percebo:
não fazes nenhum sentido.
Nenhum sentido ter sido diferente do que é
bom dia, tudo bem?
Como vai? Eu vou bem.
És navalha transformada em faca plástica de aniversário infantil
Redundante como iogurte estragado
(os iogurtes já nascem estragados, afinal)
És parque de diversões fechado
Estádio de futebol interditado
És como o quarto de hóspedes: não tens a cara de ninguém
Abres a porta da sala,
Me despeço.
Não despertas nenhum sentido.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
O novo
Olho atenta para o corpo distraído em minha frente,
Insegura,
falo bobagens e rio sem jeito. Desconheço limites, gostos, cores. Manias e trejeitos.
Conheço os defeitos. luto para que eles fiquem lá, no passado.
o que vale é o agora?
Me reinvento.
Insegura,
falo bobagens e rio sem jeito. Desconheço limites, gostos, cores. Manias e trejeitos.
Conheço os defeitos. luto para que eles fiquem lá, no passado.
o que vale é o agora?
Me reinvento.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
Domingo 2
Deveriam proibir domingos sem mesas cheias e barulho de criança.
proibir domingos vazios.
Domingos não são feitos para solitários.
ficam cheios daquilo que não fomos,
Daquilo que não somos,
Daquilo que não temos.
Dos sonhos que não realizamos.
A semana poderia acabar no sábado,
No domingo acaba a esperança.
proibir domingos vazios.
Domingos não são feitos para solitários.
ficam cheios daquilo que não fomos,
Daquilo que não somos,
Daquilo que não temos.
Dos sonhos que não realizamos.
A semana poderia acabar no sábado,
No domingo acaba a esperança.
Espada
A água sai do chuveiro,
Sento no chão desde sempre,
Com a cabeça encostada nos joelhos.
Nem eu mesma conheço minhas lágrimas,
Saem de meus olhos e ao entrarem no ralo já se transformaram em espuma de banho.
Desde Sempre fui assim.
A vida me fardou para sua guerra:
Minha espada é feita de palavras afiadas
Meu escudo de risos altos e gargalhadas invasivas.
Meu deboche fez com que eu risse por primeiro.
Mas quem ri por último, ri melhor.
Ligo o chuveiro,
Sento no chão.
Olho para o ralo,
Encaro as lágrimas.
Elas tem o jeito dos sonhos que matei com minha espada.
Sento no chão desde sempre,
Com a cabeça encostada nos joelhos.
Nem eu mesma conheço minhas lágrimas,
Saem de meus olhos e ao entrarem no ralo já se transformaram em espuma de banho.
Desde Sempre fui assim.
A vida me fardou para sua guerra:
Minha espada é feita de palavras afiadas
Meu escudo de risos altos e gargalhadas invasivas.
Meu deboche fez com que eu risse por primeiro.
Mas quem ri por último, ri melhor.
Ligo o chuveiro,
Sento no chão.
Olho para o ralo,
Encaro as lágrimas.
Elas tem o jeito dos sonhos que matei com minha espada.
sábado, 17 de novembro de 2012
Celeste
Me cobriste de azul celeste
Como se pudéssemos viver uma história de amor escrita para os santos.
Eu queria apenas amor,
Sem desenho prévio,
Sem mapa de viagem.
disseste que estarias sempre ao meu lado, de mãos dadas, olhando por mim.
nunca te pedi proteção.
queria apenas parceria ilimitada, aventura, companheirismo.
Acendeste velas,
Floriste o corredor central da Igreja,
Te confessaste.
esqueceste de mim.
Lembraste do que os outros queriam para nós dois.
Eu?
Eu queria apenas ficar contigo.
Como se pudéssemos viver uma história de amor escrita para os santos.
Eu queria apenas amor,
Sem desenho prévio,
Sem mapa de viagem.
disseste que estarias sempre ao meu lado, de mãos dadas, olhando por mim.
nunca te pedi proteção.
queria apenas parceria ilimitada, aventura, companheirismo.
Acendeste velas,
Floriste o corredor central da Igreja,
Te confessaste.
esqueceste de mim.
Lembraste do que os outros queriam para nós dois.
Eu?
Eu queria apenas ficar contigo.
Jogo do copo
Custou a passar.
Deixei velas acesas aos teus santos,
Troquei as flores semanalmente.
Confidenciei meus maiores medos, vitórias e derrotas com tua foto sobre a lápide,
com letras recortadas sobre a mesa.
De repente, tanto tempo depois,
Quando julgava que o luto seria eterno,
Que ficaríamos juntos para sempre -
Mesmo separados -
de repente,
acabou.
Mandei teu fantasma embora.
Tirei o negro do corpo e
vesti todas as cores.
Gargalhei, livre!
Por favor, não apareça nem no jogo do copo.
Nem ali, no lugar dos mortos, te quero mais.
Para mim, Não resta nada
senão a vaga lembrança de que um dia estiveste aqui.
Deixei velas acesas aos teus santos,
Troquei as flores semanalmente.
Confidenciei meus maiores medos, vitórias e derrotas com tua foto sobre a lápide,
com letras recortadas sobre a mesa.
De repente, tanto tempo depois,
Quando julgava que o luto seria eterno,
Que ficaríamos juntos para sempre -
Mesmo separados -
de repente,
acabou.
Mandei teu fantasma embora.
Tirei o negro do corpo e
vesti todas as cores.
Gargalhei, livre!
Por favor, não apareça nem no jogo do copo.
Nem ali, no lugar dos mortos, te quero mais.
Para mim, Não resta nada
senão a vaga lembrança de que um dia estiveste aqui.
Tua presença
Acordo,
Abraço teu casaco feito bicho de pelúcia.
Não és meu durante as noites,
Há um mundo que te escuta.
Tua ausência é transformada em presença, tal qual transformaste
a Madeira que dá forma a casa.
És a colcha colorida,
O bicho de pelúcia improvisado.
Estas aqui, abraço teu casaco.
Abraço teu casaco feito bicho de pelúcia.
Não és meu durante as noites,
Há um mundo que te escuta.
Tua ausência é transformada em presença, tal qual transformaste
a Madeira que dá forma a casa.
És a colcha colorida,
O bicho de pelúcia improvisado.
Estas aqui, abraço teu casaco.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Jogo do não
Nunca soube fazer o jogo do não.
Não gosto, não quero, não posso, não amo.
O jogo do eternamente em suspense, em pausa, em dúvida. O jogo do talvez não seja bem assim e eu não seja exatamente tua.
Sempre dou play e nunca pause. Se quero, falo. Se sinto, conto. Não há arrependimento em ser inteiro.
Sempre estou onde me vês.
Mas caminho.
Não gosto, não quero, não posso, não amo.
O jogo do eternamente em suspense, em pausa, em dúvida. O jogo do talvez não seja bem assim e eu não seja exatamente tua.
Sempre dou play e nunca pause. Se quero, falo. Se sinto, conto. Não há arrependimento em ser inteiro.
Sempre estou onde me vês.
Mas caminho.
Desperta!
O dia amanhece lento, colorindo a cidade que desperta. Dormes em cada canto da minha cidade. Dormes na cama bagunçada vazia, na geladeira cheia que conversa com seu ruídos e sucos, no banheiro de azulejos brancos e espelho lascado. Dormes na cidade que desperta, com seus táxis cor de fruta, suas ruas ajardinadas e seus andarilhos. Perdes o horário. O tempo. Não despertas para mim. Dormes.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Mulherzinha
Uma hora a mulherzinha dentro de mim sai pra fora.
Nem que seja nessas malditas lágrimas que insistem em aparecer.
Nem que seja nessas malditas lágrimas que insistem em aparecer.
Canivete
Meu canivete é original.
Não levo tantas horas para cortar o braço.
Posso ser rápida.
Basta olhar o mundo
pra entender que não consigo ser inteira nele.
Pego o canivete.
Me Corto.
Não levo tantas horas para cortar o braço.
Posso ser rápida.
Basta olhar o mundo
pra entender que não consigo ser inteira nele.
Pego o canivete.
Me Corto.
A casa
A casa é feita de escolhas.
Escolho.
E trago em mim o peso de cada renuncia.
A dor do verde rejeitado para ser a parede rosa.
A memória da velha cama de casal trocada por outra, com molas mais novas.
A aparência do antigo quarto de criança transformado em Escritório!
Como seria essa casa verde,
Com a cama de molas velhas e crianças crescendo no meio de uma bagunça maior que a do Escritorio?
Aproveito a cama nova, acomodo o travesseiro, ligo a luz. Escolho um livro e aproveito o silêncio da casa vazia para aprender um pouco mais.
Escolhas.
A casa é feita de escolhas.
Fotografia
É impossível desatar a nós,
aos nossos nós.
Nossos bons são contraditórios
Estamos em andares diferentes.
Em tempos diferentes.
o mesmo mundo,
Os mesmos Sonhos,
Duas realidades.
Vivemos em Dois planos distintos.
Na fotografia os planos se aproximam.
Tentamos?
aos nossos nós.
Nossos bons são contraditórios
Estamos em andares diferentes.
Em tempos diferentes.
o mesmo mundo,
Os mesmos Sonhos,
Duas realidades.
Vivemos em Dois planos distintos.
Na fotografia os planos se aproximam.
Tentamos?
domingo, 11 de novembro de 2012
sábado, 10 de novembro de 2012
Lagoa
São muitas e enormes as andorinhas que voam levadas pelo forte vento na lagoa. Colorem o céu. Competem na paisagem com os Moinhos de vento. Todo o espaço é ocupado. São pássaros gigantes voando sobre campos de moinhos eletrônicos!
O vento faz luz, pássaros e os cabelos voarem! O vento me faz sorrir. Sinto como se tua mão tocasse meu rosto.
O vento faz luz, pássaros e os cabelos voarem! O vento me faz sorrir. Sinto como se tua mão tocasse meu rosto.
Toalha de mesa
A renda da toalha de mesa é da cor do arroz servido sobre ela.
O riso solto faz a conversa casar renda com feijão.
A Toalha é rendada para celebrar a simplicidade do arroz e feijão. Da felicidade.
O riso solto faz a conversa casar renda com feijão.
A Toalha é rendada para celebrar a simplicidade do arroz e feijão. Da felicidade.
Te sonho
Não entendes mesmo porque durmo tão pouco?
Porque acordada tenho certeza que não estou te sonhando.
Porque acordada tenho certeza que não estou te sonhando.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Calo
Nunca fui princesa para andar de carruagem.
Sempre tive as rédeas em minhas próprias mãos.
Garanto: dá calos.
Sempre tive as rédeas em minhas próprias mãos.
Garanto: dá calos.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Simples assim
Overdose de liberdade
Brincadeira de entrar e sair de casa,
De minha própria casa.
Bateste na porta.
Colocaste meus dedos entre os teus,
Deitei em teu ombro e o beijei.
a felicidade é simples
Como sentar no mesmo sofá,
Falar sem parar
assuntos diferentes
chá e leis e livros e canções
A felicidade é simples
Rir do sorriso
Do rolo de fotos do celular
Pegar o cacho de cabelo da nuca
E olhar nos olhos
E no olho ter certeza
Que a vida poderia ser sempre
Simples assim
Brincadeira de entrar e sair de casa,
De minha própria casa.
Bateste na porta.
Colocaste meus dedos entre os teus,
Deitei em teu ombro e o beijei.
a felicidade é simples
Como sentar no mesmo sofá,
Falar sem parar
assuntos diferentes
chá e leis e livros e canções
A felicidade é simples
Rir do sorriso
Do rolo de fotos do celular
Pegar o cacho de cabelo da nuca
E olhar nos olhos
E no olho ter certeza
Que a vida poderia ser sempre
Simples assim
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Conjuntos matemáticos
Intersecção.
Um contido no outro.
As aulas de conjuntos matemáticos fazem sentido.
Visualizo toda a tristeza e alegria como dois conjuntos que se relacionam numa intersecção provocada por ti.
Um contido no outro.
As aulas de conjuntos matemáticos fazem sentido.
Visualizo toda a tristeza e alegria como dois conjuntos que se relacionam numa intersecção provocada por ti.
Marcada
Por favor, imploro.
Pega a faca e corta.
Arranca de mim tudo o que sobra.
Como todas as dores físicas,
Minha alma acordou doendo.
Sinto pelo que não quis ser no passado,
Sinto pelo passado que nos
Marca.
No corpo. E na alma.
Pega a faca e corta.
Arranca de mim tudo o que sobra.
Como todas as dores físicas,
Minha alma acordou doendo.
Sinto pelo que não quis ser no passado,
Sinto pelo passado que nos
Marca.
No corpo. E na alma.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
.
Te vejo na televisão do computador. Contas tua vida, falas sobre os degraus que subiste sozinho. Vejo um sorriso que desconheço e penso em tudo que desconhecemos um do outro. Minhas lágrimas fazem parte da escadaria anterior a atual. também os dentes que mostras bobo no computador em minha frente não sobem esses degraus contigo.
Olho para o computador, diminuo o brilho para teus olhos não doerem tanto em mim. Dou um Pause.
Torço para que nossas escadas nos levem ao mesmo andar.
Olho para o computador, diminuo o brilho para teus olhos não doerem tanto em mim. Dou um Pause.
Torço para que nossas escadas nos levem ao mesmo andar.
Demônios
Meus demônios são enormes. Torres de três andares com paredes que não se sustentam, sem vigas.
Meus demônios são espaçosos e sedutores. Cantam como sereias meus defeitos e tentam me afogar em minhas angústias.
Eles são enormes. E daí? Tamanho não é documento. Baratas são pequenas e me causam medo. Meus demônios? Ah! corro todos eles com a tinta da caneta.
Meus demônios são espaçosos e sedutores. Cantam como sereias meus defeitos e tentam me afogar em minhas angústias.
Eles são enormes. E daí? Tamanho não é documento. Baratas são pequenas e me causam medo. Meus demônios? Ah! corro todos eles com a tinta da caneta.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Lápide
Levei treze anos para perceber que não voltarias.
Não saíste para comprar cigarro mas saíste de ti, de nós, de nosso passado comum, de nossas vidas.
Levei treze anos para perceber que mesmo sem teu corpo, deveria escrever tua lápide:
"Ali, no balanço vazio, vive o menino que brincava comigo"
Não saíste para comprar cigarro mas saíste de ti, de nós, de nosso passado comum, de nossas vidas.
Levei treze anos para perceber que mesmo sem teu corpo, deveria escrever tua lápide:
"Ali, no balanço vazio, vive o menino que brincava comigo"
Mini mundo
Sei que tu sonhaste a vida inteira em te ver crescer com os olhos que perdeste ainda criança. Sei disso.
Mas já o realizaste! Não reafirma tua felicidade jogando em minha cara minha frustração de nunca ter me visto em miniatura.
Mas já o realizaste! Não reafirma tua felicidade jogando em minha cara minha frustração de nunca ter me visto em miniatura.
Voyeur
Não quero ser voyeur de teu passado. Não deixa a porta entreaberta. Eu não quero imaginar uma história pronta.
O olho mágico da porta funciona para quem esta do lado de dentro. Estou fora. Tenho a visão distorcida. E sempre contra mim mesma.
A perfeição do que vejo impõe objetivos que não consigo alcançar.
Fecha a porta. Tapa o olho mágico. Me leva para uma outra casa, no tempo presente. Com o passado dentro de ti, longe de mim.
Me leva para uma outra casa. Não quero ir sozinha.
O olho mágico da porta funciona para quem esta do lado de dentro. Estou fora. Tenho a visão distorcida. E sempre contra mim mesma.
A perfeição do que vejo impõe objetivos que não consigo alcançar.
Fecha a porta. Tapa o olho mágico. Me leva para uma outra casa, no tempo presente. Com o passado dentro de ti, longe de mim.
Me leva para uma outra casa. Não quero ir sozinha.
SIM
"preciso sim, Preciso tanto. Preciso que alguém aceite tanto meus sonhos demorados quanto minhas insônias intermináveis".
Aceita?
se disseres sim, o garçom terá atendido a meu pedido de dias atrás:
"um café e um amor. Quentes, por favor".
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As aspas são de Caio Fernando de Abreu
Aceita?
se disseres sim, o garçom terá atendido a meu pedido de dias atrás:
"um café e um amor. Quentes, por favor".
-----
As aspas são de Caio Fernando de Abreu
domingo, 4 de novembro de 2012
Caio f Abreu
"se me perguntarem como estou, eis a resposta:
Estou indo bem, sem muita bagagem.
Pesos desnecessários causam sempre
Dores desnecessárias
Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei e estou indo...
Preenche-la com coisas novas.
Sensações novas, situações novas, Pessoas novas
Tudo novo"
Estou indo bem, sem muita bagagem.
Pesos desnecessários causam sempre
Dores desnecessárias
Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei e estou indo...
Preenche-la com coisas novas.
Sensações novas, situações novas, Pessoas novas
Tudo novo"
Entrelinhas
no velho caderno de caligrafia as letras ocupam o espaço inteiro das linhas.
Somos nós que, ao escrever a história, deixamos espaços - ou não - para que outras frases sejam escritas nas entrelinhas.
No meu caderno, evito.
Somos nós que, ao escrever a história, deixamos espaços - ou não - para que outras frases sejam escritas nas entrelinhas.
No meu caderno, evito.
Gargalhada
Hoje seqüestraram minha gargalhada.
Pedi para me ajudarem no resgate.
O cativeiro? O passado.
A esconderam num tempo em que
eras diferente.
Pedi para me ajudarem no resgate.
O cativeiro? O passado.
A esconderam num tempo em que
eras diferente.
Fiz um check list do que não quero para minha vida.
A lista é pequena:
não conviver com gente desatenta e egoísta.
não aceitar esse jogo infantil de "gostar de quem não gosta"
não olhar para quem olha a diferença como inferioridade
não ser e nem ter plano B.
Não ficar ao lado de quem gosta de mim apenas forte.
Aí é fácil.
Quero saber de gente que entra no fogo, caminha na brasa, entra na água.
Quero saber de quem gosta de mim fraca, decepcionada, triste.
Quem me entender fraca,
saberá desfrutar da força extraordinária
que trago de lá.
Quem me quer apenas forte, aproveite. A porta da rua é serventia da casa.
A lista é pequena:
não conviver com gente desatenta e egoísta.
não aceitar esse jogo infantil de "gostar de quem não gosta"
não olhar para quem olha a diferença como inferioridade
não ser e nem ter plano B.
Não ficar ao lado de quem gosta de mim apenas forte.
Aí é fácil.
Quero saber de gente que entra no fogo, caminha na brasa, entra na água.
Quero saber de quem gosta de mim fraca, decepcionada, triste.
Quem me entender fraca,
saberá desfrutar da força extraordinária
que trago de lá.
Quem me quer apenas forte, aproveite. A porta da rua é serventia da casa.
sábado, 3 de novembro de 2012
Cachos
"como pude ficarmos assim?", pergunta Quintana ao velho refletido no espelho.
Encontrei o balanço em que embalava meus sonhos. Ali sentei. Com um nó - daqueles que apenas os marujos sabem dar - minha garganta sufocou.
A menina que competia com o irmão caçula pela altura dos balanços, a menina que ia a missa para brincar no parque de diversões não reconheceu a adulta com olheiras profundas.
A vida fez com teus sonhos aquilo que faz com as mulheres que desejam nascer com o cabelo crespo. Transformou teus cachos em cabelo escorrido, disse a menina, fazendo a adulta chorar como criança.
Encontrei o balanço em que embalava meus sonhos. Ali sentei. Com um nó - daqueles que apenas os marujos sabem dar - minha garganta sufocou.
A menina que competia com o irmão caçula pela altura dos balanços, a menina que ia a missa para brincar no parque de diversões não reconheceu a adulta com olheiras profundas.
A vida fez com teus sonhos aquilo que faz com as mulheres que desejam nascer com o cabelo crespo. Transformou teus cachos em cabelo escorrido, disse a menina, fazendo a adulta chorar como criança.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Futuro
Na estrada homenageiam
aos mortos.
Cruzes marcam Saudades.
trago as minhas dentro de mim.
Acidentes de uma vida em alta velocidade.
Passei anos fugindo
de tudo que reencontro
em cada casa da esquina.
Corri.
Ignorei que tudo estava dentro de mim,
cada peça do quebra-cabeça.
Volto ao meu passado.
No tempo em que éramos muitos,
Em que o rei era Alberto e todas nós, sentadas na volta do piano ou do violão de nossa mãe, éramos princesas.
Volto para o tempo em que os Natais marcavam a disputa pela última empada de camarão.
O tempo em que a sentávamos na rua e vendíamos papéis de carta feitos em casa.
O tempo da frigidaire cheia de ambrosia,
Das garrafas contadas de refrigerante,
Dos gritos que nos
Impediam de pescar lambaris no Rio ou de nadar mais fundo na lagoa Mirim.
Voltei para a casa.
Voltei para dentro de casa.
Para a mesa de vidro no centro,
Para a rede com horários marcados,
Para as cadelas no pátio com a única rosa que nascia abaixo da única parreira.
Voltei para mim mesma.
Voltei para meu passado para mudar meu futuro.
aos mortos.
Cruzes marcam Saudades.
trago as minhas dentro de mim.
Acidentes de uma vida em alta velocidade.
Passei anos fugindo
de tudo que reencontro
em cada casa da esquina.
Corri.
Ignorei que tudo estava dentro de mim,
cada peça do quebra-cabeça.
Volto ao meu passado.
No tempo em que éramos muitos,
Em que o rei era Alberto e todas nós, sentadas na volta do piano ou do violão de nossa mãe, éramos princesas.
Volto para o tempo em que os Natais marcavam a disputa pela última empada de camarão.
O tempo em que a sentávamos na rua e vendíamos papéis de carta feitos em casa.
O tempo da frigidaire cheia de ambrosia,
Das garrafas contadas de refrigerante,
Dos gritos que nos
Impediam de pescar lambaris no Rio ou de nadar mais fundo na lagoa Mirim.
Voltei para a casa.
Voltei para dentro de casa.
Para a mesa de vidro no centro,
Para a rede com horários marcados,
Para as cadelas no pátio com a única rosa que nascia abaixo da única parreira.
Voltei para mim mesma.
Voltei para meu passado para mudar meu futuro.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Passado
Fiz tudo o que disseste:
Tapei o espelho, rezei para o anjo da guarda,
Contei carneiros, repeti mantras,
Atirei com balas de prata,
Paguei por um exorcismo.
E todos,
todos os meus fantasmas seguem aqui.
Onde esta tua mão para eu apertar,
Cravando cada uma de minhas unhas vermelhas?
Lembraste de Ghostbusters,
Jurando eliminar os fantasmas lá de casa.
Estou fora e eles me perseguem,
Debocham de minhas certezas,
Zombam de tuas promessas,
Confundem minha imagem projetada no espelho.
Sou parecida com quem não quero.
Com quem enterrei no passado,
Cuspindo no caixão e jogando rosas de maneira desajeitada.
disseste que não me deixarias sentir medo.
Que acenderias a luz do quarto,
Que meu pesadelo era apenas um pesadelo.
Acreditei.
Mas escuto aquele choro de criança lá no fundo, baixinho.
As outras meninas gritam coisas horríveis,
Mutilam o corpo,
ela chora no canto escuro.
Não tenho coragem de ajuda-la,
A abandono.
Ela vem comigo.
A janela está escancarada e eu choro.
Encolhida, desesperada, assustada.
Choramos juntas.
Tomo um tapa na cara para enfrentar o pânico.
Corro ao teu encontro,
Consigo trancar todos os fantasmas, dores, barulhos e medos
Dentro de casa.
Escondo a chave em meu próprio corpo.
Livre, corro ao teu encontro.
descuidado, desatento, encontras a chave.
Entras na casa comigo em teus braços.
Ficaremos ali, juntos.
Eu, tu e todos os meus fantasmas.
Tapei o espelho, rezei para o anjo da guarda,
Contei carneiros, repeti mantras,
Atirei com balas de prata,
Paguei por um exorcismo.
E todos,
todos os meus fantasmas seguem aqui.
Onde esta tua mão para eu apertar,
Cravando cada uma de minhas unhas vermelhas?
Lembraste de Ghostbusters,
Jurando eliminar os fantasmas lá de casa.
Estou fora e eles me perseguem,
Debocham de minhas certezas,
Zombam de tuas promessas,
Confundem minha imagem projetada no espelho.
Sou parecida com quem não quero.
Com quem enterrei no passado,
Cuspindo no caixão e jogando rosas de maneira desajeitada.
disseste que não me deixarias sentir medo.
Que acenderias a luz do quarto,
Que meu pesadelo era apenas um pesadelo.
Acreditei.
Mas escuto aquele choro de criança lá no fundo, baixinho.
As outras meninas gritam coisas horríveis,
Mutilam o corpo,
ela chora no canto escuro.
Não tenho coragem de ajuda-la,
A abandono.
Ela vem comigo.
A janela está escancarada e eu choro.
Encolhida, desesperada, assustada.
Choramos juntas.
Tomo um tapa na cara para enfrentar o pânico.
Corro ao teu encontro,
Consigo trancar todos os fantasmas, dores, barulhos e medos
Dentro de casa.
Escondo a chave em meu próprio corpo.
Livre, corro ao teu encontro.
descuidado, desatento, encontras a chave.
Entras na casa comigo em teus braços.
Ficaremos ali, juntos.
Eu, tu e todos os meus fantasmas.
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