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quinta-feira, 10 de maio de 2012
EXPOSIÇÃO VIRTUAL
Caros amigos e amigas,
Como sabem faço parte de uma UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA, aqui no Vale do Capão. A equipe é muito legal, todos gostam de trabalhar, e sempre promovemos atividades para que a população esteja mais próxima da unidade e consequentemente dos temas relacionados à saúde. Recentemente fizemos uma atividade em homenagem à mulher, com palestra sobre saúde e muitas apresentações dos inúmeros artistas do Vale, além de farta distribuição de prêmios a elas, prêmios estes doados pela comunidade. As Agentes Comunitárias de Saúde organizaram a atividade que já faz parte de nosso calendário.
Agora estamos promovendo a Exposição NOSSA GENTE NA USF. Trata-se da 3ª edição. As anteriores eram exposições de fotografia. Desta feita fiz pinturas a partir das fotos. Não são obras ambiciosas, mas que querem retratar nossa gente tal como ela é. No final do evento que durará um mês, os retratados receberão seus retratos como um presente da nossa equipe.
Além disso resolvemos fazer uma exposição virtual, com a ajuda de meu sobrinho Thiago Caribé, um destes alucinados da computação, aqui no blog e você está convidado a conhecer, ou relembrar, algumas das pessoas do Vale do Capão.
Basta clicar em [Exposição] aqui nesta página, logo abaixo de minha foto. Então vai abrir uma página com algumas explicações. Clique em [Exposição] no canto superior direito da página e vai abrir uma nova página onde os quadros irão desfilar um a um, com textos sobre os representados. Caso queira demorar-se mais em algum quadro basta corre o mouse pela parte inferior onde aparecerão as fotos em miniatura e à esquerda um símbolo de pause; clicando nele para a sequência de mostras. Uma vez que você leu, clique novamente no mesmo lugar e recomeça a exposição.
Agradecemos o apoio irrestrito de nossa gente às nossas atividades e no momento, especialmente ao LAC-SAÚDE, laboratório de Seabra, na pessoa do Dr. Sérgio Carneiro, que nunca nos falha no apoio, a Maria Betânia (Corretora Betânia), empreendedora do Capão, que também nos apoiou no presente evento, bem como a Bete e Medinho (Mercadinho Flamboyant) sempre prontos a contribuir com todos os eventos que beneficiam a NOSSA GENTE.
Bom passeio pela mostra virtual. Aureo Augusto.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
MEDICINA OCULTA NO COTIDIANO 11
TURNER E A VELHICE
Tenho um livro de Michael Bockmühl sobre o pintor inglês J.M.W. Turner. O subtítulo do livro é “o mundo da luz e da cor”. E esta frase define Turner, que pode ser considerado um precursor do impressionismo, movimento artístico que resultou em obras de beleza ímpar, centradas na observação e reprodução dos jogos de luz impressionando as coisas. Como também aprecio labutar com os pincéis, levo horas bebendo a luz presente nas ilustrações do livro. Turner foi um dos pintores mais extraordinários, não só pela sua enorme produção quanto pela qualidade e liberdade desta produção. Há pouco, lendo o livro de Paul Johnson, Os Criadores, descobri que as obras do grande pintor estão se deteriorando rapidamente. O processo de envelhecimento começou desde que foram pintadas. Johnson nos informa que poucas delas ainda conservam seu brilho e frescor (dia que ‘The Temeraire’ como uma das que estão bem preservadas, o que me deu conforto ao coração já que é das minhas prediletas). Cita palavras de Ruskin, grande crítico, que comentou que Turner pintava “para deleite imediato” e que “não pensava no futuro”. E desde este momento podemos fazer um paralelo conosco e o nosso procedimento quando tratamos do corpo.
A maior parte de nós lida com o corpo como Turner lidava com a pintura, para deleite imediato. Lembro-me que certa feita fiz um quadro, uma aquarela. Cerca de cinco anos depois, de passagem pelo Rio de Janeiro, coincidiu de passar pela casa da pessoa que comprou o quadro e consternado percebi que a rósea pele do retrato agora era de uma anêmica palidez. Foi aquela experiência que me fez interessar por ter mais cuidado no uso das tintas. A partir daí procurei saber a durabilidade dos pigmentos e também a usar para aquarela papel livre de ácidos, pois estas substâncias reduzem a vida das cores com o passar do tempo. Turner não estava nem aí, como se diz hodiernamente. E, como ele, pelo prazer imediato prejudicamos o nosso futuro. É gostoso ficar se enchendo de sanduíches diante da televisão, ou, deixar-se levar pelo hábito de comer todos os dias as mesmas e restritas comidas. De cada um desses costumes vêm os males do sedentarismo (problemas cardiocirculatórios e obesidade) e deficiências nutricionais. Como resultado disso, deterioramos mais rapidamente, ou seja, somos presas fáceis de radicais livres e outros fatores de envelhecimento. Não cometer certas loucuras durante a adolescência e o início da vida adulta é também não cuidar do futuro, pois que carecemos de atitudes não alinhadas como forma de experimentar para encontrar o equilíbrio quanto ao que somos, ou seja, assim como não devemos sacrificar o futuro pelo gozo do presente, também não devemos sacrificar o presente pelo futuro. Devemos viver, todo o tempo, e não apenas sobreviver. Viver o presente (com vistas ao futuro) e não viver o futuro (perdendo de vista o presente).
A velhice não é a melhor idade. As limitações que nos são impostas pelo desgaste, fruto do tempo, não são necessariamente agradáveis. Mas, se tomamos alguns cuidados em tempo hábil, tais limitações tendem a ser menos imperativas e, assim podemos aproveitar certas vantagens que a velhice nos oferece, como a possibilidade de exercer a vida sob a ótica da experiência de quem viveu. Borges, o escritor argentino, em uma entrevista comentava que durante sua vida sempre fizera mais ou menos as mesmas coisas, lia os mesmos livros e escrevia do mesmo jeito desde que era muito jovem, porém a criança e o jovem, registrou, não sabem o que não podem fazer e o que podem. Para que alguém saiba dos próprios limites, precisa experimentar a vida. E conhecer os próprios limites é um grande dom.
Aureo Augusto, em 25/7/06.
Tenho um livro de Michael Bockmühl sobre o pintor inglês J.M.W. Turner. O subtítulo do livro é “o mundo da luz e da cor”. E esta frase define Turner, que pode ser considerado um precursor do impressionismo, movimento artístico que resultou em obras de beleza ímpar, centradas na observação e reprodução dos jogos de luz impressionando as coisas. Como também aprecio labutar com os pincéis, levo horas bebendo a luz presente nas ilustrações do livro. Turner foi um dos pintores mais extraordinários, não só pela sua enorme produção quanto pela qualidade e liberdade desta produção. Há pouco, lendo o livro de Paul Johnson, Os Criadores, descobri que as obras do grande pintor estão se deteriorando rapidamente. O processo de envelhecimento começou desde que foram pintadas. Johnson nos informa que poucas delas ainda conservam seu brilho e frescor (dia que ‘The Temeraire’ como uma das que estão bem preservadas, o que me deu conforto ao coração já que é das minhas prediletas). Cita palavras de Ruskin, grande crítico, que comentou que Turner pintava “para deleite imediato” e que “não pensava no futuro”. E desde este momento podemos fazer um paralelo conosco e o nosso procedimento quando tratamos do corpo.
A maior parte de nós lida com o corpo como Turner lidava com a pintura, para deleite imediato. Lembro-me que certa feita fiz um quadro, uma aquarela. Cerca de cinco anos depois, de passagem pelo Rio de Janeiro, coincidiu de passar pela casa da pessoa que comprou o quadro e consternado percebi que a rósea pele do retrato agora era de uma anêmica palidez. Foi aquela experiência que me fez interessar por ter mais cuidado no uso das tintas. A partir daí procurei saber a durabilidade dos pigmentos e também a usar para aquarela papel livre de ácidos, pois estas substâncias reduzem a vida das cores com o passar do tempo. Turner não estava nem aí, como se diz hodiernamente. E, como ele, pelo prazer imediato prejudicamos o nosso futuro. É gostoso ficar se enchendo de sanduíches diante da televisão, ou, deixar-se levar pelo hábito de comer todos os dias as mesmas e restritas comidas. De cada um desses costumes vêm os males do sedentarismo (problemas cardiocirculatórios e obesidade) e deficiências nutricionais. Como resultado disso, deterioramos mais rapidamente, ou seja, somos presas fáceis de radicais livres e outros fatores de envelhecimento. Não cometer certas loucuras durante a adolescência e o início da vida adulta é também não cuidar do futuro, pois que carecemos de atitudes não alinhadas como forma de experimentar para encontrar o equilíbrio quanto ao que somos, ou seja, assim como não devemos sacrificar o futuro pelo gozo do presente, também não devemos sacrificar o presente pelo futuro. Devemos viver, todo o tempo, e não apenas sobreviver. Viver o presente (com vistas ao futuro) e não viver o futuro (perdendo de vista o presente).
A velhice não é a melhor idade. As limitações que nos são impostas pelo desgaste, fruto do tempo, não são necessariamente agradáveis. Mas, se tomamos alguns cuidados em tempo hábil, tais limitações tendem a ser menos imperativas e, assim podemos aproveitar certas vantagens que a velhice nos oferece, como a possibilidade de exercer a vida sob a ótica da experiência de quem viveu. Borges, o escritor argentino, em uma entrevista comentava que durante sua vida sempre fizera mais ou menos as mesmas coisas, lia os mesmos livros e escrevia do mesmo jeito desde que era muito jovem, porém a criança e o jovem, registrou, não sabem o que não podem fazer e o que podem. Para que alguém saiba dos próprios limites, precisa experimentar a vida. E conhecer os próprios limites é um grande dom.
Aureo Augusto, em 25/7/06.
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