A imagem acima, postada nas redes sociais, com certeza despertara muitas curtidas e frases exclamativas por sua beleza. Mostra um belo casario colonial, uma igreja barroca e um espaço natural em forma de serra coberta por vegetação de cerrado. Para quem não identificou à primeira vista, trata-se de um fragmento da área urbana da cidade de Diamantina, na entrada para o Vale do Jequitinhonha, já a caminho para o norte de Minas .
No passado, a cidade que fora batizada pelos colonizadores portugueses com o nome de arraial do Tejuco, abrigou as mais valiosas minas de diamante das quais se tem notícia na história do Brasil. Algumas deram origem aos arraias e distritos do município que até hoje são visitados por aventureiros na cata da pedra reluzente. No livro Minha Vida de Menina, a autora relata sobre o hábito dos moradores no final século XIX saírem pelas ruas da cidade após uma forte chuva, na esperança de achar algum diamante trago pela enxurrada.
Cidades antigas como Diamantina são espaços da memória, museus a céu aberto e é visitando museus que se aprende sobre a história e a cultura. Entendo que toda cidade possui a sua história e mantém suas próprias bases culturais, dentro de um contexto maior que é o nacional. Porém, tenho sempre insistido aqui no blog em divulgar o que está à beira da extinção em Minas Gerais, que é o cenário construído nos séculos XVIII e XIX.
Segundo Cristina Ministerio* " (...) ainda tratamos mal a memória cultural do nosso país e os motivos tem suas raízes também na nossa cultura. Raras são as famílias que ensinam suas crianças a respeitara as coisas públicas; raras são as escolas que oferecem a seus alunos uma eficiente educação patrimonial. e as novas gerações seguem cometendo equívocos como: o que é público não é de ninguém, por isso não precisa ser cuidado, ou o que é antigo não serve para mais nada, por isso não precisa ser conservado."
Entender o patrimônio como um bem de interesse público e despertar uma consciência clara do significado da identidade cultural e da memória é uma obrigação de todos como cidadãos. Uma boa medida é o incentivo à visitação de museus, espaços públicos nas cidades, galerias de arte, participação em atividades artísticas e festejos tradicionais, dentre outras atividades.
E você, como percebe a necessidade ou não dessa interação? Você é do tipo que sente cheiro de mofo até quando se lembra dos seus professores de História? Quero muito de saber a sua opinião.
* Editorial da revista AMAE educando, maio de 2009.