Carlos Sameiro foi o penúltimo Faroleiro do Farol de Cacilhas. Seu pai também foi Faroleiro.
Começou a trabalhar aos 12 anos como aprendiz de serralheiro. Saíu de Aveiro aos 3 anos de idade e voltou à sua terra natal só aos 17 anos, onde permaneceu um ano.
Tirou o primeiro Curso de Faroleiro em Leça da Palmeira (Matosinhos), tendo entrado para o Serviço de Faróis aos 18 anos, como Faroleiro supranumerário, em S. Martinho do Porto. Fez o 2º Curso - Complementar de Faroleiro Chefe, também em Leça da Palmeira aos 51 anos.
O exercício da profissão que abraçou, levaram-no a uma vida de nómada ao longo da costa portuguesa.
Para além de S. Martinho do Porto, prestou serviço em outros faróis:
Cabo de S. Vicente (2 vezes), Sagres (2), Alfanzina- Praia do Carvoeiro/Lagoa (1), Vila Real de S. António (1), S. Julião da Barra (2), Cabo Espichel (2), Cabo Raso (1) Aveiro (1) e Cacilhas onde esteve três vezes: 1936, como faroleiro de 3ª classe, depois nos anos 40 (faroleiro de 1ª classe) e pela terceira e última vez no exercício da sua profissão, como Faroleiro Chefe, de onde saíu para a reforma em 1972.
Quando prestou serviço no Farol de Cacilhas, residiu na Casa do Faroleiro, situada na Rua Cândido dos Reis, nº 3, em Cacilhas.
De todos faróis onde prestou serviço, foi o de Cacilhas pela sua localização e vivência local que mais o atraíu e mais gostou.
Por onde passou, paralelamente à sua actividade profissional, dedicava-se ao conserto de relógios, a pedido dos amigos e conhecidos.
Após a reforma, ficou a viver em Almada onde o podemos encontrar, por vezes, pelo final das manhãs e fins de tarde, na Praça do MFA (ex-Praça da Renovação) em cavaqueira com seus amigos mais jovens.
Ao Sr. Carlos Sameiro, cidadão ligado à vida de Almada e dos cacilhenses, após esta breve e simples resenha da sua vida, desejamos-lhe saúde para comemorar o seu centenário e prolongar o convívio com seus amigos e conhecidos desta cidade, que escolheu para residir.