segunda-feira, 14 de setembro de 2009
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Monumento a Cristo-Rei: comemorações do 50º aniversário, 16 e 17 de Maio de 2009
Milhares de pessoas reuniram-se em volta do Santuário de Cristo Rei, em Almada, para a Missa aniversária que encerrou as comemorações do cinquentenário deste monumento.
A Missa foi presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins, enviado especial de Bento XVI, que destacou a dimensão nacional do Santuário e a sua importância como símbolo de paz.
Antes, fora transmitida a mensagem que o próprio Papa dirigira a Portugal, no Vaticano, por ocasião destas comemorações. Bento XVI, que falava depois da recitação da oração mariana do Regina Coeli, na Praça de São Pedro pediu que o nosso país seja “fiel na fé católica, fértil na santidade, próspero na economia, justo na partilha da riqueza, fraterno no desenvolvimento, alegre no serviço público”.
A celebração no Santuário iniciou-se pelas 16h00, tendo sido introduzida por uma saudação do Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro Reis. Mais de 20 Bispos portugueses, representantes dos episcopados lusófonos e líderes militares e políticos marcaram presença na celebração, com destaque para o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o presidente da Assembleia, Jaime Gama, e o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira.
Depois da homilia, diante do Bispo de Setúbal, o Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, foi oficializada a geminação entre o Santuário de Cristo Rei e o Santuário do Cristo Redentor do Corcovado, no Brasil. Além dos dois prelados, assinaram o documento os respectivos reitores, tendo ainda havido troca simbólica de imagens dos respectivos Cristos Rei.
O Arcebispo do Rio destacou, na sua intervenção, a “cultura religiosa” que Portugal levou para o Brasil e falou da importância do acto de geminação assinado este Domingo, que faz destes santuários “irmãos”.
D. Gilberto Reis, por seu lado, deixou votos de que esse gesto “estimule o nosso mundo a ser um mundo de laços cada vez mais profundos e variados, que globalizem o amor e a paz”.
Nas comemorações do 50 anos do Cristo-Rei
Cacilhas Também foi "Terra Mundo"
Ontem (16 de Maio) Cacilhas foi visitada por milhares de pessoas, que quiseram ver e acompanhar em procissão a imagem da Senhora de Fátima (a mesma que tinha visitado a Freguesia, 50 anos antes, quando foi inaugurado o monumento ao Cristo Rei).
A partir das 18 horas todos os caminhos iam dar ao Largo Alex Dinis. As pessoas acotovelavam-se rente às águas do Tejo ou em lugares com boa visibilidade como o Morro de Cacilhas, para verem a imagem da Senhora a chegar ao cais, assim como as barcas que lhe fizeram uma espécie de guarda de honra.
As velas foram-se acendendo, as individualidades passaram, assim como alguns estandartes e finalmente a imagem da Senhora dos Milagres de Fátima, protegida por uma espécie de redoma de vidro.
As pessoas continuavam a chegar para participar na procissão, como me comecei a sentir apertado e “zarpei” pela rua das Terras...
À medida que ia subindo pela Avenida 25 de Abril, reparava que as pessoas continuavam a chegar e a posicionarem-se nos melhores sítios, formando um cordão humano cada vez mais compacto.
Não deixa de ser curioso, que os grandes movimentos de massas que se registam na Localidade Ribeirinha, sejam motivados por festejos religiosos. O grande dia da Freguesia é a comemoração do Primeiro de Novembro, em que se evoca o Milagre da Senhora do Bom Sucesso, cuja imagem acalmou as águas tempestuosas do Tejo, durante o Terramoto de 1755.
Crónica de Luís Milheiro
cedida pelo autor para publicação neste blogue
sexta-feira, 27 de março de 2009
Teatro Extremo em Almada: 15 anos a criar novos públicos
Nascido em 1994, o Teatro Extremo assumia-se como uma companhia itinerante, vocacionada para a infância e juventude.
Tinha como grande objectivo cativar mais gente para o teatro. Hoje, passados 15 anos, o Extremo é uma referência no seu sector de actividade. E organiza um dos mais importantes
eventos culturais do país para o segmento infanto-juvenil: o festival Sementes, realizado, anualmente, em Maio. Em entrevista ao Almada Cultural, Rui Cerveira e Fernando Jorge Lopes (dois dos fundadores da companhia), reconhecem que muitos objectivos foram já alcançados: há mais público e uma indústria cultural mais pujante. Mas queixam-se da recorrente falta de apoios. E defendem que, para crescer e ampliar a actividade, precisam de novas instalações. Por isso mesmo, são um dos grupos que se candidataram à gestão do antigo Teatro Municipal de Almada.
Tinha como grande objectivo cativar mais gente para o teatro. Hoje, passados 15 anos, o Extremo é uma referência no seu sector de actividade. E organiza um dos mais importantes
eventos culturais do país para o segmento infanto-juvenil: o festival Sementes, realizado, anualmente, em Maio. Em entrevista ao Almada Cultural, Rui Cerveira e Fernando Jorge Lopes (dois dos fundadores da companhia), reconhecem que muitos objectivos foram já alcançados: há mais público e uma indústria cultural mais pujante. Mas queixam-se da recorrente falta de apoios. E defendem que, para crescer e ampliar a actividade, precisam de novas instalações. Por isso mesmo, são um dos grupos que se candidataram à gestão do antigo Teatro Municipal de Almada.
O Teatro Extremo nasceu em 1994, com a intenção de ser uma companhia de teatro itinerante, vocacionada para o público jovem e para as crianças. O primeiro espectáculo chamava-se "Os Infernos da Barca", reunia textos de Gil Vicente, Shakespeare e Bertolt Brecht, numa "desconstrução" do Auto da Barca do Inferno. Era já um trabalho "portátil" e destinado ao público das escolas secundárias. Tal como o segundo, "O Capuchinho Branco Sujo", que actualizava a famosa e tradicional história infantil. (Audio de uma entrevista de Rui Cerveira sobre esses dois espectáculos, referindo a origem do Teatro Extremo e o panorama teatral almadense na primeira metade da década de 90, disponível aqui) O Teatro Extremo começou a ensaiar em Lisboa; mudou-se depois para um barracão de Cacilhas, onde, na época, ensaiavam vários grupos de teatro (o já demolido Espaço Lemauto, concessionado então à companhia Olho). Em 1995, o Extremo faz a sua primeira produção "fixa", num novo espaço, também em Cacilhas (instalações da Nimbus Portugal, na antiga Parry & Son). Era "Os Gnomos de Gnu", a partir do texto homónimo de Umberto Eco.Entretanto, fica sem espaço próprio, quando a Lemauto e o espaço da Nimbus são demolidos (em 1996) e começa a procurar casa própria - que consegue, alguns anos mais tarde, nas instalações que ainda hoje ocupa, em Almada Velha.Sem perder de vista o objectivo de formar novos públicos, começa a organizar, logo em 1996, o festival Sementes.
Primeiro como festival de teatro e, mais tarde, como uma mostra de artes, mais abrangente, mas sempre vocacionada para o "pequeno público".Em 2008, remodelam a sua sala de espectáculos. Mas consideram-se limitados no espaço que têm. E, para crescer e expandir a sua actividade, candidataram-se à gestão do antigo Teatro Municipal de Almada (processo que está a decorrer, com uma negociação entre a Câmara Municipal de Almada e diversos grupos do concelho).
Excertos da entrevista com Rui Cerveira e Fernando Jorge Lopes (disponivel na integra em http://vitorinices2.blogspot.com/):
Primeiro como festival de teatro e, mais tarde, como uma mostra de artes, mais abrangente, mas sempre vocacionada para o "pequeno público".Em 2008, remodelam a sua sala de espectáculos. Mas consideram-se limitados no espaço que têm. E, para crescer e expandir a sua actividade, candidataram-se à gestão do antigo Teatro Municipal de Almada (processo que está a decorrer, com uma negociação entre a Câmara Municipal de Almada e diversos grupos do concelho).
Excertos da entrevista com Rui Cerveira e Fernando Jorge Lopes (disponivel na integra em http://vitorinices2.blogspot.com/):
Um dos vossos objectivos, anunciados desde o princípio, era cativar novos públicos. Ao fim de 15 anos, pensam que conseguiram concretizá-lo?
Fernando Jorge Lopes - Penso que sim.
Rui Cerveira - Nós notamos até que quando fazemos espectáculos para um público mais adulto, temos menos gente do que quando apresentamos produções para o público infanto-juvenil. E aí nós percebemos que esse público actualmente parece que tem maior apetência para vir ao teatro do que o público adulto. Isso tem a ver com o trabalho que se fez, e não só nós, as outras companhias, que trabalharam para esse público e que trouxeram as pessoas.
Fernando Jorge Lopes - Penso que sim.
Rui Cerveira - Nós notamos até que quando fazemos espectáculos para um público mais adulto, temos menos gente do que quando apresentamos produções para o público infanto-juvenil. E aí nós percebemos que esse público actualmente parece que tem maior apetência para vir ao teatro do que o público adulto. Isso tem a ver com o trabalho que se fez, e não só nós, as outras companhias, que trabalharam para esse público e que trouxeram as pessoas.
Como?
F.J.L. - Por exemplo, os pais vão com as crianças ao teatro. Sem as crianças não iam. Claro que uma das nossas grandes preocupações é trazer o público jovem. Aliás no nosso festival, a filosofia que está patente é que depois de um ano inteiro em que o público de Almada vem ver espectáculos, vai haver ali um concentrado, uma série de outras realidades artísticas, de propostas estéticas, de forma a que isso complemente a formação do público.
F.J.L. - Por exemplo, os pais vão com as crianças ao teatro. Sem as crianças não iam. Claro que uma das nossas grandes preocupações é trazer o público jovem. Aliás no nosso festival, a filosofia que está patente é que depois de um ano inteiro em que o público de Almada vem ver espectáculos, vai haver ali um concentrado, uma série de outras realidades artísticas, de propostas estéticas, de forma a que isso complemente a formação do público.
Quais são os apoios que o Teatro Extremo recebe da administração central?
R.C. - Temos de continuar a apresentar as candidaturas sempre. Não somos convencionados. Nos últimos 4 anos temos sido apoiados bianualmente.
R.C. - Temos de continuar a apresentar as candidaturas sempre. Não somos convencionados. Nos últimos 4 anos temos sido apoiados bianualmente.
Esse subsídio bianual é para a actividade toda do Teatro Extremo? Inclui o Sementes?
R.C. - Inclui o Sementes.
R.C. - Inclui o Sementes.
Não há um subsídio próprio para o Sementes?
R.C. - Do poder central não.
R.C. - Do poder central não.
O subsídio que recebem da CMA é suficiente? Precisam de mais apoios?
R.C. - É óbvio que não é suficiente.
F.J.L. - A gente reconhece o esforço. Vá lá, já não será residual, como o do Ministério, mas é pouco para o trabalho que temos.
R.C. - Não chega a ser o dobro do que o Ministério nos dá.
R.C. - É óbvio que não é suficiente.
F.J.L. - A gente reconhece o esforço. Vá lá, já não será residual, como o do Ministério, mas é pouco para o trabalho que temos.
R.C. - Não chega a ser o dobro do que o Ministério nos dá.
Quantos são os elementos a tempo inteiro do TE?
R.C. - Os que recebem ordenado, todos os meses? Somos 10.
R.C. - Os que recebem ordenado, todos os meses? Somos 10.
Portanto, vocês têm 10 pessoas a quem têm de pagar ordenado ao fim do mês?
R.C. - Exacto. Segurança Social, essas coisas todas. E está tudo dentro da legalidade, e pagam todos os seus impostos.
F.J.L. - Também duvidamos que isso seja a generalidade das coisas que acontecem no nosso país...
R.C. - A recibo verde só temos mesmo as pessoas que vêm por períodos de tempo. Ou vêm fazer um espectáculo, ou fazer formação, ou contratados por um mês para nos ajudarem no Sementes.
R.C. - Exacto. Segurança Social, essas coisas todas. E está tudo dentro da legalidade, e pagam todos os seus impostos.
F.J.L. - Também duvidamos que isso seja a generalidade das coisas que acontecem no nosso país...
R.C. - A recibo verde só temos mesmo as pessoas que vêm por períodos de tempo. Ou vêm fazer um espectáculo, ou fazer formação, ou contratados por um mês para nos ajudarem no Sementes.
Candidataram-se à utilização do Teatro Municipal antigo por considerarem que o vosso espaço já não chega, ou têm outros objectivos?
R.C. - As coisas estão relacionadas. Por exemplo, na nossa sala, para fazermos um desenho de luz temos que usar mais projectores do que numa outra sala que tivesse umas medidas mais adequadas. E depois, um festival com o âmbito e com a dimensão do Sementes não se consegue fazer apenas com a nossa sala. Claro que nós podemos utilizar outros equipamentos do município, felizmente. Mas mesmo assim são poucos. Porque tens de fazer montagens, e num festival tudo isto a tempo. Se estás a fazer uma montagem não podes estar a apresentar o espectáculo. Tinhas necessidade de mais salas ainda no concelho.
R.C. - As coisas estão relacionadas. Por exemplo, na nossa sala, para fazermos um desenho de luz temos que usar mais projectores do que numa outra sala que tivesse umas medidas mais adequadas. E depois, um festival com o âmbito e com a dimensão do Sementes não se consegue fazer apenas com a nossa sala. Claro que nós podemos utilizar outros equipamentos do município, felizmente. Mas mesmo assim são poucos. Porque tens de fazer montagens, e num festival tudo isto a tempo. Se estás a fazer uma montagem não podes estar a apresentar o espectáculo. Tinhas necessidade de mais salas ainda no concelho.
Falaste em outros espaços do município. Isso inclui o Teatro Azul (novo teatro municipal de Almada)? Já lá foram?
R.C. - Já apresentámos lá um espectáculo. Mas torna-se pouco viável apresentar lá espectáculos do Sementes, porque eles nos pedem por dia 90 contos.
R.C. - Já apresentámos lá um espectáculo. Mas torna-se pouco viável apresentar lá espectáculos do Sementes, porque eles nos pedem por dia 90 contos.
Eles quem?
R.C. - Quem faz a gestão do espaço, que é a Companhia de Teatro de Almada. E nós não temos esse dinheiro para estarmos a alugar uma sala. Eles têm também um apoio do município à programação. E portanto esperavamos que eles nos ajudassem, porque nós, ao apresentar lá espectáculos, estamos também a contribuir para a programação daquele espaço.
R.C. - Quem faz a gestão do espaço, que é a Companhia de Teatro de Almada. E nós não temos esse dinheiro para estarmos a alugar uma sala. Eles têm também um apoio do município à programação. E portanto esperavamos que eles nos ajudassem, porque nós, ao apresentar lá espectáculos, estamos também a contribuir para a programação daquele espaço.
Isso não devia ser articulado com a Câmara?
R.C. - Deveria. Mas o que a Câmara nos diz é que o espaço é gerido pela Companhia de Teatro de Almada e que portanto ela é que sabe como é que consegue gerir aquele espaço sem ter prejuízo.
R.C. - Deveria. Mas o que a Câmara nos diz é que o espaço é gerido pela Companhia de Teatro de Almada e que portanto ela é que sabe como é que consegue gerir aquele espaço sem ter prejuízo.
É então um espaço municipal, mas gerido pela Companhia de Teatro de Almada. Em que difere a vossa proposta para o Teatro Municipal da gestão actual de um espaço como o Teatro Azul?
F.J.L. - Em vez de nos estarem a pagar, ali tem de funcionar ao contrário. Tem de ser o teatro a arranjar maneira de ter o que os outros grupos não têm. Se estamos a queixar-nos de uma coisa, não é para repetir a mesma história, como é óbvio.
F.J.L. - Em vez de nos estarem a pagar, ali tem de funcionar ao contrário. Tem de ser o teatro a arranjar maneira de ter o que os outros grupos não têm. Se estamos a queixar-nos de uma coisa, não é para repetir a mesma história, como é óbvio.
Entrevista de António Vitorino, em
http://vitorinices2.blogspot.com/2009/03/teatro-extremo-em-almada-desde-1994.html
http://vitorinices2.blogspot.com/2009/03/teatro-extremo-em-almada-desde-1994.html
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
BLOGUE SUSPENSO POR TEMPO INDETERMINADO
Dificuldades de acesso à internet e alguns entraves que têm sido colocados ao trabalho do editor deste blogue, obrigam a suspender as postagens por tempo indeterminado.
Peço a vossa compreensão e apresento desde já o meu pedido de desculpas por eventuais inconvenientes que esta interrupção possa implicar.
Uma explicação mais detalhada encontra-se emhttp://vitorinices.blogspot.com/2009/02/blogue-suspenso-por-tempo-indeterminado.html
Saudações culturais
António Vitorino
(editor)
Peço a vossa compreensão e apresento desde já o meu pedido de desculpas por eventuais inconvenientes que esta interrupção possa implicar.
Uma explicação mais detalhada encontra-se emhttp://vitorinices.blogspot.com/2009/02/blogue-suspenso-por-tempo-indeterminado.html
Saudações culturais
António Vitorino
(editor)
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Mostra de Teatro de Almada: a primeira, em 1996
No momento em que decorre a Mostra de Teatro de Almada, edição de 2009 (programa e mais informações em http://mostradeteatrodealmada.blogspot.com/ ), Almada Cultural aproveita a deixa para evocar a primeira edição do evento.
Foi em 1996, no Salão de Festas da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense. Chamou-se a esse primeira edição Mostra-t'Almada. Decorreu entre 16 e 30 de Novembro.
Em Outubro desse ano, o jornal Sul Expresso noticiava o evento e ouvia as expectativas de alguns protagonistas do movimento teatral almadense.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Jovens Poetas Vadios: um novo movimento poético
Jovens Poetas Vadios é um grupo de novos autores que, a partir de Almada (e das sessões mensais de "poesia vadia" realizadas nesta cidade) querem cativar os mais novos para a poesia e para uma noção inconformista do que pode ser a cultura. E assumem-se, decididamente, como um movimento nascido para contrariar o «envelhecimento da poesia que se faz em Portugal»
Começaram como um pequeno grupo de frequentadores das sessões de "poesia vadia", no Café com Letras, em Cacilhas, em 2006.
Hoje são mais de duas dezenas de jovens e querem criar um movimento abrangente, onde todos tenham oportunidade para manifestar as suas expressões poéticas. Na escrita, mas também na música ou em artes como a pintura ou a expressão dramática...
Hoje são mais de duas dezenas de jovens e querem criar um movimento abrangente, onde todos tenham oportunidade para manifestar as suas expressões poéticas. Na escrita, mas também na música ou em artes como a pintura ou a expressão dramática...
Didier Ferreira, um almadense de 23 anos, estudante de Direito, foi quem teve a iniciativa de convidar outros jovens a assistir às sessões mensais de "poesia vadia", dinamizadas por Ermelinda Toscano e pelo colectivo Poetas Almadenses - sessões que, em 2006, se realizavam ainda no Café com Letras, em Cacilhas. Mas, porque «as pessoas desconheciam» essas sessões, teve dificuldade em convencer jovens para lá ir. Por isso, falou com dois amigos e, em conjunto, decidiram avançar com um «movimento» para o qual querem cativar os novos autores - e incentivá-los a publicar os seus textos - mas também mostrar que a poesia é mais do que aquilo que, normalmente, se imagina.
O rap, por exemplo, «é poesia, mesmo que quem o pratica não assuma isso» defendem.
«Porque a poesia não é só o acto de escrever um poema. É muito mais do que isso: é a canção do músico, pois quem escreve acaba por ser um jovem poeta porque a música tem muito de poesia. A pintura também está muito ligada à poesia, também é uma forma de expressão da poesia. Ou seja, ser um jovem poeta vadio não é pertencer a um grupo, mas sim uma forma de estar», sustenta Didier Ferreira.
É com esta atitude abrangente que os Jovens Poetas Vadios se apresentam.
Apoiados pela associação O Farol, revelaram o projecto, primeiro na Escola Secundária de Cacilhas e, em Janeiro de 2009, apareceram com um caderno de poesia colectivo (incluído na colecção Index Poesis, dos Poetas Almadenses), lançado durante uma sessão de "poesia vadia" no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada.
Na ocasião, leram os seus poemas, distribuiram uma ficha de inscrição para que os jovens, até aos 30 anos, possam fazer parte da "base de dados" e participar nas actividades dos Jovens Poetas Vadios. Mas o objectivo é bem mais ambicioso.
Segundo Didier Ferreira, «o propósito é levar os jovens a ler mais,a escrever, a gostar de poesia». Um programa de acção que passa por dinamizar acções de rua (recitais de poesia ao ar livre), e criar núcleos de jovens poetas fora de Almada, agregados ao projecto.
Para já, têm um blogue - http://jovenspoetasvadios.blogspot.com/ - e prometem para breve um canal de vídeos no Youtube.Mas querem, também, promover encontros de jovens poetas, para reactivar a tradição das tertúlias poéticas.
Outros objectivos são a criação de uma oficina de poesia e o lançamento de edições dos jovens poetas que participem no movimento.
Mas isso, avisa Didier, são projectos «a médio prazo».
No imediato, os Jovens Poetas Vadios vão continuar a colaboração com o projecto Poetas Almadenses. Mas não perdem de vista o objectivo principal: incentivar os jovens a escrever, a gostar de poesia, a participar em actividades culturais.
No imediato, os Jovens Poetas Vadios vão continuar a colaboração com o projecto Poetas Almadenses. Mas não perdem de vista o objectivo principal: incentivar os jovens a escrever, a gostar de poesia, a participar em actividades culturais.
E contrariar o "envelhecimento" da poesia.
Didier Ferreira defende que «um dos nossos objectivos claros é contrariar a tendência do envelhecimento da poesia» pois, considera, «tal como o país está a envelhecer claramente, também acontece que os poetas se revelam cada vez mais tarde».
Entrevista completa com Didier Ferreira, Alexandre Soares e Filipa Filipe (fundadores do movimento Jovens Poetas Vadios) em:
http://vitorinices2.blogspot.com/2009/02/jovens-poetas-vadios-nascem-em-almada.html
http://vitorinices2.blogspot.com/2009/02/jovens-poetas-vadios-nascem-em-almada.html
António Vitorino
(Fotos António Vitorino e Ermelinda Toscano)
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Homenagem a Fernando Barão
Fernando Barão foi homenageado na “Tertúlia da SCALA ”, que se realizou no dia 8 de Janeiro (quinta-feira), às 21 horas, no café “Dragão Vermelho”, poucos dias depois de ter completado a bonita idade de 85 anos.
O principal motivo desta homenagem, que está inserida nas comemorações do 15º aniversário da SCALA, foi dizermos obrigado a Fernando Barão, um nome grande da cultura almadense, pelo muito que ele tem feito por todos nós, quer como poeta, escritor, fotógrafo, associativista e amigo. Durante esta tertúlia, fundamentalmente, de amizade, foram lidos poemas, contaram-se histórias e testemunhos sobre as vivências com o homenageado.
Foram ainda distribuídos por todos os presentes, dois caderninhos de poemas, um escrito por amigos, que lhe quiseram dedicar algumas palavras, “Poemas Para um Amigo” (nº 73 da Colecção INDEX POESIS) e uma selecção de poemas da sua autoria, intitulada, “Olhares da Outra Banda”.
Luís Milheiro
(texto e fotografia)
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