sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Metro de superfície passa a funcionar até Cacilhas

Já está em utilização um novo troço do Metro Sul Tejo (MST), que liga as linhas já existentes à zona de Cacilhas.

Inaugurado na passada Quarta-feira, pelo Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, e pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, este último troço completa toda a travessia Corroios – Cacilhas, prevista na primeira fase do projecto, num investimento a rondar os 58 milhões de euros. Segundo Mário Lino, este tipo de obras são para continuar, uma vez que surgem como estímulo para “animar a economia e atrair novos investimentos”, quer locais quer nacionais. Investimentos que, segundo o ministro, serão para “manter”, face às políticas de investimento público previstas nos planos do Executivo. O novo troço que liga Cova da Piedade/Cacilhas, acrescenta 3,8 quilómetros à rede, com as novas estações Bento Gonçalves, Almada, São João Baptista, Gil Vicente, 25 de Abril e Cacilhas. Ao todo são mais seis as estações que estão agora ao uso dos utentes, contemplando uma extensão total de 13,6 quilómetros, dividida em três linhas. Passados 19 meses sobre a inauguração da primeira linha do MST, em Abril de 2007, passam a funcionar as três linhas previstas no projecto: a Linha 1, que circulará entre Corroios e Cacilhas, a Linha 2, entre Corroios e o Pragal, e a Linha 3, que fará a ligação entre Cacilhas e a Universidade. O traçado das três linhas permitirá a integração na rede de transportes existentes, permitindo as ligações com os transportes públicos rodoviários (TST), transporte público fluvial (Transtejo) e comboios (Fertagus).

Bruno Rodrigues Martins, in Jornal Comércio do Seixal

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

João Pedro Pais apresenta novo álbum


O "Mundo da Luta Olímpica" esteve presente no 1º Concerto do JPP no dia 24 de Novembro
João Pais como é conhecido na Família das Lutas Olímpicas, apresentou oficialmente o novo álbum "A Palma e a Mão" no Casino Lisboa no Parque das Nações, este edifício foi pequeno para os milhares de fãs que compareceram em peso para o ver.

O espectáculo começou de forma original, com uma pequena Animação Circense de uma Trapezista a brincar sobre os seus lençóis de cabeça para baixo sem qualquer tipo de segurança.
Pelas 22h35 começaram a soar os primeiros acordes da nova digressão do João Pedro Pais.Começou por cantar a nova música "Palco de feras", de seguida a música que dá nome ao disco escrita por Pedro Abrunhosa, "A Palma e a Mão". Mal terminara veio uma clássica "Mais que uma vez" e logo "Sempre Hoje". Ele estava imparável como sempre nos habitou, mesmo em cima do tapete e brindou-nos com mais uma que toda a gente gosta "Um resto de tudo", seguiu-se "Não Há", deu para mais uma música nova "Um volto já".

O público estava eufórico e a tentar recompor-se destas três músicas que se cantaram em uníssono e para não enferrujar as gargantas cantou-se uma das músicas mais bonitas que o João compôs em Alfandega da Fé, a "Mentira" onde se via lágrimas por todo o lado e para não destoar continuou-se a cantar desta vez "Ninguém é de Ninguém". Depois presenteou-nos com mais uma música fantástica e nova "Os Cúmplices", e continuou com "Amor (em 2ªmão)".
Rematou com chave de ouro e brindou todos os presentes com o clássico, que toda a Família da Luta da Época 1996/1997, se lembram perfeitamente, porque em todos os torneios ouvia-mos o "Louco por Ti".Seguiu-se por fim a música que encanta toda a gente, "Paciência" do projecto lado a lado com Mafalda Veiga e "Nada de Nada".

O espectáculo terminou assim e mais uma vez se provou que ninguém fica indiferente ao nosso artista e as suas magníficas músicas.Mal acabou o seu espectáculo entre as palmas entusiastas da multidão, que esperavam ansiosamente o 1ºconcerto aberto aos fãs.

A nível de curiosidade:João Pais foi atleta da Casa Pia Atlético Clube durante toda a sua Carreira como atleta.
Várias vezes Campeão Nacional.Obtém o Recorde que dura até hoje nas Lutas Olímpicas, que em 1989 em Martigny, participou no Campeonato Mundial de Luta Greco Romana e terminou em 8º Lugar.Terminou a sua carreira com desportista de alta competição em 1995, num torneio no Rio Janeiro – Brasil e terminou com o brilhante 1ºLugar.

Publicada por JVCon3 em Mundo da Luta Olímpica

Mundo da Luta Olímpica: Taça FPLA


Superioridade da Baixa da Serra onde arrecadou os 1º Lugares no colectivo

Realizou-se no passado dia 22 de Novembro, no Pavilhão Municipal da Costa da Caparica em Almada, a Taça da Federação Portuguesa de Lutas Amadoras de âmbito Nacional, que simboliza a passagem do 83º aniversário desta Federação, uma das mais antigas do País.

A competição iniciou-se com a Cerimónia Oficial de Abertura pelas 15H30 com o desfile de uma centena de atletas, distribuídos pelas 16 equipas presentes, vindas dos Distritos de:Faro – AA Bela Vista, CPSB Messines e SA Benfica;Setúbal – CL Bastos, Ginásio AC, SCR1ºA Paivense, SR Baixa da Serra e UD Vila Chã;Lisboa – CD Arroios, Casa Pia AC, GD Mouraria, JF Casal de Cambra e Marítimo LC;Leiria – CR Delgadense;Braga – Mire de Tibães e Casa do Povo de Martim

Esta prova englobou as 3 vertentes desta modalidade, a Luta Livre Olímpica para os escalões etários mais baixos masculinos, a Luta Greco Romana para os escalões etários mais altos masculinos e a Luta Feminina para todos os escalões etários femininos. A competição decorreu na normalidade com o público almadense a assistir a bons combates.

O destaque vai para a categoria dos 58 Kg dos Cadetes Masculinos em Greco Romana, onde se inscreveram 6 atletas, foram distribuídos em dois grupos de 3.Depois da fase de grupos e as meias-finais, encontraram-se na final, João Carvalho, atleta da Casa Pia AC e Joel Machado de Mire de Tibães. Uma final muito bem disputada, onde a vitoria recaiu para o lado do João Carvalho, que venceu no primeiro período por 2 - 1 e no segundo por 3 - 1.

Assim na classificação final por equipas, demonstra a grande superioridade do clube da Moita – Setúbal, a Sociedade Recreativa da Baixa da Serra a ficar a frente dos outros clubes arrecadando assim os primeiros lugares das tabelas por equipas, vejamos:

Masculinos:1º - SR Baixa da Serra
2º - Casa Pia AC
3º - CD Arroios

Femininos:
1º - SR Baixa da Serra
2º - Marítimo LC
3º - AA Bela Vista

Publicada por JVCon3 em Mundo da Luta Olímpica

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Feira Internacional do Fanzine - Almada, Novembro 2008


A Feira do Fanzine traz este ano a Almada mais de uma centena de publicações alternativas, de Portugal, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Noruega, Alemanha, Itália e Finlândia.

O evento decorre entre 7 e 15 de Novembro, no Ponto de Encontro - Casa Municipal da Juventude, Cacilhas. Com uma mostra de fanzines, mas também com música.A inauguração fez-se com os Strella do Dia e os Melech Mechaya. Na noite seguinte actuaram os Filii Nigrantum Infernalium e os Vizir.

No próximo fim de semana, a animação continua, com a festa de lançamento de mais um número (especial e comemorativo) da revista P'Almada, à qual se junta a energia dos Skalibans (sexta, 14); e "On the road", espectáculo de To Trips e Tiago Gomes, inspirado no livro homónimo de Jack Kerouac (sábado, 15).

Mais sobre a Feira do Fanzine de Almada:

Feira do Fanzine de Almada 2008: foto-reportagem

Abertura da IX Feira Internacional do Fanzine de Almada, no Ponto de Encontro - Casa Municipal da Juventude (Cacilhas). 7 de Novembro de 2008.
Fotografias cedidas ao Almada Cultural por José Pereira.
















A Feira do Fanzine de Almada explicada por quem a "inventou"


As origens da Feira Internacional do Fanzine de Almada remontam a 1986: era a primeira edição da Semana da Juventude (antes comemoravam-se o Dia da Juventude e o Dia do Estudante, como efemérides separadas) e um "fanzineiro" da terra foi a casa buscar as publicações que tinha, montou uma banca e expôs fanzines durante um dia inteiro... Só.

Mais tarde, apresentou à Câmara de Almada a proposta de fazer uma feira do fanzine "a sério". Tão a sério que, nos anos 90, foi um dos eventos mais imprtantes da programação da Casa da Juventude (Ponto de Encontro) em Cacilhas.

Pedro Morgado teve a ideia; José Pereira apoiou e acompanhou a realização do evento, desde a primeira edição.
Os dois são, actualmente, funcionários da Câmara Municipal de Almada. Em entrevista ao Almada Cultural, revelam as origens da feira, falam sobre o desenvolvimento da cultura alternativa durante a década de 90, e apontam perspectivas e expectativas. Receiam pelo futuro desta forma de expressão (porque a "concorrência" da internet é forte) mas lembram, também, que a Câmara de Almada tem a intenção de criar uma fanzinoteca - só que, até agora, o projecto não passa disso mesmo: um projecto e uma intenção.


Sobre as origens da Feira Internacional do Fanzine

José Pereira (JP) - foi na segunda Semana da Juventude, em 1986. Nenhum de nós era ainda funcionário ou colaborador da CMA, Na altura apareceu essa ideia de fazer a mostra dos fanzines. O Pedro Morgado foi buscar um caixote a casa cheio de fanzines. E montámos a banca ali no dia... Aquilo depois para a noite até ele foi buscar um petromax, para aquilo ter luz... Foi uma coisa de um dia, não passou disso
Pedro Morgado (PM) - era essencialmente banda desenhada nacional. O Geraldes Lino trouxe dois ou três amigos, que faziam fanzines. Eles trouxeram umas coisas, nós tínhamos outras... E assim se fez essa mostra.

Experiencias fanzineiras

PM - Por essa altura, 1987, também decidi que queria fazer uma fanzine para expressar algumas coisas que eu pensava, expressar a minha criatividade sob essa forma.Na altura até com outros amigos do Miratejo que eu convidei. Havia malta que escrevia, a fazer uns bonequitos e tal... A maior parte das pessoas acharam que era um desperdício de tempo e de dinheiro e que aquilo não levava a lado nenhum, que não valia a pena... Chamava-se Kenos. Era integralmente pago por mim, pelo autor. Quando muito a minha mãe ou o meu pai davam uma ajuda... Era beber menos uma cervejola, uns cafés, ou não comprar uns ténis...


Como apareceu e se desenvolveu a Feira do Fanzine

PM - Em 93 fiz o projecto para apresentar à Câmara de Almada (CMA). Consegui "vender" essa ideia porque usei o argumento que o público consumidor de fanzines naquela altura, os jovens, dali a quatro anos já seriam maiores de idade e já poderiam votar. E portanto que era uma óptima oportunidade para agarrar um potencial público eleitor. E eu continuo hoje convencido que foi esse argumento, que eu inventei na hora porque não estava a conseguir comunicar bem com a pessoa em causa, que ia decidir se isso era comprado ou não, ou se era feito ou não...
JP - Havia um funcionário da casa, que na altura era eu a acompanhar o projecto. Mas toda a ideia, toda a estrutura, todo o levantar dos alicerces da feira, foi tudo da responsabilidade da associação que propôs, o Toucinho do Céu (nr: associação informal criada por Pedro Morgado). A actividade, foi aceite, eles levantaram a estrutura toda e eu estava um bocado a levar com aquilo tudo por ser o profissional da CMA que estava a acompanhar. Não tinha ainda um grande envolvimento na criatividade, no processo de construção... As ideias convergiam para lá e eu fazia a montagem daquilo tudo. Com um bocado de carolice à volta daquilo.
PM - Tivemos o apoio, uma ajuda inestimável do Varela, que era do Centro de Cultura Libertária (CCL) que também tinha algumas dezenas de fanzines à venda e que disponibilizou esses fanzines, mais os que ele tinha em casa...E depois, os fanzines que falam de uma cultura alternativa normalmente trazem referência a outros fanzines, trazem contactos de outros. Havia fanzines que tu encontravas e tinham lá mais de 20 ou 30 contactos...
JP - Na feira de 94 eu e o Pedro passámos uns dois meses a desfolhar fanzines e a tirar moradas para um papel, para depois quando chegasse a altura de fazer os contactos a gente pôr aquilo tudo em cartas e mandar convites. As melhores feiras em Almada foram as que se realizaram a partir de 94 e até 99. Foram as que mexeram com mais gente, que tocaram mais gente. As que tiveram mais participação, com uns bons programas de animação. E isso resultou do entusiasmo das pessoas que lá trabalhavam. A gente gostava mesmo de fazer aquilo. Daí resultar tão bem.


Sobre o movimento cultural dos anos 90 em Almada

JP - Nós na casa da juventude em Cacilhas não tínhamos mãos a medir para a quantidade de coisas que nos apareciam. E éramos só dois...
PM - Houve ali alguns anos de franca actividade. E a feira do fanzine pelo menos serviu para isso... Como houve uma série de pessoas também que começaram a fazer fanzines, que também começaram a pintar, e não pintavam antes, houve malta que também não tocava e também começaram a fazer bandas...
JP - E estava tudo interligado!


Fanzines, "aldeia global", informação alternativa

PM - No fundo, se calhar, o papel ainda mais importante que os fanzines tiveram, e as feiras do fanzine concretamente, foi o potencial de aglutinação de pessoas. Porque podiam ou não partilhar dos mesmos interesses ou das mesmas ideias... Mas que juntou muitas pessoas, juntou. Nós chegámos a juntar lá (no Ponto de Encontro) umas boas centenas para ver os concertos... Mas também viam os fanzines e acabavam por fazer despesa no bar... acabavam por alimentar aquele sistema, que de alguma forma era espontâneo...
JP - E havia da parte dessas pessoas a procura de informação que não era a informação que havia, a informação "normal". E nós conseguimos aí fazer um bocado uma "mini-internet", chamemos-lhe assim. Através destes contactos todos que havia, chegámos a ter, no auge das feiras, 32 países representados. E o que fizemos ali foi basicamente o que a internet faz actualmente. Conseguimos, por exemplo, ir buscar opiniões sobre o mesmo tema, de vários pontos do planeta. Uma pessoa que estaria interessada em chegar à feira do fanzine e consultar aquela opinião, tinha aí uma visão global das opiniões sobre um determinado assunto...
PM - A feira do fanzine serviu mesmo como indicador da diferença de realidades culturais, por exemplo entre Portugal e Espanha, ou Portugal e o Brasil, ou Portugal e os Estados Unidos... De repente descobrimos que em Espanha havia centenas ou milhares de fanzines e que aquilo era uma coisa viva. Enquanto em Portugal andávamos aqui armados em provincianos...

Que futuro para os fanzines?


JP - Vendo aquilo que me chega, no que estou a preparar para a Feira deste ano, pelos contactos que fiz e pelas respostas que recebi, estão a esquecer um bocado qual é que é a própria função do fanzine. Nos anos 90 havia. pelas circunstâncias de estar a despertar uma série de áreas, uma série de actividades, o fanzine cresceu nessa altura. Actualmente o fanzine não é um suporte típico. O suporte típico é precisamente o contrário do fanzine, que é a informação mais disseminada, é a internet. Um fanzine não consegue neste momento combater esse tipo de coisas.
PM - Uma coisa é utilizar a internet à procura dum fanzine. Nesse caso tens de ter uma motivação de tu ires à procura de uma coisa. Outra coisa é chegar alguém ao pé de ti e dizer olha este fanzine. Perguntam o que é isto e tu explicas o que é um fanzine, e mostras e tal, e ofereces, no melhor dos casos. O processo de comunicação e de informação é personalizado, é uma cabeça e um coração de cada vez. Enquanto que na internet está lá e quem quiser vai lá. Como muita gente, se calhar até potenciais consumidores de fanzines, não sabem o que é um fanzine, nunca ouviram falar nem nunca viram um fanzine...
JP - Eu acho, e isto é importante, que actualmente os fanzines, pelo menos aqueles que me chegam, são feitos por menos jovens do que propriamente por jovens.Na minha opinião o fanzine é uma coisa que nunca vai acabar mas que está a diminuir drasticamente. Essa opinião vem do trabalho que eu estou a fazer este ano. Porque o cuidado que eu tive na divulgação, o cuidado que eu tive no contacto com as pessoas, não estou a ver nem um por cento do retorno, do feedback. O único feedback que eu estou a ter é aquele dos carolas que na altura quando eu ainda fazia as feiras do fanzine e que ainda se mantém no

E que tal uma fanzinoteca em Almada?

PM - Anda-se a falar há vários anos de criar uma fanzinoteca. Discute-se se deveria estar associada à juventude, à divisão das bibliotecas, onde é que deveria estar. Isso é uma questão para mim secundária. Agora, que deveria existir deveria, até porque eu pessoalmente tenho um espólio de umas centenas de fanzines em casa, aos anos, devidamente acomodados. E tinha todo o gosto e prazer de oferecê-los a um espaço onde eles fossem catalogados. E estivessem disponíveis para a população em geral.
JP - Mas aí também podes ter só os fanzines para lá e ninguém ir lá tocar...
PM - Não, não! É fazer uma fanzinoteca que esteja disponível para as pessoas como podem vir aqui aos computadores... E até pode ser uma listagem num computador, dos fanzines que tens, por países, por géneros, ou por anos... Quando eu comecei a fazer fanzines comecei "misteriosamente", entre aspas, não tinha o contacto directo com ninguém, recebi várias vezes cartas da Universidade do Minho a pedir-me dois ou três exemplares da minha publicação para eles terem lá na biblioteca. Sempre achei isso excelente. As pessoas que lá estão tiveram o interesse e a percepção, viram aquilo num jornal possivelmente, e decidiram vamos lá mandar uma carta a esta gente. Mas com as bibliotecas e com as câmaras e as universidades que há no país mais ninguém me fez isso, estás a ver? Isto demonstra logo que há pessoas que está interessadas em desenvolver, e outros...
JP - Eu percebo a tua ideia. Aliás, essa ideia é uma coisa de que já há muitos anos se anda a falar... Em Santo Amaro existem caixotes e caixotes de fanzines de edições anteriores da feira que estão à espera de uma proposta de classificação... A ideia quando se começou a juntar os fanzines que existiam no Ponto de Encontro, que eram caixas, e os fanzines da edição de 2001 que foi lá em Santo Amaro, foi precisamente com a intenção de pegar uma ideia de há muitos anos de criar aquilo que era até para ser, salvo erro, era até para se fazer em Santo Amaro, na Hemeroteca de Santo Amaro.


Fanzines: a outra aldeia global?

Em 1996, quando a internet era ainda novidade, a revista Sem Mais publicou uma reportagem sobre a Feira do Fanzine de Almada. Se a internet anunciava e prometia o advento de uma "aldeia global", seriam os fanzines a "aldeia" antes da "aldeia"?




domingo, 9 de novembro de 2008

Sérgio Godinho regressa ao Seixal

Sérgio Godinho regressou ao Seixal, dez anos depois da sua última actuação. No palco do Fórum Cultural do Seixal, o músico deu a recordar temas marcantes do seu historial.

Dez anos depois da sua última actuação no Fórum Cultural do Seixal, Sérgio Godinho voltou para gozo de muitos. Inserido nas comemorações do 15º aniversário do espaço que o acolheu e do 172º aniversário do Concelho do Seixal, o espectáculo de Sérgio Godinho trouxe no seu alinhamento músicas bem conhecidas do público em geral. O concerto serviu como apresentação do novo álbum de Sérgio Godinho, «Nove e Meia no Maria Matos», gravado ao vivo no respectivo teatro, no qual se incluiu, também, alguns temas do último trabalho de originais do músico, «Ligação Directa», editado no final de 2006. Para além das recentes composições de «Ligação Directa», como «Às Vezes o Amor» e «Só Neste País», fizeram parte do alinhamento clássicos como, «Com Um Brilhozinho nos Olhos», «Arranja-me Um Emprego», «O Primeiro Dia», «Dias Úteis», «Homem-Fantasma» e «É tão bom», entre muitos outros. Acompanhado pelos «Assessores» (Nuno Rafael, Miguel Fevereiro, Nuno Espírito Santo, João Cardoso, Sara Côrte-Real, Sérgio Nascimento, João Cabrita), Sérgio Godinho fez recordar temas que marcaram o seu percurso como músico e toda uma geração da música portuguesa. Percurso com mais de 30 anos de estrada e com 23 álbuns editados, 16 dos quais originais. Sérgio Godinho regressa à margem sul no início do próximo ano, no dia 7 de Fevereiro, em concerto marcado no Teatro Municipal de Almada. B.R.M.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

TEATRO DO OPRIMIDO?!!



TEATRO DO OPRIMIDO?!

O termo Teatro do Oprimido é um termo que suscita algumas dúvidas e até algumas contestações. Contestação porque há quem diga que se trata de teatro para o oprimido, não vendo que não se trata disso, mas sim de teatro feito pelo, para e do próprio oprimido. Esse termo não significa nenhuma adjectivação da escolástica, nem é tampouco uma improvisação nominal. O nome surgiu com a necessidade de enformar um conjunto de técnicas e de visões novas que pretendiam revolucionar o teatro em si. O teatro em todo a sua dinâmica, seus objectivos, seus propósitos e sua arte. Associado ao nome de Teatro do Oprimido está invariavelmente o de Augusto Boal. Porquê?

Rebobinando no tempo…Quem é Augusto Boal?

Augusto Boal nasce no Rio de Janeiro em 1931, filho do padeiro português José Augusto Boal e da dona de casa Albertina Pinto. Forma-se doutor em engenharia química na antiga Universidade do Brasil, actividade que nunca veio a exercer. Vai para Nova Iorque, estudar dramaturgia na Universidade de Columbia, onde frequenta o Actor’s Studio com John Gassner. De volta ao Brasil em 56 onde fica até 1970, Boal integra o Teatro de Arena de São Paulo. O Arena foi criado em 53 como uma alternativa à cena teatral da época, o seu objectivo era produzir espectáculos de baixo custo, de dramaturgia brasileira. No ano de 58, surge a peça era Eles Não Usam Black-Tie do jovem autor, Gianfrancesco Guarnieri. Black-Tie, esteve mais de um ano em cartaz, e abriu caminho para o surgimento de um movimento chamado Seminários de Dramaturgia. Procurando um teatro relacionado com a realidade brasileira, surgem desses seminários uma nova dramaturgia brasileira: Gianfrancesco Guarnieri, Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha; Plínio Marques, Roberto Freire, Edy Lima, Chico Pereira da Silva, Benedito Ruy Barbosa, Flávio Migliaccio, entre outros.

Em 1960 Boal apresenta Fogo Frio, de Benedito Ruy Barbosa, uma produção conjunta entre o Arena e o Teatro Oficina, através da qual orienta um curso de interpretação. Dirige também, para o Oficina A Engrenagem, adaptação dele e de José Celso Martinez Corrêa do texto de Jean-Paul Sartre. Em 62 o Arena atravessa uma nova fase: a nacionalização dos clássicos. José Renato deixa a companhia e Boal assume a liderança. Acabam as encenações de textos produzidos no Seminário de Dramaturgia. Em conjunto com o Teatro Arena encena Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams; O Melhor Juiz, o Rei, de Lope de Vega, entre outros.

A fase seguinte foi a dos musicais: assim foram feitos espectáculos como Arena conta Zumbi, Arena conta Tiradentes, Arena conta Bahia etc. Experimentando o sistema curinga, em que cada actor representa vários personagens ou vários actores representam o mesmo personagem.

Entretanto a partir de 1964, a ditadura militar brasileira inicia a perseguição a indivíduos com atitudes “subversivas”. É em 70 que o Teatro Arena faz as suas primeiras incursões ao Teatro Jornal (génese do teatro do oprimido).

Exílio

Em 71, com a ditadura militar Boal foi preso e torturado. Foi exilado. Vai para a Argentina, terra da sua companheira Cecília Boal, onde permanece durante cinco anos. É lá que desenvolve o Teatro Invisível. É no Peru que nasce o Teatro Fórum e a sistematização do Teatro Imagem: o Fórum nasceu porque Boal não entendia o que uma espectadora dizia e pediu-lhe para subir ao palco e mostrar o que pensava; e o Teatro Imagem porque no Peru, com as suas 47 línguas, tornava difícil o entendimento, então… façam imagem – a real e a do desejo. Fazer é a melhor maneira de dizer! Já dizia José Marti.

Viaja para Portugal, onde permanece durante dois anos. Realiza, com o grupo A Barraca, a montagem A Barraca Conta Tiradentes, em 1977. É aí que escreve Mulheres de Atenas, uma adaptação de Lisístrata, de Aristófanes, com músicas de Chico Buarque.

Em 79 muda-se para Paris, onde cria o Centre du Théatre de l’Opprimé. Enquanto está na Europa, trabalha em diversos países onde desenvolve técnicas introspectivas do Teatro do Oprimido: Arco-íris do Desejo. Convidado pelo então Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, Boal volta ao Brasil em 1986 para dirigir a FÁBRICA DE TEATRO POPULAR. O objectivo era democratizar a linguagem teatral, de forma a motivar o diálogo e a transformação da realidade social.
Ainda em 1986, em conjunto com artistas populares, cria o Centro de Teatro do Oprimido – CTO-Rio, para difundir o Teatro do Oprimido no Brasil.

Boal no papel de vereador usou a técnica do teatro fórum para legislar: teatro legislativo, ou seja, a partir da intervenção dos espectadores, criar projectos de lei. Quando o espectador intervém transforma-se em actor (espect-actor), e simultaneamente o eleitor transforma-se em legislador.

Vimos, através desta pequena incursão pela vida de Boal como surgiu o TO e como começou a ser utilizado, e por ordem cronológica vemos como surgiram os seus vários ramos. Ao contrário do que pode parecer, não foi Boal que “inventou” o TO, como ele próprio diz, o Teatro do Oprimido já vem desde os tempos mais remotos.

Panorâmica Nacional

Boal quando regressa no final da década de 50 ao Brasil, vê que o teatro que está sendo representado é uma espécie de cópia do teatro europeu, textos antigos e balofos que não representam de todo a realidade brasileira. Existe toda uma estrutura teatral com a qual Boal se inquieta e interroga. Qual é o “ritual teatral” em voga? Então… existem os teatros, depois cada teatro tem a sua equipa de actores, que são um género de seres divinais, há uma peça cujo texto não é nacional, normalmente é europeu e de conteúdos exógenos à realidade envolvente, há um público, esse público compra um ingresso. Esse ingresso não tem preço popular. Esse público vê a peça, emociona-se, aplaude, o ego dos artistas aumenta, esse público vai depois para casa. Algumas das inquietações de Boal são onde se pode fazer teatro? Quem pode fazer teatro? Qual o verdadeiro papel do público?

É aqui que começam a ser dadas algumas respostas de maneira a combater o cenário elitista teatral de então. Ora bem, como é que num país de 180 milhões de pessoas, com uma taxa de alfabetização que em 2000 é de 86.4 (em 1970 era de 67.1) se consegue fazer chegar a um número amplo de pessoas a arte teatral? Democratizando-a. Levando as técnicas e os meios de produção (as próprias técnicas) até às populações, aos bairros, às favelas, às fábricas, às ruas, às escolas… Enfim, usando a arte como arma de emancipação popular.

É aqui que a teoria/prática boaliana se cruza com a Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire – pedagogo, também ele brasileiro. Este género de intervenção teatral é assente na pedagogia e princípios políticos do método educacional popular desenvolvida pelo educador brasileiro Paulo Freire, cujos pontos basilares são: averiguar a situação vivida pelos participantes; analisar as origens da causa da situação, incluindo fontes internas e externas da opressão; explorar soluções em grupo para esses problemas; agir para mudar a situação decorrente dos preceitos da justiça social.

As explorações de Boal são esforços para transformar o “monólogo” da tradicional performance num “diálogo” entre a audiência e o palco considerando para isso o diálogo como a mais comum e saudável dinâmica entre as pessoas. E que os participantes são todos capazes de dialogar e conversar – por oposição ao monólogo, que representa a opressão. É aqui que se estabelece a ligação fulcral entre o TO e a PO. Segundo o método freiriano é necessário que se transforme o monólogo (opressão) – que ele chamava de “educação para a domesticação” – em diálogo – que ele chamava de “educação para a libertação”. Aqui tanto o aluno como o professor são ambos cúmplices do processo de aprendizagem, inspirados na sua acção “dialógica”/dialéctica da educação.

Voltando ao Teatro Fórum…

Os objectivos primordiais das peças de teatro fórum são fazer com que a dramaturgia, enlace, conflito e desenlaces estejam a encargo dos actores e dos próprios espectadores. Bem como de multiplicação de formadores do Teatro do Oprimido. A peça de teatro fórum não termina no fim do "espectáculo", ela continua depois com a participação dos espectadores, que entram em cena para dar o seu contributo para a alteração do problema apresentado. O espectador para além de transformar a solução apresentada, é ele próprio transformado em espect-actor. Deixa de ser mero objecto para ser ele sujeito da história.

O Teatro Fórum providencia uma aproximação inovadora do público e é o centro do Teatro do Oprimido. É a forma mais usada pelos educadores. O TF tem sido utilizado por educadores e organizadores para democratizar as suas próprias organizações, analisando os problemas e preparando-se para a acção. No TF, os participantes determinam qual é o seu tema de prioridades – normalmente problemas do quotidiano – e desenvolve pequenos temas. O desenrolar da peça serve como veículo para analisar o poder, estimulando o debate público e procurando soluções. Os participantes exploram a complexidade da relação individual/grupal e uma variedade de níveis de troca, que são:

- a dinâmica do poder dentre e entre grupos;

- a experiência e o medo de impotência do individuo;

- rígidos conceitos de percepção que criam falta de comunicação/conflitos, bem como maneiras de os transformar.

O objectivo do teatro fórum não é encontrar a solução ideal, mas inventar novas maneiras de confrontar problemas. Depois de cada intervenção, os membros da audiência são solicitados para intervir (através do mediador - curinga), parando a acção, substituindo os actores em palco, e ensaiar as suas ideias. A experiência foi apelidada de “ensaio para a vida”. Fazendo a separação entre o actor (aquele que actua) e o espectador (aquele que observa mas não lhe é permitido intervir na situação teatral), o TF é praticado por “espectadores-actores” que têm a oportunidade de actuar e observar, e por quem orienta processos de diálogo que auxiliam em posteriores processos de análise. O acto teatral é assim experimentado como uma intervenção consciente, como um ensaio para a acção social assente numa análise colectiva e partilhada dos problemas. Este particular género de intervenção teatral é assente na já referida pedagogia do oprimido:

- averiguar a situação vivida pelos participantes;

- analisar as origens da causa da situação, incluindo fontes internas e externas da opressão;

- explorar soluções em grupo para esses problemas;

- agir para mudar a situação decorrente dos preceitos de justiça social.

O bom fórum é aquele que apresenta a opressão, que pode ser combatida, e não a agressão (último estágio de opressão) que é inevitável. Quando o modelo mostra apenas a agressão provoca a resignação, o sentimento de fatalidade, o que desmobiliza os “espectadores”.

Em jeito de conclusão, como Boal costuma dizer: todos podem (e devem) fazer teatro, até os actores. O Teatro pode-se fazer na rua, na escola, no bairro, até no Teatro. Interessa é usar a ferramenta!

Palavras-chave:

Curinga | Espect-actor | Pedagogia do Oprimido | Poética do Oprimido | Teatro Fórum | Teatro do Oprimido

Bibliografia Utilizada:

- Boal, Augusto, Hamlet e o filho do Padeiro; ed. Record, (1999?)
www.ibge.gov.br

Bibliografia aconselhada:

- Boal, Augusto, Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 1975;
- Boal, Augusto, Stop: ces’t magique. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980;
- Boal, Augusto, Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998;
- Boal, Augusto, 200 Exercícios e Jogos para o Actor e o não Actor com vontade de dizer algo através do Teatro.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Semana da Palestina - A Cultura de Um Povo

O dia 29 de Novembro foi proclamado, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina. Celebrado todos os anos, comemora a Resolução 181, de 29 de Novembro de 1947, que proclamava a partilha da Palestina em dois Estados – um judaico e um árabe – mas que jamais foi cumprida no que respeita à criação do
Estado Palestino. No ano do 61º aniversário, o MPPM assinala a efeméride com um conjunto de iniciativas, integradas nesta SEMANA DA PALESTINA, que evocam a luta deste povo mas mostram, também, a vitalidade da sua cultura.

SOLIDARIEDADE | TERÇA, 18 DE NOVEMBRO | 21 HORAS
Sessão Pública de Solidariedade com o Povo Palestino em Luta por uma Independência Soberana e uma Paz Justa
Sessão presidida por: José Neves | Intervenções de: José Saramago, Embaixadora Randa Nabulsi, José Manuel Pureza, Carlos Carvalho, Frei Bento Domingues
CASA DO ALENTEJO | RUA DAS PORTAS DE STº ANTÃO, 58 - LISBOA | ENTRADA LIVRE

PINTURA & GASTRONOMIA | SEXTA, 21 DE NOVEMBRO | 20 HORAS
A Pintura de Ismaïl Shamut
Exibição de um breve documentário sobre a obra do pintor palestino Ismaïl Shamut | Inauguração da exposição de obras de artistas portugueses doadas para benefício da Delegação-Geral da Palestina em Portugal
Jantar com Sabores da Palestina
Jornada gastronómica com pratos típicos palestinos (humus, malfuf, falafel, maqluba, harissa e outros)
GRUPO SPORTIVO ADICENSE | RUA DE S. PEDRO, 20 (ALFAMA) - LISBOA | INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
TELEFONES 213889076 / 917407005

POESIA | SEGUNDA, 24 DE NOVEMBRO | 21 HORAS
Evocação do Poeta Palestino Mahmud Darwich
Vida e Obra de Mahmud Darwich por Júlio de Magalhães | Poemas ditos por Maria do Céu Guerra, Bárbara Guimarães, João D’Ávila, Shahd Wadi e Aqid Yaghi |
Testemunho pessoal da Embaixadora Randa Nabulsi
LIVRARIA CÍRCULO DAS LETRAS - RUA AUGUSTO GIL, 15B (AV. ROMA) - LISBOA | ENTRADA LIVRE

CINEMA | TERÇA, 25 DE NOVEMBRO | 21 HORAS
Exibição do Filme Franco-Palestino “Intervenção Divina”
Filme realizado por Elia Suleiman (2002) | 92 minutos, cor | Prémio do Júri e da Crítica Internacional do Festival de Cannes,
2002
TEATRO CINEARTE - A BARRACA | LARGO DE SANTOS, 2 - LISBOA | ENTRADA LIVRE
INFORMAÇÃO | SEXTA, 28 DE NOVEMBRO | 18 HORAS

Colóquio sobre a Situação Actual na Palestina
Com a presença de um Dirigente Palestino, um elemento da Direcção Nacional do MPPM e Jornalistas convidados
LOCAL A DESIGNAR | ENTRADA LIVRE

ORGANIZAÇÃO
MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
Rua Silva Carvalho, 184 – 1º Dtº | 1250-258 Lisboa
Tel. 213 889 076 | Fax 213 889 136 | [email protected]
Depois da genial prestação de Dave Holland, o Seixal Jazz prosseguiu com muita classe e dinamismo. Cindy Blackman, The Leaders e Guy Barker, presentearam o público com excelentes prestações em palco.

No decorrer do cartaz principal do Festival Internacional de Jazz, o Fórum Cultural do Seixal foi palco de mais alguns momentos de êxito da iniciativa, que este ano contou com um cartaz de luxo. Dave Holland foi responsável pela abertura (e que abertura), abrindo alas para outros nomes sonantes. Cindy Blackman, conhecida baterista de Lenny Kravitz, regressou a Portugal para demonstrar todo o seu brilhantismo. E são poucos os adjectivos possíveis para classificar a sua actuação que, sublinhe-se, foi de encher o olho e pedir por mais. Os seus 49 anos em nada prejudicaram a sua performance em palco, deixando no ar toda uma sensação de energia e paixão de uma jovem em inicio de carreira, em simbiose total com a sua larga experiência e sabedoria musical. Os solos da artista norte-americana, nascida em Ohio em 1959, foram longos (largos minutos), deixando a audiência colada às cadeiras. Numa outra toada, mais melódica e menos exuberante, os The Leaders subiram a palco e demonstraram toda a sua veterania e musicalidade. O sexteto norte-americano, com Bobby Watson, Chico Freeman, Ray Anderson, Fred Harris, Buster Williams e Michael Baker, proporcionou um bom momento, com muito ritmo e grande expressividade, sem que a sua exuberância se tivesse tornado repetitiva. A fechar o cartaz principal, o trompetista Guy Barker soltou todo o seu génio musical. O britânico subiu a palco acompanhado da sua orquestra com 13 elementos em palco. O Seixal Jazz 2008 não se resumiu apenas a estes concertos de luxo e de craveira internacional. Além destes, estiveram patentes exposições, a Feira do Disco e do Jazz, Workshops e o Jazz vai à Escola, um projecto pedagógico de divulgação do Jazz junto dos mais novos nas escolas do concelho seixalense. Referenciado como um dos melhores festivais internacionais do estilo, o Seixal Jazz estará de regresso no próximo ano. B.R.M.