agora que sou tia (babada claro) tenho passado algum tempo a fazer brincadeiras à minha sobrinha...num destes dias a minha irmã estava a cantar uma música daquelas que todas as mães cantam aos filhos...de repente disse-me : "o pai não quer que lhe cante esta música...diz que é triste"....eu sei que já estão a pensar que música será...mas já lá vamos..esta observação da minha irmã levou-me a reflectir sobre algumas músicas que cantamos às nossas crianças e que são de facto perturbadoras quando analisadas com alguma profundidade..senão vejamos: voltando ao episódio relatado, a música em questão era "o balão do João". ora a música fala de um miúdo que tem um balão e que vai a cantar, mas que perde o mesmo numa rabanada de vento e fica num pranto. bem que conclusões podemos tirar daqui?
Primeiro: os pais do João não usavam o truque que os meus pais usavam...amarrar o fio do balão ao pulso..resulta sempre!porque mesmo que a criança se esqueça que tem um balão, ele nunca foge!
Segundo: fica provado que cantarolar não é uma boa actividade para quando se anda a brincar com um balão.
Terceiro: as terras muito ventosas deviam ter uma lei que proibisse a venda de balões para evitar traumas nas crianças locais.
Apenas uma última nota: parece-me que este João também devia ser um bocado nabo para deixar ir assim o balão, mas aposto que aprendeu a lição.
bem, mas o rol de músicas é vasto e portanto vamos analisar mais algumas. "olha a bola manel"..para ser sincera nem sei bem toda a letra desta música, mas está visto que este Manel deve ser primo do João, um nabo também..ora o Manel tinha uma bola, mas ela foi-se embora fugiu e nunca mais ninguém a viu.
Primeiro: isto parece-me mas é uma metáfora para alguém que viu a mulher (gorda) fugir com outro...fugiu e nunca mais voltou!
Segundo: as bolas não fogem...não têm perninhas..portanto palpita-me é que algum outro miúdo resolveu gamar a bola do Manel...
Terceiro: se nunca mais ninguém viu a bola, não há qualquer pista do seu desaparecimento...e a PJ? está onde?
Para terminar esta minha viagem pelo subconsciente colectivo...vou falar-vos de uma música que a mim, especialmente, me marcou quando criança...
Lembro-me de alguém (não sei se mãe ou avó) me cantarem uma música popular "olha o cochicho que não pára de apitar, ripipipipipipi e nunca mais desafina, rapaziada isto agora é que é cantar, ripipipipipipi, no cochicho da menina"....bem até aqui nada de estranho..e tudo estaria bem..não fosse o caso de a minha mãe se referir ao meu orgão genital como cochicho!!! agora imaginem a grande confusão que se gerava na minha pobre cabeça quando ouvia a música em questão!
Primeiro: não percebia porque é que alguém faria uma música logo sobre uma parte do corpo que toda a gente tinha vergonha de mostrar...que andava escondida e que eu achava tão pouco interessante.
Segundo: não percebia como o cochicho da música apitava... e a certa altura questionei-me se o meu seria mudo ou se vinha com alguma avaria...ou se isto de apitar era alguma coisa que aparecia com a idade..
Terceiro: aquilo da rapaziada estar ali em contacto próximo com o cochicho também não me parecia muito bem...cá para mim não era coisa que se andasse a pavonear em frente da rapaziada.
Felizmente a minha pobre cabeça não ficou traumatizada com este episódio tão confuso...mas imaginem as repercussões que poderia ter tido na minha vida adulta!!
portanto deixo um apelo..antes de cantarem qualquer música às vossas crianças...pensem bem!!