Masaoka Shiki

CUNHA, Andrei; OLIVEIRA, Ariel; BUSS, Michelle. A invenção do haicai moderno. In: CUNHA, Andrei; SCHMITT-PRYM, Roberto. SHIKI, inventor do haicai moderno. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2021. p. 7–30. No Brasil, o haicai é, ao mesmo tempo, um elemento da nossa modernidade e venerado como a mais tradicional expressão da poética japonesa. Se hoje se escreve haicai nas mais diversas línguas, se o gênero sobrevive com força em inúmeras culturas, isso se deve em grande parte ao esforço de um poeta japonês: Masaoka Shiki (1867–1902). O presente livro busca apresentar ao leitor brasileiro esse poeta e crítico de haicai, responsável pela reinvenção da forma poética para o século XX — período no qual o haicai deixou de ser uma prática isolada da literatura japonesa e passou a ser um artefato estético presente nas mais diferentes culturas do mundo. Ao rejeitar os fazeres tradicionais das escolas de haicai de sua época, Shiki transformou o pequeno poema de três versos de 5-7-5 sílabas em uma espécie de sketch pictórico da vida real, ou ainda em um registro (pretensamente “sem ornamentos”) do instante, à maneira da fotografia. Devido a seu caráter (aparentemente) simplista, tanto a fotografia como o haiku de Shiki parecem convidar o desprezo do crítico desavisado que atribui uma falta de elaboração, uma ausência de artifício, ao fazer do haicaísta ou ao clique do fotógrafo. Ora, a argumentação em favor do haicai observado do cotidiano é praticamente a mesma que se apresenta em defesa da fotografia: a arte está no efeito de destaque que o retrato confere à coisa retratada. O ato de selecionar algo para o tópico do poema (ou para o objeto da lente) torna a coisa mais nua, mais expressiva, mais abstrata do que se observada em seu contexto; e essa descontextualização, esse gesto tão moderno de retirada do objeto do lugar onde se encontrava, para expô-lo enquadrado em uma moldura, ou feito linguagem no parco limite de uma métrica curta, confere novos significados, surpresas e associações às mais humildes realidades.

A cultural and literary history of Meiji tuberculosis via AIDS in the 1990s. The life, works, and reception of the haiku poet and reformer Masaoka Shiki seen through the lens of queer theory. A chapter in my dissertation, published in Japanese as 「正岡子規と病の意味」also on this site.

"The World of Masaoka Shiki's Last Years," Bungaku, September, 1984, Vol. 52, Special Issue on Masaoka Shiki, pp. 102-108.
Illuminates the theme of mortality in Shiki's later poetry and prose,  by showing how  Shiki's daily publication of his sickbed diaries in the newspaper Nippon preserved his will to live during his mortal illness.

Lo haiku rappresenta la forma più breve di poesia mai concepita. Il successo e la diffusione mondiale che recentemente ha ottenuto, sono probabilmente legati alle sue capacità di adattarsi perfettamente alle logiche dell’informazione digitalizzata e dei social network: le caratteristiche di semplicità, immediatezza, efficacia espressiva e brevità ne fanno uno strumento comunicativo facilmente gestibile da chiunque, almeno in apparenza. Non a caso lo haiku è il risultato di un processo di modernizzazione della cultura e della poesia giapponese fortemente voluto da Masaoka Shiki nel Novecento. Tuttavia esso affonda le sue radici negli haikai del periodo di Edo e nei tanka della cultura classica giapponese, che ha sempre trovato nella forma breve la sua massima espressione.
Il presente contributo mira a fornire un’analisi della struttura fondamentale dello haiku e dei meccanismi interni che ne garantiscono ricchezza e profondità, facendone in tutto e per tutto una forma breve. Dopo aver descritto la struttura e le principali caratteristiche dello haiku (la quantità di sillabe, il kigo, il kireji, il toriawase etc.) e aver mostrato la provenienza dello haiku dallo haikai, il contributo si concentrerà in particolar modo sul meccanismo dell’allusività che caratterizza la poesia giapponese in genere e che rende possibile quella brevità che la contraddistingue. Attraverso l’allusività, infatti, il singolo componimento può attingere ad un patrimonio collettivo ricchissimo e caricarsi di una polivalenza semantica potenzialmente illimitata, in cui la parola ― kotoba ― lascia “affiorare” uno sfondo indefinito, che rimane custodito nel non detto. Ciò che costituisce lo yūgen, l’essenza della più elevata arte giapponese.

Haiku represents the shortest form of poetry ever conceived. Success and world‒widespread it recently achieved, are probably related to its characteristics which make it to fit perfectly into digital information systems and social networks: ease, spontaneity, expressivity, and shortness make it an easy-to-use communication tool for everyone ― at least on the surface. Not by accident, haiku has been an effect of that modernization of Japanese culture and poetry strongly wanted in the 1900s by Masaoka Shiki. However haiku is deeply rooted in the haikai of the Edo period and in the tanka of the Japanese classical culture, which has always found its cutting edge in the short form.
The present contribution aims to supply an analysis of the fundamental structure of haiku and the inner workings which guarantee its richness and depth, making it definitely a short form. After depicting structure and principle characteristics of haiku (syllables, kigo, kireji, toriawase, and so on) and showing that the source of haiku is haikai, the contribution will focus especially on the allusiveness mechanism which characterizes Japanese poetry in general, making possible that kind of shortness that makes it unique. Indeed, by allusiveness the single poetic work can draw on a wide collective heritage reaching a virtually unlimited semantic polyvalence, in which the word ― kotoba ― lets emerge an undefined background, hedged in the unsaid. That is yūgen, the essence of the finest Japanese art.

Robert Tuck’s impressive study of the intersection of politics, poetry, and print media in Japan’s rapidly modernizing Meiji period challenges earlier notions of an emerging national literature. Rather than focus on debates over the role of fiction, the social space of the novel, or influence of European-inflected literary styles within the Tokyo- based literary community, Tuck aims to “offer a close, ground-level account of the inter- action of poetry and print media with a view to providing greater nuance to existing models of the media-driven emergence of modern nationalism and national imagina- tions” (p. xxxv).