História urbana do Rio de Janeiro

To reveal the trajectory of the Hotel Central of Rio de Janeiro, inaugurated in 1916, is to accompany the urban development of the then capital of Brazil, and especially of the Flamengo neighborhood. Evoking articles and images from popular magazines and newspapers of the time, postcards, and the basic aspects of the urban transformation carried out in the administration of Mayor Pereira Passos (1902-1906), all these recover the formatting of the Rio de Janeiro imagery as a city of fun, of beaches, of sea bathing, and the expansion of public urban space in the Rio de Janeiro’s Belle Époque. The affirmation of the lodging activity as a specialized field that was coming into existence is identified in parallel to the urban expansion of the city, through the recognition of some hostelry references, focusing Hotel Central as a turning point. |

TEXT IN PORTUGUESE |

| Revelar la trayectoria del Hotel Central de Río de Janeiro, inaugurado en 1916, es acompañar el desarrollo urbano de la entonces capital de Brasil, y en especial del barrio dl Flamengo. Evocando artículos e imágenes de la prensa de la época, tarjetas postales, y los aspectos básicos de las transformaciones urbanas realizadas en la administración del prefecto Pereira Passos (1902-1906), se rescata la construcción del imaginario de Río de Janeiro como ciudad de la diversión, de la vilegiatura, de las playas, del baño de mar y de la expansión del espacio público urbano en la Belle Époque de Rio de Janeiro. Se identifica en ese momento la afirmación de la actividad hotelera como un mercado y un campo especializado que se va constituyendo en paralelo a la expansión urbana de la ciudad, mediante el reconocimiento de algunas referencias hoteleras, teniendo el Hotel Central como punto de inflexión. |

| Revelar a trajetória do Hotel Central do Rio de Janeiro, inaugurado em 1916, é acompanhar o desenvolvimento urbano da então capital do país, e em especial do bairro do Flamengo. Evocando artigos e imagens da imprensa da época, cartões postais, e os aspectos básicos das transformações urbanas realizadas na adminis-tração do prefeito Pereira Passos (1902-1906), resgata-se a construção do imaginá-rio do Rio de Janeiro como cidade do divertimento, da vilegiatura, das praias, do banho do mar e da expansão do espaço público urbano na Belle Époque carioca. Identifica-se nesse momento a afirmação da atividade hoteleira como um campo especializado que vai se constituindo em paralelo à expansão urbana da cidade, mediante o reconhecimento de algumas referências hoteleiras, tendo o Hotel Central como ponto de inflexão.

O artigo investiga a maneira singular como um músico popular-o instrumentista, compositor, arranjador e maestro Alfredo Viana da Rocha Filho (1897-1973), mais conhecido como Pixinguinha-percebeu as transformações ocorridas no Rio de Janeiro da Primeira República (1889-1930)... Atento às transformações em curso na paisagem sonora da cidade e atraído pela possibilidade de atuar no recente nicho profissional aberto pelo mercado do entretenimento, ele inovou, ao lado de outros músicos seus contemporâneos, a linguagem musical popular, incorporando a suas práticas musicais novas sonoridades, oriundas do contexto urbano, da música popular estrangeira divulgada em discos e partituras e da rítmica de origem africana presente nos rituais religiosos afro-brasileiros praticados no Rio de Janeiro. Da reinterpretação de temas folclóricos brasileiros à incorporação de sonoridades oriundas do jazz, Pixinguinha soube se valer como poucos das transformações ocorridas na cidade. Por meio da análise de gravações da época, pretendemos escutar sua escuta, de modo a compreender as inter-relações entre o contexto urbano e produção musical da época.

A partir da análise das ações, relatos e documentos
elaborados por agentes do governo municipal
relativos ao projeto o Porto Maravilha, propõe‐se
discutir as características e os processos urbanos
atuantes sobre a zona portuária, considerando as
relações entre a espacialidade e a historicidade da
região. O artigo parte de uma discussão histórica que
busca pensar no tempo a relação entre o porto e a
cidade. Em sequência, investe em uma análise
sociológica sobre o atual projeto Porto Maravilha,
suas pretensões de criar uma ruptura na história da
urbe, através da articulação de um discurso que
vincula a decadência portuária com a necessidade de
regeneração do porto para se conquistar uma
reformulação da cidade como um todo. Essa
pretensão de estabelecer um marco de ruptura por
parte da prefeitura do Rio de Janeiro também
esconde as continuidades que esse projeto
estabelece com outros projetos pensados para a
cidade. O artigo discute também a maneira como o
referido plano de reformulação do porto busca se
estabelecer a despeito da historicidade e da
espacialidade da região.

Entre o porto e a história: revitalização urbana e novas historicidades no porto do Rio de Janeiro com vistas às Olimpíadas de 2016 Resumo A partir da análise das ações, relatos e documentos elaborados por agentes do governo municipal relativos ao projeto o Porto Maravilha, propõe-se discutir as características e os processos urbanos atuantes sobre a zona portuária, considerando as relações entre a espacialidade e a historicidade da região. O artigo parte de uma discussão histórica que busca pensar no tempo a relação entre o porto e a cidade. Em sequência, investe em uma análise sociológica sobre o atual projeto Porto Maravilha, suas pretensões de criar uma ruptura na história da urbe, através da articulação de um discurso que vincula a decadência portuária com a necessidade de regeneração do porto para se conquistar uma reformulação da cidade como um todo. Essa pretensão de estabelecer um marco de ruptura por parte da prefeitura do Rio de Janeiro também esconde as continuidades que esse projeto estabelece com outros projetos pensados para a cidade. O artigo discute também a maneira como o referido plano de reformulação do porto busca se estabelecer a despeito da historicidade e da espacialidade da região.