Histologia Humana
A coleção
Cadernos Acadêmicos da UFGD
tem como objetivo divulgar
o material produzido
pelos docentes da universidade,
para uso didático nas atividades
de ensino e extensão.
1
HISTOLOGIA HUMANA
Roteiro de aulas práticas
Arielle Cristina Arena
Dayane Caroline Sperandio Sales
Elimar Mayara de Almeida Menegotto
Jaqueline Carvalho Rinaldi
Universidade Federal da Grande Dourados
COED
Editora UFGD
Coordenador Editorial : Edvaldo Cesar Moretti
Técnico de apoio: Givaldo Ramos da Silva Filho
Redatora: Raquel Correia de Oliveira
Programadora Visual: Marise Massen Frainer
e-mail:
[email protected]
Conselho Editorial - 2009/2010
Edvaldo Cesar Moretti | Presidente
Wedson Desidério Fernandes | Vice-Reitor
Paulo Roberto Cimó Queiroz
Guilherme Augusto Biscaro
Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti
Rozanna Marques Muzzi
Fábio Edir dos Santos Costa
Revisão: Raquel Correia de Oliveira
Projeto gráfico: Marise Massen Frainer
Impressão: Gráfica Centro Imagem | Campo Grande | MS
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UFGD
611.0182
H673
Histologia humana : aulas práticas. / Arielle Cristina Arena... [et al.]. – Dourados, MS : Ed.UFGD, 2011.
104p . – (Cadernos acadêmicos UFGD. Ciências
da saúde).
ISBN
978-85-61228-68-2
1. Histologia humana. I. Arena, Arielle Cristina
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Histologia Humana
PREFÁCIO
A disciplina de Histologia requer práticas laboratoriais, que dão
suporte à aprendizagem acadêmica com relação à estrutura e função das
células, tecidos, órgãos e sistemas, além de noções de microscopia para
estudo destas estruturas em laboratório. Para atingir tal conhecimento
e obter melhor desempenho dos estudantes de cursos da área da Saúde,
surgiu a necessidade de elaboração deste roteiro de aulas práticas de
Histologia.
O presente roteiro descreve de forma didática, objetiva e ilustrada, as principais estruturas histológicas de importância para a área
da saúde. Assim, objetiva-se auxiliar os estudantes desta área, durante
as aulas práticas, a compreenderem melhor as estruturas, podendo ser
utilizado como material didático complementar por todos os estudantes
que cursam a disciplina de Histologia.
Os capítulos apresentados neste roteiro foram divididos em:
1) Breve descrição dos conhecimentos gerais sobre o assunto;
2) Descrição didática e ilustração das estruturas, com fotografias
das lâminas do laboratório de Histologia Humana da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Esperamos que este roteiro de estudo possa contribuir com o ensino e aprendizagem de Histologia.
Arielle Cristina Arena
Dayane Caroline Sperandio Sales
Elimar Mayara de Almeida Menegotto
Jaqueline Carvalho Rinaldi
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SUMÁRIO
1. TECIDO EPITELIAL
1.1. Tecido Epitelial de Revestimento
11
Artéria – Epitélio pavimentoso simples
Rim – Epitélio cúbico simples
Vesícula biliar – Epitélio cilíndrico simples
Epidídimo e Traquéia – Epitélio pseudo-estratificado cilíndrico
Esôfago – Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado
Pele espessa – Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado
Glândula salivar – Epitélio cúbico estratificado
Bexiga urinária – Epitélio de transição
1.2. Tecido Epitelial Glandular
19
Glândula Sublingual – Mucosa
Glândula Parótida – Serosa
Intestino grosso – Glândula tubular simples
Pele fina – Glândula alveolar; Glândula tubular enovelada
2. TECIDO CONJUNTIVO
2.1. Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
27
Esôfago – Tecido conjuntivo frouxo
Tendão – Tecido conjuntivo denso modelado
Pele (couro cabeludo) – Tecido conjuntivo denso não modelado
Cordão umbilical – Tecido mucoso
2.2. TECIDO ADIPOSO
31
Tecido adiposo unilocular
2.3. TECIDO CARTILAGINOSO
32
Traquéia - Cartilagem hialina
2.4. TECIDO ÓSSEO
35
Osso descalcificado (corte longitudinal)
Osso descalcificado (corte transversal)
Osso desgastado (corte transversal)
7
3. TECIDO NERVOSO
Nervo (corte longitudinal)
Nervo (corte transversal)
Gânglio nervoso parassimpático
Medula Espinhal (corte transversal)
Cérebro
Cerebelo
39
4. TECIDO MUSCULAR
45
Tecido muscular liso (corte longitudinal e transversal)
Tecido muscular estriado esquelético (corte longitudinal)
Tecido muscular estriado esquelético (corte transversal)
Tecido muscular estriado cardíaco (corte longitudinal)
Tecido muscular estriado cardíaco (corte transversal)
8
5. SISTEMA CIRCULATÓRIO
Artéria elástica
Artéria muscular e veia
51
6. CÉLULAS DO SANGUE
Esfregaço sangüíneo
55
7. HEMOCITOPOESE
Esfregaço de medula óssea
57
8. SISTEMA IMUNITÁRIO E ÓRGÃOS LINFÁTICOS
Linfonodo
Baço
59
9. SISTEMA DIGESTÓRIO E GLÂNDULAS ANEXAS
Ponta de língua
Língua (sulco terminal)
Esôfago
Transição esôfago-estômago
Estômago (antro gástrico)
Intestino Delgado
Intestino Grosso
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Glândula Parótida
Glândula Submandibular
Glândula Sublingual
Pâncreas
Fígado
Vesícula Biliar
10. APARELHO RESPIRATÓRIO
Traquéia
Pulmão
75
11. PELE E ANEXOS
Pele espessa
Pele fina
79
12. APARELHO URINÁRIO
Rim
Rim (Córtex)
Ureter
Bexiga urinária
85
13. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
Tireóide e Paratireóide
91
14. APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
Testículo
Epidídimo
93
15. APARELHO REPRODUTOR FEMININO
Ovário
Tuba uterina
Útero
Glândulas mamárias
97
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
103
9
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1. TECIDO EPITELIAL
TIPOS DE TECIDO EPITELIAL:
Tecido epitelial de revestimento
Tecido epitelial glandular
1.1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO
Características principais:
• Células dispostas em camadas
• Pouca matriz extracelular entre as células
• Células justapostas e coesas (apresentando junções intercelulares entre elas: junções de oclusão, de adesão, desmossomos, junções comunicantes)
• Apoiado sobre a lâmina ou membrana basal
• Geralmente apresenta tecido conjuntivo subjacente
• Podem apresentar especializações na superfície apical (como
microvilosidades, cílios ou estereocílios)
Principais funções:
• Revestimento de superfícies
• Absorção de moléculas (intestino)
• Secreção (glândulas)
• Percepção de estímulos (neuroepitélio)
• Contração (células mioepiteliais)
Classificação quanto à forma das células da última camada:
• Pavimentoso (queratinizado ou não queratinizado)
• Cúbico
• Cilíndrico, prismático ou colunar
Classificação quanto ao número de camadas:
• Epitélio simples: uma camada de células
11
• Epitélio estratificado: mais de uma camada de células
• Epitélio pseudo-estratificado: única camada de células
apoiada na lâmina basal, com núcleos situados em alturas diferentes
• Epitélio de Transição
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Exemplos de Tecido Epitelial de Revestimento
1.1.1. Artéria - Epitélio pavimentoso simples
Este epitélio é constituído por uma única camada de células pavimentosas. Observa-se claramente os núcleos, achatados e bem corados
pela hematoxilina. Exemplo: Endotélio de vasos sanguíneos.
Ep. Pavimentoso
Simples
Ep. Pavimentoso Simples
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de artéria elástica. Notar o endotélio, formado por epitélio pavimentoso simples. Coloração Hematoxilina e Eosina (HE).
A (40X) e B (100X).
1.1.2. Rim - Epitélio cúbico simples
Este epitélio é constituído por uma única camada de células cúbicas. O núcleo é arredondado, devido ao formato da célula. Exemplo:
túbulo renal.
Ep. Cúbico Simples
Ep. Cúbico Simples
A
B
Figuras A e B: Corte histológico do córtex renal. Notar os túbulos renais,
os quais são revestidos por epitélio cúbico simples. Coloração HE. A (40X) e B
(100X).
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1.1.3. Vesícula biliar - Epitélio cilíndrico simples
Este epitélio é constituído por uma única camada de células cilíndricas (ou prismáticas), cujos núcleos, de posição predominantemente
basal, são alongados, acompanhando o formato da célula. Exemplo: revestimento epitelial da vesícula biliar.
Ep. Cúbico Simples
Ep. Cúbico Simples
Núcleos
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de vesícula biliar. Notar seu epitélio de
revestimento (epitélio cilíndrico simples). Coloração HE. A (40X) e B (100X).
1.1.4. Epidídimo e traquéia - Epitélio cilíndrico pseudo-estratificado
Este é um epitélio diferenciado, já que suas células estão dispostas em uma única camada, no entanto, os seus núcleos estão situados em
alturas diferentes. Isto ocorre porque nem todas as células atingem a superfície, mas todas estão apoiadas na lâmina basal. Assim, este epitélio
é denominado “pseudo-estratificado”, já que essa posição dos núcleos
causa a falsa impressão de estratificação do epitélio. A maioria destas
células epiteliais também têm o diferencial de serem ciliadas e entremeadas por células caliciformes, produtoras de muco (na traquéia) ou
com estereocílios (no epidídimo). Exemplos: Epitélio de revestimento
do Epidídimo e da Traquéia.
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Ep. Pseudo-estratificado
cilíncrico ciliado
Céls calciformes
Ep. Pseudo-estratificado cilìndrico
A
B
Figuras A e B: Corte histológico do epidídimo (em A) e da traquéia (em
B). Notar seu epitélio de revestimento (epitélio pseudo-estratificado cilíndrico
com estereocílios no epidídimo e ciliado na traquéia). Coloração HE. A e B (100X).
1.1.5. Esôfago - Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado
Esse epitélio reveste cavidades úmidas e possui mais de uma
camada de células, sendo a última camada de células pavimentosas
(achatadas). As células mais próximas do tecido conjuntivo subjacente
geralmente são mais prismáticas ou cúbicas, mas à medida que ocupam
posições mais afastadas do tecido conjuntivo, vão se tornando poliédricas, até se tornarem pavimentosas na superfície. Exemplo: Revestimento interno do esôfago.
Ep. pavimentosos
estratificado
A
Ep. pavimentosos
estratificado
B
Figuras A e B: Corte histológico de esôfago. Notar seu epitélio de revestimento (epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado). Coloração HE. A
(40X) e B (100X).
15
1.1.6. Pele espessa Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado
A pele, cuja superfície é seca, possui um epitélio pavimentoso
estratificado, que pode ser dividido em quatro camadas (da base para a
superfície): basal, espinhosa, granulosa e córnea, sendo a córnea constituída por células mortas, com citoplasma repleto de queratina.
A pele espessa, encontrada na palma da mão e na planta dos pés
possui maior número de camadas e a camada córnea é muito mais espessa. No entanto, na pele fina, encontrada no restante do corpo, diminui-se o número de camadas e a queratina torna-se mais fina e rendilhada.
Camada cómea
Camada cómea
Camada granulosa
Camada espinhosa
Camada basal
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de pele espessa. Notar seu epitélio de
revestimento (epitélio pavimentoso estratificado queratinizado). Coloração HE.
A (10X) e B (40X).
1.1.7. Glândula salivar - Epitélio cúbico estratificado
Os ductos das glândulas salivares podem ser de diferentes calibres. Enquanto os ductos intralobulares apresentam-se revestidos por
epitélio cúbico simples, os interlobulares e os excretores apresentam
epitélio cúbico estratificado. Observe, nos cortes histológicos abaixo,
que os núcleos das células deste epitélio são bem arredondados, característicos das células cúbicas.
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Ep. Cúbico
estratificado
Ep. Cúbico
estratificado
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de glândulas salivares. Notar o epitélio
de revestimento dos ductos interlobulares (epitélio cúbico estratificado). Coloração HE. A e B (100X).
1.1.8. Bexiga urinária - Epitélio de transição
O epitélio de revestimento interno da mucosa da bexiga urinária
é constituído por células globosas e apresenta espessura variável, uma
vez que ela é um órgão distensível. Quando a bexiga está cheia de urina, o epitélio se torna distendido, ficando as células mais achatadas;
quando o órgão encontra-se contraído ou vazio, as células superficiais
assumem um aspecto globoso ou arredondado.
Ep. de Transição
Céls globosas
A
Ep. de transição
B
Figuras A e B: Corte histológico de bexiga urinária. Notar seu epitélio de
revestimento (epitélio de transição), no qual as células se apresentam com aspecto globoso (bexiga vazia). Coloração HE. A (40X) e B (100X).
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1.2. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR
Características principais:
• Constituído por células capazes de produzir secreções
• Produtos elaborados podem ser armazenados temporariamente
no citoplasma
• Epitélio glandular forma as glândulas:
- Unicelular (ex: células caliciformes): formada por uma única
célula secretora
- Pluricelular (maioria das glândulas)
Principal função:
• Produzir secreções (proteínas, lipídios ou glicoproteínas)
Classificação das glândulas quanto à forma de secreção:
• Exócrina: apresentam duas porções: secretora e excretora (ductos); o produto de secreção é lançado em ductos excretores que
se abrem em um órgão ou superfície livre. Exemplos: glândulas
sudoríparas, salivares, mama, próstata
• Endócrina: o produto de secreção (hormônios) é lançado na
corrente sanguínea. Exemplos: hipófise, tireóide, adrenal
• Mista: possui uma porção exócrina e uma porção endócrina.
Exemplos: pâncreas, fígado
Classificação das Glândulas Exócrinas:
Quanto ao modo de liberação da secreção:
• Merócrina: elimina apenas o produto de secreção
• Holócrina: célula se destaca junto ao produto de secreção
• Apócrina: produto de secreção é eliminado junto com parte do
citoplasma apical
Quanto à porção excretora:
• Simples: apresenta um único ducto excretor que não se divide
19
• Composta: apresenta ductos ramificados de vários tamanhos ou
calibres
Quanto à forma da porção secretora:
• Tubulosa
• Tubulosa enovelada
• Tubulosa ramificada
• Acinosa
• Túbulo acinosa
Quanto ao tipo de secreção:
• Serosa
• Mucosa
• Seromucosa (secreção mista)
Classificação das Glândulas Endócrinas:
Quanto ao arranjo das células epiteliais:
• Cordonal: as células se dispõem em cordões (ex: paratireóide)
• Vesicular: as células se agrupam formando vesículas (ex: tireóide)
Exemplos de Tecido Epitelial Glandular
1.2.1. Glândula Sublingual - Mucosa
A glândula sublingual é uma glândula salivar do tipo tubuloacinosa composta, formada por células predominantemente mucosas, mas
com a presença de semiluas serosas. Os túbulos mucosos são fracamente corados devido à presença de secreção mucosa na região apical da
célula; os núcleos são basais e achatados. Pode observar-se a presença
de semiluas serosas (formado por células serosas).
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Túbulos mucosos
Ducto glandular
Túbulos mucosos
A
B
Figuras A e B: Corte histológico da glândula sublingual. Em A, um aspecto geral da glândula, onde se pode notar a presença de inúmeros túbulos mucosos, palidamente corados. Em B, túbulos mucosos em maior detalhe. Notar a
presença de um ducto glandular. Coloração HE. A (10X) e B (100X).
1.2.2 Glândula Parótida - Serosa
A glândula parótida é uma glândula salivar do tipo acinosa composta, sendo sua porção secretora composta exclusivamente por células
serosas. As células serosas são bem coradas, poliédricas ou piramidais
e com núcleos centrais e arredondados. Essas células apresentam grânulos de secreção na região apical.
Ácinos serosos
Ductos glandulares
Ácinos serosos
B
A
Figuras A e B: Corte histológico da glândula parótida. Em A, um aspecto
geral da glândula, onde se pode notar a presença de inúmeros ácinos serosos.
Em B, ácinos serosos em maior detalhe. Coloração HE. A (10X) e B (100X).
1.2.3 Intestino grosso - Glândula tubular simples
As glândulas intestinais são exemplos de glândulas tubulares
simples, longas e caracterizadas por abundância de células calicifor21
mes. As células caliciformes são glândulas unicelulares que produzem
muco, por isso o citoplasma é pouco corado, e os núcleos são periféricos, assim como nos ácinos mucosos.
Glândula tubular simples
Céls calciformes
Glândula tubular simples
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de intestino grosso. Notar a presença de
células caliciformes. Coloração HE. A (20X) e B (40X).
1.2.4. Pele fina - Glândula sebácea (alveolar); Glândula sudorípara (tubular e enovelada)
As glândulas sebáceas são glândulas alveolares que se situam
na derme da pele fina, não sendo encontradas na pele glabra (palma
da mão e planta dos pés). São holócrinas e geralmente possuem vários
alvéolos desembocando em um ducto curto, junto aos folículos pilosos.
As glândulas sudoríparas são glândulas tubulares enoveladas encontradas em toda a pele. Seus ductos não se ramificam, sendo abertos
na superfície da pele. Devido à sua natureza enovelada, em corte histológico não são vistas de forma contínua, mas sim como aglomerados
de pequenos túbulos na derme. Geralmente são glândulas merócrinas.
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Glândula
Figuras A e B: Corte histológico de pele
fina. Em A, uma glândula alveotubular
Glândula
alveolar
lar (glândula
sebácea).
Em B, notar a presença
de uma glândula alveolar e uma
enovelada
glândula tubular enovelada (glândula sudorípara). Coloração HE. A e B (40X).
A
B
23
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Histologia Humana
2. TECIDO CONJUNTIVO
Tipos de Tecido Conjuntivo:
1. Tecido Conjuntivo Propriamente Dito:
-Frouxo
-Denso modelado
-Denso não modelado
2. Tecido Conjuntivo de Propriedades Especiais:
-Mucoso
-Elástico
-Reticular ou Hemocitopoético (linfóide e mielóide)
-Adiposo
3. Tecido Conjuntivo de Suporte
-Cartilaginoso
-Ósseo
Características principais:
• Grande quantidade de matriz extracelular
• Altamente vascularizado e inervado
Principais funções:
• Sustentação e nutrição
• Preenchimento e adesão dos tecidos
• Mecânica: ossos, tendões, cartilagens
• Defesa e proteção: efetuada pelas células de defesa do organismo (macrófagos, plasmócitos)
• Reserva / Armazenamento de gordura: tecido adiposo
• Meio de trocas e barreira física
• Regeneração
25
Constituição:
• Matriz extracelular:
-Substância fundamental: material hidratado, amorfo; composto por: glicosaminoglicanas, proteoglicanas e glicoproteínas de
adesão
-Fibras: colágenas, elásticas e reticulares
• Células:
-Fixas ou residentes: fibroblastos, adipócitos, mastócitos
-Transitórias, livres ou migrantes: macrófagos, plasmócitos, leucócitos
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Histologia Humana
Exemplos de Tecido Conjuntivo
2.1. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO
2.1.1. Esôfago - Tecido conjuntivo frouxo
Este tipo de tecido conjuntivo apresenta quantidade equilibrada dos diferentes componentes da matriz (células, fibras e substância
fundamental). As fibras colágenas são delgadas e não organizadas. No
esôfago, o tecido conjuntivo está situado abaixo do epitélio, constituindo a lâmina própria.
Lâmina
própria T.C.
frouxo
Lâmina
própria T.C.
frouxo
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de esôfago. Em A e B, pode-se evidenciar
a lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo, abaixo do epitélio. Coloração HE.
A (10X) e B (40X).
2.1.2. Tendão - Tecido conjuntivo denso modelado
Este tecido conjuntivo apresenta fibras colágenas espessas e paralelas, formando feixes separados por fibrócitos alongados. Resistentes à tração em um único sentido (fibras e feixes orientados na mesma
direção).
27
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de tendão. Em A e B, pode-se evidenciar
que as fibras e feixes deste tecido estão orientados em uma mesma direção,
com células alongadas (fibrócitos) entre eles. Coloração HE. Aumento: A (40X)
e B (100X).
2.1.3. Pele (couro cabeludo) Tecido conjuntivo denso não modelado
Este tecido conjuntivo possui predomínio de fibras e feixes colágenos, orientados em diversas direções. Apresenta uma menor proporção de células em relação à matriz.
Fibras colágenas
Fibras colágenas
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de pele. Em A e B, pode-se evidenciar que
as fibras e feixes deste tecido estão orientados em uma mesma direção, com
células alongadas (fibrócitos) entre eles. Coloração HE. A (20X) e B (40X).
28
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2.1.4. Cordão umbilical Tecido mucoso
Neste tecido observa-se uma estrutura circular, mal definida,
dentro da qual há três estruturas circulares mais coradas: a mais acidófila é uma veia, e as outras duas, artérias. Observe o tecido que circunda
essas estruturas. As fibras colágenas do cordão umbilical são extremamente finas e de difícil visualização, e o que predomina neste tecido é
a substância fundamental que não se cora bem com a técnica de H.E.
Contudo, há a presença de numerosas células, que podem ser reconhecidas pelos núcleos. São os fibroblastos que secretam a matriz.
Tecido mucoso
Vasos umbilicais
Tecido mucoso
Vaso umbilical
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de cordão umbilical. Em A e B, pode-se
evidenciar o tecido mucoso, entre os vasos umbilicais. Coloração HE. A (10X) e
B (20X).
29
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2.2. TECIDO ADIPOSO
Tipos de Tecido Adiposo:
• Unilocular ou amarelo: apresenta uma gotícula de gordura ocupando todo o citoplasma
• Multilocular ou pardo: apresenta numerosas gotículas lipídicas
no citoplasma
Características principais:
• Tipo especializado de tecido conjuntivo, constituído predominantemente por adipócitos
• Localização: isolados ou em pequenos grupos no tecido conjuntivo e no tecido adiposo
• Inervação: fibras simpáticas do Sistema Nervoso Autônomo terminações nervosas na parede dos vasos sanguíneos (unilocular) ou atingindo diretamente as células (multilocular)
Principais funções:
• Depósito de energia: sob a forma de triglicerídios
• Função secretora (Unilocular): síntese de leptina e lipase lipoprotéica
• Modelagem da superfície corpórea
• Isolamento térmico
• Função de amortecedor
• Preenchimento
• Manutenção da posição dos órgãos
• Produção de calor
31
Exemplo de Tecido Adiposo
2.2.1. Tecido adiposo unilocular
O tecido adiposo caracteriza-se pela predominância de adipócitos, que são células grandes, esféricas, de núcleo periférico e com uma
grande gotícula de lipídio que ocupa todo o citoplasma. Devido à sua
constituição lipídica, que é dissolvida durante o processamento histológico, o citoplasma dessas células não é corado nos cortes histológicos
comuns.
*
Núcleos
Adipócitos
Adipócitos
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de tecido adiposo. Em A e B, pode-se evidenciar os adipócitos, os quais possuem uma grande gotícula de lipídio (*) e
núcleo periférico. Coloração HE. A e B (100X).
2.3. TECIDO CARTILAGINOSO
Tipos de Tecido Cartilaginoso:
1. Cartilagem hialina – é a mais comum, predomina colágeno
tipo II, apresenta pericôndrio (exceto a cartilagem articular). Ex: disco
epifisário, parede das fossas nasais, traquéia e brônquios
2. Cartilagem elástica – apresenta pouco colágeno tipo II, abundante fibras elásticas, apresenta pericôndrio. Ex: pavilhão auditivo, epiglote, cartilagem cuneiforme da laringe
3. Cartilagem fibrosa – predomínio de colágeno tipo I, não apresenta pericôndrio. Ex: discos intervertebrais, sínfise pubiana
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Características principais:
. Forma especializada de tecido conjuntivo
. Consistência rígida, firme
. Lacunas: cavidades na matriz ocupadas por condrócitos
. Avascular, nutrição proveniente do líquido sinovial ou capilares
do pericôndrio
. Sem inervação
Constituição:
. Abundante matriz extracelular: colágeno, elastina, proteoglicanos, glicoproteínas adesivas
. Células: Condrócitos e Condroblastos
Principais funções:
. Suporte aos tecidos moles
. Revestimento de superfícies articulares
. Absorção de choques, deslizamento
. Formação e crescimento dos ossos longos
33
Exemplo de Tecido Cartilaginoso
2.3.1 Traquéia - Cartilagem hialina
A cartilagem hialina é a mais encontrada no corpo. Revestida
pelo pericôndrio, camada de tecido conjuntivo denso que é fonte de
novos condrócitos e responsável pela nutrição e oxigenação da cartilagem.
Os fibroblastos presentes no pericôndrio se multiplicam por mitoses e originam os condroblastos, que permanecem na região periférica da cartilagem. Possuem forma alongada, com o eixo maior paralelo
à superfície. Mais profundamente encontram-se os condrócitos, que são
mais arredondados e formam grupos isógenos. Cada grupo isógeno se
origina de um mesmo condroblasto. Em corte histológico, os condrócitos estão no interior de lacunas. Entre as lacunas, observa-se a matriz
cartilaginosa, de aspecto homogêneo na cartilagem hialina.
Pericôndrio
Condrocitos
Condroblastos
Condrócitos
A
Condroblastos
B
Figuras A e B: Corte histológico de traquéia. Em A e B, pode-se evidenciar
o tecido cartilaginoso hialino, envolvido por pericôndrio. Coloração HE. A (10X)
e B (40X).
34
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2.4. TECIDO ÓSSEO
Tipos de Tecido Ósseo:
1. Classificação histológica:
.
Osso primário: primeiro tecido ósseo que aparece; presente
apenas nos processos de ossificação: desenvolvimento, crescimento ou fratura óssea
. Osso secundário: substitui gradativamente o osso primário;
possui fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas ou concêntricas em torno do Sistema Haversiano
2. Classificação anatômica:
. Osso compacto: na superfície, maciço; encontrado nas diáfises
de ossos longos, na periferia dos ossos curtos e dos ossos chatos
. Osso esponjoso: reveste a cavidade medular, possui trabéculas
ósseas e cavidades; encontrado no centro das epífises dos ossos
curtos e nos ossos chatos.
Características principais:
. Tipo especializado de tecido conjuntivo rígido
. Vascularizado e inervado
. Constante remodelação
. Formado por células e matriz extracelular calcificada (matriz
óssea)
. Periósteo e Endósteo nutrição e fornecimento de novos osteoblastos
Constituição:
. Células: Originam-se de células osteoprogenitoras
- Osteoblastos células responsáveis pela produção da matriz
orgânica do tecido ósseo, participam da mineralização da matriz,
localizam-se nas superfícies ósseas
35
- Osteócitos células ósseas achatadas, aprisionados em cavidades ou lacunas no interior da matriz
- Osteoclastos células gigantes, móveis e multinucleadas; responsáveis pela reabsorção de tecido ósseo (remodelação)
Matriz óssea: 50% de parte orgânica e 50% de material mineral
- Parte orgânica: 95% colágeno tipo I; glicosaminoglicanos e
proteoglicanos; glicoproteínas adesivas
- Parte inorgânica: contém os íons fosfato e cálcio formando os
cristais de hidroxiapatita
Principais funções:
. Principal constituinte do esqueleto
. Suporte para as partes moles e proporciona apoio aos músculos
esqueléticos (sistema de alavancas)
. Proteção dos órgãos vitais (como os contidos nas caixas craniana, torácica e no canal raquidiano)
. Aloja e protege a medula óssea
. Depósitos de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os ou
liberando-os, de modo a manter a homeostase desses íons nos
líquidos corporais
Sistema de Havers:
1. Canais de Havers
. Percorrem o osso longitudinalmente
. Ao redor destes canais existem, em cortes transversais, várias
lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas
. Cada conjunto destes, formado pelo canal central de Havers e
por lamelas concêntricas, é chamado de Sistema Haversiano
36
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2. Canais de Volkmann
. Possuem trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do
osso
. Não apresentam lamelas concêntricas
. Comunicam os canais de Havers entre si e com as superfícies
Exemplos de Tecido Ósseo
2.4.1. Osso descalcificado (corte longitudinal)
Neste corte histológico, mais perifericamente encontra-se o periósteo (que contém, em sua porção mais superficial fibras colágenas e fibroblastos, e em sua porção mais profunda, células osteoprogenitoras),
e mais profundamente as células e a matriz óssea, entremeadas pelos
canais de Havers e Volkmann. Visto que os canais de Volkmann são
perpendiculares ao maior eixo do osso, em um corte longitudinal são
percebidos como pontos arredondados. Já os canais de Havers, que são
paralelos ao maior eixo do osso, apresentam-se como canais alongados.
Periósteo
Canais de Volkmann
Canais de Volkmann
Canais de Havers
Canais de Havers
A
Osteócitos
B
Figuras A e B: Osso descalcificado (corte longitudinal). Em A e B, pode-se
evidenciar a presença do periósteo (mais externamente) e das células e matriz
óssea, entremeadas pelos canais de Havers e Volkmann. Coloração HE. A (10X)
e B (40X).
37
2.4.2. Osso descalcificado (corte transversal)
Em um corte transversal de osso, a situação observada no corte
longitudinal se inverte. Os canais de Havers são vistos como pequenos
pontos arredondados, circundados por lamelas concêntricas e osteócitos; e os canais de Volkmann são percebidos como canais alongados
interligando canais de Havers.
Periósteo
Canais
de Havers
Canais de Havers
Lamelas
ósseas
Osteócitos
A
B
Figuras A e B: Osso descalcificado (corte transversal). Em A e B, pode-se
evidenciar a presença do periósteo (mais externamente) e das células e matriz
óssea, entremeadas pelos canais de Havers. Coloração HE. A (20X) e B (40X).
2.4.3 Osso desgastado (corte transversal)
Outra técnica histológica para visualização das estruturas ósseas
consiste no desgaste do osso. Observações idem anterior.
A
Canais
de Havers
B
Canais
de Havers
Lamelas
ósseas
Figuras A e B: Osso desgastado (corte transversal). Em A e B, pode-se evidenciar a presença de lamelas ósseas, canais de Havers e de Volkmann. Coloração HE. A (10X) e B (20X).
38
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3. TECIDO NERVOSO
Características principais:
.
Anatomicamente é dividido em Sistema Nervoso Central
(SNC) (encéfalo e medula espinhal) e Sistema Nervoso Periférico (SNP) (gânglios e nervos)
. No SNC o tecido nervoso está organizado em substância cinzenta e substância branca
. A substância cinzenta é constituída pelos corpos celulares dos
neurônios, células da glia (oligodendrócitos, astrócitos e micróglia) e fibras nervosas amielínicas
. Na substância branca observam-se fibras nervosas mielínicas,
células da glia (oligodendrócitos, astrócitos e micróglia) e algumas fibras nervosas amielínicas
. No cérebro e cerebelo, a substância cinzenta está localizada na
região periférica e a substância branca está localizada na região
central
. No cerebelo, a substância cinzenta é subdividida em três regiões ou camadas: camada molecular (mais externa); camada de
células de Purkinje e camada granulosa
. Na medula espinhal, a substância branca está localizada na região mais externa e a cinzenta está localizada internamente. No
centro desta encontra-se o canal ependimário
. O SNC está envolvido pelas meninges: dura-máter, mais externa, constituída por tecido conjuntivo denso; a aracnóide e a
pia-máter, vascularizada e aderente ao tecido nervoso
. O SNP é constituído pelos nervos e gânglios
. Os nervos são formados por um conjunto de fibras nervosas
(axônios) e podem ser mielínicos, amielínicos ou mistos
. Uma camada fibrosa de tecido conjuntivo reveste o nervo (epineuro). Feixes de fibras nervosas são separadas por células achatadas, justapostas (perineuro). Cada fibra nervosa é envolvida
39
pelo endoneuro (tecido conjuntivo frouxo com fibras reticulares)
. Os corpos celulares dos neurônios podem agregar-se fora do
SNC e formar os gânglios, que são órgãos arredondados de tamanho variável, revestidos por uma cápsula de tecido conjuntivo
e estão associados a nervos. Podem ser divididos em gânglios cerebrospinais (sensitivos), maiores, e gânglios do sistema nervoso
autônomo, menores.
Principais funções:
. Detectar, transmitir e analisar as informações geradas pelos estímulos sensoriais
. Organizar e coordenar as funções do organismo
Constituição celular:
. Constituído por neurônios e pelas células da neuroglia
. Há grande variação no tamanho do neurônio, mas todos apresentam um corpo celular ou pericário, um axônio e pode ter um
ou mais dendritos, de comprimentos diferentes
. O corpo celular do neurônio ou pericário apresenta núcleo grande, vesiculoso, com nucléolo evidente e o citoplasma da célula
normalmente é basófilo, pela presença dos corpúsculos de Nissl
(retículo rugoso + polirribossomos)
. Células da neuroglia: oligodendrócitos, astrócitos, micróglia,
células de Shwann e células ependimárias
. Células satélites são encontradas envolvendo o corpo celular
dos neurônios
. Os axônios (fibras nervosas) podem ser mielínicos e amielínicos
Classificação do neurônios:
.
Quanto à morfologia (número e comprimento dos prolongamentos): Neurônios multipolares; bipolares e pseudo-unipolares
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Histologia Humana
. Quanto à função: Neurônios motores; sensoriais e interneurônios
Exemplos de Tecido Nervoso
3.1. Nervo (corte longitudinal)
Neste corte histológico é possível observar as fibras nervosas
(axônios) em corte longitudinal. O endoneuro se organiza envolvendo
cada fibra, e os feixes que elas formam são revestidos pelo perineuro.
Também podem ser observados os núcleos das células de Schwann, as
quais formam a bainha de mielina no Sistema nervoso periférico.
Endoneuro
Perineuro
Endoneuro
Núcleos das
células de
Schwann
Perineuro
}
Feixe nervoso
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de nervo (corte longitudinal). Coloração
HE. A (10X) e B (40X).
3.2. Nervo (corte transversal)
Em corte transversal, os axônios se apresentam como pequenos
pontos e são envolvidos pela bainha de mielina formada pelas células
de Schwann. No revestimento das fibras e preenchendo o espaço entre
elas está o endoneuro. As fibras nervosas formam feixes, os quais são
revestidos por várias camadas de células achatadas, o perineuro. Por
fim, há o epineuro, que reveste o nervo e preenche os espaços entre os
feixes nervosos.
41
Perineuro
Perineuro
Endoneuro
Fibra nervosa
Epineuro
Endoneuro
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de nervo (corte transversal). Coloração
HE. A (4X) e B (40X).
3.3. Gânglio nervoso parassimpático
Os gânglios nervosos parassimpáticos possuem uma cápsula de
tecido conjuntivo denso e são constituídos por neurônios pseudo-unipolares. No corte histológico, os corpos neuronais se situam em uma
extremidade do gânglio e os axônios se dirigem para a outra (saindo do
gânglio). Esses neurônios são células grandes, com amplo citoplasma,
e núcleo com nucléolo evidente. Circundando os neurônios, estão as
células satélites (células da glia).
Núcleo
Cápsula
Corpos celulares
Corpo celular
A
Axônios
Céls satélite
B
Figuras A e B: Corte histológico de gânglio nervoso parassimpático. Coloração HE. A (10X) e B (40X).
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3.4. Medula Espinhal
Na medula espinhal distinguem-se as duas substâncias principais, a branca e a cinzenta. A branca, mais externa, é revestida pelas
meninges: pia-máter, aracnóide e dura-máter (de interno para externo).
A cinzenta, mais interna, forma o H medular, cujos traços verticais formam os cornos anteriores e posteriores. No centro do H há um orifício, o canal central, que é revestido por células ependimárias (células
gliais). A substância branca possui uma reentrância por onde a pia-máter se invagina, o sulco anterior. A pia-máter também é contínua com os
cornos do H medular.
Pia-máter
Substância
branca
Meniges
Pia-máter
Corpo de
neurônio
Céls.
ependimárias
Canal central
Substância
cinzenta
A
Céls.
ependimárias
Canal central
B
Figuras A e B: Corte histológico de medula espinhal. Coloração HE. A (4X)
e B (10X).
3.5. Cérebro
O cérebro possui córtex de substância cinzenta e medula de substância branca. As células são principalmente piramidais, estreladas ou
fusiformes. O córtex possui 6 camadas (de externo para interno): molecular, granular externa, piramidal externa, granular interna, piramidal
interna e fusiforme. As camadas não são bem delimitadas, mas as camadas piramidais se diferenciam das granulares por possuírem células de
núcleos maiores. O cérebro é revestido por meninges: pia-máter, aracnóide e dura-máter (de interno para externo).
43
Pia-máter
Camada molecular
Substância
cinzenta
Camada granular
externa
Substância
branca
A
Camada piramidal
externa
B
Figuras A e B: Corte histológico de cérebro. Coloração HE. A (10X) e B
(20X).
3.6. Cerebelo
O cerebelo é dividido em lóbulos. Em cada lóbulo, há dobras
formadas por uma parte superficial de substância cinzenta (córtex) e
um eixo central de substância branca (medula). O córtex possui três
camadas (de interno para externo): Camada granulosa: possui as menores células do corpo, de estrutura atípica, com 3 a 6 dendritos e um
só axônio; Camada de células de Purkinje: formada por uma só fileira
dessas células, que são grandes e possuem numerosos dendritos; Camada molecular: contém poucos neurônios e muitas fibras amielínicas.
Camada molecular
Substância branca
Camada granulosa
Camada granulosa
Células de Purkinje
Células de Purkinje
Camada molecular
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de cerebelo. Coloração HE. A (10X) B 40(X).
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4. TECIDO MUSCULAR
Características principais:
. Constituído por células alongadas, chamadas de fibras musculares, que apresentam miofilamentos citoplasmáticos (proteínas)
responsáveis pela contração
.
A membrana da fibra pode ser denominada de sarcolema, o
citoplasma de sarcoplasma e o retículo endoplasmático liso de
retículo sarcoplasmático
. No músculo estriado, os miofilamentos contráteis se organizam
formando o sarcômero, unidade morfofuncional básica da fibra
. Os sarcômeros se organizam e formam as miofibrilas
Principais funções:
. Contração
. Produção de movimentos
. Estabilização das posições do corpo
. Produção de calor
Tipos de Tecido Muscular:
A. Muscular estriado esquelético: contração rápida e voluntária
B. Muscular estriado cardíaco: contração rítmica e involuntária
C. Muscular liso: contração lenta e involuntária
A. MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO
. Formado por feixes de fibras longas, cilíndricas, multinucleadas, e núcleos localizados na região periférica da fibra
. Apresenta estriações transversais devido à repetição de unidades iguais denominadas de sarcômeros
. Apresenta tríades (cisterna de retículo sarcoplasmático + túbulo
T + cisterna de retículo)
45
. Cada fibra ou célula muscular está envolvida pelo endomísio,
os feixes de fibras pelo perimísio e o músculo ou grupo de feixes
pelo epimísio
B. MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO
.
Formado por células musculares alongadas, ramificadas, uni
ou bipolares, com estriações transversais e um ou raramente dois
núcleos centrais
. São ramificadas (possuem anastomoses) e apresentam disco intercalar (complexos juncionais: junção de adesão, desmossomos
e junções comunicantes)
. Apresenta estriações transversais (sarcômeros)
. Apresenta díades (túbulo T + cisterna de retículo)
. Possui intenso metabolismo aeróbio: 40% do volume celular é
ocupado por mitocôndrias
C. MÚSCULO LISO
. Formado por células alongadas, fusiformes, com núcleo único
e central
. O citoplasma é acidófilo, homogêneo e não apresenta estriações
transversais
. O sarcolema apresenta cavéolas (contêm íons Ca+)
. As fibras musculares lisas podem aparecer isoladas, em pequenos grupos ou formar uma camada espessa de musculatura lisa
(ex: nas vísceras e vasos sangüíneos)
46
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Exemplos de Tecido Muscular
4.1. Músculo liso (corte longitudinal e corte transversal)
O músculo liso se caracteriza por ausência de estriações, núcleo
central e fusiforme e forte coloração. Na porção mais distal do esôfago,
as camadas musculares são constituídas apenas por células musculares
lisas. São duas camadas espessas orientadas em sentidos opostos, assim, podem ser vistos os dois cortes, longitudinal e transversal, em um
mesmo corte histológico.
Corte longitudinal
Corte longitudinalal
Corte transversal
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de esôfago, onde se observa o músculo
liso, em corte longitudinal (A) e em corte longitudinal em maior aumento (B).
Coloração HE. A (10X) e B (40X).
4.2. Músculo estriado esquelético (corte longitudinal)
Em corte longitudinal de músculo estriado esquelético, as fibras
musculares (multinucleadas) são observadas por sua alongada extensão. São visíveis as estriações transversais e os núcleos das células (os
quais são periféricos).
47
Estriações
Núcleos
Núcleos
Fibras musculares
A
Fibras musculares
B
Figuras A e B: Músculo estriado esquelético (corte longitudinal). Coloração HE. A e B (100X).
4.3. Músculo estriado esquelético (corte transversal)
Em corte transversal observa-se também o endomísio (lâmina
basal da fibra muscular associada a fibras reticulares), revestindo as fibras musculares e o perimísio (tecido conjuntivo), revestindo os feixes
de fibras, além do núcleo das células (periféricos).
Perimísio
Endomísio
Perimísio
A
Endomísio
B
Figuras A e B: Músculo estriado esquelético (corte transversal). Coloração HE. A (20X) e B (100X).
4.4. Tecido estriado cardíaco (corte longitudinal)
O músculo cardíaco é formado por células musculares alongadas, ramificadas, uni ou binucleares e com estriações transversais. No
corte longitudinal observa-se a presença dos discos intercalares, também transversais, mais fortemente corados que as estriações. Os discos
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intercalares são complexos juncionais encontrados na interface das células musculares adjacentes. O núcleo das células é central.
Núcleos
Núcleos
Discos intercalares
A
B
Figuras A e B: Músculo estriado cardíaco (corte longitudinal). Coloração
HE. A (20X) e B (40X).
4.5. Tecido estriado cardíaco (corte transversal)
Em corte transversal, as estriações e os discos intercalares não
são visíveis. Observam-se apenas os aglomerados de fibras musculares
e seus núcleos centrais.
A
B
Figuras A e B: Músculo estriado cardíaco (corte transversal). Coloração
HE. A (20X) e B (100X).
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5. SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório abrange o sistema vascular sanguíneo e o
sistema vascular linfático.
SISTEMA VASCULAR SANGUÍNEO
O sistema vascular sanguíneo é composto pelas seguintes estruturas:
. Coração (vaso modificado) com função de bombear sangue
. Vasos:
- Artérias (muscular e elástica): leva sangue aos tecidos; possui
estrutura esférica regular
- Capilares: trocas metabólicas; podem ser de quatro tipos – contínuo, fenestrado (com e sem diafragma) e sinusóide
- Veias (grande, médio e pequeno calibre): leva sangue dos tecidos ao coração; possui contornos irregulares
Túnicas do Coração:
. Epicárdio:
- Revestimento mesotelial (pericárdio visceral)
- Tecido conjuntivo submesotelial contendo nervos, vasos coronários e tecido adiposo
. Miocárdio:
- Mais espesso, formado por células musculares cardíacas de
orientação em espiral que se apóiam no esqueleto fibroso do coração
- Tecido conjuntivo frouxo entre os feixes de fibras musculares
. Endocárdio:
- Endotélio: revestimento pavimentoso simples
- Subendotélio: tecido conjuntivo frouxo com fibras elásticas, colágenas e células musculares lisas
51
- Camada subendocárdica: tecido conjuntivo, veias, nervos e ramos do aparelho condutor de estímulos do coração.
Túnicas dos Vasos:
. Túnica íntima: Endotélio, revestimento interno, em contato
com a luz; formada por uma única camada de células epiteliais (epitélio
pavimentoso simples + lâmina basal); Subendotélio, tecido conjuntivo
frouxo com fibras elásticas, colágenas e células musculares lisas. Nas
artérias, a camada íntima apresenta ainda a Lâmina elástica interna
(fibras elásticas), que é a camada mais externa da íntima, separando-a
da média.
. Túnica média (intermediária): formada principalmente por
fibras musculares lisas, dispostas de forma circular. Possui também
fibras reticulares, elásticas e glicoproteínas e proteoglicanas. Nas artérias, a túnica média pode apresentar Lâmina elástica externa, que a
separa da adventícia. Camada bem desenvolvida nas artérias.
. Túnica adventícia (camada mais externa): camada de tecido
conjuntivo fibroelástico que se continua gradativamente com o tecido
conjuntivo de órgãos adjacentes. Na túnica adventícia dos vasos de
grande calibre estão presentes os vasa vasorum, pequenos vasos que
desempenham a função de nutrir as túnicas média e adventícia, onde os
nutrientes não chegariam por difusão a partir da luz do vaso. Camada
bem desenvolvida nas veias.
SISTEMA VASCULAR LINFÁTICO
. Características principais:
- Sistema de canais de parede fina, revestidos por endotélio
- Capilares linfáticos Vasos linfáticos Ductos linfáticos
Veias subclávias
. Principal função:
- Retornar o líquido extracelular para o fluxo sanguíneo
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Exemplos de Sistema Circulatório
5.1. Artéria Elástica
Analisando este corte transversal de uma artéria elástica, é possível identificar as três túnicas: a mais interna, em contato com a luz é
a túnica íntima (endotélio (epitélio pavimentoso simples), subendotélio
e lâmina elástica interna); a túnica média, a mais desenvolvida, constituída por camadas concêntricas de músculo liso e com predomínio de
fibras elásticas (lâminas elásticas), lâmina elástica externa. E a camada
mais externa, a túnica adventícia, constituída principalmente de tecido
conjuntivo frouxo; presença de vasos (vasa vasorum).
Túnica íntima
Túnica
adventícia
Túnica média
Túnica média
Túnica íntima
Túnica adventícia
A
Vasa vasorum
B
Figuras A e B: Corte histológico de artéria elástica (corte transversal). Coloração HE. A (4X) e B 20 (20X).
5.2. Artéria muscular e veia
Assim como na Figura 5.1 A, é possível identificar com clareza
as três túnicas da artéria muscular (lembrando que, nesse caso, predominam as fibras musculares lisas na túnica média). Notar também que
as lâminas elásticas externa e interna são bastante evidentes. Já a parede
da veia difere da artéria pelo fato de ter a túnica adventícia mais desenvolvida e rica em colágeno, e a média reduzida, com pouco músculo e
pouco tecido conjuntivo. A veia também não possui lâminas elásticas,
possui contornos irregulares e luz ampla.
53
Túnica adventícia
Túnica adventícia
Túnica íntima
Lâmina elástica
externa
Túnica média
Lâmina elástica
interna
Túnica média
A
Túnica íntima
B
Túnica íntima
Túnica adventícia
Túnica íntima
Túnica média
Túnica média
Túnica adventícia
C
D
Figuras A e B: Corte histológico de artéria muscular (corte transversal).
Figuras C e D: Corte histológico de veia (corte transversal).
Coloração HE. A (10X), B (100X), C (20X) e D (100X).
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6. CÉLULAS DO SANGUE
Características principais:
. O sangue é um tecido conjuntivo especial com a “matriz extracelular” líquida
. O sangue humano é constituído por: plasma, células (leucócitos
e hemácias) e fragmentos celulares (plaquetas)
- HEMÁCIAS ou ERITRÓCITOS: estão em maior número;
são anucleadas, bicôncavas e flexíveis, para que possam passar
pelos capilares; função: transporte de gases; vida-média de 120
dias
- LEUCÓCITOS: são incolores, esféricos, especializadas na defesa do organismo, podem deixar os capilares por diapedese. Os
leucócitos podem ser: granulócitos – neutrófilos, eosinófilos e
basófilos; ou agranulócitos – linfócitos e monócitos
- Neutrófilos: os mais numerosos. Possuem núcleo com 2 a 5
lóbulos e granulações pouco coradas
- Eosinófilos: possuem núcleo bilobulado e grânulos eosinofílicos mais visíveis
- Basófilos: os menos numerosos. Com muitos grânulos basófilos no citoplasma que podem esconder o núcleo nas observações
histológicas
- Linfócitos: células esféricas, de núcleo grande, também esférico, ocupando quase toda a célula, citoplasma escasso
- Monócitos: células de núcleo ovóide, riniforme ou em forma de
ferradura, com nucléolos visíveis e citoplasma acinzentado
- PLAQUETAS: fragmentos celulares anucleados derivados de
células gigantes da medula óssea, os megacariócitos
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6.1. Esfregaço sanguíneo
As células notavelmente mais numerosas, anucleadas e bicôncavas, são hemácias. Observe que as hemácias são acidófilas, corando-se
em rosa. Entremeando-as, são encontradas, em grupos (aglutinadas),
as plaquetas (basófilas), pequenas e em forma de disco, e também os
leucócitos.
Os leucócitos mais freqüentes são os neutrófilos, com os núcleos
de 2 a 5 lóbulos. Eles apresentam granulações muito finas em seu citoplasma. Outros leucócitos presentes são os eosinófilos, de núcleo bilobulado e grânulos róseos bem visíveis no citoplasma; linfócitos, cujos
núcleos esféricos (bem corados) ocupam quase a totalidade da célula,
deixando o citoplasma escasso; monócitos, também de núcleo grande
(mais claro que o do linfócito), mas ovóide ou em ferradura e citoplasma volumoso (acinzentado); e basófilos, de citoplasma mais corado,
com grânulos grandes, metacromáticos, que escondem o núcleo. São as
células mais raras no esfregaço.
Neutrófilos
Eosinófilos
Hemácias
A
Linfócitos
B
Plaquetas
Monócito
Monócito
C
Figuras A-D: Esfregaço sanguíneo. Coloração Giemsa. 100X.
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D
Histologia Humana
7. HEMOCITOPOESE
• Processo de formação das células sanguíneas
• Na medula óssea estão as células-tronco que dão origem a todas as células do sangue, as quais, antes de entrarem na corrente
sanguínea, passam por uma série de estágios de diferenciação e
maturação
• As células sangüíneas se originam a partir de células fontes que
se diferenciam em progenitoras
• As células progenitoras se diferenciam em células precursoras,
que darão origem às células maduras, ou diferenciadas
• Duas linhagens:
- Mielóide: produzem hemácias, granulócitos, monócitos e megacariócitos
- Linfóide: produzem apenas linfócitos
7.1. Esfregaço de Medula Óssea
As principais células visíveis são adipócitos e células hematocitopoéticas, apesar de existirem também células reticulares, macrófagos e outros. As células hematocitopoéticas podem ser: eritrocíticas ou
eritróides (série vermelha), precursoras dos eritrócitos, mais basófilas;
granulocíticas ou mielóides (série branca), precursoras dos granulócitos, mais acidófilas; e megacariócitos, células grandes precursoras das
plaquetas.
As células formam macrorregiões, onde predomina um tipo, em
várias fases de maturação.
57
Adipócitos
Adipócitos
Série vermelha
Série branca
Série branca
Megacariócito
A
Figuras A e B: Medula óssea. Coloração HE. A (20X) e B (100X).
58
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B
Histologia Humana
8. SISTEMA IMUNITÁRIO
E ÓRGÃOS LINFÁTICOS
Características Principais:
• O Sistema Imunitário compreende estruturas e células distribuídas por todo o corpo
• Principal função: defender o organismo contra microorganismos invasores
• Tecido linfóide: tecido conjuntivo modificado
• Frouxo: com poucos linfócitos, de aspecto esponjoso com células e fibras reticulares
• Denso: com muitos linfócitos, pode ser:
• Difuso: sem forma definida
• Nodular: formando nódulos
• Cordonal: formando cordões
• As principais células são os Linfócitos, que podem pertencer às
seguintes categorias:
- B: resposta imune humoral (plasmócitos anticorpos)
- T: resposta imune celular (T-helper, T-supressor e T-citotóxico)
- Natural Killer (NK): resposta imune inata
• Órgãos linfáticos são estruturas que participam da resposta
imunológica
Órgãos linfáticos:
1. Órgãos Linfáticos primários (Centrais): Medula Óssea e Timo
2. Órgãos Linfáticos secundários (Periféricos): Baço, Tonsilas,
Linfonodos, Nódulos Linfáticos, placas de Peyer e apêndice cecal
59
Exemplos de Tecidos Linfáticos
8.1. Linfonodo
Os linfonodos são órgãos encapsulados. A cápsula é de tecido
conjuntivo denso, à qual emitem trabéculas, dividindo o parênquima.
Sob a cápsula, formam-se seios subcapsulares, e nos lados da trabécula,
os peritrabeculares, constituídos de tecido linfóide frouxo. Os linfonodos possuem uma parte côncava, onde chegam os vasos linfáticos aferentes, e uma parte convexa, onde é formado o hilo, por onde entram
os vasos nutridores e saem as veias e os vasos linfáticos eferentes. O
linfonodo é dividido em três regiões:
• Córtex: mais externa; apresenta nódulos linfáticos (tecido linfóide nodular), e entre os nódulos, tecido linfóide difuso; o córtex superficial é de tecido linfóide frouxo que forma os seios subcapsulares e
pertitrabeculares; predomínio de linfócitos B
• Paracórtex: intermediário, entre córtex e medula; sem nódulos;
predomínio de linfócitos T
• Medula: mais interna; com vasos, cordões (tecido linfóide cordonal) e seios medulares (tecido linfóide frouxo); predomínio de linfócitos B
Cordões
medulares
Cápsula
Seio
peritrabecular
Vasos do
hilo
Trabécula
Tecido
linfóide
A
Seios
medulares
B
Figuras A e B: Corte histológico de linfonodo. Coloração HE. A (10X) e B
(20X).
60
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Histologia Humana
8.2. Baço
Maior órgão linfático do corpo, rico em células fagocitárias,
exercendo funções de defesa e hemocaterese. Possui cápsula de tecido
conjuntivo denso, a qual emite trabéculas que dividem a polpa esplênica. Na cápsula também existem células musculares lisas, que contraem
o baço para expulsão de sangue acumulado. A superfície medial apresenta um hilo. A polpa esplênica é classificada em dois tipos:
• Branca: composta por nódulos linfáticos, artéria central e bainha periarterial.
• Vermelha: composta por cordões esplênicos (de Billroth) e sinusóides. Os cordões esplênicos contêm: células e fibras reticulares,
macrófagos, linfócitos, plasmócitos, granulócitos, plaquetas e eritrócitos.
Polpa
branca
Polpa
vermelha
Artéria central
Polpa
branca
Trabéculas
A
Polpa vermelha
B
Figuras A e B: Corte histológico de baço. Coloração HE. A (4X) e B (10X).
61
62
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Histologia Humana
9. SISTEMA DIGESTÓRIO
E GLÂNDULAS ANEXAS
Constituição:
• Cavidade oral:
- Lábios, bochechas, assoalho da boca, palato mole, gengiva, palato duro e língua:
Mucosa: Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado ou
não-queratinizado + lâmina própria
Submucosa: Tecido conjuntivo frouxo ou denso + glândulas
salivares
- Dentes:
Porções mineralizadas (esmalte, dentina e cemento) e porções
não mineralizadas (polpa)
• Tubo digestório:
- Esôfago
- Estômago
- Intestino delgado
- Intestino grosso
• Glândulas anexas:
-Glândulas salivares (pequenas e grandes (Parótida, Submandibular e Sublingual)
- Pâncreas
- Fígado
- Vesícula biliar
Principais funções:
• Ingestão, mastigação e digestão dos alimentos
• Absorção
• Eliminação de resíduos
63
Organização histológica do tubo digestório:
Mucosa:
- Epitélio de revestimento
- Lâmina própria: Tecido conjuntivo frouxo, glândulas, vasos
sanguíneos e linfáticos e nódulos linfáticos
Submucosa:
- Tecido conjuntivo denso não-modelado
- Glândulas, vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e gânglios
(Plexo Submucoso (de Meissner))
Camada muscular:
- Músculo estriado (parte inicial do esôfago) e liso
camada circular interna
camada longitudinal externa
- Nervos e gânglios (Plexo de Auerbach ou mioentérico)
Serosa ou adventícia:
- Tecido conjuntivo frouxo + Mesotélio (epitélio pavimentoso
simples) Serosa
- Tecido conjuntivo frouxo Adventícia
64
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Histologia Humana
Exemplos de Órgãos do Sistema Digestório
9.1. Ponta de língua
A língua possui um revestimento de tecido epitelial pavimentoso
estratificado, irregular na região dorsal, por apresentar elevação da mucosa e formação das papilas linguais (papilas filiformes, fungiformes,
circunvaladas e foliadas), cuja predominância é do tipo filiforme, e não
apresentam botões gustativos. Abaixo do epitélio está a lâmina própria
(Tecido conjuntivo frouxo) e sob ela, tecido muscular estriado esquelético, com fibras dispostas em direções variadas, separadas por tecido
conjuntivo.
Dorso da línguapapilas
Papilas filiformes
Músculo esquelético
Ventre lingual - Ep.
pavimento estratificado
A
Lâmina própria
B
Figuras A e B: Corte da ponta da língua. Coloração HE. A (4X) e B (10X).
9.2. V lingual (sulco terminal)
Revestimento de tecido epitelial pavimentoso estratificado não
queratinizado, irregular na região dorsal, por apresentar elevação da
mucosa e formação das papilas linguais. No V lingual ocorre papilas
do tipo circunvaladas (valadas), que apresentam a maioria dos botões
gustativos (células epiteliais modificadas). Existem glândulas serosas
(de Von Ebner) que secretam seu conteúdo em um sulco que circunda
cada papila circunvalada. Entremeadas às fibras estão diversos ácinos,
que podem ser serosos ou mucosos. Os ductos glandulares estão em
todas as regiões.
65
Papilas circunvaladas
Ep. Pavimentoso
estratificado
Lâmina
própria
Botões
gustativos
Músculo esquelético
Ácinos
serosos
Músculo esquelético
Ácinos
Ducto serosos
A
B
Figuras A e B: Região do V lingual. Coloração HE. A (10X) e B (100X).
9.3. Esôfago
O esôfago possui a seguinte organização histológica:
• Mucosa:
- Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
- Lâmina própria (LP): Tecido conjuntivo frouxo
- Muscular da mucosa (MM): músculo liso
• Submucosa (Tecido conjuntivo denso não modelado e ácinos
mucosos)
• Muscular:
- Camada circular (interna)
- Camada longitudinal (externa)
- Plexo de Auerbach ou mioentérico (entre as camadas)
O músculo pode ser esquelético (parte proximal) ou liso (distal)
ou ambos (média).
• Adventícia (Tecido conjuntivo frouxo) ou serosa (Tecido conjuntivo frouxo + mesotélio, parte abdominal)
66
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Histologia Humana
Ep. pavimentoso
estratificado
Camada muscular
Submucosa
Ep. pavimentoso
estratificado
LP
Submucosa
M. circular
MM
LP
A
M. longitudinal
Músculo esquelético
B
Figuras A e B: Corte histológico do esôfago. Em A, as camadas que compõem a parede do esôfago. Em B, detalhes da camada muscular e da adventícia.
Coloração HE. A (4X) e B (10X).
9.4. Transição esôfago-estômago
São distintas 4 camadas:
• Mucosa:
- Revestimento epitelial (prismático simples, formando criptas
na parte gástrica e pavimentoso estratificado não queratinizado,
na esofágica)
- Lâmina própria (Tecido conjuntivo frouxo e aumento de glândulas na parte gástrica, com células parietais e principais na gástrica)
- Muscular da mucosa: músculo liso
• Submucosa (Tecido conjuntivo denso não modelado, com ácinos mucosos na parte esofágica)
Muscular:- Camada circular (interna)
- Camada longitudinal (externa)
- Plexo de Auerbach ou mioentérico
(entre as camadas)
Serosa (Tecido conjuntivo frouxo + mesotélio)
67
Ep. cilíndrico simples
Ep. pavimentoso
estratificado
MM
LP
Submucosa
Musculo liso circular
MM
Ácinos
mucosos
A
B
Figuras A e B: Corte histológico da região de transição esôfago-estômago. Sendo B já na região gástrica. Coloração HE. A (10X) e B (20X).
9.5. Estômago (antro gástrico)
• Mucosa:
- Epitélio cilíndrico simples com invaginações (fovéolas gástricas)
- Lâmina própria (Tecido conjuntivo frouxo e células secretoras
de mucina e glândulas)
- Muscular da mucosa: músculo liso
• Submucosa: Tecido conjuntivo denso não modelado
• Camada muscular
- Camada circular (interna)
- Camada longitudinal (externa)
- Plexo de Auerbach (entre as cama
das)
• Serosa (Tecido conjuntivo frouxo + mesotélio)
Fóvolas gástricas
Ep.
Prismático
simples
Camada muscular
LP
Submucosa
Camada muscular
A
B
Figuras A e B: Corte histológico do estômago. Coloração HE. A (4X) e B
(20X).
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Histologia Humana
9.6 Intestino Delgado
• Mucosa: (com dobras: vilosidades)
- Epitélio cilíndrico simples, com células caliciformes
- Lâmina própria: Tecido conjuntivo frouxo, com glândulas em
criptas (de Lieberkühn)
- Muscular da mucosa: músculo liso
• Submucosa: Tecido conjuntivo denso não modelado
• Camada muscular
- Camada circular (interna)
- Camada longitudinal (externa)
- Plexo de Auerbach ou mioentérico
(entre as camadas)
• Serosa (Tecido conjuntivo frouxo + mesotélio)
Submucosa
Vilosidades
M. liso circular
MM
Submucosa
M. liso circular
M. liso longitudinal
A
M. liso longitudinal
B
Figuras A e B: Corte histológico do intestino delgado. Coloração HE. A
(10X) e B (20X).
9.7 Intestino Grosso
• Mucosa:
- Epitélio cilíndrico simples, com muitas células caliciformes
- Lâmina própria: Tecido conjuntivo frouxo e linfócitos
- Muscular da mucosa: músculo liso
• Submucosa: Tecido conjuntivo denso não modelado
• Camada muscular
- Camada circular (interna)
- Plexo de Auerbach ou mioentérico
(entre as camadas)
69
- Camada longitudinal (externa)
• Adventícia (Tecido conjuntivo frouxo) ou serosa (Tecido conjuntivo frouxo + mesotélio)
Céls.
caliciformes
Plexo de Auerbach
M. liso circular
MM
M. liso longitudinal
Submucosa
LP
M. liso circular
M. liso longitudinal
A
Serosa
B
Figuras A e B: Corte histológico do intestino grosso. Coloração HE. A (4X)
e B (10X).
9.8. Glândula Parótida
Glândula composta acinosa serosa, revestida por cápsula de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas, que emitem septos formando
lóbulos (septos interlobulares). Constituída por ácinos serosos e ductos.
Os principais ductos são de 4 tipos:
- Intercalares: de luz pequena, com epitélio cúbico simples.
- Estriados: mais desenvolvidos, epitélio cilíndrico simples, com
estrias basais.
- Intralobulares: luz ampla, epitélio pseudo-estratificado.
- Interlobulares: localizados nos septos, epitélio pseudo-estratificado.
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Histologia Humana
Cápsula
Lóbulos
Ducto intralobular
Septos
interlobulares
Ácinos serosos
A
Ductos interlobulares
Ducto estriado
B
Ducto intralobular
Ducto interlobular
E
F
Ducto intercalar
C
D
Figuras A, B, C, D e E: Corte histológico da glândula parótida. Em A, aspecto geral da glândula. Em B, a porção secretora (ácinos serosos) e em C, D, E e F
detalhes dos ductos. Coloração HE. A (4X), B, C, D, E, F (100X).
9.9. Glândula Submandibular
Glândula tubuloacinosa composta, com células serosas e mucosas, com predomínio seroso. As células serosas podem se agrupar
em ácinos ou se associarem às mucosas, colocando-se excentricamente,
formando as semiluas serosas.
Revestida por cápsula de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas, que emitem septos formando lóbulos (septos interlobulares).
Possui ductos intercalares (de luz pequena, epitélio cúbico simples), estriados (mais desenvolvidos, epitélio cilíndrico simples, com estrias basais), intralobulares (luz ampla, epitélio pseudo-estratificado) e interlobulares (nos septos, epitélio pseudo-estratificado, com luz mais ampla).
71
Cápsula
Ductos intravasculares
Ácinos serosos
Septos interlobulares
Ductos interlobulares
A
B
Figuras A e B: Corte histológico da glândula submandibular. Coloração
HE. A (20X) e B (100X).
9.10. Glândula Sublingual
Glândula tubuloacinosa composta, com ácinos mistos, mas com
predomínio mucoso. As células serosas se agrupam em posição de semilua no fim dos ácinos mucosos.
Revestida por cápsula de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas, que emitem septos formando lóbulos (septos interlobulares).
Possui ductos intercalares (de luz pequena, epitélio cúbico simples),
estriados (mais desenvolvidos, epitélio cilíndrico simples, com estrias
basais), intralobulares (luz ampla, epitélio pseudo-estratificado) e interlobulares (nos septos, epitélio pseudo-estratificado).
Ácinos serosos
Ácinos
Ácinos mucosos
Ductos
A
B
Figuras A e B: Corte histológico da glândula sublingual. Coloração HE. A
(10X) e B (100X).
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Histologia Humana
9.11. Pâncreas
Glândula mista, com cápsula de tecido conjuntivo que divide o
parênquima em lóbulos, juntamente com células adiposas, em lóbulos
com vasos, nervos e ductos (não possui ducto estriado). Constituída de
ácinos compostos serosos (células piramidais com grânulos de secreção
apicais, que formam ácinos arredondados ou ovais), ilhotas de Langerhans (tecido endócrino de células poliédricas em arranjo cordonal)
e células centro-acinares (cubóides baixas, claras e que se localizam na
luz do ácino, iniciando o ducto intercalar).
Lóbulos
Céls. Centro
acinares
Ilhotas
de Langerhans
Ilhotas
de Langerhans
A
B
Figuras A e B: Corte histológico do pâncreas. Coloração HE. A (20X) e B
(100X).
9.12. Fígado
Glândula mista, dividida em lóbulos por septos. Os lóbulos hepáticos têm formato hexagonal; no centro se encontra a veia centrolobular
ou central e nos vértices a tríade portal, ramos da artéria hepática, veia
porta e ducto biliar (epitélio simples cúbico). O hexágono é preenchido principalmente por hepatócitos, células poligonais de núcleos arrredondados que formam placas agrupadas em arranjo radial, e capilares
sinusóides, entre as placas de hepatócitos, que desembocam na veia
centrolobular.
73
Lóbulos
hepáticos
Lóbulos
hepáticos
Veia
central
Espaço porta
Ramo do
ducto biliar
R. da
veia
porta
A
B
Figuras A e B: Corte histológico do fígado Coloração HE. A (4X) e B (100X).
9.13 Vesícula Biliar
Composta por:
- Mucosa: Epitélio prismático simples e lâmina própria (tecido
conjuntivo frouxo). Presença de pregas.
- Camada de músculo liso
- Tecido conjuntivo perimuscular (envolvendo os feixes musculares)
- Camada adventícia, na parte presa ao fígado, ou serosa (Tecido
conjuntivo frouxo + Mesotélio - Epitélio pavimentoso simples),
no restante do órgão.
Ep. Cilíndrico simples
Ep. Cilíndrico simples
Músculo liso
LP
LP
T.C. Frouxo
Músculo liso
T.C. denso não
modelado
T.C. denso não
modelado
A
B
Figuras A e B: Corte histológico da vesícula biliar. Coloração HE. A (10X)
e B (20X).
74
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Histologia Humana
10. APARELHO RESPIRATÓRIO
Organização funcional:
1. Porção condutora:
- Fossas nasais, faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos terminais
2. Porção respiratória:
- Bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares,
alvéolos
Principais funções:
• Ventilação
• Transporte de gases
• Efetua adequação do ar inalado (umedecer, aquecer, filtrar...)
• Produção de som ou vocalização quando o ar é expirado
• Auxilia na compressão abdominal durante a micção, defecação
ou parto
75
Exemplos de Órgãos do Sistema Respiratório
10.1. Traquéia
Composta por (camadas não bem delimitadas):
- Mucosa: Epitélio Respiratório - Epitélio pseudo-estratificado
cilíndrico ciliado, com células caliciformes, e lâmina própria (tecido conjuntivo frouxo)
- Submucosa: tecido conjuntivo denso fibroelástico, glândulas
mucosas e seromucosas e elementos linfóides
- Sustentação: anéis de catilagem hialina e camada de músculo
liso
- Adventícia: tecido conjuntivo frouxo
Ep. Pseudo-estratificado
cilìndrico ciliado
Ep. Pseudo-estratificado
cilìndrico ciliado
T.C. Denso não modelado
LP
LP
Ácinos mucosos
Músculo liso
Cartilagem
hialina
Cartilagem
hialina
Adventícia
A
B
Figuras A e B: Corte histológico da traquéia. Coloração HE. A e B (10X).
10.2. Pulmão
• Brônquios:
- Mucosa: epitélio respiratório (ramos maiores) ou cilíndrico
simples (ramos menores) + lâmina própria (tecido conjuntivo
frouxo)
- Duas camadas de músculo liso espirais descontínuas
- Peças de cartilagem hialina, glândulas seromucosas
- Adventícia com linfócitos
• Bronquíolos propriamente ditos:
- Mucosa: epitélio cilíndrico simples ciliado (porção inicial) ou
76
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Histologia Humana
cúbico simples ciliado (porção inicial) + lâmina própria delgada
e rica em fibras elásticas
- Duas camadas de músculo liso bem desenvolvidas
• Bronquíolos terminais:
- Semelhantes aos bronquíolos propriamente dito, com parede
mais delgada, contendo as células de Clara
• Ductos alveolares:
Revestidos por epitélio que pode ser cúbico ou pavimentoso
simples, formados por ramificação dos bronquíolos. Em suas paredes estão os sacos alveolares, constituídos por alvéolos, com
parede comum denominada septo interalveolar (Duas camadas
de epitélio separadas por capilares).
Alvéolos
Ducto alveolar
Sacos alveolares
Septos interalveolares
LP
Músculo liso
Ep. Cilíndrico
simples
ciliado
Luz do
bronquíolo
Sacos alveolares
A
B
Cartilagem hialina
Músculo liso
LP
Músculo liso
Ep. Cilíndrico
simples
ciliado
Luz do
bronquíolo
Ep.Pseudo-estratificado
simples
ciliado
LP
C
Luz do brônquio
D
Figuras A, B, C e D: Corte histológico de pulmão. Em B e C, notar a estrutura de um bronquíolo. Em D, detalhes da parede de um brônquio. Coloração HE. A
(4X), B (20X), C (100X) e D (40X).
77
78
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Histologia Humana
11. PELE E ANEXOS
Tipos:
• Pele fina
• Pele espessa (palma das mãos e planta dos pés)
Características principais:
• Maior órgão do corpo humano
• Origem ectodérmica e mesodérmica
• Duas camadas: epiderme e derme
• Abaixo da derme encontra-se a hipoderme (tecido celular subcutâneo)
Principais funções:
• Proteção mecânica
• Órgão sensitivo
• Termorregulação (sudorese, vasoconstrição...)
• Excreção (glândulas sudoríparas)
• Proteção contra raios ultravioleta (melanina)
• Síntese de vitamina D
• Impede a desidratação (impermeabilizante)
Anexos cutâneos:
• Folículo piloso (produzem os pêlos)
• Glândulas sebáceas (alveolares, desembocam no folículo piloso)
• Glândulas sudoríparas (tubulosa enovelada simples, porção secretora e ducto excretor)
• Unhas (escamas de queratina fortemente aderidas)
A. EPIDERME:
• Tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado
• 4 camadas: basal, espinhosa, granulosa e córnea
79
• 4 tipos celulares: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel
B. DERME:
• 2 camadas: superficial (derme papilar) e profunda (derme reticular)
• Constituída de tecido conjuntivo frouxo na derme papilar e tecido conjuntivo denso não-modelado na derme reticular
• Feixe vascular sub-papilar entre as camadas
• Papilas dérmicas entre as reentrâncias da epiderme
C. HIPODERME:
• Tecido subcutâneo situado abaixo da derme (não faz parte da
pele)
• Constituída por tecido conjuntivo frouxo rico com células adiposas
• Áreas mais espessas: panículo adiposo
• Funções: reserva de energia, isolante térmico e modelamento
do organismo
80
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Histologia Humana
Exemplos de pele
11.1. Pele espessa
Composta por: Epiderme: Epitélio pavimentoso estratificado
queratinizado
4 Camadas (de profundo para superficial):
* Basal: células prismáticas em replicação, em contato com a
membrana basal
* Espinhosa: mais espessa, células cubóides de citoplasma acidófilo, com desmossomos (“espinhos”)
* Granulosa: células pavimentosas de núcleo achatado basófilo
* Córnea: células anucleadas com citoplasma queratinizado. Presença de estrato lúcido (diferença de coloração na camada)
* Células da epiderme: queratinócitos, melanócitos, células de
Langerhans e Merkel
Derme:
* Papilar (superficial): Tecido conjuntivo frouxo nas papilas dérmicas, entre os cones epiteliais (reentrâncias da epiderme)
* Reticular (profunda): Tecido conjuntivo denso não modelado
rico em fibras elásticas
> Separadas por feixe vascular subpapilar
Anexos:
- Glândulas sudoríparas: Tubulosas enoveladas simples, com 2
porções: secretora, com células secretoras de citoplasma claro e células
mioepiteliais; e ducto excretor, composto por dupla camada de células
epiteliais cúbicas.
81
Céls. mioepiteliais
Céls.
secretoras
Camada
Córnea
Derme
papilar
Estrato lúcido
Camada granulosa
Camada espinhosa
Camada basal
Ducto excretor
Porção secretora
LP
T.C. denso não
modelado
Vasos
A
Céls.
cúbicas
B
Figuras A e B. Corte histológico de pele espessa. Em A, aspecto geral da
pele (notar a espessa camada córnea). Em B, detalhe das porções das glândulas
sudoríparas. Coloração HE. A (10X) e B (100X).
11.2. Pele fina
Epiderme: O epitélio apresenta-se mais fino do que a pele grossa.
A camada granulosa está ausente e a camada córnea é bem mais delgada
Anexos:
- Glândulas sudoríparas: Tubulosas enoveladas simples, com
duas porções: secretora, com células secretoras de citoplasma
claro e células mioepiteliais; e ducto excretor, composto por dupla camada de células epiteliais cúbicas.
- Glândulas sebáceas: alveolares de ducto curto que desemboca
nos folículos pilosos.
- Folículos pilosos: acompanhados do ducto da glândula sebácea
e da inserção do músculo eretor do pêlo. A raiz do pêlo (bulbo
piloso) é formada por papila dérmica envolvida por células epiteliais, incluindo melanócitos, e possui duas bainhas epiteliais.
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Histologia Humana
Camada córnea
Ducto glandular
Camada granulosa
Glândula alveolar
(sebácea)
Camada espinhosa
Ep. Pavimentoso
estratificado
queratinizado
TC denso não
modelado
Camada basal
Músculo eretor
do pêlo
LP
B
A
Bainha
externa
Bainha
interna
Folículo Piloso
Bulbo
piloso
TC denso não
modelado
Glândula alveolar
(sebácea)
Glândula tubular
(sudorípara)
C
D
Figuras A, B, C e D. Corte histológico de pele fina. Em A, enfoque na epiderme. Em B, detalhe das glândulas. Em C, relação do folículo poloso com a glândula sebácea, e em D, detalhes de um folículo. Coloração HE. A (40X), B (40X), C
(10X) e D (40X).
83
84
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Histologia Humana
12. APARELHO URINÁRIO
Constituição:
• rins
• ureteres
• bexiga urinária
• uretra
Principais funções:
• Remoção de subprodutos tóxicos do sangue
• Regulação da pressão sangüínea e do equilíbrio ácido-base do
corpo
• Função endócrina (renina, eritropoetina)
• Produzir e armazenar urina
RIM
• Córtex e medula
• Hilo: ureter, vasos e nervos
• Cápsula renal: tec. conj. denso
• Néfron
-unidade funcional do rim
-região córtico-medular
-constituição: corpúsculo renal (glomérulo renal e cáp
sula de Bowman), túbulo contorcido proximal, alça de
Henle, túbulo contorcido distal, túbulo coletor
85
Exemplos de Órgãos do Sistema Urinário
12.1. Rim
Órgão encapsulado dividido em córtex e medula. Hilo com vasos
(artéria renal e veia renal) e nervos. Contém cálices que se reúnem para
formar a pelve renal, parte superior e dilatada do ureter. A unidade funcional do rim é o néfron.
O néfron é constituído por:
- Corpúsculo renal ou de Malpighi: formado por um emaranhado
de capilares (glomérulo de Malpighi) envolvidos pela Cápsula de Bowman, que possui dois folhetos: visceral, junto aos capilares, formado
por podócitos; e parietal, de epitélio pavimentoso simples. Entre eles há
um espaço, o Espaço capsular ou de Bowman. Cada corpúsculo possui
2 pólos: vascular, pelo qual penetra a arteríola eferente e saem os vasos
que drenam o glomérulo; e urinário, onde nasce o túbulo contorcido
proximal.
- Túbulos renais:
Contorcido proximal: maior parte cortical, possui células com
citoplasma amplo e eosinófilo, com borda em escova e poucos núcleos.
Alça de Henle: dividida em parte descendente e ascendente com
parte espessa semelhante ao túbulo contorcido distal e parte delgada, de
epitélio pavimentoso simples. Predominantemente medular.
Contorcido distal: cortical, revestido por epitélio cúbico simples
de citoplasma menos eosinofílico. A parte que passa adjacente ao pólo
vascular do corpúsculo de Malpighi forma a mácula densa.
Ductos coletores: medular (maior parte) e cortical. Revestidos
por epitélio cúbico que vai se tornando cilíndrico à medida que os tubos
se fundem.
86
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Histologia Humana
Arteria
renal
Córtex
Tecido
adiposo
Medula
A
B
Figuras A e B: Corte histológico do rim. Coloração HE. A e B (4X).
12.2. Rim (Córtex)
O córtex renal apresenta inúmeros corpúsculos de Malpighi (já
descritos anteriormente).
Encontra-se também na cortical o túbulo contorcido proximal e
o túbulo contorcido distal. Este túbulo, ao encostar-se no corpúsculo de
Malpighi, forma a mácula densa. Há também ductos coletores corticais,
revestidos por epitélio cúbico, que vai se tornando cilíndrico à medida
que os tubos se fundem.
Espaço de Bowman
Túbulo contorcido
proximal
Polo
vascular
Mácula
densa
Túbulo contorcido
distal
A
Cápsula
de Bowman
Glomérulo
Polo urinário
B
Figuras A e B: Corte histológico do rim (região cortical). Coloração HE. A
e B (40X).
87
12.3. Ureter
Composto por:
Mucosa: epitélio de transição e lâmina própria fibroelástica
Camada muscular:
- 2 camadas de músculo liso: longitudinal interna e circular externa
- próximo à bexiga, 3 camadas: longitudinal interna, circular média e longitudinal externa
Adventícia
Camada muscular
circular externa
Ep. Transicional
Camada muscular
longitudinal interna
LP
Ep.
Transicional
LP
A
Camada muscular
longitudinal interna
Camada muscular
circular externa
B
Figuras A e B: Corte histológico do ureter. Coloração HE. A (10X) e B (20X).
12.4. Bexiga urinária
Órgão que armazena a urina.
Mucosa com dobras: barreira osmótica entre a urina e o resto do
órgão.
Composta por:
Epitélio de transição e lâmina própria (tecido conjuntivo frouxo)
Muscular: 3 subcamadas - longitudinal interna, circular média e
longitudinal externa
Serosa ou adventícia: tecido conjuntivo frouxo, com (parte superior) ou sem mesotélio, respectivamente.
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Ep. transicional
LP
Camada muscular
longitudinal externa
Camada muscular
longitudinal interna
Adventícia
Camada muscular
circular média
A
B
Figuras A e B: Corte histológico de bexiga urinária. Coloração HE. A (10X)
e B (40X).
89
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13. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
Características principais:
• Glândulas endócrinas: formadas por células epiteliais especializadas (células endócrinas)
• Produzem substâncias químicas (hormônios) que são lançadas
diretamente na corrente sangüínea, agindo à distancia em uma
célula/tecido/órgão alvo
A. HIPÓFISE:
• Adeno-hipófise: constituída por células endócrinas, dispostas
em arranjos cordonais
• Neuro-hipófise: armazena e secreta hormônios sintetizados no
hipotálamo
B. TIREÓIDE:
• 2 lóbulos unidos pela região ístmica
• Constituída por milhares de folículos com uma substância gelatinosa no seu interior (colóide)
C. PARATIREÓIDE:
• 4 pequenas glândulas localizadas nos pólos superior e inferior
dos lobos da tireóide
• Encapsulada, constituída por células epiteliais poliédricas dispostas em arranjos cordonais, entremeados por vasos capilares
D. ADRENAIS:
• Par de glândulas achatadas, localizadas nos pólos superior dos
rins
• Duas regiões: córtex e medula
• Revestidas por cápsula de tecido conjuntivo
E. ILHOTAS DE LANGERHANS:
• Parte endócrina do pâncreas
• Arranjo cordonal
• 4 tipos celulares, sendo 2 tipos principais: α (secretam glucagon) e β (secretam insulina)
91
Exemplo de glândula endócrina
13.1 Tireóide e Paratireóide
- Tireóide:
Glândula encapsulada (cápsula de tecido conjuntivo denso + adipócitos), constituída por folículos, revestidos por epitélio cúbico simples contendo substância gelatinosa no interior (colóide).
- Paratireóide:
Glândula encapsulada (cápsula de tecido conjuntivo denso),
constituída por células epiteliais poliédricas dispostas em arranjo corCápsula
Adipócitos
donal, entremeadas por capilares
Arranjosinusóides.
Cápsula
cordonal
Paratireoide
Ep. Cúbico
simples
Colóide
A
Folículos
B
Figuras A e B: Corte histológico das glândulas tireóide e paratireóide. Coloração HE. A (4X) e B (20X). Detalhes em 100X.
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14. APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
Constituição:
Par de Testículos
Ductos genitais (túbulos retos, rede testicular, ducto eferente,
epidídimo, ducto deferente)
Glândulas sexuais acessórias: próstata, vesícula seminal e glândula bulbouretral
Pênis
A. TESTÍCULOS:
• Local onde ocorre a formação dos gametas masculinos (espermatogênese)
• Possuem um envoltório conjuntivo - túnica albugínea - envolvendo os túbulos seminíferos
• Túbulos seminíferos são constituídos por um epitélio germinativo ou seminífero, composto por células germinativas e células
de sustentação - Células de Sertoli
• Ao redor dos túbulos seminíferos pode ser observada a presença
de tecido conjuntivo frouxo, com células intersticiais (Células
de Leydig) - produtoras de testosterona e células mióides
B. DUCTOS GENITAIS:
• Túbulos retos: apresentam continuidade com os túbulos seminíferos, sendo revestidos por epitélio cúbico simples ou cilíndrico simples, apoiado em tecido conjuntivo denso modelado
• Rede testicular: é contínua aos túbulos retos e revestida por
epitélio semelhante ao do túbulo reto
• Ductos eferentes: revestidos por epitélio simples com células
de diferentes alturas, cilíndricas e cúbicas intercaladas, intermitentemente ciliado, apoiado em uma membrana basal e fibras
musculares lisas circulares e fibras elásticas e por uma camada
93
externa de tecido conjuntivo vascularizado
• Epidídimo: é um tubo único e altamente enovelado, dividido
em cabeça, corpo e cauda. O epitélio é pseudo-estratificado (com
células apresentando estereocílios em sua região apical), apoiado
em uma fina região de tecido conjuntivo e tecido muscular liso
• Ducto deferente: é um tubo único com uma parede de músculo
liso bastante desenvolvida. A mucosa é pregueada revestida por
um epitélio pseudoestratificado apoiada na lâmina própria. Na
porção apical das células epiteliais podem ser observadas longas
microvilosidades denominadas estereocílios
C. PÊNIS:
• 3 massas cilíndricas de tecido erétil, mais a uretra
• 2 massas dorsalmente: corpos cavernosos
• 1 massa ventral: corpo esponjoso
Glândulas sexuais acessórias:
• Vesícula seminal
• Próstata
• Glândula bulbouretral
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Exemplos de órgãos reprodutores masculinos
14.1. Testículo
Órgão envolvido por uma túnica albugínea (Tecido conjuntivo
denso) e composto pelos túbulos seminíferos, imersos em tecido intersticial (Tecido conjuntivo frouxo), onde se encontram células de Leydig,
produtoras de testosterona (núcleo ovalado e nucléolo evidente). Os túbulos são constituídos por uma parede (epitélio germinativo ou seminífero) e por uma luz. No epitélio seminífero podemos encontrar:
Células germinativas (da base para a luz):
- espermatogônias: bem coradas e basais
- espermatócito primário: célula grande (maior que a espermatogônia) e de cromatina condensada
- espermatócito secundário: célula sem envoltório, em meiose. A
mais difícil de se encontrar.
- espermátides: de várias morfologias (arredondada, alongada),
em diferenciação
- espermatozóides: dotados de cabeça e cauda
Células de Sertoli: núcleo piramidal, cromatina frouxa e nucléolo evidente, possuem reentrâncias citoplasmáticas onde se localizam
as células germinativas.
Espermatogônia
Células de
Sertoli
Espermatócito I
Túbulos Seminíferos
Células mióides
Espermátide
Células de Leydig
Túnica Albugínea
A
B
Figuras A e B: Corte transversal de testículo. Coloração HE. A (10X) e B
(40X).
95
14.2. Epidídimo
Tubo longo, altamente enovelado, envolvido pela Túnica Albugínea (tecido conjuntivo denso) e revestido por epitélio cilíndrico
pseudo-estratificado. Sustentação do epitélio por tecido conjuntivo e
células mióides.
Presença de células principais, basais, apicais, halo, claras e estreitas, e espermatozóides na luz do tubo. As células principais apresentam estereocílios na superfície apical.
Túnica albugínea
Ep. Cilíndrico
pseudo-estratificado
Espermatozóides
Ep. Cilíndrico
pseudo-estratificado
Espermatozóides
A
T.C.
B
Figuras A e B: Corte transversal de epidídimo. Coloração HE. A (10X) e B
(40X).
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Histologia Humana
15. APARELHO REPRODUTOR FEMININO
Constituição:
• ovários
• tubas uterinas
• útero
• vagina
• glândulas mamárias
• genitália externa: vulva
97
Exemplos de órgãos reprodutores masculinos
15.1. Ovário
Composto por:
Córtex: - Epitélio germinativo: cúbico simples
- Túnica albugínea: tecido conjuntivo denso
- Folículos ovarianos: em cujo interior estão as células
germinativas
* Folículo primordial: camada única de células achatadas revestindo o ovócito I
* Folículo primário: camada única de células arredondadas revestindo ovócito I
* Folículo em crescimento: ovócito 1 envolto por 2 ou mais camadas de células foliculares
* Folículo de Graaf: maduro, envolvendo ovócito II, com espaços cheios de líquido folicular (antro), zona pelúcida, corona radiata, cumulus oophorus e tecas interna e externa.
Medula: Tecido conjuntivo frouxo, vasos e nervos.
* Presença de corpos lúteos (estrutura grande, de coloração mais
clara), formado pelas tecas, antro e células foliculares que restaram da ovulação.
Folículo em
crescimento
Túnica algugínea
Ovócito I
Ovócito I
A
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Túnica
albugínea
B
Histologia Humana
Antro
Zona pelúdica
Cumulus oophorus
Ovócito I I
Folículo de Graaf
Corpos lúteos
Teca interna
Túnica albugínea
C
D
Figuras A, B, C e D: Corte transversal de ovário. Em A, detalhe de um folículo primordial (100X). Coloração HE. A e B (20X); C (40X) e D (10X).
15.2 Tuba uterina
Possui segmentos: intramural, istmo, ampola e infundíbulo
Composta por:
• Mucosa: epitélio cilíndrico simples, com células ciliadas e células secretoras + Lâmina própria de Tecido conjuntivo frouxo,
apresenta pregas na mucosa que se reduzem à medida que se
aproximam do útero
• Muscular: Fibras musculares lisas em camadas circular interna
e longitudinal externa
• Serosa: tecido conjuntivo frouxo + mesotélio (epitélio pavimentoso simples)
Ep. cilíndrico simples
Serosa
LP
Circular
interna
Muscular Muscular
Longitudinal
externa
A
Serosa
B
Figuras A e B: Corte transversal de tuba uterina. Coloração HE. A (4X) e
B (20X).
99
15.3. Útero
Dividido em fundo, corpo, cérvix ou colo. Composto por 3 túnicas:
• Endométrio – Mucosa
- Epitélio cilíndrico simples (células ciliadas e secretoras)
- Lâmina própria (tecido conjuntivo frouxo) com glândulas tubulosas simples
* Camada basal (Lâmina própria e base de vasos e glândulas)
* Camada funcional (epitélio e Lâmina própria superior – descama na menstruação)
• Miométrio – Tecido muscular liso, túnica mais espessa
• Perimétrio – Serosa (Tecido conjuntivo + mesotélio)
Perimétrio
Perimétrio
Miométrio
Miométrio
Endométrio
A
Ep. Cilíndrico
simples
LP
B
Figuras A e B: Corte transversal de útero. Coloração HE. A (4X) e B (10X).
15.4. Glândula mamária
Este órgão não faz parte do Sistema reprodutor feminino. No entanto, por sua importância para este sistema, será abordado aqui.
Conjunto de glândulas exócrinas do tipo tubuloalveolar composto. Dividida em lobos de tecido conjuntivo denso e adiposo. As glândulas são constituídas por:
Ductos excretores (galactóforos), revestidos por epitélio colunar
/ cubóide estratificado
Porções secretoras tubuloalveolares, de epitélio cúbico simples,
que terminam em porções dilatadas, os alvéolos.
100
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Histologia Humana
Na região em que estão os ductos ou alvéolos das glândulas o
tecido conjuntivo apresenta-se frouxo.
Céls. mioepiteliais
Tecido adiposo
T.C. frouxo
Ductos ou
alvéolos
T.C. frouxo
T.C. denso
T.C. denso
A
LP
B
Figuras A e B: Corte histológico de glândula mamária em repouso. Coloração HE. A (10X) e B (100X).
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Histologia Humana
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DI FIORE. Atlas de histologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2000.
GARTNER, L.P & HIATT, J.L. Atlas colorido de histologia. 4. ed. Rio
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GARTNER, L.P & HIATT, J.L. Tratado de histologia. 2. ed. Rio de
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GLEREAN, A. Manual de histologia: Texto e atlas para os estudantes
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