Sumário
1. Introdução ............................................................... 1
2. Características do Brics ............................................1
3. Características comuns nos países integrantes .......2
4. PIB dos países membros .........................................2
5. Cúpulas .....................................................................3
6. Dados econômicos ...................................................3
7. As expectativas para os BRICS. .............................5
8. A importância do BRICS no comércio exterior ..........6
9. Conclusão .................................................................6
10. Referência . ...............................................................7
1. Introdução
A ideia do BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O'Neill, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economics BRICs”. O termo BRICs faz referência a quatro países: Brasil, Rússia, Índia e China. Em abril de 2001, foi adiciona a letra "S" em referência à entrada da África do Sul (em inglês South Africa). Desta forma, o termo passou a ser BRICS.
Estes países emergentes possuem características comuns como, por exemplo, bom crescimento econômico. Ao contrário do que algumas pessoas pensam estes países não compõem um bloco econômico, apenas compartilham de uma situação econômica com índices de desenvolvimento e situações econômicas parecidas. Eles formam uma espécie de aliança que busca ganhar força no cenário político e econômico internacional, diante da defesa de interesses comuns. A cada ano ocorre uma reunião entre os representantes destes países.
2. CARACTERÍSTICAS DO BRICS
Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação.
Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª. Assembléia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China começassem a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “BRICs” passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Em 2011, após o ingresso da África do Sul, o mecanismo tornou-se o BRICS (com "s" maiúsculo ao final).
3. Características comuns dos países integrantes
Economia estabilizada recentemente;
Situação política estável;
Mão-de-obra em grande quantidade e em processo de qualificação;
Níveis de produção e exportação em crescimento;
Boas reservas de recursos minerais;
Investimentos em setores de infra-estrutura (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, etc);
PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento;
Índices sociais em processo de melhorias;
Diminuição, embora lenta, das desigualdades sociais;
Rápido acesso da população aos sistemas de comunicação como, por exemplo, celulares e Internet (inclusão digital);
Mercados de capitais (Bolsas de Valores) recebendo grandes investimentos estrangeiros;
Investimentos de empresas estrangeiras nos diversos setores da economia.
4. PIB dos países MEMBROS
De acordo com dados recolhidos em 2010, o PIB de cada país foi apresentado conforme a tabela abaixo:
PAÍS
PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO)
BRASIL
US$2,21 trilhões
CHINA
US$ 6,05 trilhões
ÍNDIA
US$ 4,04 trilhões
RÚSSIA
US$ 2,22 trilhões
ÁFRICA DO SUL
US$ 524 bilhões
5. CÚPULAS
Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de 2010, levou adiante esse processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, e demonstrou que a vontade política de dar seguimento à interlocução dos países continua presente até o nível decisório mais alto. A III Cúpula reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concentração no cenário internacional. Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas da agenda global, em particular os econômico-financeiros, e deu impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos conjuntos específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de energia e o científico-tecnológico. A IV Cúpula foi realizada em 29 de março de 2012, em Nova Delhi (Índia). Participaram da reunião os cinco chefes de estados dos países integrantes. O tema do evento foi: "BRICS Parceria para a Estabilidade Global, Segurança e Prosperidade". A V Cúpula foi realizada em Durban, na África do Sul, em 27 de março de 2013. Intitulada “BRICS e África: Parceria para o Desenvolvimento, Integração e Industrialização”, debateu sobre a promoção do
desenvolvimento inclusivo e sustentável, a reforma das instituições de governança global, caminhos para a paz, segurança e estabilidade globais.
Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal, ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do grupo, é a econômico-financeira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais têm-se reunido com freqüência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança do BRICS já se reuniram duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e energia também já foram tratados no âmbito do agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas assinaram documento de cooperação e, com base nele, foi realizado, no Brasil, curso para magistrados dos BRICS. Já se realizaram, ademais, eventos buscando a aproximação entre acadêmicos, empresários, representantes de cooperativas. Foram, ainda, assinados acordos entre os bancos de desenvolvimento. Os institutos estatísticos também se encontraram em preparação para a II e a III Cúpulas e publicaram uma coletânea de dados. Versões atualizadas da coletânea foram lançadas por ocasião da Cúpula de Sanya e da Cúpula de Nova Delhi. Todas as três publicações encontram-se neste site.
6. Dados Econômicos
Unidos por características em comum como vasto território, grande população e altas taxas de crescimento econômico, os países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia
e China) têm perfis bem distintos quando o assunto é vantagem comparativa. A observação foi feita em estudo apresentado nesta quarta-feira, 14, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destacando que o bloco apresentou aumento significativo de importância quando o tema é o comércio internacional.
De acordo com o levantamento, apesar do crescimento da corrente global entre 1996 e 2008 ter praticamente dobrado nesses 12 anos, os Brics reforçaram a sua importância no mercado mundial, apresentando taxas de exportação ainda mais elevadas. "Ainda assim, os Brics possuem grandes diferenças", resume o documento.
O comunicado 43 do Ipea, intitulado "Rússia, Índia e China: Comércio Exterior e Investimento Direto Externo", salienta que o Brasil apresenta elevada vantagem comparativa em produtos intensivos, em recursos naturais e primários agropecuários. "Neste último, a vantagem é crescente", afirma o estudo.
A Rússia, de acordo com o levantamento, possui competitividade "muito acima dos demais" no comércio de primários minerais, ainda que o Brasil apresente uma leve tendência e aumento na vantagem desse tipo de bem. Já a Índia sustenta a sua elevada vantagem comparativa em produtos intensivos em trabalho. "Além disso, tem aumentado consistentemente sua competitividade em bens intensivos de recursos naturais."
A China, por sua vez, continua com elevada vantagem em produtos intensivos de mão-de-obra.
"Contudo, ela foi a única economia, entre os Brics, que conseguiu atingir uma situação de elevada competitividade em bens intensivos em tecnologia", afirmam os técnicos do Ipea.
Para fazer as comparações, o Instituto utilizou o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas (IVCR) - um país não pode ser considerado como detentor de vantagens comparativas no comércio de um determinado produto quando o IVCR apresentar valores inferiores a 1. No comunicado 43, o Ipea registra os 10 produtos com maior IVCR de cada país. No caso do Brasil, os três primeiros colocados são minério de ferro (IVCR de 25,36), óleo de semente (18,13) e tabaco não-manufaturado (18,02). Na China, os destaques são seda (11,49), coque (produto derivado do carvão), semi-coque (6,06) e cerâmica (4,62). Entre os produtos com maior IVCR da Índia estão gás de carvão, gás d'água (44,05), arroz (15,14) e pérolas e pedras preciosas (14,23). Por fim, a Russia: níquel (12,02), madeira bruta (11,31) e gás natural (10,64).
O documento revela ainda que, do ponto de vista econômico, os quatro países possuem modelos de desenvolvimento distintos. O Brasil se caracteriza como uma economia com elevada participação do consumo e mercado doméstico forte. A Rússia, segundo o Ipea, tem seu desenvolvimento baseado nas vendas externas de commodities energéticas. A Índia aproveitou a disparada das exportações de serviços para crescer a taxas elevadas. "E tem aumentado sua competitividade em diversos outros setores",
considera o levantamento. Já o desenvolvimento chinês, segundo o Instituto, é dirigido pelas exportações de manufaturas e por elevadas taxas de investimento. Além disso, destaca que o mercado consumidor externo está se expandindo rapidamente.
O estudo traz ainda um detalhado panorama da internacionalização das empresas russas, indianas e chinesas e o papel desses países em relação aos investimentos fora de seus territórios. Destaca, por exemplo, que a Rússia se tornou a maior fonte de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) dentro dos Brics, após a valorização das commodities minerais na década de 2000. O país ocupa a 14ª posição entre os maiores investidores externos em âmbito global, com a soma de US$ 203 bilhões em IDE em 2008.
Em relação à Índia, o Ipea identificou que o país respondia por menos de 1% dos investimentos originados nos países em desenvolvimento em 2000 para mais de 6% ao final de 2008. "A saída de IDE da Índia é uma das dimensões mais notáveis da crescente integração desse país com a economia mundial, sobretudo após 2006".
Sobre a China, os autores enfatizaram as taxas de crescimento em torno de 10% nos últimos 30 anos. Com isso, além da importância obtida para o continente asiático, o país passou a exercer influência sobre outros mercados. "Essa internacionalização, que ganhou mais força somente na década de 2000, fez com que a China, já no final de 2008, se transformasse num importante investidor estrangeiro entre os países em desenvolvimento."
7. As expectativas para os Brics
Economistas afirmam que, mantidas as situações atuais (descritas acima), os países do BRICS poderão se tornar grandes economias num futuro próximo. Dentre estes países, destacam a China, em função do rápido desenvolvimento econômico (crescimento do PIB em torno de 10% ao ano) e elevada população.
De acordo com o texto “Dreaming With BRICs: The Path to 2050”, países emergentes como os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul podem se tornar uma força maior na economia mundial nos próximos anos. A superioridade de países como Estados Unidos e outros países da União Européia pode diminuir com o crescimento acelerado de outras economias, que tendem a mudar um pouco o cenário mundial que vem sofrendo diversas mudanças.
Se tudo correr bem, em menos de 40 anos, os BRICS, com economias em conjunto, poderiam ser maior do que o G6 em termos de dólares norte-americanos. Da corrente atual G6 apenas os Estados Unidos e o Japão poderão estar entre as seis economias em termos de dólares americanos em 2050. O relatório do texto também apresenta que a China, um dos BRICS, é projetada para se tornar a maior economia do mundo medido pelo PIB antes de 2020 e poderia ultrapassar a Alemanha em 4 anos e o Japão até 2015.
É estimado que os países do BRICS podem alcançar maior participação e importância no cenário internacional como grandes potências, mais não possuem capacidade para serem as maiores forças econômicas do mundo.
Os países possuem problemas sociais, políticos e administrativos relevantes que acabam por prejudicar o crescimento dos mesmos, dificultando com que em um futuro próximo se tornem as maiores economias do mundo. Sem investimento em pesquisa e educação, não há mão de obra qualificada para gerar renda ao país.
Já de acordo com a matéria “Officials foresee greater BRICS coordination’’ os Estados Unidos e a União Européia demonstram preocupação com o acelerado crescimento de outras economias e os mesmos devem encontrar uma maneira de conversar com os BRICS e outros países sobre a formação de um novo sistema de governança global. Vale ressaltar que atualmente os EUA e países da União Européia passam por uma crise que pode fazer com que os mesmos tentem se aproximar dos países emergentes.
8. A IMPORTÂNCIA DOS BRICS NO COMÉRCIO EXTERIOR
O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Européia. Para dar uma idéia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICS respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%.
Estes países lideram a retomada do crescimento econômico global após uma severa crise, entre 2008 e 2009, ter abalado as estruturas financeiras dos países mais desenvolvidos. Para consolidar este novo posicionamento e importância no cenário mundial, os BRICS se articularam buscando formas de aumentar sua participação nos rumos econômicos do planeta, bem como uma maior inserção na política internacional, seja por meio de uma participação mais relevante em organismos multilaterais, seja reforçando entre si posicionamentos e parcerias comerciais e tecnológicas.
Em síntese, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para (a) diálogo, identificação de convergências e adaptação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação em setores específicos.
9. CONCLUSÃO
Criada pelo economista, Jim O'Neill, em 2001, a sigla BRIC, posteriormente BRICS surgiu a partir de seu estudo chamado de “Building Better Global Economics BRICS” que une a participação de alguns países emergentes na economia. A sigla faz referência aos países membros, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que compõem uma aliança, de caráter informal, pelos mesmos interesses econômicos internacionais. Estes países compartilham características em comum, bem como economia estabilizada recentemente, situação política estável e PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento. Logo, esta junção não caracteriza um bloco econômico, mas sim a união de países com expansão econômica emergente que buscam ganhar força no cenário político internacional.
Até o ano de 2006 os não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles, sendo quadro países (Brasil, Rússia, Índia e China) que tinham interesses comuns entre si. Este cenário mudou a partir de 2006, com a entrada da África do Sul, a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª Assembléia Geral das Nações Unidas, passou a existir um mecanismo que passava a atuar no cenário internacional.
Para que os BRICS viessem a se tornar parte de uma internacionalização vertical, foram necessárias algumas cúpulas, que eram reuniões dos representantes de cada país a fim de debater seus objetivos, como por exemplo, a III Cúpula que reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concentração no cenário internacional.
Os BRICS têm grande tendência de se tornar fortes economistas no futuro, uma vez que continuar com suas estratégias atuais. Há uma estimativa que diz que em 40 anos os BRICS podem se tornar maior que o G6 e a China, por sua vez, podem se tornar a maior economia do mundo medido pelo seu PIB, ultrapassando a Alemanha em quatro anos.
O crescimento dos quatro países iniciantes, entre 2003 e 2007, já chegou a representar certa de 65% do PIB mundial, um grande crescimento considerando que em 2003 era de 9% e em 2009 já estava representando 18%. Atualmente, com a integração da África do Sul, o PIB dos BRICS já ultrapassa o dos EUA e União Européia.
Estes países já chegaram a liderar a retomada do crescimento econômico global após uma severa crise, entre 2008 e 2009, ter abalado as estruturas financeiras dos países mais desenvolvidos.
É estimado que os países do BRICS possam alcançar maior participação e importância no cenário internacional como grandes potências, mais não possuem capacidade para serem as maiores forças econômicas do mundo. Os países possuem problemas sociais, políticos e administrativos relevantes que acabam por prejudicar o crescimento dos mesmos, dificultando com que em um futuro próximo se tornem as maiores economias do mundo.
10. Referências
Estado de São Paulo. Economia e Negócio. Disponível em http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,brics-ganham-importancia-significativa-no-comercio-internacional-diz-ipea,13592,0.htm Acesso em 22 de abr. 2013.
Gregory Michener. Cenários. Importância do Brics. Disponível em: http://gregmichener.com/cenarios/a-importancia-dos-brics/ Acesso em 22 de Abr. 2013.
IPEA. Desafios do Desenvolvimento. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1521:catid=28&Itemid=23 Acesso em 22 de abr. 2013.
Ministério das Relações Exteriores. BRICS: Agrupamento Brasil – Rússia – Índia – China – África do Sul. Disponível em http://www.itamaraty.gov.br/temas/mecanismos-inter-regionais/agrupamento-brics Acesso em 22 de abr. 2013.
Sua pesquisa. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/bric.htm Acesso em 22 de abr. 2013.