UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCar
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS - CECH
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEd
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
SARA REBECCA BIANCHI
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM
NO ENSINO FUNDAMENTAL
São Carlos – SP
2011
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SARA REBECCA BIANCHI
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM
NO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito básico para a concretização da
graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia
pela Universidade Federal de São Carlos, sob
orientação do departamento de Psicologia Prof.
Dr. João dos Santos Carmo – UFSCar.
São Carlos- SP
2011
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Dedico este trabalho a todas as pessoas que me
ensinaram o quanto essa profissão é valiosa e
gratificante, as professoras que partilharam de
suas experiências comigo, a minha família,
amigos e meu noivo que tiveram a paciência de
ouvir as inúmeras experiências e conflitos que
tive e assim incansavelmente me apoiaram.
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De que serve ao homem conquistar o mundo inteiro se perder a alma?
Marcos 8:36
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E
ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
Paulo Freire
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AGRADECIMENTOS
Quero agradecer primeiramente a Deus, que me fortalece, guia minha vida, meus
caminhos e que sem Ele eu nada seria.
Agradecer grandiosamente ao Prof. Dr. João dos Santos Carmo que teve paciência,
perseverança e tranqüilidade para me orientar e ajudar tanto em questões pessoais quanto
profissionais. Agradeço também as professoras que ajudaram no parecer do presente trabalho,
Prof Dr. Márcia Onofre e à Prof. Dr. Leila Feio.
Agradeço em especial minha mãe Sandra Regina de Oliveira que sempre está ao meu
lado me aconselhando e me amando incondicionalmente, aos meus amigos do Jucrisc e em
especial minhas companheiras de sala de aula Paula dos Santos Christinelli e Amanda Daiane
Machado, por tantos momentos juntas, de risadas, tristezas e companheirismo; à minha
amiga/irmã Tayse Caroline de Souza, agradeço por todos os momentos, conselhos e amor.
Agradeço imensamente ao meu noivo Thiago Melega por sempre me ajudar, me
aconselhando, mostrando o melhor caminho a ser seguido e dedicando todo seu amor e
carinho a minha vida.
Não posso deixar de citar aqui meu pequeno grande amigo Thor, meu cão, que sempre
me alegra com seu jeito todo especial de demonstrar carinho por mim.
Enfim agradeço as crianças pelos inúmeros carinhos, aprendizados e experiências
trocadas, por cada sorriso recebido e por cada ajuda que tive o prazer de dar a cada um.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO_________________________________________________________7
Seção I – Aspectos em torno do fracasso escolar/dificuldades de aprendizagem_______8
a) O que é mesmo o fracasso escolar?_________________________________9
b) Quem são esses alunos que não se encaixam nos padrões?_______________11
c) A construção do conhecimento e como a escola, o professor e as pertinências de
causalidades podem influenciar no sucesso ou fracasso do aluno.__________12
Seção II - Importância das relações motivacionais estabelecidas com o educando para a
aprendizagem___________________________________________________________16
a) Quais metas os alunos perseguem na vida escolar?______________________19
Seção III – Como lidar com a motivação na sala de aula__________________________22
Considerações Finais______________________________________________________27
REFERÊNCIAS_________________________________________________________30
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RESUMO
No processo ensino aprendizagem acredita-se que a relação estabelecida entre professor e
aluno é de extrema relevância. Contudo, a motivação deve estar presente em todos os
momentos. Ao professor, cabe a tarefa de facilitar a construção do processo de formação,
influenciando e dando subsídios ao aluno no desenvolvimento da motivação na aprendizagem.
O estudo trazido neste trabalho de conclusão de curso teve como objetivo entender os
processos de ensino aprendizagem, as dificuldades encontradas neste caminho e de que forma
a motivação pode ser uma fundamental aliada para a maior aprendizagem dos alunos. No
entanto é necessário entender as dificuldades encontradas na educação, o que de fato é a
motivação e como ela funciona, e de que forma as professoras entendem e podem colocar em
seu cotidiano melhorando a qualidade da aprendizagem de seus alunos.
Palavras-chave: relação professor- aluno; dificuldade de aprendizagem; motivação; ensino –
aprendizagem.
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INTRODUÇÃO
Quando pensamos na importância da motivação na aprendizagem, podemos
dizer que é uma luta buscar subsídios para que a escola se torne atraente aos olhos dos alunos.
Sabemos que hoje em dia, as crianças vivem em um mundo repleto de tecnologias e
brinquedos que encantam e fascina. Os atrativos oferecidos pelos diversos meios despertam
interesses que estão além do simples fato de freqüentarem uma escola. A
escola,
no
entanto, muitas vezes não oferece os mesmos atrativos, ou atrativos que despertem a vontade
do aluno de aprender ou freqüentar o ambiente escolar, o que na maioria dos casos gera certos
desinteresses e falta de motivação pelos estudos, pois para uma criança, brincar é muito mais
interessante do que estudar.
Embora saibamos da relevância da educação para o desenvolvimento do ser
humano, o difícil é fazer com que essas crianças entendam isso, e de fato é um grande desafio.
É notável em estudos que as crianças estão chegando às escolas cada vez mais
desmotivadas com os estudos, o que gera a repetência e muitas vezes a evasão escolar.
Por isso, na primeira seção trago discussões relevantes sobre as dificuldades de
aprendizagem, que geram o fracasso escolar, dentre eles a desmotivação encontrada nos
alunos em cumprir com seus deveres e em aprender.
E são muitos os problemas causados pela desmotivação, porem não existe uma
mágica que faça as aulas serem o foco de atenção das crianças. Porém, o professor que
acredita em seu pontecial e de seus alunos, com sensibilidade e energia talvez consiga
enfrentar o desafio.
A proposta que defendo é da importância do professor estar atento à relação
que o mesmo estabelece com seus alunos e como lida com a questão motivacional da
aprendizagem. Desta forma a segunda seção apresenta uma breve discussão em torno da
motivação, traz discussões de diversos autores e suas idéias sobre essa temática.
A motivação escolar é algo complexo, processual e contextual, mas alguma
coisa se pode fazer para que os alunos recuperem ou mantenham seu interesse em aprender, e
neste sentido trago as discussões da terceira seção embasadas em teorias, pensando de que
forma os professores de hoje podem lidar com a demostivação na sala de aula, transformando
esse cenário, o que gera estes desconforto nos alunos e professores e como poderíamos
reverter esse quadro, fazendo com que as aulas se tornem prazerosas, a escola seja mais
atraente e o ensino seja motivo de êxito para os alunos.
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Seção I – Aspectos em torno do fracasso escolar/dificuldades de aprendizagem.
São apresentados nesta seção, discussões de autores que estudam fracasso
escolar e demais assuntos que giram em torno desse tema. Tratar dessa questão não é nada
fácil, uma vez que o mesmo se refere a um objeto de estudo que está em constante
modificação: o ser humano.
Charlot (2000) aponta que o fracasso é uma maneira de verbalizar a
experiência e categorizar o mundo social. Pensar nesta questão do fracasso escolar é
praticamente um exercício automático, uma vez que isso se transformou em atrativos
ideológicos. Essa questão, não se remete apenas ao estudante que não alcança o objetivo
esperado, mas está relacionado também à capacidade do professor em ensinar, às
desigualdades sociais e aos recursos investidos na educação.
É praticamente impossível colocar toda a expectativa de descoberta do
fracasso escolar sobre o pesquisador, pois esse estudo envolve amplos ângulos. O pesquisador
deve estar sempre atento à descrição e escuta, e também, à conceitualização e teorização; a
construção do objeto pesquisado se dá a partir desses elementos; sem o primeiro a teoria não
sabe do que fala, e sem o segundo a pesquisa ignora a linguagem que utiliza.
Diante disso Charlot (2000) afirma que não existe o fracasso escolar,
mas sim alunos em situação de fracasso. A diferença que existe é o que traz o não êxito na
aprendizagem, a experiência escolar do aluno em situação de fracasso apresenta marcas de
diferenças e de falta, e por isso o mesmo apresenta dificuldades em certas situações, ele
constrói em si próprio uma imagem desvalorizada.
A sociologia analisa o fracasso escolar em termos de diferenças sociais,
que apesar dos interessantes resultados, não dão conta do conjunto de fenômenos que o
fracasso escolar traz. Podemos citar aqui, por exemplo, como o texto discute as diferenças
culturais, uma vez que os filhos de pais que estão em uma classe privilegiada, terão posições
diferentes na sala de aula.
É interessantíssimo analisarmos por esse âmbito de diferenças sociais.
No entanto, Charlot (2000) diz que a origem social não é a causa do fracasso escolar, e que
também os alunos em situação de fracasso não são deficientes socioculturais.
É verdade que o fracasso escolar “tem alguma coisa a ver” com a origem social
(caso contrário, não haveria nenhuma correlação entre as duas variáveis), mas a
origem social não produz o fracasso escolar (CHARLOT, 2000, p. 25).
9
Qualquer docente pode observar em sua sala de aula os fatores que
causam o fracasso, nem todas as crianças sofrem por conta de sua origem familiar, muito pelo
contrario muitas vezes o mesmo se constitui dentro da própria sala de aula, e como foi citado
no texto, pelas “sombras” que o aluno carrega consigo de algum mau momento que viveu na
sua escolarização.
É importante ressaltar que não adianta o docente fazer uma leitura positiva do
individuo, colocando toda a expectativa sobre o mesmo, uma vez que esse carrega consigo
dificuldades, singularidades e etc., essa prática de pensar positivamente o aluno nesse sentido
acaba por classificar o sujeito como algo pronto acabado e o mesmo está em constante
formação no mundo.
(...) compreender como se constrói a situação de um aluno que ‘fracassa’ em um
aprendizado e, não, “o que falta” para essa situação ser uma situação de aluno bemsucedido (CHARLOT, 2000, p. 30).
Já Arroyo (1997) apresenta como pressuposto a ideia de que o sistema escolar
público e privado representam uma cultura de exclusão. Dessa forma, o sistema escolar
auxilia na prática de uma sociedade excludente e desigual, já que sua estrutura organizacional
está permeada por essa cultura.
Nesse contexto, o sistema escolar é caracterizado pela organização,
hierarquização, burocratização e segmentação, através de um modelo educacional composto
por séries, disciplinas e grades curriculares. Dessa forma, esse panorama do sistema
educacional origina o fracasso escolar quando os alunos não dominam os saberes de um
determinado recorte disciplinar ou representa o sucesso escolar quando acontecem as
aprendizagens de uma grade curricular específica.
a) O que é mesmo o fracasso escolar?
De acordo com Charlot (2000), não existe um objeto que podemos denominar
de “fracasso escolar”. O que existem são situações de sucesso ou fracasso.
O “fracasso escolar” não existe; o que existe são alunos fracassados, situações de
fracasso, histórias escolares que terminam mal. Esses alunos, essas situações, essas
histórias é que devem ser analisados, e não algum objeto misterioso, ou algum vírus
resistente, chamado “fracasso escolar” (CHARLOT, 2000, p. 16).
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Cada sujeito traz consigo suas dificuldades, sua historia de vida, seus interesses
e relevâncias, o docente não pode simplesmente impor aquilo que acha que é importante para
o sujeito desqualificando o que o mesmo traz consigo. É essa atitude que podemos considerar
um fracasso escolar, o docente não conseguir manipular o objeto de ensino a ponto de fazer
uma dialética com o conhecimento do aluno, acrescentando em sua vida deste modo cabe
destacar que “ninguém é sujeito da autonomia de ninguém” (FREIRE, 1996, p.121)
Tal temática pode gerar muitos debates sobre quais seriam suas “possíveis”
causas. A eficácia dos docentes, o serviço público, a desigualdade social, o sistema educativo
são alguns dos aspectos que podem ser colocados em questão quando o assunto é discutido
O professor muitas vezes, acaba por excluir o aluno, e ao tê-lo como
“diferente”, ou “aquele que não corresponde as suas expectativas”, o mesmo acaba por
carregar esse estereotipo de fracassado.
Esteban (2004)aborda o currículo e a avaliação dentro da escola,
denunciando-os como formas de reforçar as desigualdades e assim gerar fracasso.A autora
inicia o texto falando de um livro chamado exercício de ser criança. Ela vê nesse livro uma
forma de leitura compartilhada que produz experiências instigantes na sala de aula e compara
o aprender e ensinar como carregar água na peneira; então, explica que carregar água na
peneira de imediato, a primeira vista parece algo inútil, mas pode ser uma idéia interessante
para pensarmos avaliação e currículo quando pretendemos pensar, inventar e diferir.
Carregar água na peneira. Trabalho inútil poderiam concluir aqueles educadores,
educadoras, professores professoras, pesquisadores, pesquisadoras fortemente
preocupados em “preparar para o futuro”, “formar o cidadão”, “garantir o acesso
aos conhecimentos socialmente valorizados.”Assim, também a professora, ou o
professor, se vê muitas vezes como quem carrega água na peneira, e compreende
que seus esforços vão por água abaixo quando os alunos e alunas não correspondem
as expectativas e não alcançam os objetivos, o que é considerado não aprendizagem
(ESTEBAN, 2004, p.159)
Porem o texto traz outra visão do carregar água na peneira, é um privilégio aos
professores que buscam compreender “o” compreender de seus alunos e encontram nos
despropósitos indícios preciosos do caminho percorrido pelos estudantes para aprender.
A educação que oferece um único caminho afasta os alunos dos outros. O
resultado homogêneo despotencializa os exercícios escolares, uma vez que ao invés de ser
exercícios de ser, se tornam treinamentos de habilidades e aquisição de fragmentos
descontextualizados de conhecimento, negando as diferenças.
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Carregar água na peneira. Ato encantador, surpreendente, imprevisível poderiam
pensar aqueles que ficam atentos aos movimentos da água caindo na peneira
enquanto o menino se desloca, aos desenhos que a água faz no chão, aos ruídos
produzidos,às expressões do menino se indagando sobre o desaparecimento da
água(...)(ESTEBAN, 2004, p.159)
O currículo e a avaliação podem estar sendo peneiras que não peneiram e
abrem possibilidades de novos caminhos. Esteban (2004) quer mostrar que o processo de
avaliação como prática, vê nas diferenças dos alunos o processo de ensino e aprendizagem
que se realiza na sala de aula.
Diante de tantas desigualdades, todos têm igualmente direito à educação,
porem isso não pode vincular a conquista desse direito a que todos façam o mesmo percurso
de aprendizagem, à existência de um currículo único e à produção de resultados idênticos.
A preocupação com a alteridade está presente na construção do currículo e da
avaliação. Porém a preocupação nem sempre se traduz na apreensão do outro como legitimo
outro, porque o outro é enunciado ao mesmo tempo em que é mascarado. O reconhecimento
da diferença leva o sujeito a ser enredado em um complexo processo que visa fazer dele um
igual, e essa igualdade torna-se condição para sua aceitação. Não há assim legitimidade em
sua alteridade.
Em concordância com Arroyo (1997) e Esteban (2004), conclui-se que
processo que exclui é o mesmo que propõe gerar processos de inclusão.
A igualdade nos procedimentos desconsidera as desigualdades sociais. Essa
igualdade nos procedimentos não favorece a produção de igualdade nos direitos. Pois buscam
se resultados homogêneos e aqueles que são diferentes são tidos como ausentes de qualidade.
Assim, Arroyo (1997) afirma que sucesso e fracasso escolar são causados pelo
sistema de ensino e propõe que haja uma reflexão sobre a atual estrutura escolar, promovendo
uma escola com uma experiência sociocultural e formadora, proporcionando a criação de
educandos como sujeitos ativos.
b) Quem são esses alunos que não se encaixam nos padrões?
Esteban (2004) afirma que muitos dos alunos que não reconhecem na escola
seus percursos de aprendizagem são oriundos das classes populares.Muitos alunos
matriculados em escolas da rede pública se defrontam com o fracasso escolar.
Segundo Patto (1995) o psicólogo pode selar destinos a partir de seus pareceres
sobre crianças com dificuldades escolares:
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(...) o que aparece como natural é social; o que aparece como a-histórico é
histórico; o que aparece como relação justa, é exploração; o que aparece como
resultado de deficiências individuais de capacidade é produto de dominação e
desigualdade de direitos determinada historicamente (PATTO, 1997, p. 57).
A escola que deveria ser um local de aprendizagens, de interação, de surgimento de
novas possibilidades, passa a ser o oposto, passa a ser um local de depreciação, desmotivação
e humilhação.
A falta de significados dos conteúdos ensinado em sala de aula é uma das causas da
desatenção por parte dos alunos, da desmotivação, desinteresse, e falta de memorização.
Diante disso, Souza (1997), analisa que muitas vezes os fatores emocionais, refletem
nessa dificuldade que o aluno encontra em sua aprendizagem:
Os acontecimentos vividos pela criança na escola são interpretados como um
sintoma de conflitos de seu mundo interno e de sua relação familiar que, por ser
inadequada e ou insuficiente, traz conseqüências para o desenvolvimento deste
aluno e por conseguinte ao processo de aprendizagem ( Souza, 1997, p. 19).
c) A construção do conhecimento e como a escola, o professor e as pertinências de
causalidades podem influenciar no sucesso ou fracasso do aluno.
Dentro dessa temática, Peres (1997) elucida que o chamado fracasso escolar é
decorrente de oscilações cognitivas no percurso da aprendizagem, que são as alternâncias na
apreensão do conhecimento e não são fracassos, mas ritmos e momentos diferentes do que são
esperados no processo de aprendizagem. As instituições sociais e em especial a escola,
concebem a aprendizagem linearmente, e por isso, existem seriações e nelas padronizações do
saber que deve ser “transmitido” aos estudantes.
Dessa forma, o problema não está em aprender, mas sim em ensinar de maneira
linear. Esse tipo de ensino origina alunos “desviantes”, que são aqueles que estão fora do
ritmo, que são concebidos como “fracassados”, que estão fora dos padrões estabelecidos, ou
seja, o indivíduo a ser excluído pelo sistema. Esse que é o desviante é representado pela figura
do “louco”, que, por sua vez, representa uma ameaça à sociedade padronizada, já que foge aos
padrões.
A autora ainda trata das oscilações como facilidades em determinadas áreas do
conhecimento, afirmando que as pessoas não são iguais e que possuem talentos diferentes
para diversas coisas. Ou seja, uns têm mais facilidade para a Matemática e outros para o
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Português. Entretanto, Peres (2000) afirma que apesar das habilidades inatas, todos podem
aprender tudo, é preciso para isso maior dedicação tanto dos alunos quanto dos docentes.
A escola deve ser o local que propicia ao aluno momentos de reflexão,
de acertos e erros. A importância de o aluno errar sem ser taxado é determinante para seu
sucesso escolar. Psicólogos e especialistas na área costumam de fato, colocar o problema no
aluno, porem é necessário analisar até que ponto a escola está colaborando para o fracasso do
mesmo. Uma vez que o aluno comete muitos erros e o professor aponta-os a todo o momento,
o aluno irá passar a desenvolver menos atividades, conseqüentemente diminuindo a
quantidade de erros.
Esse é o problema das escolas que trabalham com um currículo
fechado, como foi citado acima, no texto de Esteban (2004): desconsideram as diferenças
trazidas pelo alunado, propiciando cada vez mais exclusão dentro da escola, sendo que a
mesma, contraditoriamente, propõe-se à inclusão.
Contudo, a escola torna-se o local menos apreciado por seu publico alvo: o
aluno. Segundo Patto (2000), é como se o meio de preservar, distanciasse os alunos, ou seja,
preservar o aluno de ser tratado como diferente, acaba por distanciá-lo, sendo que o mesmo
não consegue acompanhar os demais, uma vez que a esses alunos são atribuídos as causas das
dificuldades, afinal a sala de aula é o local de descobertas de incompetências.
Patto (1990) destaca três principais causas apontadas pela teoria para as dificuldades
de aprendizagem das crianças das camadas populares: as suas condições de vida; a
inadequação da escola pública em lidar com esse aluno concreto; e, por parte da professora, a
falta de sensibilidade e de conhecimento da realidade vivida pelos seus alunos, em
conseqüência da distância entre a sua cultura e a deles. Diante disso, pode-se notar a
relevância da relação estabelecida pelo professor com o aluno, uma vez que este já está em
“desvantagem” social. Diante disso devemos ter uma “(...) conscientização da dimensão mais
relacional de nosso trabalho de aula” (MORALES, 1998, p.49).
“O modo como se dá nossa relação com os alunos pode e deve incidir
positivamente tanto no aprendizado deles, e não só das matérias que damos, como
em nossa própria satisfação pessoal e profissional” (MORALES, 1998, p.10)
A escola é o ambiente no qual o aluno constrói conceitos e sensações
importantes, principalmente no Ensino Fundamental; é uma etapa que pode limitar ou
expandir as possibilidades futuras para a construção de conhecimentos por parte do educando.
Como salienta Delors (2000), os alunos devem poder adquirir na escola instrumentos que os
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habilitem, o domínio de novas tecnologias, quer a enfrentar os conflitos e a violência. É
preciso cultivar neles a criatividade e a empatia de que terão necessidade para serem, na
sociedade de amanhã, cidadãos ao mesmo tempo atores e criadores.
Diante de todos os aspectos apresentados em torno da questão,
chegamos a um ponto relevante: de que forma o sujeito lida com as causalidades que ocorrem
em sua vida?
Podemos citar desde causas externas, como aquelas que ocorrem no
cotidiano, até mesmo as interiores, que são os sentimentos, humor, saúde. Esses também são
pontos relevantes para se pensar na desmotivação do aluno e conseqüentemente seu insucesso
em sala de aula. É de grande relevância ressaltar a visão de Martini & Del Prette (2002), de
que o modo como os indivíduos interpretam uma determinada causa numa dada dimensão é
mais relevante na determinação do comportamento de realização, do que as causas em si.
Durante a leitura de Martini & Del Prette (2002), pude concluir que o
modo como os professores atribuem as causalidades aos alunos tem grande determinação em
seus sucessos ou fracassos no contexto escolar, e estas afetam a relação professor-aluno e com
isso o âmbito da aprendizagem e o desenvolvimento socioemocional dos alunos.
Mattos (2005), em seu artigo faz um trabalho com o conselho escolar, e
a partir de suas pesquisas, ela traz a opinião das professoras observadas: as dificuldades
educacionais do aluno têm sua origem na incapacidade em construir conhecimentos
acadêmicos. De maneira geral, o que se vê é um processo de ensino/aprendizagem de modo
dicotomizado, como diz Freire (1987), a professora ensina e o aluno e a aluna aprendem.
Deste modo, quando o processo de aprendizagem desses alunos não são bem-sucedidos, estes
são percebidos como portadores de um bloqueio cognitivo que os impedem de aprender,
discordo deste pensamento uma vez que o que leva o aluno ao sucesso ou fracasso da
aprendizagem são diversos fatores, desde à relação estabelecida com o cotidiano escolar, a
relação que o aluno estabelece com o conhecimento e com o professor está diretamente ligada
a isso, uma vez que, as causalidades do processo de aprendizagem influenciam na motivação
e desmotivação do educando, como veremos na próxima seção.
Termino essa seção com uma citação de Paulo Freire, uma vez que acredito na
potencialidade principalmente dessas crianças vistas como problema em sala de aula:
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da
busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da
alegria. FREIRE (1996)
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Baseado nas considerações feitas nesta seção é possível observar que existem
diversas maneiras de analisar as causas do sucesso ou fracasso escolar, e que a maioria delas
aponta o fracasso como objeto de estudo e não o sucesso propriamente dito. A origem social,
a família, a escola, o sistema, os próprios alunos através de fatores cognitivos ou de
maturação, os professores etc. podem ser apontados como causa para tal “transtorno social”,
já que o “fracassado” é aquele que está fora dos padrões, manchando a linearidade social.
Mas, repetimos, será que existe um “responsável” pelo fracasso?
A resposta que chego até o dado momento é que não existe um único
responsável; é na verdade, uma mescla de todos esses fatores elucidados e mais outros que
originam o que chamam de aluno bem sucedido ou “fracassado”. Entretanto, o mais
importante de toda discussão é saber quais as medidas a tomar, quais as providências diante
das evidências, e enfim, encontrar saídas.
Uma vez que o aluno se sente como fracassado, logo se sente desmotivado a
aprender algo que não acredita ser capaz. E como motivar esse aluno? Como modificar esse
quadro?
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Seção II - Importância das relações motivacionais estabelecidas com o educando para a
aprendizagem
Diante do exposto na primeira seção, discorro nesta sobre alguns
aspectos em torno da motivação que se fazem relevantes para o entendimento da mesma na
aprendizagem, uma vez que as dificuldades encontradas ao longo da vida se dão também pela
falta de motivação do indivíduo, e trabalhar este aspecto na vida do aluno pode ser de grandes
mudanças, tanto no âmbito educacional, quanto pessoal. Porem para falarmos da motivação
especifica na educação, faz-se necessário considerar a concepção de motivação em geral.
Buscando suporte em Davidoff (2001), trago a questão da motivação enquanto
necessidade, impulsos e instintos, tudo isso são denominados constructos, ou seja, um tipo de
“necessidade” que nosso corpo, mente tem. Como por exemplo, a sede, não tem como tocá-la,
ouvi-la, mas sentimos.
Diante disso, Davidoff (2001) traz dois modelos de motivação, o
homeostático e o de incentivo. No modelo homeostático o mesmo pressupõe que o corpo tem
padrões de referencias e este aponta o estado em que o mesmo se encontra; quando o corpo
não está nesse padrão, surge a necessidade, e a mesma ativa um motivo. Esse motivo faz com
que inconscientemente o corpo busque um retorno ao equilíbrio.
Não obstante, melhor do que buscar ou manter o equilíbrio, ao ser
humano necessita de incentivo, funcionam como uma válvula que impulsiona a motivação e
essa aciona o comportamento.
Quando pensamos em uma relação da motivação com a aprendizagem,
é relevante demarcar aqui dois tipos de incentivos (que movem a motivação): intrínseco e
extrínseco. No incentivo intrínseco, a ação se dá por vontade da pessoa, por gostar, melhor
dizendo é algo que causa prazer por si só, sem ter algo em troca, por exemplo, estudar porque
quer aprender mais e tem gosto pela matéria; já no incentivo extrínseco, a motivo se torna
algo que está sendo dado em troca do que é feito, por exemplo, estudar porque vai ter uma
avaliação.
É relevante deixar esclarecido que a motivação intrínseca se dá por meio à
interação com os ambientes, essa motivação começa a partir de incentivos externos e depois o
indivíduo vai transferindo o controle para o interno. Assim acontece, por exemplo, com o
prazer de ler um livro para aprender um conteúdo ou simplesmente para curtir um romance, é
claramente, uma ação motivada internamente. No entanto, analisando a história do indivíduo,
vemos que ele precisou aprender a ler a partir dos incentivos externos dos professores e/ou
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dos pais e, frequentemente, possui uma história de vida na qual foi incentivado pelos pelo
ambiente doméstico, no qual havia disponibilidade de livros em estantes etc.
Deste modo, podemos afirmar que o individuo que tem um ambiente procipcio
ao contato com a diversidade, acaba por internalizar a motivação de acordo com as
possibilidades que lhe foram dadas, e até mesmo “a curiosidade, a aprendizagem conceptual
e a criatividade parecem ser todas acionadas pela motivação intrínseca”, (DAVIDOFF, 2001 ,
p. 327), ou seja, torna-se intrínseco, aquilo que antes era motivado pelo externo.
Os incentivos externos produzem motivação, uma vez que, são esses
fatores externos, quer seja material, quer seja no ambiente, que estimulam a motivação
inconscientemente ou conscientemente nas pessoas.
Podemos perceber que existem vários tipos de motivação e uma que
cito como relevante neste momento é a motivação social, uma vez que o ser humano não
consegue viver sozinho e necessita de um convívio social para ter uma vida saudável.
A escola é um espaço de variedades, onde diferentes culturas, valores, crenças,
experiências e relações sociais se misturam e fazem do cotidiano escolar uma rica e complexa
estrutura de conhecimentos e de sujeitos.
Penso que dentro de uma sala de aula, essa motivação se faz
fundamental para o melhor desenvolvimento da aprendizagem do educando. Estudos mostram
o quão conflitante e difícil são as relações estabelecidas na escola. Os alunos vão à escola com
sentimentos ruins em relação a mesma.
Diante do desanimo e relação estabelecida no âmbito escolar, o aluno
necessita de incentivos para que realize algo, o que Atkinson (2002) traz como motivação de
realização.
É exigido algum tipo de esforço, no entanto o individuo refletirá sobre
suas perspectivas de sucessos e fracassos diante do que lhe foi solicitado e isso o fará realizálo ou não. As expectativas de fracasso são fatores que geram a desmotivação, no texto, o autor
exemplifica com crianças que entram na escola despreparadas para sentarem em uma cadeira
e ouvirem um adulto falar, e nesta situação os professores se sentem frustrados, esse
sentimento do professor gera uma relação com o aluno e este terá um mau desempenho e
futuramente até faltará motivação para a realização.
Podemos trazer aqui a análise feita por CHARMS (1976, 1980, 1983),
no qual foi dado um treinamento aos professores para que estes ajudassem de fato os alunos
com dificuldades, estabelecendo objetivos realistas e modificando os materiais para motivar
os alunos da classe, proporcionando oportunidades de realização e ganho de confiança, diante
18
desta atitude, exames nacionais apontaram melhoras substanciais desses alunos refletindo em
maior motivação de realização.
Pensando mais a fundo da motivação relacionada a aprendizagem
escolar,TAPIA e GARCIA-CELAY (1996) , trazem novamente a questão do professor
diagnosticar o aluno enquanto desmotivado, porém a pergunta que deve ser feita é qual a
matéria passada na sala de aula? De que forma está sendo feita? O que faz com que alguns
alunos se sintam motivados e outros não?
A questão a ser estudada, é quais metas os alunos traçam diante do que
é exposto no cotidiano escolar. São essas metas que os alunos se sentem incentivados a
realizar.
Diversos autores buscaram compreender quais são essas metas buscadas pelos
alunos e agruparam-nas em três categorias:
•
Metas relacionadas com as tarefas;
•
Metas relacionadas com o “eu”;
•
Metas relacionadas com a valorização social;
•
Metas relacionadas com a consecução de recompensa externa.
Na primeira meta estabelecida pelos autores, os alunos podem se sentir
motivados a estar experimentado algo novo que aprenderam e desta forma ter uma auto
realização quando percebe que de fato dominou aquele conteúdo; também se sentiram donos
de suas próprias vontades, uma vez que farão aquilo que eles querem e não aquilo que o outro
quer, porém a tarefa é algo que de certa forma é dado, e isso pode causar uma aversão a esse
pensamento, e também experimentar a sensação de estar absorto pela natureza da tarefa.
Buscar alcançar a média dos demais colegas está relacionado a segunda meta,
na qual o aluno busca nesse ideal, estar melhor ou igualmente seus colegas de turma, no
entanto esse objetivos traz algumas características de novas metas, como experimentar o que é
ser melhor que os outros ou, ao menos não ser pior que os demais, e com isso o orgulho que
segue de êxito em situações competitivas.
Diante da terceira meta, voltamos ao assunto da importância da
valorização/ motivação social, nesta meta o aluno busca a aprovação dos pais, professores
e outros adultos importantes para aquele individuo, buscando sempre a positividade e não
19
aceitando a rejeição, e também a busca da aprovação e reconhecimento dos próprios
companheiros de sala.
Na quarta e última meta trazida pelos autores, a questão da recompensa é
trabalhada de forma a motivar o aluno, porem nem sempre é a melhor forma de incentivar
a motivação.
Diante de tantos estudos em torno das metas que motiva e desmotiva os alunos,
é importante descobrir e conhecer que metas são as mais adequadas para desenvolver
interesse e esforços necessários para facilitar a aprendizagem e demais conquistas dos alunos.
Neste momento faz-se necessário novamente citar as metas do tipo externa e interna, quando
um aluno não se sente motivado pela aprendizagem e por fazer suas obrigações, cabe então,
motivá-los a partir de prêmios e castigos.
A motivação intrínseca configura-se como uma tendência natural no aluno para
buscar novidades e desafios, é uma orientação motivacional que tem por característica a
autonomia do aluno e a auto-regulação de sua aprendizagem. Já a motivação extrínseca tem
sido definida como a motivação para trabalhar em reposta a algo externo a tarefa, como a
obtenção de recompensas materiais e sociais.
Sem dúvidas esses procedimentos são efetivos, se usados adequadamente de
acordo com as leis da psicologia da aprendizagem e motivação.
O uso destes procedimentos provavelmente motivarão o sujeito, a partir de
fora, ou seja extrinsecamente, colocando-lhe metas de fora para as tarefas que cabe a ele
mesmo realizar. Um exemplo desse procedimento é dizer ao aluno que ele só sairá para o
intervalo após terminar a lição.
Este procedimento é, portanto, reforçadores externos de conduta. Porem na
prática não devem ser utilizados a todo momento, uma vez que perderão sua efetividade, por
isso se faz necessário entender quais metas de realização os alunos perseguem na vida escolar,
o que leva o aluno a se interessar ou não à determinados assuntos/atividades?
a)Quais metas os alunos perseguem na vida escolar?
Responder essa questão é quase como entrar dentro da cabeça do aluno e
entender o que ele deseja do professor, o que ele deseja de si próprio, quais seus pensamentos,
anseios e buscas; uma tarefa um pouco árdua, pois é quase impossível entender a cabeça de
qualquer ser humano. No entanto os pesquisador Bzuneck (1999, 2001) traz contribuições que
nos faz entender um pouco sobre essas metas perseguidas pelos alunos.
20
Segundo Bzuneck (1999, 2001), metas de realização podem ser
conceituadas como o propósito ou o porquê de uma pessoa se envolver em determinada
atividade. Consiste em explicar por que alguém se esforça para atingir algumas metas, como a
de tirar uma determinada nota ou simplesmente ter êxito nas atividades escolares. O autor
refere-se as metas aprender e performance comentando que são qualitativamente diferentes
entre si, sendo cada uma delas um mediador cognitivo bem definido e que fornece uma
explicação especifica dos comportamentos de realização. Sua característica principal é a
crença quanto à causa maior do sucesso nas atividades escolares.
O aluno voltado à meta “aprender” tem convicções de que os resultados
positivos nas tarefas derivam maximamente de esforço. Assim, enfrentam desafios
acadêmicos e utilizam estratégias de aprendizagem cognitivas e metacognitivas para melhor
chegarem aos resultados. Para o aluno orientado à meta “performance”, os resultados são
associados à sua capacidade. Daí a preocupação do aluno em se mostrar inteligente e procurar
ser melhor que seus iguais. Esses alunos diante de desafios, medem as possibilidades de
obterem comprovações de que são inteligentes e, em geral, preferem estratégias de
aprendizagem que apenas garantam um processamento superficial
das informações.
Estudantes adeptos da meta “performance” chegam a omitir o investimento de esforço, para
que se possa atribuir o fracasso simplesmente a falta do esforço.
Nesta meta estabelecida como “performance”, pesquisadores tem
distinguido-a como dois componentes: o de aproximação, que é buscar sucesso (buscar
parecer como inteligente) e o de evitação do fracasso ou o de parecer incapaz. Teríamos
então, segundos os autores, três grandes metas de realização: a meta de aprender ou tarefa, a
meta “performance- aproximação” e a meta “performance-evitação”.
Existem diversas controvérsias no que concerne às vantagens e
desvantagens dessas metas para aprendizagem do aluno. Segundo Bzuneck (2001), tudo
indica que o melhor padrão auto-regulador na aprendizagem seria o de alunos que adotam as
duas metas simultaneamente, ou seja a meta aprender e a “performance-aproximação.
A motivação costuma estar ligada à emoção. Envolvendo-nos em
determinadas atividades porque nos causam satisfação ou deixamos de nos engajar porque nos
causa mal-estar. De uma maneira geral, enquanto a motivação se refere a disposição do
individuo para atingir uma meta ou, ao contrário afastar-se da mesma, a emoção se relaciona
com o resultado final, ou seja a consecução ou não dessa meta.
Segundo Knüppe (2006), existem diversos problemas ocasionados pela
desmotivação, no entanto, não existe um meio, uma mágica instantânea que faças as aulas
21
serem o foco de atenção dos educandos, porem as professoras com suscetibilidade e energia
talvez consigam afrontar o desafio. Em sua pesquisa Knüppe (2006) faz a seguinte citação:
A motivação do aluno, por tanto, está relacionada com trabalho mental situado no
contexto específico das salas de aula. Surge daí a conclusão de que seu estudo não
pode restringir-se à aplicação direta dos princípios gerais da motivação humana,
mas deve contemplar e integrar os componentes próprios de seu contexto
(BROPHY, 1983 apud Bzuneck 2000, p. 11) (Moraes; Varela, 2007).
Entende-se então que a motivação na aprendizagem é extremamente necessária
e deve ser trabalhada no contexto em que os alunos estão. Assim, o professor que está
disposto a assumir de fato as responsabilidades da sala de aula, indo alem de matérias e
currículo, mas pensando na relação estabelecida com o aluno, conseguirá mudar essa
realidade encontrada nos dias de hoje que é a desmotivação.
Agora como fazer isso de fato acontecer? E o que é necessário ser levado em
consideração para que os professores tenham sucesso em suas metas e objetivos quanto a
motivas seus alunos?
22
Seção III – Como lidar com a motivação na sala de aula
Fita (1999) explica que muitas vezes dizemos que para o aluno ter motivação
dentro da classe, é relevante ter um bom professor, que saiba motivar os alunos.No entanto,
toda motivação está relacionada a objetivos, portanto, um bom professor possui objetivos de
ensino claros, o que motivará o aluno a aprender.
Muitos professores reclamam da dificuldade em competir com os
atrativos tecnológicos e os brinquedos que encantam as crianças, e que na escola não existem,
esses dados segundo Knuppe (2006), são grandes, uma vez que ninguém consegue competir
com aquilo desperta maior interesse para os alunos. Deste modo os professores tentam de
diversas formas modificarem suas práticas para obter sucesso motivando seus alunos, a
motivação deve receber atenção pelos educadores, pois ela é que movimenta o processo
ensino-aprendizagem, e relações socio-psicologicas do individuo.
Sendo assim, ao levarmos em conta a construção da motivação na infância, e
sua conseqüência futura, deixaríamos de lado o oferecimento de motivações extrínsecas, para
que o individuo busque motivações intrínsecas para a realização de alguma meta, assim, o
individuo não se apoiaria em nenhuma recompensa, levando em conta, o aprendizado.
O aluno deve se motivar pela forma com que o professor manipula o conteúdo,
e não pela recompensa que poderá receber se feito um exercício correto. É em Knuppe (2006)
que busco a síntese do que um educador deve ser capaz de fazer: “analisar situações
complexas, tomando como referência diversas formas de leitura; optar de maneira rápida e
refletida por estratégias adaptadas aos objetivos e às exigências éticas; escolher, entre vários
conhecimentos, técnicas e instrumentos, os meios adequados, estruturando-os na forma de
abordagens; adaptar rapidamente seus projetos em função da experiência; analisar de maneira
crítica suas ações e seus resultados; aprender, por meio de avaliação contínua, durante toda a
sua carreira”. E ressalto que também deve fazer parte do elenco de qualidades de um educador
ideal a seguinte tríade: conhecimento do seu campo de saber,competências para organizar e
administrar situações de aprendizagem, ser gestor da progressão das aprendizagens, conceber
e fazer evoluir os dispositivos de ensino, envolver os alunos em suas aprendizagens, trabalhar
em equipe, participar da criação e da execução do projeto pedagógico da escola, utilizar novas
tecnologias em benefício da educação, enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão,
cuidar da própria formação contínua; e, como base do triângulo, ter compromisso com a
aprendizagem coletiva e individual, com a interação com os pares e com a instituição em que
23
trabalha, elementos essenciais para a qualidade de ensino no contexto atual (PERRENOUD,
2000).
Diante de tantas dificuldades encontradas na realidade da sala de aula Knuppe
(2006) em suas pesquisas, notou que muitas professoras estão desmotivadas com o método de
ensino e com a receptividade de seus alunos. E essas professoras afirmam que estar na escola
hoje, para uma criança sadia e cheia de energia, é algo cansativo e desgastante. E quanto a
essa afirmação, a autora explica que na aprendizagem, é preciso procurar sempre um motivo,
e o que as pesquisas mostram é que os alunos não o estão encontrando.
No entanto sabemos que a desmotivação gera graves conseqüências como a
repetência e a evasão escolar. Principalmente nas escolas públicas, muitas crianças, por
repetirem várias vezes a mesma série, optam por sair da escola e ingressarem no mundo do
trabalho, o qual traz ao menos um retorno financeiro, já que na escola não se sentem capazes.
Normalmente, não é que os alunos não estejam motivados, que não se movam
em absoluto, mas sim que se movem para coisas diferentes e em direções diferentes das que
pretendem seu professores.
Neste sentido os professores devem criar aulas mais encantadoras e que partam
do interesse e da realidade de seus alunos, com essa atitude conseguiram amenizar o
desconforto por parte dos mesmos. A motivação não é um problema apenas dos alunos, mas
dos professores também. De acordo com Knuppe (2006), a rotina e a inibição provocam a
desmotivação, pouco a pouco os professores vão aperfeiçoando as habilidades e os esquemas
motivacionais, estabelecendo mais metas, as quais serão mais compreensivas.
Essa desmotivação pelo trabalho está relacionada, ainda segundo a autora, com
as condições de trabalho oferecidas ao profissional da educação, que muitas vezes não
recebem um salário de acordo, trabalham com um grande número de crianças e com poucos
recursos tecnológicos.
Em sua pesquisa, Knuppe (2006), destaca que um dos maiores problemas de
desmotivação é o acúmulo de crianças na sala de aula, pois apresentam mais dificuldade em
relacionar-se com a professora e colegas, gera certos empecilhos para poderem questionar
suas dúvidas e as professoras reclamam das conversas paralelas que atrapalham o rendimento.
Para as professoras à falta de motivação dos alunos em sala de aula, gera uma incerteza, pois
de um lado encontramos os alunos, com preferências em outros assuntos que não estão
relacionados aos estudos, e do outro, as professoras cansadas.
Frente a isto, ela explica que a motivação não depende só dos motivos que
temos, mas do sucesso que esperamos se tentamos alcançá-los, acredita-se que o aluno deve
24
criar certa expectativa com relação à aprendizagem, para assim sentir-se motivado com
relação ao assunto em discussão. Knuppe (2006), explica também que passamos por fases
motivacionais, as quais estão relacionadas com os desejos. Ou seja, a motivação enfatiza
nossos desejos, nossas expectativas e nossas metas. Assim sendo, pode-se interpretar que nem
sempre o que deseja o professor está relacionado ao desejo do aluno.
A possibilidade que um professor tem de mover seus alunos para a
aprendizagem depende em grande parte de como ele mesmo enfrenta sua tarefa de ensinar,
diante da pesquisa de Knuppe (2006), para as professoras, a profissão está em primeiro lugar,
ou seja, gostam do que fazem, e mesmo com tantos pontos negativos como a falta de
reconhecimento profissional e a má remuneração, não atingem seus objetivos, que são o de
ensinar. O que motiva os professores é a afetividade encontrada na relação estabelecida entre
aluno e professor. Este sim é merecedor de qualquer esforço, ainda que árduo.
Os objetivos estabelecidos e esperados são desencadeadores da motivação,
formando parte da essência para considerar uma ação motivadora ou não. Sendo assim sem
objetivos e sem vontade de alcançá-los, não há motivação.
Segundo Tapia (1996), algo que pode auxiliar os professores a compreender a
motivação de seus alunos é observar seus comportamentos, o que dizem e o que fazem as
crianças quando precisam realizar atividades relacionadas com a aprendizagem.
No processo ensino aprendizagem cabe que a motivação esteja sempre
presente, cabendo ao educador facilitar a construção do conhecimento, induzindo o aluno a
desenvolver a motivação pelo conteúdo abordado em aula. De acordo com Jesus e Santos
(2004), a rotina e a inibição provocam a desmotivação. Sendo assim, educadores que não
buscam se atualizar em novos métodos e praticas pedagógicas, que vão proporcionar uma
motivação para se, será difícil motivar os educandos.
Estudos e pesquisas têm demonstrado que os professores são profissionais
essenciais nos processos de mudança das sociedades, porem, para tal, esses profissionais
precisam estar aptos a propiciar aos alunos desenvolvimento humano, cultural, científico e
tecnológico, de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências do mundo.
Knuppe (2006) traz em suas reflexões que o educador de hoje tem um papel na
“mediação reflexiva e crítica entre as transformações sociais concretas e a formação humana
dos alunos, questionando os modos de pensar, agir, e de produzir e distribuir
conhecimentos”.
Acredito que ao professor cabe, portanto, considerar a pesquisa como princípio
cognitivo, desenvolver nos alunos atitude investigativa, relacionar teoria e prática,
25
ultrapassando o campo da sua especialidade, de modo que possam ser desenvolvidas
atividades interdisciplinares, em uma proposta de substituição de um ensino que se limita à
transmissão de conteúdos por um ensino que constitua um processo de construção do
conhecimento, não de produtos acumulados, valorizando também uma avaliação diagnóstica e
formativa, mais do que a prova como forma de controle.
Concluo assim que motivação é uma força que move o indivíduo a executar
determinadas ações que são gerenciadas por nossos desejos individuais, ninguém fará o outro
aprender, se não houver nele também um movimento e vontade para a aprendizagem.
Diante de todo exposto fica evidente que que passamos por fases
motivacionais, as quais estão relacionadas com os desejos. Ou seja, a motivação enfatiza
nossos desejos, nossas expectativas e nossas metas. Portanto, pode-se interpretar que nem
sempre o que deseja o professor está relacionado ao desejo do aluno como foi dito acima,
porem cabe ao professor a sensibilidade de fazer uma dialética entre o que o aluno tem
interesse e o que é preciso ensinar.
Não se pode negar que o papel e a atuação do docente no atual contexto
educacional brasileiro são cheios de desafios e com isso se faz necessário uma mudança de
postura diante da ciência e do conhecimento, tanto por parte dos professores quanto dos
alunos, o que deve ter como ponto de partida um grande envolvimento com a instituição de
trabalho, discussões sobre novas práticas e reflexões sobre avaliação interna/externa, nas
analises realizadas por Knuppe (2006) ficou evidente que as professoras estão preocupadas
com esses fatos mencionados, e começaram a modificar suas aulas. A cópia do quadro passou
a diminuir, e a confecção de jogos e pesquisas dentro da escola começou a fazer parte do dia a
dia escolar. As professoras perceberam que utilizar diferentes recursos em suas aulas como
jogos no computador,pesquisa na internet e confecção de materiais pelos próprios alunos,
garante uma maior atenção e interesse dos mesmos.
Algo que pode auxiliar os professores a compreenderem a motivação de seus
alunos, segundo Tapia (1999), é observar seus comportamentos, o que dizem e o que fazem as
crianças quando precisam realizar atividades relacionadas com a aprendizagem, o professor
deve estar sempre atento, podendo assim mudar suas práticas quando necessárias. Outro fato
importante relatado pelo autor é que os professores podem conquistar a motivação de seus
alunos mostrando, no início da aula, curiosidades relacionadas ao tema, e relatar a
importância do conteúdo.
Mesmo sendo crianças do ensino fundamental, isso pode ser abordado, e com
certeza fará com que os alunos tenham mais interesse pelos estudos.
26
Em suma, o presente estudo mostrou que os professores necessitam estarem
motivados para assim motivarem seus alunos, realizar atividades criativas e envolventes. É
importante que examinem sua própria prática, com a intenção de verificar os benefícios que o
mesmo oferece aos alunos. Evidentemente, sabe-se da importância da motivação em sala de
aula, porém a reflexão sobre o assunto é indispensável, pois não existem receitas mágicas que
melhorem a motivação de nossos alunos. Nossa profissão exige que para que a prática
pedagógica possa ocorrer da melhor forma possível é necessário uma formação continua, no
qual o professor está sempre estudando, conhecendo, refletindo e melhorando sua prática.
27
Considerações finais
A questão da motivação é uma área que em minha opinião deveria ser de maior
relevância no âmbito educacional, pois penso que a relação estabelecida entre professor e
aluno é de grande relevância para o sucesso do educando.A partir dos estudos discutidos ao
longo deste trabalho pude constatar que as crianças chegam cada vez mais desinteressadas
pela escola. No entanto, os achados mostram que “a motivação pode ser considerada como
um requisito, uma condição prévia da aprendizagem. Segundo Knuppe (2006) “sem
motivação não há aprendizagem”.
Baseado nas considerações feitas nesta seção é possível observar que existem
diversas maneiras de analisar as causas do sucesso ou fracasso escolar, e que a maioria delas
aponta o fracasso como objeto de estudo e não o sucesso propriamente dito. A origem social,
a família, a escola, o sistema, os próprios alunos através de fatores cognitivos ou de
maturação, os professores etc. podem ser apontados como causa para tal “transtorno social”,
já que o “fracassado” é aquele que está fora dos padrões, manchando a linearidade social.
Mas, repetimos, será que existe um “responsável” pelo fracasso?
Penso que não exista um único responsável; é na verdade, uma mescla de todos
esses fatores elucidados e mais outros que originam o que chamam de aluno bem sucedido ou
“fracassado”. Entretanto, o mais importante de toda discussão é saber quais as medidas a
tomar, quais as providências diante das evidências, e enfim, encontrar saídas.
Uma vez que o aluno se sente como fracassado, logo se sente desmotivado a
aprender algo que não acredita ser capaz, a desmotivação desvia a atenção do aluno para
qualquer coisa que lhe cause interesse, e é necessário descobrir como deixar o ambiente
escolar interessante para esse aluno.
Pude perceber diante das teorias pesquisadas, que o professorado está
angustiado com essa desmotivação infantil, e frente a isso, buscam alternativas através de
aulas diferenciadas e recursos tecnológicos. Percebe-se que, mesmo enfrentando problemas
com a baixa remuneração e o não prestígio da profissão, as professoras
esforçam-se em motivar seus alunos em sala de aula e acreditam que para seus
alunos alcançarem é preciso que estejam motivados.
Diante disso vemos os aspectos em torno da motivação que se fazem
relevantes para o entendimento da mesma na aprendizagem, uma vez que as dificuldades
encontradas ao longo da vida se dão também pela falta de motivação do indivíduo, e trabalhar
28
este aspecto na vida do aluno pode ser de grandes mudanças, tanto no âmbito educacional,
quanto pessoal.
Essa motivação deve partir do aluno, mas o professor e a escola precisam
oferecer subsídios para que isso aconteça. Como expus nesta seção, primeiramente o aluno
precisa de uma motivação extrínseca que após ser trabalhada pode tornar-se intrínseca.
Para que isso aconteça, em primeiro lugar os conteúdos escolares necessitam
ter alguma ligação com a realidade das crianças, pois muitas vezes são discutidos assuntos em
sala de aula, que o aluno desconhece.
É notável a relevância da motivação na aprendizagem, e esta necessita ser
trabalhada no contexto em que os alunos estão. Assim, o professor que está disposto a assumir
de fato as responsabilidades da sala de aula, indo alem de matérias e currículo, mas pensando
na relação estabelecida com o aluno, conseguirá mudar essa realidade encontrada nos dias de
hoje que é a desmotivação.
Contudo, como fazer isso de fato acontecer? O que é preciso ser levado em
consideração para que os professores tenham sucesso em suas metas e objetivos quanto a
motivar seus alunos? Para uma criança são muito mais envolventes os brinquedos do que os
estudos. Quanto a essa afirmação, percebe-se que é preciso motivar ainda mais os alunos. A
desmotivação foi um dos pontos citados na pesquisa de Knuppe (2006) sendo o principal
motivo pela falta de interesse pelos estudos. No entanto, os resultados mostraram que essa
desmotivação é causada por diversos fatores. As práticas no cotidiano escolar começou a se
modificar,a cópia do quadro passou a diminuir, e a confecção de jogos e pesquisas dentro da
escola começou a fazer parte do dia a dia escolar. Utilizando diferentes recursos durante as
aulas como jogos no computador, pesquisa na internet e confecção de materiais pelos próprios
alunos, garantem uma maior atenção e interesse dos mesmos.
É necessário que os professores a compreendam a motivação de seus alunos,
observem seus comportamentos, o que dizem e o que fazem as crianças quando precisam
realizar atividades relacionadas com a aprendizagem. É preciso realizar atividades criativas e
envolventes. É importante que questionem seu trabalho, com o intuito de analisar
os benefícios que o mesmo oferece aos alunos. Evidentemente, sabe-se da
importância da motivação em sala de aula, porém a reflexão sobre o assunto
é imprescindível. Foi possível constatar que “não existem receitas mágicas que
melhorem a motivação de nossos alunos”
Nossa profissão exige que o professor seja criativo e dinâmico, mas para isso
precisa-se estar motivado e com metas e objetivos bem esclarecidos, e que esteja diposto a
29
sempre estudar, conhecer, refletir e melhor sua prática cotidiana, sentindo-se primeiro
motivado, para depois motivar seus alunos.
Deste modo, acredito que este trabalho é só o inicio de uma grande jornada de
pesquisas e práticas, fiz um levantamento teórico, porém para dar continuidade seria
importante a pesquisa prática e levantamento de dados para maior estudo da realidade que
acontece na relação professor-aluno dentro da escola e as implicâncias que esta relação se dão
na aprendizagem.
30
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