O Boletim de Conjuntura (BOCA) publica
ensaios, artigos de revisão, artigos teóricos e
empíricos, resenhas e vídeos relacionados às
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temáticas de políticas públicas.
O periódico tem como escopo a publicação de
trabalhos inéditos e originais, nacionais ou
internacionais que versem sobre Políticas
Públicas, resultantes de pesquisas científicas e
reflexões teóricas e empíricas.
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seu conteúdo, seguindo o princípio de que
disponibilizar gratuitamente o conhecimento
científico ao público proporciona maior
democratização mundial do conhecimento.
BOLETIM DE
CONJUNTURA
43
BOCA
Ano III | Volume 7 | Nº 19 | Boa Vista | 2021
http://www.ioles.com.br/boca
ISSN: 2675-1488
http://doi.org/10.5281/zenodo.5028436
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ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021
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ENSINO REMOTO: O USO DO GOOGLE MEET NA PANDEMIA DA COVID-19
Daiara Antonia de Oliveira Teixeira1
Francisleile Lima Nascimento2
Resumo
O presente artigo aborda a temática da educação frente à pandemia da COVID-19, refletindo sobre o uso e aplicabilidade da
ferramenta digital Google Meet e as dificuldades que os docentes e os alunos têm apresentado quanto ao seu uso como
ferramenta de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a pesquisa tem como objetivo geral, analisar o potencial do Google
Meet como ferramenta para ensinar e aprender. A metodologia parte da pesquisa bibliográfica e documental de cunho
descritivo sob a abordagem metodológica sistêmica, de caráter exploratório e participativo a partir da análise de conteúdo.
Dessa forma, o estudo conduz a pesquisadora a propor discussões sobre a qualidade da educação proposta pelo ensino
remoto, refletindo sobre as estratégias e metodologias adotadas como a aplicabilidade da ferramenta Google Meet, no
contexto da pandemia da COVID-19, mostrando que a ferramenta promove atividades colaborativas, possibilitando a
interação com quiz e gamificações, facilitando a associação com diversas outras ferramentas que ajudam a organização da
sala de aula e tornar a aula mais dinâmica. Dessa forma, é fundamental que docentes e alunos adquiram a cultura do ensino
remoto ou da aula online, no qual os alunos necessitam ter disciplina para poder ter bons rendimentos, ou do contrário, a
educação poderá sofrer impactos negativos com relação a ausência e evasão. Sendo assim, sugere-se que professores e alunos
trabalhem juntos e de forma remota pela internet, intercalando as atividades presenciais com atividades por meio de
ambientes virtuais de aprendizagem como Google Meet e Google Classroom.
Palavras-chaves: Aprendizagem. COVID-19. Ensino. Google Meet. Pandemia.
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Abstract
This article addresses the issue of education in the face of the COVID-19 pandemic, reflecting on the use and applicability of
the digital tool Google Meet and the difficulties that teachers and the students have had regarding your use as a teaching and
learning tool. In this sense, the research has the general objective of analyzing the potential of Google Meet as a teaching and
learning tool. The methodology is based on descriptive bibliographic and documentary research under a systemic
methodological approach, with an exploratory and participatory nature based on content analysis. This way, the study leads
the researcher to propose discussions on the quality of education proposed by remote learning, reflecting on the strategies and
methodologies adopted as the applicability of the Google Meet tool in the context of the COVID-19 pandemic, showing that
the Google Meet tool promotes collaborative activities, enabling interaction with quizzes and gamifications, facilitating the
association with several other tools that help organize the classroom and make the class more dynamic. This way, it is
essential that teachers and students acquire the culture of remote teaching or online class, in which students need to have
discipline to be able to have good income, or otherwise, education may suffer negative impacts in relation to absence and
dropout. Therefore, it is suggested that teachers and students work together remotely over the internet, interspersing face-toface activities as activities through virtual learning environments such as Google Meet and Google Classroom.
Keywords: COVID-19. Google Meet. Learning. Pandemic. Teaching.
INTRODUÇÃO
O coronavírus, SARS-CoV-2, responsável pela pandemia da Doença do Coronavírus 2019 COVID-19 (MARANHÃO; SENHORAS, 2020), que apareceu pela primeira vez na região sudoeste da
1
Pedagoga e especialista pós-graduada em Informática na Educação. Professora da Secretaria de Estado de Educação e Desporto de
Roraima (SEED-RR). E-mail para contato:
[email protected]
2 Geógrafa e Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Professora do Salva Vidas Acadêmico (Suporte Acadêmico e Aulas de
Metodologia). E-mail para contato:
[email protected]
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China por volta de 31 de dezembro de 2019, atingiu o continente europeu e o Oriente Médio por volta
de janeiro de 2020 e foi declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma emergência
internacional de saúde pública e se configurou em pouco tempo na maior pandemia do século. Isso
levou às mudanças significativas em todos os setores, tanto em repensar nas estratégias e métodos para o
enfrentamento da doença, bem como para a continuidade do ano letivo (FIORATTI, 2020; FIRMIDA,
2020).
Nessa perspectiva, nota-se que, segundo Dias e Pinto (2020), a educação no Brasil foi
gravemente afetada pela pandemia, pois grande parte da população não tem acesso à computadores,
smartphones ou à Internet de qualidade. Essa realidade reflete diretamente na interrupção e antecipação
das férias escolares como medida de não prejudicar o ano letivo e estimular as secretarias estaduais e
municipais de educação a buscarem novas estratégias de incentivo ao ensino remoto, que vêm sendo
desenvolvidas por meio de aulas online e remotas, bem como através das plataformas online disponíveis
na rede.
A utilização do ensino remoto ou a distância neste sentido, configurou-se como a saída
temporária para atender os alunos durante o distanciamento social provocado pela COVID-19. Esse
período levou os professores a utilizar o método de gravação de vídeo aulas, atividades enviadas pelo
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WhatsApp e videoclipes, bem como a utilização de plataformas remotas de ensino digital, como Google
Meet, Zoom, Skype e Google Classroom, que tiveram papel preponderante nesse processo (GÓES;
CASSIANO, 2020).
Nesse contexto, cabe ressaltar que muitos professores tiveram em um curto intervalo de tempo,
aprender a utilizar as plataformas digitais para atender seus alunos na modalidade do ensino remoto.
Dessa forma, percebe-se a necessidade de repensar a educação brasileira quanto às novas tecnologias
educacionais disponíveis, para aprimorar e associar o ensino presencial com a modalidade online no
sentido de contemplar o ensino remoto (FIORI; GOI, 2020).
Partindo desse princípio, o presente artigo levanta a seguinte problemática: Quais as principais
dificuldades que os docentes e alunos têm apresentado quanto ao uso do Google Meet como ferramenta
de ensino e aprendizagem? Para responder a esse questionamento, a pesquisa tem como objetivo geral
analisar o potencial do Google Meet como ferramenta de ensinar e aprender.
A metodologia parte da pesquisa bibliográfica e documental de cunho descritivo sob a
abordagem metodológica sistêmica, de caráter exploratório e participativo a partir da análise de
conteúdo. De acordo com Gil (2008) a pesquisa bibliográfica constitui publicações em forma de artigos,
livros, revistas, teses, dissertações entre outros. Quanto ao método, a pesquisa faz uso do método de
abordagem metodológica sistêmica, que busca conjugar conceitos de diversas ciências, a respeito de
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determinado objeto de pesquisa no sentido de analisar o potencial do Google Meet como ferramenta de
ensinar e aprender (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Quanto ao objetivo, a pesquisa fez uso da pesquisa exploratória e explicativa. O estudo parte da
pesquisa exploratória para proporcionar maior familiaridade com o problema por meio do levantamento
bibliográfico. A pesquisa explicativa vem atender a complexidade do estudo quanto a realidade
pesquisada (GIL, 2008). Quanto à abordagem, a pesquisa adotou a abordagem qualitativa com ênfase
interpretativa, no qual o pesquisador interpretativista acredita ser capaz de interpretar e articular as
experiências em relação ao mundo para si próprio e para os outros (MOREIRA; CALEFFE, 2006).
Portanto, a pesquisa interpretativa baseia-se em dados qualitativos, uma vez que se utilizando destes, é
possível explorar as características e o contexto do indivíduo envolvido.
Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa parte de uma revisão bibliográfica importante
para todo trabalho acadêmico, pois são os aportes teóricos que vão embasar e dar credibilidade a
pesquisa, tornando-a um trabalho científico (GIL, 2008). Dessa forma, para responder ao objetivo, a
pesquisa fez a análise de todo o material bibliográfico e documental, onde foi realizada uma seleção
através da leitura exploratória do material considerando os de interesse à pesquisa. Em seguida, foi
efetuada a classificação dos textos determinando e delimitando o acervo das literaturas entre os anos
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2000 a 2020, que abordam os principais conceitos sobre ensino remoto, tecnologias educacionais e
ensino no contexto da pandemia da COVID-19.
Quanto aos procedimentos para coleta de dados, a pesquisa fez uso da pesquisa exploratória
que é desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato (GIL, 2008).
Sendo assim, a pesquisa buscou criar uma linha cronológica da pandemia da COVID-19, os desafios da
educação nesse contexto, as estratégias e políticas para o desenvolvimento da educação na modalidade
do ensino remoto através da ferramenta do Google Meet. Quanto aos critérios para análise dos dados, a
mesma ocorreu mediante a análise bibliográfica comparativa dos estudos científicos, comparando os
resultados de pesquisas já publicadas confrontando com o embasamento bibliográfico e os dados
coletados por meio da pesquisa documental, para atenuar e testificar os resultados da pesquisa
(MARCONI; LAKATOS, 2010).
Dessa forma, os resultados esperados ocorrem através da análise de conteúdo, que segundo
Bardin (2011) designa a técnica de investigar e interpretar de forma sistematizada os dados,
possibilitando diferentes modos de conduzir o processo de interpretação. A justificativa da pesquisa
parte do debate acerca da qualidade de ensino e as estratégias e metodologias adotadas, para conferir um
ensino que venha atender as exigências do Conselho Nacional de Educação (CNE) no que tange as
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novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em tempo de pandemia. Dessa forma, a
presente pesquisa se justifica por apresentar grande relevância de cunho pessoal, social e científico.
No âmbito social a pesquisa torna-se relevante por levantar novos debates e envolver a
sociedade civil e todo o corpo docente e discente, bem como os pais e especialistas na discussão das
medidas cabíveis que visem melhorias no processo de ensino e aprendizagem no contexto da pandemia
da COVID-19. Quanto à relevância científica e acadêmica, trata-se de um tema que merece análises
sistematizadas e com aprofundamento que seu grau de complexidade demanda, exigindo do corpo
acadêmico pesquisa que fundamentem teoricamente os estudos referentes às novas metodologias e
estratégias de ensino que possam apresentar resultados positivos na qualidade de ensino ofertado na
modalidade remota.
No que se refere à relevância pessoal, a pesquisa está diretamente atrelada aos anseios da
pesquisadora como docente, acadêmica e mãe que faz uso no seu cotidiano domiciliar e profissional da
ferramenta Google Meet que indaga e se identifica com as dificuldades que os docentes têm enfrentado
para desenvolver sua docência na modalidade de ensino remoto, que conforme os pareceres das
secretarias de educação, o ensino no contexto da pandemia da COVID-19 tem se registrado em papéis,
mas na prática não acontece diretamente devido diversas questões de logísticas. Então, o presente estudo
47
conduz a pesquisadora a propor discussões sobre a qualidade da educação proposta pelo ensino remoto,
refletindo sobre as estratégias e metodologias adotadas como a aplicabilidade da ferramenta Google
Meet no contexto da pandemia da COVID-19.
TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO: A EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI
O processo de ensino de aprendizagem é uma ação concernente a todas as sociedades. A
educação é um processo fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação. Por essa razão, a
educação no mundo globalizado passou a ser um aparato fundamental na formação da sociedade
moderna (GADOTTI, 2000). Nesse sentido, o processo de lecionar e o aprender, passam a apresentar
dimensões que requerem novos significados, pois o procedimento de ensino-aprendizagem se
transformou anverso aos instrumentos tecnológicos, introduzindo cada vez mais o indivíduo como autor
e agente de seus conhecimentos (COSTA, 2016).
Essas mudanças têm exigido que os sistemas de ensino se adéquem ao mundo globalizado e
criem sistemas de gestão que possam gerir o processo de ensinar e aprender (SEGNINI, 2000). Essa
nova concepção de ensino pauta a educação na construção de conhecimento que tem por objetivo
desenvolver novos saberes, práticas e significações (AZEVEDO; ANDRADE, 2007).
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Considerando o contexto de desenvolvimento da educação brasileira e as inovações
tecnológicas, que invadiram as salas de aulas tornando o ensino cada vez mais dinâmico e acessível,
surge então a chamada Escola Inovadora (DINIZ, 2001). O processo de aparecimento das escolas
inovadoras pode-se dizer que surgiu na primeira metade do século XX, período de intensas mudanças
políticas, econômicas e sociais na sociedade brasileira (BARRETTO; MITRULIS, 2001).
Essas mudanças refletiram significativamente nas questões educacionais e pedagógicas,
desertando nos intelectuais da época interesses em conceber uma nova escola, visto que a escola
tradicional já não correspondia com a realidade do contexto do País. Deu-se então, a luta por uma
educação mais significativa e democrática denominada de Escola Nova (PINHEIRO, 2013). De acordo
com Basso (2000), esse novo conceito de escola contempla a visão pedagógica de Wallon, Piaget,
Vygotsky, que concebem a educação como um processo interativo construído com o pressuposto de
ampliação das possibilidades de desenvolvimento das habilidades dos estudantes.
Esse processo ocorre por meio da interação, onde o aluno aprende melhor praticando os
conteúdos teóricos desenvolvidos, a partir de projetos e atividades com aplicações na vida real,
concebendo o aluno como protagonista de seu próprio conhecimento (DIESEL; BALDEZ; MARTINS,
2017). A escola inovadora ganha destaque, pois foca no ensino da interdisciplinaridade, possuindo aulas
48
com temáticas que englobam diversas matérias e conteúdos, incentivando a criatividade e o pensamento
interdisciplinar do aluno e do professor, pois a contextualização é fundamental para a criatividade e
produção do conhecimento (FRANCO; TANO, 2014).
Percebe-se que a escola inovadora não é aquela que apresenta as melhores tecnologias, mas
aquela que tem desenvolvido modelos para resolver problemas de forma criativa, atuando junto aos
estudantes para enfrentarem problemas da vida real (SIQUEIRA, 2018). A escola inovadora dessa forma
orienta e media as situações de aprendizagem, para que ocorra o compartilhamento da aprendizagem
colaborativa do aluno com o meio. Sendo assim, a escola inovadora trabalha a essência da criatividade
na perspectiva de tornar o ensino mais motivador e atraente, por meio do ensino lúdico (SANTOS;
MARQUES, 2010).
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
O acesso às tecnologias da informação e comunicação está relacionado com os direitos básicos
de liberdade e de expressão, portanto os recursos tecnológicos são as ferramentas contributivas ao
desenvolvimento social, econômico, cultural e intelectual (CARVALHO, 2009). A nova Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) da educação nacional propõe uma prática educacional adequada à realidade do
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mundo, ao mercado de trabalho e à integração do conhecimento. Assim, a utilização efetiva das
tecnologias da informação e comunicação na escola é uma condição essencial para inserção mais
completa do cidadão nesta sociedade de base tecnológica, por meio das tecnologias digitais na educação
(COSTA; SOUZA, 2017) (Figura 1).
Figura 1 - Tecnologias digitais na educação
49
Fonte: Disponível em: <https://professordigital.wordpress.com>. Acesso em: 22/05/2021.
A história da tecnologia na educação é marcada pela chegada das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC’s) na escola, que evidenciou desafios e problemas relacionados aos espaços e aos
tempos que o uso das tecnologias novas e convencionais provocam nas práticas no cotidiano da escola
(ALMEIDA, 2002). Segundo Silva (2002), para entender e superar esses desafios é fundamental
reconhecer as potencialidades das tecnologias disponíveis e a realidade em que a escola se encontra
inserida, identificando as características do trabalho pedagógico que nela se realizam, de seu corpo
docente e discente, de sua comunidade interna e externa.
Esse reconhecimento favorece a incorporação de diferentes tecnologias, como vai desde o
professor até os computadores, Internet, TV, vídeo, entre outros existentes na escola à prática
pedagógica e a outras atividades escolares nas situações em que possam trazer contribuições
significativas (BERNARDI, 2010). Conforme Behrens (2002), as tecnologias nas escolas são utilizadas
de acordo com os propósitos educacionais e as estratégias mais adequadas, para propiciar ao aluno a
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aprendizagem, não só se tratando da informatização do ensino, que reduz as tecnologias a meros
instrumentos para instruir o aluno.
Todavia, Schlunzen (2002) ressalta que no processo de incorporação das tecnologias na escola,
aprende-se a lidar com a diversidade, a abrangência e a rapidez de acesso às informações, bem como
com novas possibilidades de comunicação e interação, o que propicia novas formas de aprender, ensinar
e produzir conhecimento, que pode ser incompleto, provisório e complexo.
O USO DAS MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
Para início de reflexão sobre o uso das mídias na educação é necessário ressaltar o que a Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) expõe sobre a concepção de educação e educação escolar, sendo que a
primeira se dará no dia a dia da criança, envolvendo, desde o convívio familiar até o mundo do trabalho,
já a educação escolar, se desenvolve por meio do ensino, predominante nas instituições de ensino, sendo
que não somente em escolas, mas em toda atividade em que o objetivo maior é a aprendizagem
(NOGUEIRA, 2013).
Dessa forma, a educação escolar deve desenvolver os princípios de liberdade, ideais de
50
solidariedade humana, assim como qualificar para o trabalho e exercício da cidadania (MUNHOZ;
MELO-SILVA, 2012). Cabe mencionar que o acesso à educação é dever do Estado e da família, no qual
ambos são responsáveis por prover o acesso à educação de qualidade, dando igualdade de condições
para esse acesso e permanência, destacando o fato de que é direito do aluno em idade escolar e fora dela
o acesso à educação (RANIERI; ALVES, 2018).
Assim, não se deve entender que promoção da educação é um dever somente do Estado,
podendo a família ser responsabilizada, caso não justificado, da ausência da criança na escola
(GOLDEMBERG, 1993). Portanto, a ideia de igualdade de condições para o acesso à escola, também se
estende a igualdade de condições de acesso as mídias educacionais, pois quando se fala de educação de
qualidade, a visão que se tem é de uma escola estruturada com recursos humanos e físicos (IOSIF,
2007).
Sendo assim, a educação necessita contemplar a gestão democrática, no qual a escola,
comunidade e pais participam do processo educacional, pois só assim o trabalho realizado, não ficará
restrito ao desempenho dos profissionais da educação, mas também envolverá família e comunidade
tornando o resultado satisfatório (PACHECO, 2007).
Nesse sentido, a educação não deve ser vista como um processo isolado, devendo ser realizado
unicamente pelas instituições de ensino, mas também deve envolver a sociedade em geral, pois segundo
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Kenski (2003), a educação está presente no cotidiano da sociedade e faz parte do processo histórico do
homem. Visto que, o aprendizado tem desde o início da humanidade sua base predominantemente nas
relações sociais, não sendo responsabilidade apenas das instituições de ensino de se encarregar da
formação total do homem social sem a participação e envolvimento direto de todos os agentes sociais
(RODRIGUES, 2001).
Compreendendo que nos últimos anos tornou-se notável a presença das mídias educacionais na
sala de aula, como projetor de imagens, computadores, slides, vídeos, documentários entre outros.
Percebe-se que o uso das mídias como ferramentas educacionais vem crescendo a cada dia nas escolas,
pelo fato que as mesmas tornam as aulas mais atrativas e dinâmicas facilitando o processo de ensinoaprendizagem (SABINO et al., 2018). Nesse sentido, destaca-se que as mídias no processo de ensinoaprendizagem são fundamentais e um dos objetivos da utilização dessas tecnologias educacionais, é que
os docentes proporcionem conhecimento aos alunos, no sentido que os mesmos se tornem agentes
multiplicadores desse conhecimento a partir da interação com os outros alunos (SLOMSKI et al., 2016).
É importante ressaltar que o uso das tecnologias nas escolas tem representado uma grande via
da elevação da autoestima dos alunos, fazendo com que o conhecimento seja compartilhado e
contextualizado (CURSINO, 2017). Ressalta-se que o processo de inclusão das tecnologias na escola em
51
parceria como o laboratório de informática, eleva o nível de conhecimento retirando o aluno do contexto
da sala fechada (SANTOS; ALMEIDA; ZANOTELLO, 2018).
Portanto, a introdução das tecnologias na educação é importante, pois amplia e abrange o
conhecimento contribuindo para obtenção de mais recursos pedagógicos, equipamentos e materiais
didáticos (SANTOS MARTINES et al., 2018). Cabe ressaltar que as tecnologias educacionais também
estão presentes nos livros didáticos, que atualmente são cadernos interativos com exercícios
sofisticados, composto de boxes e suportes digitais que auxiliam o professor a levar ao aluno um
conhecimento dentro de determinado contexto (SANTOS; LEMOS; BEZERRA, 2012).
O uso das mídias atua fortemente na motivação do estudante, mostrando que as aulas podem ir
muito além dos objetivos de transcrição do conteúdo, como relata Valente (2014) ao mencionar que:
O computador, por sua vez, realiza a execução desses programas, apresentando na tela um
resultado. O aluno pode usar essas informações para realizar uma reflexão sobre o que ele
intencionava e o que está sendo produzido, acarretando diversos níveis de abstração: abstração
empírica, abstração pseudo-empírica e abstração reflexionante (VALENTE, 2014, p. 25).
Sendo assim, o docente não pode conceber essas ferramentas tecnológicas como um
passatempo, levando-o para sala de aula sem nenhum planejamento. Pois, uma vez que o professor faz
uso dessas mídias educacionais deixando de lado a sua funcionalidade didática, essas tecnologias
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perdem sua importância pedagógica e passam a ser vista simplesmente como um aparato da informática
e isso irá refletir negativamente na docência em sala de aula (BRANDÃO, 2014). Nesse sentido,
Almeida e Prado (2007) ressaltam que:
Não podemos nos esquecer de que o professor foi preparado para planejar o ensino, dar aula,
transmitir informações, passar e corrigir exercícios e provas para os alunos. E agora, diante de
um novo cenário da educação, ele precisa lidar com a rapidez e a abrangência de informações, de
dados, com o dinamismo do conhecimento e com a integração de tecnologias e diferentes formas
de representação (ALMEIDA; PRADO, 2007, p. 53).
Percebe-se que as tecnologias são atualmente ferramentas fundamentais no auxílio do docente
para mediar o conhecimento. Todavia, diante das novas exigências que o mundo globalizado apresenta,
surge a necessidade e a urgência de propiciar a formação continuada para os profissionais da educação
(NIZ, 2017). Essa formação contribui para que possam auxiliar na identificação e análise das formas
adequadas e construtivas de fazer a gestão das mídias na sala de aula, possibilitando dessa forma uma
abertura maior para o uso das tecnologias e mídias no processo dinâmico de ensino-aprendizagem dos
alunos (LOPES, 2004).
Ressalta-se nesse sentido, que a utilização das tecnologias educacionais é uma forma de
52
integração no processo educacional, unindo tecnologia, inclusão social e digital (SELWYN, 2008). Com
isso, a escola cumpre seu papel e assume um compromisso com a qualidade de vida das pessoas de
maneira contributiva para o desenvolvimento de uma consciência crítica dos seus direitos e deveres e
potencializando-o para obterem uma vida melhor (THOMAZ; OLIVEIRA, 2009).
ENSINO REMOTO: O USO DO GOOGLE MEET COMO FERRAMENTA PARA ENSINAR E
APRENDER NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19
O uso das tecnologias educacionais (computador, tablet, smartphone, internet, plataformas
digitais) no ensino, fascina os alunos e reconfigura o papel do professor que necessita se adaptar ao novo
e compreender que já não é o único portador ou transmissor do conhecimento, mas sim um mediador, no
qual o aluno é o protagonista no processo de ensino e aprendizagem. Os envolvidos no processo de
aprendizagem precisam ser capazes de construir conceitos e conhecimentos (ainda que limitados e
provisórios) de forma ativa e crítica, a partir das situações vivenciadas e da reflexão acerca do
arcabouço de informações com as quais interagem cotidianamente (OLIVEIRA, 2013).
Logo, o professor que ensina em um ambiente informatizado pode ajudar seu aluno a
desenvolver uma aprendizagem muito mais rica, no qual o aluno aprende a compreender e construir os
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conceitos de forma dinâmica e contextualizada (CARNEIRO; PASSOS, 2006). Segundo Stinghen
(2016), a formação docente torna-se essencial para que as novas tecnologias educacionais possam ser
cada vez mais presentes e visíveis na prática do professor em sala de aula. Nessa concepção Lopes
(2004), ressalta que a informática é um direito do aluno em nossas escolas, onde se faz necessário uma
alfabetização tecnológica na formação do aluno e do docente.
Dentre as tecnologias educacionais, o computador e os smartphones são os recursos
tecnológicos “mais avançados” de que a escola pode fazer uso atualmente, pois através da internet,
professores e alunos têm acesso às plataformas digitais de ensino. Entretanto, é necessário que o
professor conheça e utilize as tecnologias recentes, levando-as para dentro da sala de aula, tornando o
aprendizado dos alunos contínuo e de qualidade (OLIVEIRA, 2013).
Conforme Fiorentini e Castro (2003), o uso das tecnologias educacionais (computador, tablet,
smartphone, internet, plataformas digitais) é fundamental no processo da aprendizagem dos conteúdos
curriculares em todos os níveis e modalidades de ensino. Pois, os conteúdos quando desenvolvidos por
intermédio do computador, podem facilitar e dinamizar o trabalho do educador. Nessa perspectiva, Dias
e Pinto (2020) ressalta que o uso das tecnologias educacionais na atualidade frente à pandemia do novo
coronavírus é indiscutível, por isso é crucial que as escolas se adéquem para possibilitar o ensino híbrido
53
ou remoto aos alunos. Sendo assim, Borba e Penteado (2001) menciona que:
O acesso à Informática deve ser visto como um direito e, portanto, nas escolas públicas e
particulares o estudante deve poder usufruir uma educação que no momento atual inclua, no
mínimo, uma “alfabetização tecnológica”. Tal alfabetização deve ser vista não como um curso de
Informática, mas, sim, como um aprender a ler essa nova mídia. Assim, o computador deve estar
inserido em atividades essenciais, tais como aprender a ler, escrever, compreender textos,
entender gráficos, contar, desenvolver noções espaciais etc. E, nesse sentido, a Informática na
escola passa a ser parte da resposta a questões ligadas à cidadania (BORBA; PENTEADO, 2001,
p. 17).
Segundo Oliveira (2013), o uso da informática amplia as possibilidades no processo de ensino e
de aprendizagem, porém não pode ser somente o uso de mais um ou de outro recurso, faz-se necessário
uma mudança de paradigmas pedagógicos. Visto que, o ensino nos dias atuais está passando por um
processo de renovação de espaços, de ressignificação de conteúdo, de valores e de práticas, tendo como
ponto de partida as mudanças ocorridas na sociedade.
No contexto da pandemia da COVID-19, o uso das plataformas digitais, em especial o Google
Meet, se fez muito necessária para o processo de interação entre os professores e alunos. Entretanto, o
uso dessa ferramenta mostrou que o sistema educacional brasileiro não estava preparado para uma
transição, surpreendendo governo, secretarias, escolas e docentes, que em curto prazo tiveram que se
adaptar a uma nova modalidade que causou grande impacto no processo de ensino-aprendizagem, pois a
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grande maioria dos docentes e alunos nunca haviam tido contato com essas ferramentas educacionais
(SENHORAS, 2020; DIAS; PINTO, 2020).
Segundo Loiola (2021, p. 08), a pandemia reconfigurou a educação e de repente implementou
novos termos no vocabulário dos docentes e discentes, como webaula, webinar, Google Meet, ensino
remoto, Classroom, postar, link. Dessa forma, pode-se dizer que o mundo parou diante da pandemia, e a
escola abriu suas janelas para um ensino cada vez mais moderno, onde se produz e reproduz
informações, de forma que o conhecimento se modifica, circula e se atualizada em tempo real e em
diversas interfaces, sendo possível “digitalizar sons, imagens, gráficos, textos, enfim uma infinidade de
informações”.
Conforme Vale (2020), o uso do Google Meet como ferramenta de ensino e aprendizagem,
possibilita uma vasta interatividade promovendo atividades colaborativas, utilização de quiz e
gamificações, bem como fazer o processo de associação com diversas outras ferramentas que ajudam a
organização da sala de aula (Quadro 1).
Quadro 1 - Extensões do Google Meet
FERRAMENTAS
Google Meet Grid
View
Google Meet Plus
Google Meet
Enhancement Suite
Google Meet
Attendance
Web Paint
Visual Effects for
Google Meet
Nod Reactions for
Google Meet
DEFINIÇÕES
Permite mostrar todos os participantes da reunião ou aula no Google
Meet em uma única janela. O Google Meet tem uma solução parecida por
padrão, mas ela é limitada a um número menor de participantes.
É uma extensão obrigatória para usuários do Google Meet. Ele fornece aos
usuários uma maneira de colaborar, interagir e se divertir uns com os outros
em tempo real.
Oferece uma gama de recursos para incrementar o Google Meet, como a
visualização em formato de grade e a possibilidade de silenciar todos os
microfones a partir de algumas teclas – ao invés de clicar em cada
participante, por exemplo.
A extensão gera automaticamente uma planilha Google com o nome de
todos os participantes presentes no momento.
Permite desenhar imagens em suas páginas web.
A extensão Visual Effects for Google Meet permite que usuários usem
efeitos visuais na câmera durante uma reunião e possibilita aplicar
diferentes efeitos no vídeo.
54
Permite adicionar complementos às chamadas pelo Google Meet.
Fonte: VALE (2020). Adaptações próprias.
De acordo com Fonseca e Vaz (2020, p. 09), o uso de plataformas colaborativas como Google
Classroom e Google Meet, possibilita o desenvolvimento de um “processo de ensino e aprendizagem de
forma mais colaborativa e efetiva”, promovendo uma mudança significativa na educação, pois permite o
implemento das tecnologias educacionais contextualizando o ensino a sua modernidade. Entretanto,
Almeida et al. (2021) ressaltam que:
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Cada professor precisa compreender as novas perspectivas e/ou estratégias de ensino
apresentadas e as mudanças advindas para saber trabalhar com o novo, percorrendo junto com
seus alunos cada degrau da modernização do mundo e suas dimensões, procurando aprender,
manejar as ferramentas e tecnologias inovadoras, socializando-se e dominando essas ferramentas
de comunicação, considerando as alternativas e novidades tecnológicas existentes que podem ser
utilizadas na área educacional, implantando-as em seu cotidiano e orientando os alunos em sua
utilização e usando-as a favor do ensino (ALMEIDA; NUNES; SILVA, 2021, p. 06).
Nessa perspectiva, cabe ressaltar que aparentemente o uso das tecnologias educacionais e o
implemento das plataformas digitais Google Meet, não teriam impacto com relação ao ensino remoto,
mas o contexto da pandemia intensificou o uso e acesso à internet e as plataformas educacionais
causando um colapso na rede mostrando que o Brasil enfrenta uma crise quanto a modalidade de ensino
proposto (PUJOL, 2020) (Quadro 2).
Quadro 2 - Desafio do Ensino Remoto
DESAFIOS E MEDOS
Alunos
Professores
Instituições de
ensino
Cidades menores
Podem ter dificuldade para manusear ou acessar computadores e internet fora da
escola, além da falta de disciplina para gerenciar o próprio tempo e o estudo.
Podem não ter a habilidade pedagógica e tecnológica necessária para adaptar a
aula presencial ao ensino online ou remoto.
Podem carecer de infraestrutura de TI necessária para alta demanda de
aulas virtuais, bem como de currículo para orientar os professores.
Podem ter o serviço de internet sobrecarregado, e prejudicar o processo
de ensino–aprendizagem.
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Fonte: PUJOL (2020). Adaptações próprias.
Percebe-se que o contexto da pandemia da COVID-19 vislumbra uma nova conjuntura para o
ensino, que durante e pós pandemia se apresentará como peça fundamental para a educação brasileira
continuar seu ciclo normal de ensino. Entretanto, deve-se ressaltar que será necessário que haja
investimentos nas Instituições de Ensino em todas as esferas para contemplar da Educação Infantil ao
Ensino Superior, tanto na área estrutural e tecnológica, como na formação docente (PALÚ; SCHÜTZ;
MAYER, 2020).
Sendo assim, a introdução desses recursos na educação deve ser acompanhada de uma sólida
formação dos professores, para que o mesmo possa utilizá-los de uma forma responsável e com
potencialidades pedagógicas (OLIVEIRA, 2013). Corroborando com essa discussão Brandão (1995)
ressalta que:
É necessário dar prioridade absoluta a formação docente, não tanto no sentido de fornecer aos
professores um conhecimento mínimo de informática, e mais precisamente sobre Computação. É
necessário, também, e, sobretudo, fornecer bases para seu uso crítico, de modo a garantir que a
inserção de instrumentos informáticos no processo educativo ocorra com plena consciência da
sua viabilidade, validade e oportunidade no processo ensino-aprendizagem (BRANDÃO, 1995,
p. 63).
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Para isso, os professores devem estar envolvidos constantemente no processo de formação
continuada, a qual busca proporcionar qualificação e renovação da prática docente, inclusive nesse
período pandêmico, que tem exigido o uso constante das novas tecnologias educacionais (FIORI; GOI,
2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Partindo das literaturas analisadas, o presente artigo buscou apresentar as principais dificuldades
dos docentes e alunos apresentadas quanto ao uso do Google Meet como ferramenta de ensino e
aprendizagem. Nesse sentido, a pesquisa analisou o potencial do Google Meet como ferramenta de
ensino, mostrando que consiste em mais uma ferramenta que está à disposição da educação e do
professor para a sua prática, e independente da pandemia, num futuro próximo a escola teria que se
atualizar quanto ao contexto das novas tecnologias educacionais, pois a escola, como instituição
integrante e atuante dessa sociedade e responsável pelo desenvolvimento do saber formal, não pode ficar
fora ou a margem do dinamismo marcado pelas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação
56
(NTIC).
Logo, o uso das tecnologias educacionais, como elemento mediador entre o homem e o meio
sociocultural, introduz mudanças substanciais na escola, lugar onde com muita frequência estas
mudanças custam acontecer e onde há uma enorme defasagem entre o que se ensina e o que acontece no
mundo real.
Dessa forma, ao apresentar as dificuldades e benefícios da ferramenta do Google Meet, a
pesquisa mostra a fragilidade do sistema educacional, bem como o contexto socioeconômico do País, no
qual grande parte da população não tem acesso aos smartphones e computadores, bem como a uma
internet de qualidade dificultando o bom desenvolvimento da ferramenta, que pode ser altamente
interativa e auxiliar e dinamizar a aula do professor. A pesquisa mostra ainda que a ferramenta do
Google Meet promove atividades colaborativas, possibilitando a interação com quiz e gamificações,
facilitando a associação com diversas outras ferramentas que ajudam a organizar a sala de aula e tornar a
aula mais dinâmica.
Entretanto, é importante ressaltar que a utilização das tecnologias educacionais (computador,
tablet, smartphone, internet, plataformas digitais) no ensino não garantirá por si só a aprendizagem dos
alunos, pois os mesmos são instrumentos de ensino que podem e devem estar a serviço do processo de
construção e apropriação de conhecimentos. Sendo assim, novas tecnologias educacionais contribuem
para a melhoria do ensino, todavia, é importante destacar que se trata de uma ferramenta de
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aprendizagem que permite ao aluno interagir com o conteúdo a partir da conexão via internet, bem como
por meio de softwares e jogos que exploram conceitos de uma forma mais interessante, eficiente e
dinâmica.
É fundamental que docentes e alunos adquiram a cultura do ensino remoto ou da aula online,
pois todos, comunidade escolar e família necessitam conceber que esse ensino não é temporário e que
futuramente deve vigorar, no qual os alunos necessitam ter disciplina para poder ter bons rendimentos,
ou do contrário a educação poderá sofrer impactos negativos com relação a ausência e evasão. Sendo
assim, sugere-se que professores e alunos trabalhem juntos e de forma remota pela internet, intercalando
as atividades presenciais com atividades por meio de ambientes virtuais de aprendizagem como Google
Meet e Google Classroom.
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Vitor Stuart Gabriel de Pieri, Universidade do Estado do
Rio de Janeiro
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Elói Martins Senhoras, Universidade Federal de Roraima
Julio Burdman, Universidad de Buenos Aires, Argentina
Patrícia Nasser de Carvalho, Universidade Federal de
Minas Gerais
Conselho Científico
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Campinas
Fabiano de Araújo Moreira, Universidade de São Paulo
Flávia Carolina de Resende Fagundes, Universidade
Feevale
Hudson do Vale de Oliveira, Instituto Federal de Roraima
Laodicéia Amorim Weersma, Universidade de Fortaleza
Marcos Antônio Fávaro Martins, Universidade Paulista
Marcos Leandro Mondardo, Universidade Federal da
Grande Dourados
Reinaldo Miranda de Sá Teles, Universidade de São Paulo
Rozane Pereira Ignácio, Universidade Estadual de
Roraima
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