Academia.eduAcademia.edu

ENSINO REMOTO: O USO DO GOOGLE MEET NA PANDEMIA DA COVID-19

2021, BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021

https://doi.org/10.5281/zenodo.5028436

O presente artigo aborda a temática da educação frente à pandemia da COVID-19, refletindo sobre o uso e aplicabilidade da ferramenta digital Google Meet e as dificuldades que os docentes e os alunos têm apresentado quanto ao seu uso como ferramenta de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a pesquisa tem como objetivo geral, analisar o potencial do Google Meet como ferramenta para ensinar e aprender. A metodologia parte da pesquisa bibliográfica e documental de cunho descritivo sob a abordagem metodológica sistêmica, de caráter exploratório e participativo a partir da análise de conteúdo. Dessa forma, o estudo conduz a pesquisadora a propor discussões sobre a qualidade da educação proposta pelo ensino remoto, refletindo sobre as estratégias e metodologias adotadas como a aplicabilidade da ferramenta Google Meet, no contexto da pandemia da COVID-19, mostrando que a ferramenta promove atividades colaborativas, possibilitando a interação com quiz e gamificações, facilitando a associação com diversas outras ferramentas que ajudam a organização da sala de aula e tornar a aula mais dinâmica. Dessa forma, é fundamental que docentes e alunos adquiram a cultura do ensino remoto ou da aula online, no qual os alunos necessitam ter disciplina para poder ter bons rendimentos, ou do contrário, a educação poderá sofrer impactos negativos com relação a ausência e evasão. Sendo assim, sugere-se que professores e alunos trabalhem juntos e de forma remota pela internet, intercalando as atividades presenciais com atividades por meio de ambientes virtuais de aprendizagem como Google Meet e Google Classroom.

O Boletim de Conjuntura (BOCA) publica ensaios, artigos de revisão, artigos teóricos e empíricos, resenhas e vídeos relacionados às www.ioles.com.br/boca temáticas de políticas públicas. O periódico tem como escopo a publicação de trabalhos inéditos e originais, nacionais ou internacionais que versem sobre Políticas Públicas, resultantes de pesquisas científicas e reflexões teóricas e empíricas. Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento. BOLETIM DE CONJUNTURA 43 BOCA Ano III | Volume 7 | Nº 19 | Boa Vista | 2021 http://www.ioles.com.br/boca ISSN: 2675-1488 http://doi.org/10.5281/zenodo.5028436 BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca ENSINO REMOTO: O USO DO GOOGLE MEET NA PANDEMIA DA COVID-19 Daiara Antonia de Oliveira Teixeira1 Francisleile Lima Nascimento2 Resumo O presente artigo aborda a temática da educação frente à pandemia da COVID-19, refletindo sobre o uso e aplicabilidade da ferramenta digital Google Meet e as dificuldades que os docentes e os alunos têm apresentado quanto ao seu uso como ferramenta de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a pesquisa tem como objetivo geral, analisar o potencial do Google Meet como ferramenta para ensinar e aprender. A metodologia parte da pesquisa bibliográfica e documental de cunho descritivo sob a abordagem metodológica sistêmica, de caráter exploratório e participativo a partir da análise de conteúdo. Dessa forma, o estudo conduz a pesquisadora a propor discussões sobre a qualidade da educação proposta pelo ensino remoto, refletindo sobre as estratégias e metodologias adotadas como a aplicabilidade da ferramenta Google Meet, no contexto da pandemia da COVID-19, mostrando que a ferramenta promove atividades colaborativas, possibilitando a interação com quiz e gamificações, facilitando a associação com diversas outras ferramentas que ajudam a organização da sala de aula e tornar a aula mais dinâmica. Dessa forma, é fundamental que docentes e alunos adquiram a cultura do ensino remoto ou da aula online, no qual os alunos necessitam ter disciplina para poder ter bons rendimentos, ou do contrário, a educação poderá sofrer impactos negativos com relação a ausência e evasão. Sendo assim, sugere-se que professores e alunos trabalhem juntos e de forma remota pela internet, intercalando as atividades presenciais com atividades por meio de ambientes virtuais de aprendizagem como Google Meet e Google Classroom. Palavras-chaves: Aprendizagem. COVID-19. Ensino. Google Meet. Pandemia. 44 Abstract This article addresses the issue of education in the face of the COVID-19 pandemic, reflecting on the use and applicability of the digital tool Google Meet and the difficulties that teachers and the students have had regarding your use as a teaching and learning tool. In this sense, the research has the general objective of analyzing the potential of Google Meet as a teaching and learning tool. The methodology is based on descriptive bibliographic and documentary research under a systemic methodological approach, with an exploratory and participatory nature based on content analysis. This way, the study leads the researcher to propose discussions on the quality of education proposed by remote learning, reflecting on the strategies and methodologies adopted as the applicability of the Google Meet tool in the context of the COVID-19 pandemic, showing that the Google Meet tool promotes collaborative activities, enabling interaction with quizzes and gamifications, facilitating the association with several other tools that help organize the classroom and make the class more dynamic. This way, it is essential that teachers and students acquire the culture of remote teaching or online class, in which students need to have discipline to be able to have good income, or otherwise, education may suffer negative impacts in relation to absence and dropout. Therefore, it is suggested that teachers and students work together remotely over the internet, interspersing face-toface activities as activities through virtual learning environments such as Google Meet and Google Classroom. Keywords: COVID-19. Google Meet. Learning. Pandemic. Teaching. INTRODUÇÃO O coronavírus, SARS-CoV-2, responsável pela pandemia da Doença do Coronavírus 2019 COVID-19 (MARANHÃO; SENHORAS, 2020), que apareceu pela primeira vez na região sudoeste da 1 Pedagoga e especialista pós-graduada em Informática na Educação. Professora da Secretaria de Estado de Educação e Desporto de Roraima (SEED-RR). E-mail para contato: [email protected] 2 Geógrafa e Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Professora do Salva Vidas Acadêmico (Suporte Acadêmico e Aulas de Metodologia). E-mail para contato: [email protected] BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca China por volta de 31 de dezembro de 2019, atingiu o continente europeu e o Oriente Médio por volta de janeiro de 2020 e foi declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma emergência internacional de saúde pública e se configurou em pouco tempo na maior pandemia do século. Isso levou às mudanças significativas em todos os setores, tanto em repensar nas estratégias e métodos para o enfrentamento da doença, bem como para a continuidade do ano letivo (FIORATTI, 2020; FIRMIDA, 2020). Nessa perspectiva, nota-se que, segundo Dias e Pinto (2020), a educação no Brasil foi gravemente afetada pela pandemia, pois grande parte da população não tem acesso à computadores, smartphones ou à Internet de qualidade. Essa realidade reflete diretamente na interrupção e antecipação das férias escolares como medida de não prejudicar o ano letivo e estimular as secretarias estaduais e municipais de educação a buscarem novas estratégias de incentivo ao ensino remoto, que vêm sendo desenvolvidas por meio de aulas online e remotas, bem como através das plataformas online disponíveis na rede. A utilização do ensino remoto ou a distância neste sentido, configurou-se como a saída temporária para atender os alunos durante o distanciamento social provocado pela COVID-19. Esse período levou os professores a utilizar o método de gravação de vídeo aulas, atividades enviadas pelo 45 WhatsApp e videoclipes, bem como a utilização de plataformas remotas de ensino digital, como Google Meet, Zoom, Skype e Google Classroom, que tiveram papel preponderante nesse processo (GÓES; CASSIANO, 2020). Nesse contexto, cabe ressaltar que muitos professores tiveram em um curto intervalo de tempo, aprender a utilizar as plataformas digitais para atender seus alunos na modalidade do ensino remoto. Dessa forma, percebe-se a necessidade de repensar a educação brasileira quanto às novas tecnologias educacionais disponíveis, para aprimorar e associar o ensino presencial com a modalidade online no sentido de contemplar o ensino remoto (FIORI; GOI, 2020). Partindo desse princípio, o presente artigo levanta a seguinte problemática: Quais as principais dificuldades que os docentes e alunos têm apresentado quanto ao uso do Google Meet como ferramenta de ensino e aprendizagem? Para responder a esse questionamento, a pesquisa tem como objetivo geral analisar o potencial do Google Meet como ferramenta de ensinar e aprender. A metodologia parte da pesquisa bibliográfica e documental de cunho descritivo sob a abordagem metodológica sistêmica, de caráter exploratório e participativo a partir da análise de conteúdo. De acordo com Gil (2008) a pesquisa bibliográfica constitui publicações em forma de artigos, livros, revistas, teses, dissertações entre outros. Quanto ao método, a pesquisa faz uso do método de abordagem metodológica sistêmica, que busca conjugar conceitos de diversas ciências, a respeito de BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca determinado objeto de pesquisa no sentido de analisar o potencial do Google Meet como ferramenta de ensinar e aprender (MARCONI; LAKATOS, 2010). Quanto ao objetivo, a pesquisa fez uso da pesquisa exploratória e explicativa. O estudo parte da pesquisa exploratória para proporcionar maior familiaridade com o problema por meio do levantamento bibliográfico. A pesquisa explicativa vem atender a complexidade do estudo quanto a realidade pesquisada (GIL, 2008). Quanto à abordagem, a pesquisa adotou a abordagem qualitativa com ênfase interpretativa, no qual o pesquisador interpretativista acredita ser capaz de interpretar e articular as experiências em relação ao mundo para si próprio e para os outros (MOREIRA; CALEFFE, 2006). Portanto, a pesquisa interpretativa baseia-se em dados qualitativos, uma vez que se utilizando destes, é possível explorar as características e o contexto do indivíduo envolvido. Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa parte de uma revisão bibliográfica importante para todo trabalho acadêmico, pois são os aportes teóricos que vão embasar e dar credibilidade a pesquisa, tornando-a um trabalho científico (GIL, 2008). Dessa forma, para responder ao objetivo, a pesquisa fez a análise de todo o material bibliográfico e documental, onde foi realizada uma seleção através da leitura exploratória do material considerando os de interesse à pesquisa. Em seguida, foi efetuada a classificação dos textos determinando e delimitando o acervo das literaturas entre os anos 46 2000 a 2020, que abordam os principais conceitos sobre ensino remoto, tecnologias educacionais e ensino no contexto da pandemia da COVID-19. Quanto aos procedimentos para coleta de dados, a pesquisa fez uso da pesquisa exploratória que é desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato (GIL, 2008). Sendo assim, a pesquisa buscou criar uma linha cronológica da pandemia da COVID-19, os desafios da educação nesse contexto, as estratégias e políticas para o desenvolvimento da educação na modalidade do ensino remoto através da ferramenta do Google Meet. Quanto aos critérios para análise dos dados, a mesma ocorreu mediante a análise bibliográfica comparativa dos estudos científicos, comparando os resultados de pesquisas já publicadas confrontando com o embasamento bibliográfico e os dados coletados por meio da pesquisa documental, para atenuar e testificar os resultados da pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2010). Dessa forma, os resultados esperados ocorrem através da análise de conteúdo, que segundo Bardin (2011) designa a técnica de investigar e interpretar de forma sistematizada os dados, possibilitando diferentes modos de conduzir o processo de interpretação. A justificativa da pesquisa parte do debate acerca da qualidade de ensino e as estratégias e metodologias adotadas, para conferir um ensino que venha atender as exigências do Conselho Nacional de Educação (CNE) no que tange as BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em tempo de pandemia. Dessa forma, a presente pesquisa se justifica por apresentar grande relevância de cunho pessoal, social e científico. No âmbito social a pesquisa torna-se relevante por levantar novos debates e envolver a sociedade civil e todo o corpo docente e discente, bem como os pais e especialistas na discussão das medidas cabíveis que visem melhorias no processo de ensino e aprendizagem no contexto da pandemia da COVID-19. Quanto à relevância científica e acadêmica, trata-se de um tema que merece análises sistematizadas e com aprofundamento que seu grau de complexidade demanda, exigindo do corpo acadêmico pesquisa que fundamentem teoricamente os estudos referentes às novas metodologias e estratégias de ensino que possam apresentar resultados positivos na qualidade de ensino ofertado na modalidade remota. No que se refere à relevância pessoal, a pesquisa está diretamente atrelada aos anseios da pesquisadora como docente, acadêmica e mãe que faz uso no seu cotidiano domiciliar e profissional da ferramenta Google Meet que indaga e se identifica com as dificuldades que os docentes têm enfrentado para desenvolver sua docência na modalidade de ensino remoto, que conforme os pareceres das secretarias de educação, o ensino no contexto da pandemia da COVID-19 tem se registrado em papéis, mas na prática não acontece diretamente devido diversas questões de logísticas. Então, o presente estudo 47 conduz a pesquisadora a propor discussões sobre a qualidade da educação proposta pelo ensino remoto, refletindo sobre as estratégias e metodologias adotadas como a aplicabilidade da ferramenta Google Meet no contexto da pandemia da COVID-19. TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO: A EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI O processo de ensino de aprendizagem é uma ação concernente a todas as sociedades. A educação é um processo fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação. Por essa razão, a educação no mundo globalizado passou a ser um aparato fundamental na formação da sociedade moderna (GADOTTI, 2000). Nesse sentido, o processo de lecionar e o aprender, passam a apresentar dimensões que requerem novos significados, pois o procedimento de ensino-aprendizagem se transformou anverso aos instrumentos tecnológicos, introduzindo cada vez mais o indivíduo como autor e agente de seus conhecimentos (COSTA, 2016). Essas mudanças têm exigido que os sistemas de ensino se adéquem ao mundo globalizado e criem sistemas de gestão que possam gerir o processo de ensinar e aprender (SEGNINI, 2000). Essa nova concepção de ensino pauta a educação na construção de conhecimento que tem por objetivo desenvolver novos saberes, práticas e significações (AZEVEDO; ANDRADE, 2007). BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca Considerando o contexto de desenvolvimento da educação brasileira e as inovações tecnológicas, que invadiram as salas de aulas tornando o ensino cada vez mais dinâmico e acessível, surge então a chamada Escola Inovadora (DINIZ, 2001). O processo de aparecimento das escolas inovadoras pode-se dizer que surgiu na primeira metade do século XX, período de intensas mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade brasileira (BARRETTO; MITRULIS, 2001). Essas mudanças refletiram significativamente nas questões educacionais e pedagógicas, desertando nos intelectuais da época interesses em conceber uma nova escola, visto que a escola tradicional já não correspondia com a realidade do contexto do País. Deu-se então, a luta por uma educação mais significativa e democrática denominada de Escola Nova (PINHEIRO, 2013). De acordo com Basso (2000), esse novo conceito de escola contempla a visão pedagógica de Wallon, Piaget, Vygotsky, que concebem a educação como um processo interativo construído com o pressuposto de ampliação das possibilidades de desenvolvimento das habilidades dos estudantes. Esse processo ocorre por meio da interação, onde o aluno aprende melhor praticando os conteúdos teóricos desenvolvidos, a partir de projetos e atividades com aplicações na vida real, concebendo o aluno como protagonista de seu próprio conhecimento (DIESEL; BALDEZ; MARTINS, 2017). A escola inovadora ganha destaque, pois foca no ensino da interdisciplinaridade, possuindo aulas 48 com temáticas que englobam diversas matérias e conteúdos, incentivando a criatividade e o pensamento interdisciplinar do aluno e do professor, pois a contextualização é fundamental para a criatividade e produção do conhecimento (FRANCO; TANO, 2014). Percebe-se que a escola inovadora não é aquela que apresenta as melhores tecnologias, mas aquela que tem desenvolvido modelos para resolver problemas de forma criativa, atuando junto aos estudantes para enfrentarem problemas da vida real (SIQUEIRA, 2018). A escola inovadora dessa forma orienta e media as situações de aprendizagem, para que ocorra o compartilhamento da aprendizagem colaborativa do aluno com o meio. Sendo assim, a escola inovadora trabalha a essência da criatividade na perspectiva de tornar o ensino mais motivador e atraente, por meio do ensino lúdico (SANTOS; MARQUES, 2010). TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS O acesso às tecnologias da informação e comunicação está relacionado com os direitos básicos de liberdade e de expressão, portanto os recursos tecnológicos são as ferramentas contributivas ao desenvolvimento social, econômico, cultural e intelectual (CARVALHO, 2009). A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação nacional propõe uma prática educacional adequada à realidade do BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca mundo, ao mercado de trabalho e à integração do conhecimento. Assim, a utilização efetiva das tecnologias da informação e comunicação na escola é uma condição essencial para inserção mais completa do cidadão nesta sociedade de base tecnológica, por meio das tecnologias digitais na educação (COSTA; SOUZA, 2017) (Figura 1). Figura 1 - Tecnologias digitais na educação 49 Fonte: Disponível em: <https://professordigital.wordpress.com>. Acesso em: 22/05/2021. A história da tecnologia na educação é marcada pela chegada das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) na escola, que evidenciou desafios e problemas relacionados aos espaços e aos tempos que o uso das tecnologias novas e convencionais provocam nas práticas no cotidiano da escola (ALMEIDA, 2002). Segundo Silva (2002), para entender e superar esses desafios é fundamental reconhecer as potencialidades das tecnologias disponíveis e a realidade em que a escola se encontra inserida, identificando as características do trabalho pedagógico que nela se realizam, de seu corpo docente e discente, de sua comunidade interna e externa. Esse reconhecimento favorece a incorporação de diferentes tecnologias, como vai desde o professor até os computadores, Internet, TV, vídeo, entre outros existentes na escola à prática pedagógica e a outras atividades escolares nas situações em que possam trazer contribuições significativas (BERNARDI, 2010). Conforme Behrens (2002), as tecnologias nas escolas são utilizadas de acordo com os propósitos educacionais e as estratégias mais adequadas, para propiciar ao aluno a BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca aprendizagem, não só se tratando da informatização do ensino, que reduz as tecnologias a meros instrumentos para instruir o aluno. Todavia, Schlunzen (2002) ressalta que no processo de incorporação das tecnologias na escola, aprende-se a lidar com a diversidade, a abrangência e a rapidez de acesso às informações, bem como com novas possibilidades de comunicação e interação, o que propicia novas formas de aprender, ensinar e produzir conhecimento, que pode ser incompleto, provisório e complexo. O USO DAS MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Para início de reflexão sobre o uso das mídias na educação é necessário ressaltar o que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) expõe sobre a concepção de educação e educação escolar, sendo que a primeira se dará no dia a dia da criança, envolvendo, desde o convívio familiar até o mundo do trabalho, já a educação escolar, se desenvolve por meio do ensino, predominante nas instituições de ensino, sendo que não somente em escolas, mas em toda atividade em que o objetivo maior é a aprendizagem (NOGUEIRA, 2013). Dessa forma, a educação escolar deve desenvolver os princípios de liberdade, ideais de 50 solidariedade humana, assim como qualificar para o trabalho e exercício da cidadania (MUNHOZ; MELO-SILVA, 2012). Cabe mencionar que o acesso à educação é dever do Estado e da família, no qual ambos são responsáveis por prover o acesso à educação de qualidade, dando igualdade de condições para esse acesso e permanência, destacando o fato de que é direito do aluno em idade escolar e fora dela o acesso à educação (RANIERI; ALVES, 2018). Assim, não se deve entender que promoção da educação é um dever somente do Estado, podendo a família ser responsabilizada, caso não justificado, da ausência da criança na escola (GOLDEMBERG, 1993). Portanto, a ideia de igualdade de condições para o acesso à escola, também se estende a igualdade de condições de acesso as mídias educacionais, pois quando se fala de educação de qualidade, a visão que se tem é de uma escola estruturada com recursos humanos e físicos (IOSIF, 2007). Sendo assim, a educação necessita contemplar a gestão democrática, no qual a escola, comunidade e pais participam do processo educacional, pois só assim o trabalho realizado, não ficará restrito ao desempenho dos profissionais da educação, mas também envolverá família e comunidade tornando o resultado satisfatório (PACHECO, 2007). Nesse sentido, a educação não deve ser vista como um processo isolado, devendo ser realizado unicamente pelas instituições de ensino, mas também deve envolver a sociedade em geral, pois segundo BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca Kenski (2003), a educação está presente no cotidiano da sociedade e faz parte do processo histórico do homem. Visto que, o aprendizado tem desde o início da humanidade sua base predominantemente nas relações sociais, não sendo responsabilidade apenas das instituições de ensino de se encarregar da formação total do homem social sem a participação e envolvimento direto de todos os agentes sociais (RODRIGUES, 2001). Compreendendo que nos últimos anos tornou-se notável a presença das mídias educacionais na sala de aula, como projetor de imagens, computadores, slides, vídeos, documentários entre outros. Percebe-se que o uso das mídias como ferramentas educacionais vem crescendo a cada dia nas escolas, pelo fato que as mesmas tornam as aulas mais atrativas e dinâmicas facilitando o processo de ensinoaprendizagem (SABINO et al., 2018). Nesse sentido, destaca-se que as mídias no processo de ensinoaprendizagem são fundamentais e um dos objetivos da utilização dessas tecnologias educacionais, é que os docentes proporcionem conhecimento aos alunos, no sentido que os mesmos se tornem agentes multiplicadores desse conhecimento a partir da interação com os outros alunos (SLOMSKI et al., 2016). É importante ressaltar que o uso das tecnologias nas escolas tem representado uma grande via da elevação da autoestima dos alunos, fazendo com que o conhecimento seja compartilhado e contextualizado (CURSINO, 2017). Ressalta-se que o processo de inclusão das tecnologias na escola em 51 parceria como o laboratório de informática, eleva o nível de conhecimento retirando o aluno do contexto da sala fechada (SANTOS; ALMEIDA; ZANOTELLO, 2018). Portanto, a introdução das tecnologias na educação é importante, pois amplia e abrange o conhecimento contribuindo para obtenção de mais recursos pedagógicos, equipamentos e materiais didáticos (SANTOS MARTINES et al., 2018). Cabe ressaltar que as tecnologias educacionais também estão presentes nos livros didáticos, que atualmente são cadernos interativos com exercícios sofisticados, composto de boxes e suportes digitais que auxiliam o professor a levar ao aluno um conhecimento dentro de determinado contexto (SANTOS; LEMOS; BEZERRA, 2012). O uso das mídias atua fortemente na motivação do estudante, mostrando que as aulas podem ir muito além dos objetivos de transcrição do conteúdo, como relata Valente (2014) ao mencionar que: O computador, por sua vez, realiza a execução desses programas, apresentando na tela um resultado. O aluno pode usar essas informações para realizar uma reflexão sobre o que ele intencionava e o que está sendo produzido, acarretando diversos níveis de abstração: abstração empírica, abstração pseudo-empírica e abstração reflexionante (VALENTE, 2014, p. 25). Sendo assim, o docente não pode conceber essas ferramentas tecnológicas como um passatempo, levando-o para sala de aula sem nenhum planejamento. Pois, uma vez que o professor faz uso dessas mídias educacionais deixando de lado a sua funcionalidade didática, essas tecnologias BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca perdem sua importância pedagógica e passam a ser vista simplesmente como um aparato da informática e isso irá refletir negativamente na docência em sala de aula (BRANDÃO, 2014). Nesse sentido, Almeida e Prado (2007) ressaltam que: Não podemos nos esquecer de que o professor foi preparado para planejar o ensino, dar aula, transmitir informações, passar e corrigir exercícios e provas para os alunos. E agora, diante de um novo cenário da educação, ele precisa lidar com a rapidez e a abrangência de informações, de dados, com o dinamismo do conhecimento e com a integração de tecnologias e diferentes formas de representação (ALMEIDA; PRADO, 2007, p. 53). Percebe-se que as tecnologias são atualmente ferramentas fundamentais no auxílio do docente para mediar o conhecimento. Todavia, diante das novas exigências que o mundo globalizado apresenta, surge a necessidade e a urgência de propiciar a formação continuada para os profissionais da educação (NIZ, 2017). Essa formação contribui para que possam auxiliar na identificação e análise das formas adequadas e construtivas de fazer a gestão das mídias na sala de aula, possibilitando dessa forma uma abertura maior para o uso das tecnologias e mídias no processo dinâmico de ensino-aprendizagem dos alunos (LOPES, 2004). Ressalta-se nesse sentido, que a utilização das tecnologias educacionais é uma forma de 52 integração no processo educacional, unindo tecnologia, inclusão social e digital (SELWYN, 2008). Com isso, a escola cumpre seu papel e assume um compromisso com a qualidade de vida das pessoas de maneira contributiva para o desenvolvimento de uma consciência crítica dos seus direitos e deveres e potencializando-o para obterem uma vida melhor (THOMAZ; OLIVEIRA, 2009). ENSINO REMOTO: O USO DO GOOGLE MEET COMO FERRAMENTA PARA ENSINAR E APRENDER NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19 O uso das tecnologias educacionais (computador, tablet, smartphone, internet, plataformas digitais) no ensino, fascina os alunos e reconfigura o papel do professor que necessita se adaptar ao novo e compreender que já não é o único portador ou transmissor do conhecimento, mas sim um mediador, no qual o aluno é o protagonista no processo de ensino e aprendizagem. Os envolvidos no processo de aprendizagem precisam ser capazes de construir conceitos e conhecimentos (ainda que limitados e provisórios) de forma ativa e crítica, a partir das situações vivenciadas e da reflexão acerca do arcabouço de informações com as quais interagem cotidianamente (OLIVEIRA, 2013). Logo, o professor que ensina em um ambiente informatizado pode ajudar seu aluno a desenvolver uma aprendizagem muito mais rica, no qual o aluno aprende a compreender e construir os BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca conceitos de forma dinâmica e contextualizada (CARNEIRO; PASSOS, 2006). Segundo Stinghen (2016), a formação docente torna-se essencial para que as novas tecnologias educacionais possam ser cada vez mais presentes e visíveis na prática do professor em sala de aula. Nessa concepção Lopes (2004), ressalta que a informática é um direito do aluno em nossas escolas, onde se faz necessário uma alfabetização tecnológica na formação do aluno e do docente. Dentre as tecnologias educacionais, o computador e os smartphones são os recursos tecnológicos “mais avançados” de que a escola pode fazer uso atualmente, pois através da internet, professores e alunos têm acesso às plataformas digitais de ensino. Entretanto, é necessário que o professor conheça e utilize as tecnologias recentes, levando-as para dentro da sala de aula, tornando o aprendizado dos alunos contínuo e de qualidade (OLIVEIRA, 2013). Conforme Fiorentini e Castro (2003), o uso das tecnologias educacionais (computador, tablet, smartphone, internet, plataformas digitais) é fundamental no processo da aprendizagem dos conteúdos curriculares em todos os níveis e modalidades de ensino. Pois, os conteúdos quando desenvolvidos por intermédio do computador, podem facilitar e dinamizar o trabalho do educador. Nessa perspectiva, Dias e Pinto (2020) ressalta que o uso das tecnologias educacionais na atualidade frente à pandemia do novo coronavírus é indiscutível, por isso é crucial que as escolas se adéquem para possibilitar o ensino híbrido 53 ou remoto aos alunos. Sendo assim, Borba e Penteado (2001) menciona que: O acesso à Informática deve ser visto como um direito e, portanto, nas escolas públicas e particulares o estudante deve poder usufruir uma educação que no momento atual inclua, no mínimo, uma “alfabetização tecnológica”. Tal alfabetização deve ser vista não como um curso de Informática, mas, sim, como um aprender a ler essa nova mídia. Assim, o computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como aprender a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar, desenvolver noções espaciais etc. E, nesse sentido, a Informática na escola passa a ser parte da resposta a questões ligadas à cidadania (BORBA; PENTEADO, 2001, p. 17). Segundo Oliveira (2013), o uso da informática amplia as possibilidades no processo de ensino e de aprendizagem, porém não pode ser somente o uso de mais um ou de outro recurso, faz-se necessário uma mudança de paradigmas pedagógicos. Visto que, o ensino nos dias atuais está passando por um processo de renovação de espaços, de ressignificação de conteúdo, de valores e de práticas, tendo como ponto de partida as mudanças ocorridas na sociedade. No contexto da pandemia da COVID-19, o uso das plataformas digitais, em especial o Google Meet, se fez muito necessária para o processo de interação entre os professores e alunos. Entretanto, o uso dessa ferramenta mostrou que o sistema educacional brasileiro não estava preparado para uma transição, surpreendendo governo, secretarias, escolas e docentes, que em curto prazo tiveram que se adaptar a uma nova modalidade que causou grande impacto no processo de ensino-aprendizagem, pois a BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca grande maioria dos docentes e alunos nunca haviam tido contato com essas ferramentas educacionais (SENHORAS, 2020; DIAS; PINTO, 2020). Segundo Loiola (2021, p. 08), a pandemia reconfigurou a educação e de repente implementou novos termos no vocabulário dos docentes e discentes, como webaula, webinar, Google Meet, ensino remoto, Classroom, postar, link. Dessa forma, pode-se dizer que o mundo parou diante da pandemia, e a escola abriu suas janelas para um ensino cada vez mais moderno, onde se produz e reproduz informações, de forma que o conhecimento se modifica, circula e se atualizada em tempo real e em diversas interfaces, sendo possível “digitalizar sons, imagens, gráficos, textos, enfim uma infinidade de informações”. Conforme Vale (2020), o uso do Google Meet como ferramenta de ensino e aprendizagem, possibilita uma vasta interatividade promovendo atividades colaborativas, utilização de quiz e gamificações, bem como fazer o processo de associação com diversas outras ferramentas que ajudam a organização da sala de aula (Quadro 1). Quadro 1 - Extensões do Google Meet FERRAMENTAS Google Meet Grid View Google Meet Plus Google Meet Enhancement Suite Google Meet Attendance Web Paint Visual Effects for Google Meet Nod Reactions for Google Meet DEFINIÇÕES Permite mostrar todos os participantes da reunião ou aula no Google Meet em uma única janela. O Google Meet tem uma solução parecida por padrão, mas ela é limitada a um número menor de participantes. É uma extensão obrigatória para usuários do Google Meet. Ele fornece aos usuários uma maneira de colaborar, interagir e se divertir uns com os outros em tempo real. Oferece uma gama de recursos para incrementar o Google Meet, como a visualização em formato de grade e a possibilidade de silenciar todos os microfones a partir de algumas teclas – ao invés de clicar em cada participante, por exemplo. A extensão gera automaticamente uma planilha Google com o nome de todos os participantes presentes no momento. Permite desenhar imagens em suas páginas web. A extensão Visual Effects for Google Meet permite que usuários usem efeitos visuais na câmera durante uma reunião e possibilita aplicar diferentes efeitos no vídeo. 54 Permite adicionar complementos às chamadas pelo Google Meet. Fonte: VALE (2020). Adaptações próprias. De acordo com Fonseca e Vaz (2020, p. 09), o uso de plataformas colaborativas como Google Classroom e Google Meet, possibilita o desenvolvimento de um “processo de ensino e aprendizagem de forma mais colaborativa e efetiva”, promovendo uma mudança significativa na educação, pois permite o implemento das tecnologias educacionais contextualizando o ensino a sua modernidade. Entretanto, Almeida et al. (2021) ressaltam que: BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca Cada professor precisa compreender as novas perspectivas e/ou estratégias de ensino apresentadas e as mudanças advindas para saber trabalhar com o novo, percorrendo junto com seus alunos cada degrau da modernização do mundo e suas dimensões, procurando aprender, manejar as ferramentas e tecnologias inovadoras, socializando-se e dominando essas ferramentas de comunicação, considerando as alternativas e novidades tecnológicas existentes que podem ser utilizadas na área educacional, implantando-as em seu cotidiano e orientando os alunos em sua utilização e usando-as a favor do ensino (ALMEIDA; NUNES; SILVA, 2021, p. 06). Nessa perspectiva, cabe ressaltar que aparentemente o uso das tecnologias educacionais e o implemento das plataformas digitais Google Meet, não teriam impacto com relação ao ensino remoto, mas o contexto da pandemia intensificou o uso e acesso à internet e as plataformas educacionais causando um colapso na rede mostrando que o Brasil enfrenta uma crise quanto a modalidade de ensino proposto (PUJOL, 2020) (Quadro 2). Quadro 2 - Desafio do Ensino Remoto DESAFIOS E MEDOS Alunos Professores Instituições de ensino Cidades menores Podem ter dificuldade para manusear ou acessar computadores e internet fora da escola, além da falta de disciplina para gerenciar o próprio tempo e o estudo. Podem não ter a habilidade pedagógica e tecnológica necessária para adaptar a aula presencial ao ensino online ou remoto. Podem carecer de infraestrutura de TI necessária para alta demanda de aulas virtuais, bem como de currículo para orientar os professores. Podem ter o serviço de internet sobrecarregado, e prejudicar o processo de ensino–aprendizagem. 55 Fonte: PUJOL (2020). Adaptações próprias. Percebe-se que o contexto da pandemia da COVID-19 vislumbra uma nova conjuntura para o ensino, que durante e pós pandemia se apresentará como peça fundamental para a educação brasileira continuar seu ciclo normal de ensino. Entretanto, deve-se ressaltar que será necessário que haja investimentos nas Instituições de Ensino em todas as esferas para contemplar da Educação Infantil ao Ensino Superior, tanto na área estrutural e tecnológica, como na formação docente (PALÚ; SCHÜTZ; MAYER, 2020). Sendo assim, a introdução desses recursos na educação deve ser acompanhada de uma sólida formação dos professores, para que o mesmo possa utilizá-los de uma forma responsável e com potencialidades pedagógicas (OLIVEIRA, 2013). Corroborando com essa discussão Brandão (1995) ressalta que: É necessário dar prioridade absoluta a formação docente, não tanto no sentido de fornecer aos professores um conhecimento mínimo de informática, e mais precisamente sobre Computação. É necessário, também, e, sobretudo, fornecer bases para seu uso crítico, de modo a garantir que a inserção de instrumentos informáticos no processo educativo ocorra com plena consciência da sua viabilidade, validade e oportunidade no processo ensino-aprendizagem (BRANDÃO, 1995, p. 63). BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca Para isso, os professores devem estar envolvidos constantemente no processo de formação continuada, a qual busca proporcionar qualificação e renovação da prática docente, inclusive nesse período pandêmico, que tem exigido o uso constante das novas tecnologias educacionais (FIORI; GOI, 2020). CONSIDERAÇÕES FINAIS Partindo das literaturas analisadas, o presente artigo buscou apresentar as principais dificuldades dos docentes e alunos apresentadas quanto ao uso do Google Meet como ferramenta de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a pesquisa analisou o potencial do Google Meet como ferramenta de ensino, mostrando que consiste em mais uma ferramenta que está à disposição da educação e do professor para a sua prática, e independente da pandemia, num futuro próximo a escola teria que se atualizar quanto ao contexto das novas tecnologias educacionais, pois a escola, como instituição integrante e atuante dessa sociedade e responsável pelo desenvolvimento do saber formal, não pode ficar fora ou a margem do dinamismo marcado pelas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação 56 (NTIC). Logo, o uso das tecnologias educacionais, como elemento mediador entre o homem e o meio sociocultural, introduz mudanças substanciais na escola, lugar onde com muita frequência estas mudanças custam acontecer e onde há uma enorme defasagem entre o que se ensina e o que acontece no mundo real. Dessa forma, ao apresentar as dificuldades e benefícios da ferramenta do Google Meet, a pesquisa mostra a fragilidade do sistema educacional, bem como o contexto socioeconômico do País, no qual grande parte da população não tem acesso aos smartphones e computadores, bem como a uma internet de qualidade dificultando o bom desenvolvimento da ferramenta, que pode ser altamente interativa e auxiliar e dinamizar a aula do professor. A pesquisa mostra ainda que a ferramenta do Google Meet promove atividades colaborativas, possibilitando a interação com quiz e gamificações, facilitando a associação com diversas outras ferramentas que ajudam a organizar a sala de aula e tornar a aula mais dinâmica. Entretanto, é importante ressaltar que a utilização das tecnologias educacionais (computador, tablet, smartphone, internet, plataformas digitais) no ensino não garantirá por si só a aprendizagem dos alunos, pois os mesmos são instrumentos de ensino que podem e devem estar a serviço do processo de construção e apropriação de conhecimentos. Sendo assim, novas tecnologias educacionais contribuem para a melhoria do ensino, todavia, é importante destacar que se trata de uma ferramenta de BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca aprendizagem que permite ao aluno interagir com o conteúdo a partir da conexão via internet, bem como por meio de softwares e jogos que exploram conceitos de uma forma mais interessante, eficiente e dinâmica. É fundamental que docentes e alunos adquiram a cultura do ensino remoto ou da aula online, pois todos, comunidade escolar e família necessitam conceber que esse ensino não é temporário e que futuramente deve vigorar, no qual os alunos necessitam ter disciplina para poder ter bons rendimentos, ou do contrário a educação poderá sofrer impactos negativos com relação a ausência e evasão. Sendo assim, sugere-se que professores e alunos trabalhem juntos e de forma remota pela internet, intercalando as atividades presenciais com atividades por meio de ambientes virtuais de aprendizagem como Google Meet e Google Classroom. REFERÊNCIAS ALMEIDA, A.; NUNES, L. F.; SILVA, V. T. “Educação em tempos de isolamento social: o ensino via Google Meet e Google Forms”. Pesquisa e Ensino, vol. 2, 2021. ALMEIDA, M. E. B. “Tecnologia na escola: criação de redes de conhecimentos”. In: Tecnologia na Escola. Brasília: Ministério da Educação - MEC, 2002. 57 ALMEIDA, M. E. B.; PRADO, M. E. B. B. “Formação de educadores para o uso dos computadores portáteis: indicadores de mudança na prática e no currículo”. Portal Eletrônico da UFC [2007]. Disponível em: <www.virtual.ufc.br>. Acesso em: 26/05/2021. AZEVEDO, M. A. R.; ANDRADE, M. F. R. “O conhecimento em sala de aula: a organização do ensino numa perspectiva interdisciplinar”. Educar em Revista, vol. 23, n. 30, 2007. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. BARRETTO, E. S. SÁ.; MITRULIS, E. “Trajetória e desafios dos ciclos escolares no país”. Estudos Avançados, vol. 15, n. 42, 2001. BASSO, C. M. “Algumas reflexões sobre o ensino mediado por computador”. Linguagem e Cidadania, n. 004, dezembro, 2000. BEHRENS, M. A. Tecnologia Interativa a Serviço da Aprendizagem Colaborativa num Paradigma Emergente. Brasília: Ministério da Educação - MEC, 2002. BERNARDI, S. T. “Utilização de softwares educacionais nos processos de alfabetização, de ensino e aprendizagem com uma visão psicopedagógica”. Revista REI - Getúlio Vargas, vol. 5, n. 10, 2010. BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. Belo Horizonte: Coleção tendências em Educação Matemática Autêntica, 2001. BRANDÃO, E. J. R. Informática e Educação: uma difícil aliança. Passo Fundo: Editora da UPF, 1995. BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca BRANDÃO, J. N. C. As TIC’s e suas contribuições no processo ensino e aprendizagem (Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Gestão Escolar). Brasília: UNB, 2014. CARNEIRO, R. F.; PASSOS, C. L. B. “Formação Inicial e Tecnologias da Informação e Comunicação: Implicações na Prática Docente de Professores de Matemática em Início de Carreira – EBRAPEM”. Portal Eletrônico da UFMG [2006]. Disponível em: <http://www.fae.ufmg.br>. Acesso em: 26/05/2021. CARVALHO, R. “As tecnologias no cotidiano escolar: possibilidades de articular o trabalho pedagógico aos recursos tecnológicos”. Portal Eletrônico da Secretaria de Estado da Educação do Paraná [2009]. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em: 26/05/2021. COSTA, I. T. L. G. Metodologia do Ensino a Distância. Salvador: Editora da UFBA, 2016. COSTA, M. C.; SOUZA, M. A. S. “O uso das TIC’s no processo ensino e aprendizagem na escola alternativa “Lago dos Cisnes””. Revista Valore, vol. 2, n. 2, 2017. CURSINO, A. G. Contribuições das tecnologias para uma aprendizagem significativa e o desenvolvimento de projetos no Ensino Fundamental I (Dissertação de Mestrado Profissional em Projetos de Ciências). Lorena: USP, 2017. DIAS, E.; PINTO, F. C. F. “A Educação e a Covid-19”. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, vol. 28, n. 108, 2020. 58 DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, S. N. “Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica”. Revista Thema, vol. 14, n. 1, 2017. DINIZ, S. N. F. O uso das novas tecnologias em sala de aula (Dissertação de Mestrado Engenharia de Produção). Florianópolis: UFSC, 2001. DOS SANTOS MARTINES, R. et al. “O uso das TICS como recurso pedagógico em sala de aula”. CIET: EnPED, s/n, maio, 2018. FIORATTI, C. “Sim, o coronavírus veio da natureza – e não de um laboratório”. Portal Eletrônico da Revista Super Interessante [20/03/2020]. Disponível em: <https://super.abril.com.br>. Acesso em: 26/05/2021. FIORENTINI, D.; CASTRO, F. C. “Tornando-se professor de matemática: o caso de Allan em prática de ensino e estágio supervisionado”. In: FIORENTINI, D. (org.). Formação de Professores de Matemática: explorando novos caminhos com outros olhares. Campinas: Editora Mercado de Letras, 2003. FIORI, R.; GOI, M. E. J. “O Ensino de Química na plataforma digital em tempos de Coronavírus”. Revista Thema, vol. 18, n. ESPECIAL, 2020. FIRMIDA, M. “Coronavírus: Que vírus é este?”. Portal Eletrônico da SOPTERJ [2020]. Disponível em: <http://www.sopterj.com.br>. Acesso em: 26/05/2021. FONSECA, C. R.; VAZ, J. C. F. “O uso do Google Sala de Aula como ferramenta de apoio na educação”. Portal Eletrônico da Virtual Educa [2020]. Disponível em: <https://encuentros.virtualeduca.red>. Acesso em: 26/05/2021. BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca FRANCO, A. A.; TANO, C. F. S. “Interdisciplinaridade e Inovação: estudo de um projeto de extensão”. Enciclopédia Biosfera- Centro Científico Conhecer, vol. 10, n. 19, 2014. GADOTTI, M. “Perspectivas atuais da educação”. São Paulo em Perspectiva, vol. 14, n. 2, 2000. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Editora Atlas, 2008. GÓES, C. B.; CASSIANO, G. “O uso das Plataformas Digitais pelas IES no contexto de afastamento social pela Covid-19”. Folha de Rosto, vol. 6, n. 2, 2020. GOLDEMBERG, J. “O repensar da educação no Brasil”. Estudos Avançados, vol. 7, n. 18, 1993. IOSIF, R. M. G. A qualidade da educação na escola pública e o comportamento da cidadania global emancipada: implicações para a situação da pobreza e desigualdade no Brasil (Tese de Doutorado em Política Social). Brasília: UNB, 2007. KENSKI, V. M. “Aprendizagem Mediada Pela Tecnologia”. Revista Diálogo Educacional, vol. 4, n. 10, 2003. LOIOLA, E. S. G. “E de repente, a aula foi para o ciberespaço”. Portal Eletrônico da Revista Docência e Cibercultura [2021]. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br>. Acesso em: 26/05/2021. LOPES, J. J. “A introdução da informática no ambiente escolar”. Clube do Professor, vol. 23, 2004. 59 MARANHÃO, R. A.; SENHORAS, E. M. “Orçamento de Guerra no enfrentamento à COVID-19: entre manobras parlamentares e batalhas políticas”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 2, n. 6, 2020. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Editora Atlas, 2010. MOREIRA, H; CALEFFE, L. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2006. MUNHOZ, I. M. S.; MELO-SILVA, L. L. “Preparação para o trabalho na legislação educacional brasileira e educação para carreira”. Psicologia Escolar e Educacional, vol. 16, n. 2, 2012. NIZ, C. A. F. A formação continuada do professor e o uso das tecnologias em sala de aula: tensões, reflexões e novas perspectivas (Dissertação de Mestrado em Educação Escolar). São Paulo: UNESP, 2017. NOGUEIRA, G. M. (org.) Práticas pedagógicas na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental: diferentes perspectivas. Rio Grande: Editora da FURG, 2013. OLIVEIRA, F. M. “O uso da sala de informática nas aulas de matemática no ensino fundamental: percepções de um grupo de professores”. Portal Eletrônico da Biblioteca Digital da UNIJUI [2013]. Disponível em: <https://bibliodigital.unijui.edu.br>. Acesso em: 26/05/2021. PACHECO, N. M. R. Gestão democrática e relação escola - comunidade: um estudo sobre a experiência do Morro da Cruz, Florianópolis, SC (Dissertação de Mestrado em Educação). São Leopoldo: UNISINOS, 2007. BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca PALÚ, J.; SCHÜTZ, J. A.; MAYER, L. “Desafios da educação em tempos de pandemia”. Cruz Alta: Ilustração, vol. 324, 2020. PINHEIRO, N. V. L. Escolas de práticas pedagógicas inovadoras: Intuição, escolanovismo e matemática moderna nos primeiros anos escolares (Dissertação de Mestrado em História da Educação Matemática). Florianópolis: UFSC, 2013. PUJOL, L. “Coronavírus: menos aulas presenciais, mais EAD”. Portal Eletrônico Desafios da Educação [12/03/2020]. Disponível em: <https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br>. Acesso em: 26/05/2021. RANIERI, N. B. S.; ALVES, A. L. A. Direito à Educação e Direitos na Educação. São Paulo: Cátedra UNESCO de Direto à Educação - USP, 2018. RODRIGUES, N. “Educação: da formação humana à construção do sujeito ético”. Educação & Sociedade, vol. 22, n. 76, 2001. SABINO, E. et al. “TIC’S no ensino: a necessidade de tecnologia da informação e comunicação presente na educação”. Revista Gestão em Foco, n. 10, 2018. SANTOS, C. M. B.; MARQUES, J. T. “Buscando a construção e (re)construção da práxis pedagógica”. Portal Eletrônico da FAESI [2010]. Disponível em: <http://www.faesi.com.br>. Acesso em: 26/05/2021. 60 SANTOS, S. C. A.; LEMOS, E. C.; BEZERRA, C. G. Curso de Formação em EaD. Natal: Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia, 2012. SANTOS, V. G.; ALMEIDA, S. E.; ZANOTELLO, M. “A sala de aula como um ambiente equipado tecnologicamente: reflexões sobre formação docente, ensino e aprendizagem nas séries iniciais da educação básica”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, vol. 99, n. 252, 2018. SCHLUNZEN, E. T. M. Escola Inclusiva e as Novas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação MEC, 2002. SEGNINI, L. R. P. “Educação e trabalho: uma relação tão necessária quanto insuficiente”. São Paulo em Perspectiva, vol. 14, n. 2, 2000. SELWYN, N. “O uso das TIC na educação e a promoção de inclusão social: uma perspectiva crítica do Reino Unido”. Educação & Sociedade, vol. 29, n. 104, 2008. SENHORAS, E. M. (org.). Ensino remoto e a pandemia de COVID-19. Boa Vista: Editora IOLE, 2021. SILVA, M. Internet na Escola e Inclusão. Brasília: Ministério da Educação - MEC, 2002. SIQUEIRA, C. C. D. “Domínio das tecnologias digitais: competência indispensável ao professor do século XXI”. Portal Eletrônico Brasil Escola [2018]. Disponível em: <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br>. Acesso em: 26/05/2021. SLOMSKI, V. G. et al. “Tecnologias e mediação pedagógica na educação superior à distância”. Journal of Information Systems and Technology Management - JISTEM, vol. 13, n. 1, 2016. BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca STINGHEN, R. S. Tecnologias na Educação: Dificuldades encontradas para utilizá-la no ambiente escolar (Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação na Cultura Digital). Florianópolis: UFSC, 2016. THOMAZ, L.; OLIVEIRA, R. C. “A educação e a formação do cidadão crítico, autônomo e participativo”. Portal Eletrônico Dia a Dia Educação [2009]. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em: 26/05/2021. VALE, L. M. “Aulas Remotas e as Ferramentas do Google”. Portal Eletrônico Fluência Digital [28/08/2020]. Disponível em: <https://fluenciadigital.net.br>. Acesso em: 26/05/2021. VALENTE, J. A. “Comunicação e a Educação baseada no uso das tecnologias digitais de informação e comunicação”. Revista Humanas e Sociais - UNIFESO, vol. 1, n. 1, 2014. 61 BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021 www.ioles.com.br/boca BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) Ano III | Volume 7 | Nº 19| Boa Vista |2021 http://www.ioles.com.br/boca Editor chefe: 62 Elói Martins Senhoras Conselho Editorial Antonio Ozai da Silva, Universidade Estadual de Maringá Vitor Stuart Gabriel de Pieri, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Charles Pennaforte, Universidade Federal de Pelotas Elói Martins Senhoras, Universidade Federal de Roraima Julio Burdman, Universidad de Buenos Aires, Argentina Patrícia Nasser de Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais Conselho Científico Claudete de Castro Silva Vitte, Universidade Estadual de Campinas Fabiano de Araújo Moreira, Universidade de São Paulo Flávia Carolina de Resende Fagundes, Universidade Feevale Hudson do Vale de Oliveira, Instituto Federal de Roraima Laodicéia Amorim Weersma, Universidade de Fortaleza Marcos Antônio Fávaro Martins, Universidade Paulista Marcos Leandro Mondardo, Universidade Federal da Grande Dourados Reinaldo Miranda de Sá Teles, Universidade de São Paulo Rozane Pereira Ignácio, Universidade Estadual de Roraima BOLETIM DE CONJUNTURA (BOCA) ano III, vol. 7, n. 19, Boa Vista, 2021