ARTIGO
ACONSELHAMENTO DISCIPULADOR
CLEBER RODRIGUES MARTINS
Artigo de Conclusão de Curso
apresentado ao Colegiado de Curso
com vistas à obtenção de grau De
Pós Graduação em Aconselhamento
Pastoral da Faculdade de Teologia
da Igreja Metodista, Universidade
Metodista de São Paulo, sob a
orientação da Prof(a).
Danielle Lucy Bosio Frederico.
São Bernardo — Janeiro de 2020
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Resumo
Com esse Método de “Aconselhamento Discipulador”, sendo aplicado passo a passo
de forma gradual e correta, será de grande valia na vida do aconselhando, pois ele terá a
segurança de não só desabafar e receber a teoria, mas de ter um princípio de caminhada na
prática junto com o aconselhando para que ele possa se solidificar e começar a caminhar
sozinho na resolução prática do problema. Iremos utilizar três passos desafiadores usando a
vida do Apóstolo Pedro como exemplo na sua caminhada ministerial ao lado de Jesus.
O Aconselhamento Pastoral é um trabalho magnifico confiado para aqueles que se
capacitaram e receberam um chamado de Deus para tal exercício. A base bíblica principal
será firmada em: Lucas 5:2-8. Tendo esse texto bíblico como base, e outros textos conforme
o desenrolar do artigo como apoio, iremos abordar a vida de Pedro, desde o começo da sua
caminhada, até depois da morte e ressurreição de Cristo com a sua pregação em (Atos 2),
onde milhares de pessoas se converteram através do seu discurso.
Iremos então dividir a abordagem geral do “Aconselhamento Discipulador” em três
métodos ou bases: Primeiros passos, Passos conjuntos e Passo final. Os passos bem
próximos que é a proposta do Aconselhamento Discipulador me vieram em mente baseado
na experiência que tive em uma determinada Igreja, onde para marcar uma pastoral com o
Pastor da Igreja, demorava três meses, e mesmo esperando tanto, o acompanhamento era
bem distante, ao ponto do aconselhando, no caso “EU”, desanimar e desistir várias vezes de
ter ou continuar com essa pastoral. Daí me veio a ideia do “Aconselhamento Discipulador”,
onde a abordagem é bem próxima e pessoal.
Palavras-chave: Aconselhamento; discipulado; Igreja; caminhar; evangelho; Pastor.
Abstract
With this Method of “Disciple Counseling”, being applied step by step in a gradual
and correct way, it will be of great value in the life of the counselee, as he will have the
security of not only venting and receiving the theory, but of having a principle of walking
in practice along with advising him so that he can solidify and start walking alone in the
practical resolution of the problem. We will use three challenging steps using the life of the
Apostle Peter as an example in his ministerial walk alongside Jesus.
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Pastoral Counseling is a magnificent work entrusted to those who have been trained
and received a call from God for such an exercise. The main biblical basis will be established
at: Luke 5: 2-8. Based on this biblical text, and other texts as the article unfolds as support,
we will approach the life of Peter, from the beginning of his journey, until after the death
and resurrection of Christ with his preaching in (Acts 2), where thousands of people were
converted through his speech.
We will then divide the general “Disciple Counseling” approach into three methods
or bases: First steps, Joint steps and Final step. The very close steps proposed by the
Discipleship Counseling came to me based on the experience I had in a certain Church,
where to schedule a pastoral with the Pastor of the Church, it took three months, and even
waiting so long, the accompaniment was very distant , to the point of advising, in the case
of “I”, discourage and give up several times to have or continue with this pastoral. That is
why I came up with the idea of “Discipleship Counseling”, where the approach is very close
and personal.
Keywords: Counseling; discipleship; Church; walk; gospel; Shepherd.
Introdução
Este artigo tem o objetivo de fazer com que o “Aconselhamento Pastoral”, se torne
algo a mais que somente conselhos, mas sim uma caminhada discipuladora, onde o
aconselhando percorre todo o processo de “Aconselhamento Pastoral” ao lado do seu
aconselhando. Sendo a pessoa Cristã trabalharemos de forma direta no evangelho. Quando
for o caso de pessoas que não são Cristãs, tentar apresentar o evangelho primeiro para a
pessoa, pois os passos para a resolução, passam pelos conselhos bíblicos e haverá
necessidade da pessoa entender e viver plenamente isso.
O atual imperativo do “seja feliz”, não pode ser uma obrigação a ser alcançada a
qualquer custo e através do aniquilamento químico do “eu” originário. A sociedade parece
ter se tornado antidepressiva, pois lida com o sofrimento humano como se fosse um defeito
de caráter, algo do qual tenha que se envergonhar. Entretanto isso não pode ser aplicado, de
forma alguma, a um ser tão vulnerável e frágil como o ser humano. E justamente a sua
vulnerabilidade e fragilidade são características da sua humanidade, ou seja, da sua condição
humana. São marcas que podem aproximá-lo de outro ser humano, também vulnerável, para
que se edifique uma relação de cuidado entre pessoas que se saibam frágeis e vulneráveis,
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fazendo, assim, brotar e ser aperfeiçoada a força que surge da fraqueza, do encontro entre
vulneráveis. Não permitir que o ser humano lide com a sua situação de vulnerabilidade e
fragilidade é roubar-lhe parte essencial da sua dimensão humana. É a partir da relação com
sua dimensão e condição originalmente humana que passa o caminho de enfrentamento e
reconstrução de novas referências, novas estruturas e até mesmo novas normas e formas de
vida.
Mostrar que muitas vezes o aconselhando, precisa mais do que conselhos teóricos,
mas também de algo prático para chegar na resolução do problema. Entender que a luz da
Bíblia, seguindo os passos de Jesus, que o discipulado é a melhor forma de alcançar um
coração para o evangelho, e também, de ajudar essa pessoa nos seus problemas cotidianos
diante de um acompanhamento pessoal e direto. O doutrinamento terá como base referencial
e primordial, a Bíblia, outros modelos de aconselhamento podem ser consultados e
utilizados desde que não contrariem os princípios bíblicos.
O Aconselhamento Discipulador pode ser aplicado em pessoas que já são
evangélicas com o fim de ajuda-las a resolver suas questões, mas também pode ser utilizado
para pessoas que ainda não conhecem o evangelho com o mesmo fim da anterior e também
com um segundo objetivo de alcançar essa vida para Jesus.
Iremos verificar o modo diferenciado de abordar o aconselhando de uma forma
próxima, com o objetivo de aprofundar as relações entre ela e o aconselhador, afim de,
extrair o máximo de informação para ajudar a pessoa na caminhada com Cristo. Os
problemas que aparecem podem ser de ordem variada, mas a sua origem, na maioria das
vezes, vem de ordem de pecados ou escolhas erradas na vida, que não são necessariamente
pecados, mas que podem causar grandes problemas em certo tempo se tornando um grande
problema e/ou desafio na vida da pessoa. Problema esse de grandes proporções. Esse
acompanhamento de perto, irá facilitar a abordagem como fazemos em discipulado para
aprimorar as relações ajudando a resolver os problemas. O Aconselhador usará mais que
palavras, e sim atuará ao lado do seu aconselhando, estreitando laços e sendo proposto a ele
os três passos para lhe dar melhor com as situações difíceis da vida.
Usaremos como exemplo a vida do Apóstolo Pedro no seu relacionamento de
aprendizado com Jesus. Pedro foi um dos discípulos que se tornariam Apóstolos que foram
mais próximos de Jesus e teve uma caminhada pessoal e educativa do próprio Mestre.
Iremos ver que Pedro era duro, mas tinha um coração aprendível. Com essa proposta do
Aconselhamento Discipulador, formaremos três passos que irão levar o aconselhando a ter
uma vida abençoada e mais próxima de Deus. A demonstração de Jesus usando o
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discipulado com os seus escolhidos enquanto esteve aqui na terra, serve como base para a
proposta deste trabalho, pois o acompanhamento bem próximo sugerido aqui, é inspirado
em cada passo que Jesus utilizou. Ao final, nossa pretensão é fazer com que o aconselhando
chegue a resolução do problema e comece a caminhar de forma autônoma e independente.
A proposta deste Aconselhamento Discipulador de caminhar junto, é no intuito de
ter um relacionamento bem próximo do aconselhador com seu aconselhando, já que, cada
passo será inserido de forma gradual e conjunta. Esse aconselhamento se tornará uma
caminhada na aplicação de todos os passos e a proximidade entre aconselhador e
aconselhando é necessária para que justamente o diferencial desse aconselhamento, seja
aplicado. Ao final de todos os passos, esse caminhar junto, terá se tornado fundamental no
resultado de cada método aplicado como começaremos a ver a seguir.
1. Primeira seção: Primeiros Passos.
Esse modelo de Aconselhamento Discipulador, não tem a pretensão de se comparar
a outros modelos, e tampouco dizer que o mesmo é melhor que outros. Abaixo estarão
algumas caminhos, pensando em exercer uma prática de aconselhamento Pastoral mais
pessoal e prática. Temos encontrado dificuldade nas igrejas de ficar só no gabinete
aconselhando sem ir a campo sabendo que nossos aconselhandos estão cada vez mais
carentes e necessitados de uma presença mais ativa do seu Pastor. Utilizando este modelo,
propomos ir até o foco do problema com a pessoa, até que ela tenha forças para caminhar
sozinha tendo caminhos para resolver seus problemas. Temos um material riquíssimo em
nossas mãos que é a Palavra de Deus, e precisamos utiliza-la da forma certa para alcançar o
coração das pessoas com a única verdade que pode realmente libertar e salvar.
Para iniciarmos precisamos trabalhar uma coisa chamada exemplo ou testemunho.
O aconselhador precisa viver aquilo que prega, demonstrar o amor de Cristo em sua vida
para que seus aconselhandos possam olhar para a sua vida, e ver algo bom e que vale a pena
ser seguido. É muito importante o aconselhador cuidar da sua vida integral com Deus, para
poder iniciar com esse modelo de Aconselhamento Discipulador e qualquer outro modelo
de aconselhamento. Citando esse modelo em especial, é importante esse testemunho, pois
principalmente, a partir dos passos conjuntos, a caminhada será bem prática e o
aconselhando estará o tempo todo observando os passos do seu aconselhador. Isso significa
que se a vida do aconselhador não for um exemplo e/ou um espelho, ficará difícil a aplicação
desse aconselhamento. Vejamos o que Collins fala sobre o testemunho do Aconselhador:
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No aconselhamento espiritual, o conselheiro tem diante de si o desafio de ajudar
os aconselhandos a conhecer e amar a Deus. Não se consegue isso dando palestras
ou pregando pequenos sermões, mas sim permitindo que o aconselhando veja
Deus na nossa vida, nas nossas conversas, atitudes e referências periódicas à
Bíblia. Este tipo de ensino coloca uma grande responsabilidade sobre o
conselheiro. Não podemos ensinar os outros a conhecer a Deus se não estivermos
crescendo neste conhecimento e na caminhada espiritual. Portanto, ajudar os
aconselhandos a conhecer a Deus requer uma conscientização e uma
profundidade espiritual que excedem em muito o ensino de qualquer livro sobre
aconselhamento ou psicoterapia. (COLLINS, 2004, p. 669)
Muitos dos problemas que levam a pessoa ao aconselhamento pastoral, é a
necessidade de conversar e colocar para fora coisas que podem estar presas no interior. Essa
primeira parte consiste em buscar aliviar a alma da pessoa ouvindo e fazendo somente
pequenas observações, assim como, Jesus fez com Pedro no nosso texto base (Lc 5-8),
observando as suas práticas normais, no caso deles a pescaria, mostrando como Jesus fez
que se eles lançarem as redes sobre a base correta, mesmo em uma expectativa pequena de
haver peixes, Deus fará surgir, pois, precisamos enfrentar nossos problemas pela fé e não
desistir e deixar acumular para outro dia. Entendo que fica difícil determinarmos um tempo
para essa primeira parte de “Primeiros Passos”, mas podemos estipular de dois a três
encontros nessa questão”. Vejamos nosso texto base:
Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam
lavando as suas redes. Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediulhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o
povo. Tendo acabado de falar, disse a Simão: "Vá para onde as águas são mais
fundas", e a todos: "Lancem as redes para a pesca". Simão respondeu: "Mestre,
esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está
dizendo isto, vou lançar as redes". Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de
peixe que as redes começaram a rasgar-se. Então fizeram sinais a seus
companheiros no outro barco, para que viessem ajudá-lo; e eles vieram e
encheram ambos os barcos, a ponto de quase começarem a afundar. Quando
Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: "Afasta-te de mim,
Senhor, porque sou um homem pecador! Lucas 5:2-8 – BÍBLIA - NVI
Claro que precisamos considerar, neste texto, que Jesus nunca deixou de ser Deus e
já conhecia os corações dos discípulos e o que se passaria no evento. Porém, podemos ver
claramente que o Mestre traz um ensinamento teórico antes de mandar lançar as redes. O
Apostolo Pedro que nesta ocasião, ainda não havia se tornado Apostolo, com toda a certeza,
prestou muita atenção no ensinamento que Jesus transmitiu no seu discurso antes de irem
lançar as redes.
A parte teórica de um aconselhamento é muito importante, pois irá definir e fixar as
bases para uma futura aplicação prática na vida. Nessa proposta de Aconselhamento
Discipulador, tanto o ouvir do aconselhando, como a base teórica que será passada, deve ser
feito com muita cautela e sem pressa, pois senão, isso pode prejudicar a aplicação prática se
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feito de forma afobada e/ou precipitada. Quando você propõe um tipo de aconselhamento
como esse que é tão participativo por parte do Aconselhador, quanto menos tentativas,
melhor.
Pedro foi o discípulo de Jesus que mais questionou e interagiu com Ele nos
evangelhos, por isso, ele é um personagem importante para exemplificar esta proposta de
aconselhamento. Pedro obtém um local de destaque segundo Cullmann:
Verificamos nos evangelhos sinóticos que Pedro realmente ocupa uma posição,
especial entre os discípulos, juntamente com os filhos de Zebedeu e o seu irmão
André, êle pertence ao circulo mais intimo dos que se reúnem em torno de Jesus”.
(CULLMANN, 1964, p. 25)
No entanto, mesmo dentro desse círculo mais íntimo. Pedra está quase sempre em
primeira plana. Na história da pesca maravilhosa (Lc 5.1 e segs.) Pedro é
evidentemente o protagonista, embora, bem no final, os filhos de Zebedeu
também sejam incluídos (CULLMANN, 1964, p. 26)
Interessante notar que por todo o Evangelho, Pedro procura ocupar esse lugar
especial, mesmo cometendo erros e sendo repreendido por Jesus o tempo todo. Jesus
conhecia Pedro e entendeu que ele necessitaria de uma boa base teórica para permanecer
como seu discípulo e depois ser usado por Deus como um líder da Igreja primitiva. Nesses
primeiros passos, a função do Aconselhador será de ouvir. Nesse caso da pescaria de Pedro,
Jesus estava acompanhado as dificuldades deles e trouxe o ensinamento. Assim como Jesus
ouvia seus discípulos, precisaremos ouvir o aconselhando e entender bem o cerne da
questão.
Ouvir alguém não é, simplesmente, escutar o que ele diz de forma passiva ou
indiferente, mas exige uma participação ativa do ouvinte. . (COLLINS, 2004, p.
48). XX
Participação ativa é expor, é interagir, é dar atenção. Não estamos ali ouvindo só por
ouvir, mas precisamos estar atento e interagir nas questões, mesmo que a pessoa esteja em
um processo de desabafar, pois todos os passos e ações irão contribuir para o desfecho.
Quando mostramos interesse como ouvinte, a pessoa se sente mais a vontade e os laços são
mais profundos. Antes de podermos dar qualquer conselho, precisamos conhecer os
problemas que o aconselhando quer ou precisa tratar. Nossos aconselhandos muitas vezes,
começam por compartilhar seus problemas menos comprometedores. Antes de colocar em
cima da mesa o verdadeiro problema, eles querem saber se somos confiáveis e competentes.
O problema “respeitável” e o problema “real” nem sempre são um só e o mesmo!
Como nós temos estudado, muitos dos problemas que levam a pessoa ao
aconselhamento pastoral é a necessidade de conversar e colocar para fora coisas que podem
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estar presas no interior. Essa primeira parte consiste em buscar aliviar a alma da pessoa
ouvindo e fazendo somente pequenas observações para que esse momento não se torne um
monólogo. Porém, ouvir é essencial para que o entendimento pleno do assunto seja
compreendido. Quando dedicamos com atenção um bom tempo em ouvir, podemos ir
detectando os problemas e criar uma forma teórica de escape para a situação. Não é uma
função fácil, pois dependendo de quem você está ouvindo, essa missão pode ser mais
desafiadora. Pedro era um homem duro e não deve ter sido fácil para Jesus lhe dar com ele.
Algumas pessoas podem até falar muito no gabinete, mas podem estar longe de abrir o
coração verdadeiramente. Cabe ai ao Aconselhador usar as suas habilidades para detectar o
problema o quanto antes. Uma boa forma de obter informações é fazendo perguntas como
diz Collins:
Perguntar, desde que feito com jeito, pode trazer uma série de informações. As
melhores perguntas são aquelas que requerem pelo menos uma frase ou duas
como resposta (por exemplo, “Como é que vão as coisas no casamento?”, “O que
é que está te aborrecendo?”). Evite as perguntas que podem ser respondidas só
com uma palavra (“Você é casado?”, “Está se sentindo infeliz?”, “Quantos anos
você tem?”. (COLLINS, 2004, p. 49)
Trabalhar com perguntas é uma boa forma de conseguir extrair sem ser muito
incisivo. Interrogações bem colocadas irão trazer grandes benefícios na colheita de
informações, já que, muitas vezes o aconselhando tem dificuldade de abrir seu coração por
uma série de motivos. Fazer perguntas que provocam respostas que expõem o coração é um
trabalho árduo! É preciso um esforço para encontrar boas perguntas que levem o
aconselhando a pensar. Cultivar essa habilidade faz com que o conselheiro pense também.
Acredito firmemente que fazer boas perguntas é central para o aconselhamento bíblico bemsucedido. Descobri que fazer boas perguntas tornou-se uma arte perdida.
Nessa fase inicial, alguns aconselhandos podem ter dificuldade de largar as rédeas,
de abrir o coração e expor o problema para que outro possa ajudar a conduzir. É importante
ele entender que muitas vezes teremos que confiar em outras pessoas para nos ajudar, pois
a confiança do aconselhando no aconselhador é fundamental para o prosseguimento desse
processo.
O desfecho da pesca maravilhosa é justamente o ensinamento que Jesus queria
transmitir a eles. Diante de uma ordem de Jesus ou um conselho imperativo, mesmo sem
eles acreditarem muito no resultado que iria dar, ouviram o mestre e acabaram colhendo
uma grande pescaria. O objetivo de Jesus não era pegar peixes, e sim mostrar pra eles que
as circunstancias não podem moldar as suas vidas. Seus discípulos precisavam ir além do
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que a experiência de pescaria. Jesus estava ensinando eles a dependerem de Deus e irem a
colheita, mesmo que a situação pareça adversa.
1.1.
Como aplicar:
- Explicar o intuito desses encontros que é para ajuda-lo formando um caráter de
discípulo de Jesus com possíveis caminhos para a resolução do problema.
- Ouvir.
- Caso tenha dificuldades de extrair o cerne da questão, usar as perguntas e ganhar a
confiança do aconselhando.
- Conversar e expor ensinamentos bíblicos.
- Mostrar que com os princípios corretos, seu ser será transformado.
Nesse primeiro estágio de aplicação, a cautela e o cuidado são fundamentais. É
importante o aconselhando entender toda a proposta, pois a entrega integral dele é necessária
e primordial. Deixar claro que isso é uma proposta bíblica e baseada no formato discipulador
de Jesus.
Para que o processo seja bem sucedido, ouvir é fundamental. Com toda a certeza,
haverá dificuldade nos primeiros diálogos, mas conforme o coração vai se abrindo e a
confiança de gabinete entre aconselhando e aconselhador vai crescendo e as falas vão se
aprofundando. Saber ouvir, mesmo que seja o silêncio, e não se precipitar em dar conselhos
e estabelecer pré-julgamentos é algo muito prudente e uma grande lição a ser aprendida e
praticada na conversação. É necessário que o outro consiga purgar e externar aquilo que tem
dentro de si. Mas para se abrir e se expor precisará se sentir à vontade e seguro para fazêlo. Por isso, a simples atitude de ouvir sem atropelar o outro é, antes de qualquer outra coisa,
uma atitude de respeito em relação à pessoa e à sua situação.
Ouvir, ouvir e ouvir é um passo de paciência, mas necessário e importante nessa
caminhada. Claro que nesse ouvir, o Aconselhador pode ir podando para que a conversa não
fuja do cerne da questão, mas esse cerne pode demorar para ser identificado e a paciência
em ouvir irá ser importante nesse início. Quem recebeu esse chamado de Deus para ser
Aconselhador e se preparou, sabe que esse momento onde a pessoa extravasa seu coração é
um momento que irá requerer muita paciência, mas que é importante para ir criando vínculos
com seus aconselhando.
Com toda a certeza, fazer uma conexão com a Bíblia é fundamental para chegar a
um ensinamento aceitável. Quando expomos a Bíblia da forma correta, o aconselhando
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entende que sua postura precisa ser mudada, pois a Palavra de Deus tem uma autoridade
intrínseca e irrefutável. Sem contar o poder que vem do próprio Deus de restaurar que está
sobre a Bíblia. Por isso, a necessidade de expor a Bíblia da forma correta para que esse
poder transformador, possa agir no coração do aconselhando nesse processo inicial.
Mesmo sendo o passo inicial, é importante ir mostrando para seus aconselhando que
a transformação nessa situação ocorrerá e demonstrar sempre esperança nos conselhos,
mesmo que, sejam casos bem difíceis aos olhos humanos. O aconselhador não pode
esquecer que Jesus pode operar o impossível, e a nossa função ser um receptáculo ativo de
esperança na vida deles.
1.2.
Possíveis Problemas
Nesses primeiros passos, possíveis problemas que nós podemos levantar, é a questão
da possível timidez da pessoa do aconselhando já que está iniciando na primeira proposta
os primeiros passos isso pode ser uma barreira no início. O ideal aqui é trabalharmos essa
introspectiva na pessoa para que vá se soltando aos poucos, possibilitando assim que
possamos colher um material inicial para desenvolvermos em nossa reunião.
Dependendo do tipo de trauma ou problema que a pessoa vem nos trazer irá requerer
o cuidado e uma paciência um pouco maior de acordo com a gravidade do problema. Se for
um caso, por exemplo, de violência doméstica geralmente o aconselhando demora um pouco
a se soltar e contar todo problema, Pois por mais que esse aconselhando tenha sido o sofredor
da causa, sem criar uma parte ou uma parcela que cabe à ele também nesse problema ou
trauma sofrido.
Uma segunda questão que é importante também é detectar o quanto de verdade é que
esse que esse aconselhando está transmitindo, isso muitas vezes vai ser muito difícil.
A Bíblia nunca acoberta o pecado ou nega o fato de que ele é amplamente
disseminado e destrutivo. Deus odeia o pecado e sempre castiga os pecadores que
não se arrependem. Por outra lado, os que estão em Cristo não são condenados.
Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio à terra para pagar o preço pelos nossos
pecados. Portanto, quando pecamos, podemos ser completamente perdoados. Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e
nos purificar de toda injustiça”. A conscientização desta verdade pode ser uma
experiência libertadora. Deus não quer sacrifícios e penitências. Ele quer
confissão e desejo de mudar. Quando ouve a nossa confissão, ele perdoa e esquece
completamente. (COLLINS, 2004, p. 669)
Collins, apesar de propor um Aconselhamento próximo, não chega nem perto da
proposta deste Aconselhamento Discipulador, pois sua proposta é trabalhar as teorias de
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aconselhamento de forma imperativa e teórica, mas não com essa incumbência de caminhar
ao lado do seu aconselhando como esse artigo propõem. Vejo uma necessidade de
proximidade com o aconselhando maior do que Collins enxerga, pois entendo que as
necessidades de um aconselhamento precisam ir além da teoria, mas de um processo
discipulador conjunto como estamos propondo aqui.
Claro que com a experiência do aconselhando com uma ou duas reuniões você
consegue detectar algumas palavras o assunto que não são tão verdadeiros, mas de maneira
geral, se a base ou a revelação desse aconselhamento for fincado em histórias mentirosas, e
até mesmo com problemas de pecados não tratados, irá comprometer todos os outros passos,
já que, não é possível manter o aconselhamento discipulador dentro de bases não verídicas.
Uma outra possível questão, nesses primeiros passos, é a humildade do
aconselhador, pois pode existir alguns casos em que o pastor/aconselhador não terá
experiência ou ferramentas necessárias para resolver certos tipos de problemas detectados
em gabinete. Sendo assim, é importante que o pastor ao detectar um problema, no qual, não
tenha muita familiaridade ou não consiga ajudar o aconselhando, tenha a humildade de
encaminhar, o mesmo, para um profissional da área da Psicologia ou para o colega Pastor
com mais experiência e ou conhecimento que possa ajudar nesse caso.
O último possível problema que detectei até agora é a necessidade do preparo do
aconselhador como: cursos, graduação em aconselhamento e etc, pois nesse primeiro passo
"ouvir", é extremamente teórico, onde se aconselhador não estiver com bases teóricas bem
suplantadas, ficará muito difícil que ele consiga aplicar todos os passos, pois esse novo
aconselhamento discipulador exige que o aconselhador esteja preparado teoricamente para
quê esse trabalho inicial de aconselhamento, seja bem sucedido em si mesmo, e também
para iniciar os outros dois passos. A detecção do problema e saber ouvir, é de fundamental
importância para o aconselhador nesses primeiros passos.
Essa pedagogia precisa ser aplicada nesse primeiro passo do Aconselhamento
Discipulador. Ouvir e detectar o problema, mostrando uma base teórica segura para a
solução, trará prática seja eficaz no próximo passo.
2. Segunda seção: Passos Conjuntos.
Essa fase seria aplicar uma Teoria Bíblica com foco no problema já exposto nos
“Primeiros Passos”, sabendo que o propósito do “Aconselhamento Discipulador”, é lançar
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as iscas (propostas de solução) acompanhando de perto o aconselhando, mas deixando ele
tomar as decisões, mesmo que seja supervisionado bem de perto.
Ainda usando o Apóstolo Pedro como base teórica bíblica, no texto de “João 21:1517“, já no final do Evangelho, Jesus faz uma pergunta para Pedro que o deixa intrigado (Tu
me amas?). Vejamos o texto:
E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas,
amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão,
filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe:
Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amasme? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe:
Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as
minhas ovelhas. João 21:15-17 – BÍBLIA - NVI
No grego a expressão que Jesus usa para “amas” é “Agape” que é um amor
reverencial, mais completo. Porém, quando Pedro responde (sim eu te amo), ele usa a
palavra grega Phileo que é uma forma de amor entre amigos de um relacionamento humano.
Jesus faz três vezes a mesma pergunta, e Pedro reponde da mesma forma. Jesus, vendo que
Pedro só entendia amor como “Phileo” (amor entre amigos), na terceira vez que o Mestre
pergunta, ele deixa de usar “Agape” e usa a mesma expressão de Pedro “Phileo” para
perguntar.
Isso mostra que Jesus, entendeu que o amor de Pedro ainda era imperfeito ou ainda
não tinha vivenciado esse amor “Ágape”, mas era o melhor que ele podia dar naquele
momento. Também mostra como Jesus tem paciência com seus filhos, pois ele ama e
entende o tempo de cada um. Da mesma forma, esses “Passos Conjuntos”, precisam ser
levados pelo Aconselhador com muito amor e paciência com seu aconselhando, levando em
consideração que ele poderá errar mais de uma vez até encontrar seu caminho. Essa segunda
abordagem não tem tempo estipulado para acontecer, depende de cada aconselhando com
seus respectivos problemas.
Acredito eu que caminhar junto durante um tempo com o Aconselhando é o
diferencial do Aconselhamento Discipulador. Esse período seria como se fosse um
ensaio/prático que o Aconselhando teria com seu Aconselhador. No ponto de vista dessa
nova proposta, o aconselhando precisa de um cuidado maior do que simplesmente conselhos
e orações. Aliado a isso, ele teria um acompanhamento de perto por um período para que
pudesse avaliar e auxiliar sua caminhada. Collins também fala sobre esse desenvolvimento:
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Planejar não tem muita utilidade se não for seguido de uma ação. Depois que as
pessoas decidem o que precisa ser feito, é necessário estimulá-las a pôr em prática
o plano de ação para atingir suas metas. O conselheiro deve dar apoio, orientação,
encorajamento e, algumas vezes, um empurrãozinho. Em alguns casos, apesar do
aconselhando agir, o resultado não é bom. Quando isso acontece, conselheiro e
paciente devem trabalhar em conjunto para descobrir o que saiu errado e
reformular o plano. (COLLINS, 2004, p. 52-53)
O processo de aconselhamento utilizado por Collins, nas questões práticas, não vai
tão fundo quanto a pretensão deste artigo, mas pode expressar bem como seria importante
um acompanhamento próximo e supervisionado para que o aconselhando sinta mais
segurança para caminhar e executar com suas próprias pernas. Sempre precisamos ter em
mente que cada pessoa tem um tempo e um ritmo para fazer algo ou resolver um problema.
Tem pessoas que são rápidas e outras demoram um pouco mais. A minha ideia é um
acompanhamento sem pressa, mas ajudando a pessoa gradativamente.
Percebemos que Jesus trabalhou de forma gradativa com seus discípulos durante
seus três anos de ministério aqui na terra. O exemplo de Pedro, já depois da ressurreição de
Cristo, mostra como Jesus ainda entendia que Pedro precisava de uma lição e não estava
pronto. Mas apesar disso, Ele trabalha a questão do amor verdadeiro em seu coração, pois
sabia das limitações do seu discípulo Pedro. Jesus age também de uma forma parecida um
pouco antes da crucificação com Pedro:
Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada,
disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos,
dizendo: Não sei o que dizes. E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse
aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou
outra vez com juramento: Não conheço tal homem. E, daí a pouco, aproximandose os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles,
pois a tua fala te denuncia. Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não
conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. E lembrou-se Pedro das
palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás.
E, saindo dali, chorou amargamente. Mateus 26:69-75 – BÍBLIA - NVI
Da mesma forma e com uma pedagogia parecida, com o número três novamente,
Jesus sabia que Pedro iria nega-lo, mesmo diante de toda aquela situação. Pedro precisava
passar por isso para visualizar o ponto central dos seus problemas, onde podemos notar a
sua voluntariedade e coragem, porém, na prática, isso em excesso acabava atrapalhando sua
vida, já que, nem tudo devemos bater de frente e precisamos confiar mais em Deus em
nossos atos. Podemos destacar também a paciência e a insistência de Jesus com Pedro, pois
mesmo sabendo que ele pisaria na bola várias vezes, ele insistiu nessa pedagogia, mostrando
pra ele seus pontos fracos, mas nunca deixando de acompanha-lo de perto, mesmo depois
da ressurreição como já vimos.
14
Também é importante ao final reconhecer quando o fato ocorrido, o problema
causador, é a mão do próprio Deus como Collins comenta:
Quando conseguimos identificar as causas dos problemas, espirituais ou não,
geralmente podemos estabelecer os rumos do aconselhamento. Porém, a mente
humana nem sempre consegue compreender os propósitos e ações de Deus. Às
vezes, precisamos ficar ao lado de Jó, sacudir a cabeça, perguntar por quê, e nos
submeter à soberania do Senhor, cujos caminhos não são os nossos caminhos e
cujos pensamentos não são os nossos pensamentos59. Não é fácil aceitar o que
Deus permite, mas às vezes esta é a nossa melhor, mais realista e única
alternativa.. (COLLINS, 2004, p. 666)
2.1.
Como aplicar:
- Ter definida a estratégia de ajuda para a situação.
- Aplicar a estratégia ao lado do aconselhando caminhando com ele.
- Nessa aplicação, mostrar suas fraquezas e como sair delas.
- Deixar o aconselhando tomar as rédeas aos poucos.
- Acompanhar até o Aconselhador sentir segurança vinda do Aconselhando.
Definir a estratégia é literalmente estar com as armas nas mãos para a batalha. O
aconselhador, mais do que ninguém, precisa nortear esse aconselhamento de forma que a
melhora na situação seja visível, ainda que lenta, mas sempre progressiva. Isso irá exigir
muita oração e interação do aconselhador no caso. O processo de entrega não é só do
aconselhando, mas de todos os envolvidos.
Por isso, caminhar ao lado é tão importante, pois além de exporta na prática as
estratégias para vencer essa batalha, nesse modelo, o aconselhador se torna um soldado
veterano que irá mostrar para o soldado iniciante como se faz. Essa relação irá criar um
vínculo fundamental para cumprir a proposta de discipulado através do aconselhamento.
A importância de confiança mútua é fundamental, pois as fraquezas do aconselhando
serão expostas e as bases precisarão estar bem sólidas para ir até o fim nesse processo. Essas
barreiras irão começar a serem vencidas quando o aconselhando tomar as rédeas da situação.
Mesmo que ainda inexperiente, com medo e sem um rumo sólido, mas seu aconselhador e
discipulador está ao seu lado para garantir que esses passos conjuntos sejam um sucesso. A
segurança virá com o tempo de prática, ainda que seja depois de alguns tropeços, mas como
aprendemos na vida, algumas feridas na nossa vida cicatrizar para nos fazer lembrar para
não repetirmos e nos ensinar a fazer o correto.
2.2.
Possíveis Problemas
15
Nessa segunda fase dos Passos conjuntos podem aparecer alguns problemas que irá
exigir do aconselhador muita paciência, cuidado e amor pelo seu aconselhando.
Para complicar ainda mais as coisas, os crentes costumam usar uma terminologia
que pode confundir. Falamos muito sobre o amor, por exemplo, e todos
concordamos que ele é a marca do cristão3, mas nem sempre agimos com amor e
nem sequer concordamos sobre o significado desta palavra. As vezes, parece que
nos esquecemos de que a forma de amor enfatizada no cristianismo não é o
sentimentalismo transitório e egoísta de que falam as canções de amor, e que
vemos nas ligações sexuais. O amor cristão é altruísta, paciente, procura o bem
dos outros, dá honra a Cristo, é dom de Deus, é visto com a maior clareza possível
na vida de Jesus e está descrito nas páginas da Bíblia.. (COLLINS, 2004, p. 658)
A teoria já foi dada nos primeiros passos, agora será necessário a aplicação da teoria
pelo aconselhador em doses homeopáticas, ou seja, como já foi dito lançar a isca e ir vendo
como o aconselhando está se saindo. Isso irá rir muito zelo e cuidado, pois caso
aconselhando errar ou se precipitar agora no início, poderá ser algo tão frustrante para o
aconselhando que pode gerar algum trauma ou até desistência do tratamento do
aconselhamento discipulador. Isso porque, ele está começando a andar com suas pernas,
mesmo com auxílio, mas os primeiros passos São sempre difíceis. Cabe ao aconselhador ter
muito cuidado amando o seu aconselhando para quê, mesmo se ele errar, tenha a paciência
de recomeçar e incentivar até que ele consiga entender e caminhar.
Uma outra questão que parece clara, mas é importante que seja citada e avaliada é
que aconselhador, nesta fase, também precisa estar plenamente preparado para caminhar ao
lado aconselhando. Se o aconselhador cometer alguma falha como por exemplo, errar em
algum conselho ou fazer algo que escandalize o seu aconselhando, pode colocar tudo a
perder e todo o trabalho irá se esvair pelas mãos.
Os próprios conselheiros cristãos às vezes também têm dificuldade no
aconselhamento religioso. Nem sempre é fácil ajudar pessoas que enfrentam lutas
espirituais. Em alguns casos, não há respostas claras para as questões teológicas
que os aconselhandos querem resolver. (COLLINS, 2004, p. 658)
O cuidado é importante, porque, o caminho para o sucesso ou fracasso deixe
aconselhamento pode ter uma linha muito Tênue, e o aconselhador precisa estar preparado
para lidar com essas situações diversas que podem aparecer na prática. O aconselhando já
está com problema demais para ter algum tipo de fracasso, por isso, o cuidado deve ser
redobrado. É importante o aconselhador mostrar muita autoridade e conhecimento naquilo
em que está se propondo a fazer nesses espaços conjuntos com o seu aconselhando.
Se ao final desses Passos conjuntos o aconselhador conseguir completar esse ciclo
com firmeza, autoridade e demonstração de conhecimento, a garantia de que o aconselhando
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tenha sucesso após o último passo que é quando ele vai ser testado sozinho na resolução dos
seus problemas, a chance de sucesso no final aumentará e ficará bem próxima de um
desfecho favorável com a resolução completa do problema.
Uma observação importante nessa fase de “Passos Conjuntos” é principalmente o
Aconselhador entender que o aconselhando está sendo auxiliado no seu problema através
desse Aconselhamento Discipulador, mas não se tornando um robô que só reage obedecendo
ordens do seu Aconselhador. Outro fator é que o aconselhando pode se tornar um clone que
quer ser exatamente como você. Nem desses dois casos “Robôs” e “Clones”, serão
saudáveis para o aconselhando. Robôs que só reagem a ordens irá funcionar como quando
o Aconselhador não estiver por perto? Se se tornar um Clone ou uma cópia do seu
Aconselhador, como criará a sua própria identidade diante da vida?
Assim como de outros modelos de aconselhamento, a intenção deste modelo
“Aconselhamento Discipulador” é ajudar as pessoas de uma forma mais próximas nos seus
problemas de ordem diversas e considerar a personalidade pessoal e o caráter particular de
cada um. Podemos até ajudar a pessoa a mudar alguma atitude ou má conduta em prol da
solução do problema, mas não podemos influenciar de tal forma que a pessoa não viva sem
o Aconselhador ou deixe de ser ela mesma.
Assim, depois de avaliado com toda a segurança e demonstração, o aconselhando
estará apto para a última etapa que é o teste final, onde irá caminhar sozinho, enfrentando o
seu problema de frente para a resolução final.
3. Terceira seção: Passo Final.
Esse é o passo crucial do Aconselhamento Discipulador. Aqui é onde o aconselhando
precisará tomar algumas decisões sozinhos e dar passos mais largos em prol da resolução
do problema. Vou tomar como base, ainda usando o exemplo do Apóstolo Pedro, o texto de
(Atos 2:14-41), pois ali Jesus já havia morrido e ressuscitado e Pedro agora estava sem o
seu Mestre e precisava fazer uma grande pregação para milhares de pessoas no templo em
Jerusalém. Vamos ler:
Então Pedro levantou-se com os Onze e, em alta voz, dirigiu-se à multidão:
"Homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém, deixem-me explicar-lhes
isto! Ouçam com atenção: estes homens não estão bêbados, como vocês supõem.
Ainda são nove horas da manhã! Pelo contrário, isto é o que foi predito pelo
profeta Joel: ‘Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos
os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os
velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu
Espírito naqueles dias, e eles profetizarão. Mostrarei maravilhas em cima no céu
e sinais em baixo, na terra, sangue, fogo e nuvens de fumaça. O sol se tornará em
17
trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo! ’ "Israelitas, ouçam estas
palavras: Jesus de Nazaré foi aprovado por Deus diante de vocês por meio de
milagres, maravilhas e sinais, que Deus fez entre vocês por intermédio dele, como
vocês mesmos sabem. Este homem lhes foi entregue por propósito determinado e
pré-conhecimento de Deus; e vocês, com a ajuda de homens perversos, o
mataram, pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os
laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse. A respeito dele,
disse Davi: ‘Eu sempre via o Senhor diante de mim. Porque ele está à minha
direita, não serei abalado. Por isso o meu coração está alegre e a minha língua
exulta; o meu corpo também repousará em esperança, porque tu não me
abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu Santo sofra decomposição. Tu
me fizeste conhecer os caminhos da vida e me encherás de alegria na tua
presença’. "Irmãos, posso dizer-lhes com franqueza que o patriarca Davi morreu
e foi sepultado, e o seu túmulo está entre nós até o dia de hoje. Mas ele era profeta
e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que colocaria um dos seus
descendentes em seu trono. Prevendo isso, falou da ressurreição do Cristo, que
não foi abandonado no sepulcro e cujo corpo não sofreu decomposição. Deus
ressuscitou este Jesus, e todos nós somos testemunhas desse fato. Exaltado à
direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que
vocês agora veem e ouvem. Pois Davi não subiu ao céu, mas ele mesmo declarou:
‘O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita até que eu ponha os teus
inimigos como estrado para os teus pés’. "Portanto, que todo Israel fique certo
disto: Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo". Quando
ouviram isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles perguntaram a Pedro e aos
outros apóstolos: "Irmãos, que faremos? "Pedro respondeu: "Arrependam-se, e
cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus
pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para
os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o
nosso Deus chamar". Com muitas outras palavras os advertia e insistia com eles:
"Salvem-se desta geração corrompida! " Os que aceitaram a mensagem foram
batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Mateus
26:69-75 – BÍBLIA - NVI
Pedro ali precisaria enfrentar seus medos e dificuldades sabendo que Jesus já não
estaria mais para ajuda-lo ou preveni-lo, como fez das outras vezes. Com uma boa base,
Pedro enfrenta seus problemas e faz uma pregação, cujo o resultado é a conversão de pelo
menos três mil pessoas. Pedro tropeçou muito, mas a paciência e a perseverança que Jesus
teve com ele, acabou tornando Pedro um dos maiores líderes da Igreja Primitiva.
É ele quem explica o milagre do Pentecostes, diante da multidão reunida (cap.
2.14). Consta que “ele se levanta com os onze”, mas é o único que toma a palavra.
No v. 37 as testemunhas presentes ao milagre dirigem-se, após a sua alocução, “ã
Pedro e aos demais apóstolos”, como expressa o autor. (CULLMANN, 1964, p.
35)
Depois de um trabalho ardo discipulador de Jesus com seus discípulos, em especial
com Pedro, logo no início da divulgação do evangelho pelos Apóstolos, Pedro se destaca na
pregação que resultou em uma grande colheita. Além disso, o Espírito do Senhor estava
sendo derramado conforme predisse as profecias dos antigos, justamente se cumprindo
através das mãos desses homens que Jesus investiu.
18
Essa última etapa onde o aconselhando irá caminhar com suas próprias pernas para
obter o êxito sobre o problema exposto, precisa ser feito da forma mais cuidadosa e zelosa
possível. Podem até haver pequenos tropeços no início, assim como, uma criança quando
está aprendendo a andar leva alguns pequenos tombos, mas o sua melhora será progressiva
e gradual, onde assim como, o exemplo de Pedro, o êxito e a recompensa virá para o
Aconselhador ao ver seu aconselhando se tornando um verdadeiro discípulo de Cristo.
3.1.
Como aplicar:
- Ter a segurança de que o aconselhando está pronto para caminhar com suas
próprias pernas.
- Indicar para ele os primeiros passos sozinhos.
- Ficar atentos para os tropeços iniciais.
- Deixar o aconselhando tomar as rédeas completamente.
- Monitorar de longe (continuar acompanhando).
Esse sentimento que o aconselhando está pronto é muito pontual e precisa ser
levantado com a menor margem de erro possível. Pois esse é o último passo e tudo precisa
estar pronto. Por isso, que no Aconselhamento Discipulador, não há pressa no desfecho do
caso, pois a certeza que o aconselhando está pronto precisa ser visível. Cabe ao aconselhador
ir indicando os passos iniciais e depois soltar e deixar ir sozinho.
Talvez os tropeços iniciais aconteçam, mas que isso não seja motivo de desanimo e
muito menos de desistência, mas que se torne um estopim para que o reestabelecimento da
vida do aconselhando aconteça de forma normal.
Depois desses pequenos tropeços, soltar as rédeas vai ser fundamental para que ele
aprenda. Às vezes, não é fácil para o aconselhador soltar as rédeas, pois os vínculos criados
foram dos dois lados e podem ser fortes, porém, essa atitude é necessário para que o sucesso
do Aconselhamento Discipulador venha. Monitorar depois do fim do aconselhamento é
importante, já que, nada é perfeito ao ponto que não precise de cuidados e quando estamos
tratando de vidas, todo cuidado não é excesso.
3.2.
Possíveis Problemas
19
Neste passo final, caso os dois primeiros passos tenham sido concluídos com êxito,
é muito difícil que agora quando o aconselhando estará indo para o campo sozinho algo
possa acontecer de errado. Isso porque, a base teórica com ouvir aliado compassos conjuntos
passando experiência que já foi dado anteriormente, trará uma grande probabilidade de
sucesso nesse aconselhamento discipulador.
Problema que pode aparecer é a insegurança de agora o aconselhando estar sozinho.
Isso pode ser até um pouco normal no começo, mas ele deve conseguir encarar o seu
problema ou trauma de frente tendo a certeza de que tudo até agora nesse aconselhamento
criou bases sólidas para que ele consiga resolver a questão. Assim como nos Passos
anteriores, não há muito espaço para erros, pois essa fase é crucial para que o aconselhando
não desanime ou desista de enfrentar e resolver a situação. Por isso, é importante que os
outros Passos tenham sido bem feitos e aplicados de forma plausível e correto. Com certeza,
nem tudo vai dar certo sempre ou vai sair exatamente como o aconselhador planejou, porém,
não pode dar tudo errado ao ponto que o aconselhador perca a mão e não saiba o que fazer
com seu aconselhando que não consegue resolver a questão.
Caso seja detectado que o aconselhando não está conseguindo caminhar com suas
próprias pernas, ou seja, resolver os seus problemas, o ideal é que volte para o passo anterior
ou até mesmo para o primeiro passo para que uma melhor avaliação possa ser feita
novamente e o caso possa ter um desfecho melhor e mais apropriado. Sempre lembrando,
que cada caso é um caso e a situações por mais que sejam parecidas, se acontecendo com
pessoas diferentes, também terá que ser lhe dado de formas diferentes.
Não é vergonha nenhuma recomeçar, ou reavaliar a situação caso as coisas não
estejam andando como planejado. É melhor você procurar solucionar e ajudar essa pessoa,
nem que for retomando desde o princípio, do que largar ela sem ajuda-la e deixar a pessoa
frustrada. Precisamos lembrar que Deus tem a solução e a cura para todos os problemas e
traumas. Se está havendo algum caso que não conseguimos ajudar, com certeza, o problema
não está em Deus. Todas as fases do aconselhamento precisam ser reavaliadas e cada ponto
deve ser esclarecido.
Outro fator importante que pode ser a origem de não encontrar uma solução pode ser
o tempo. Alguns problemas precisam de um tempo que, muitas vezes, não podem ser
determinados por nós. Temos o costume de querer controlar todas as coisas, mas certas
situações dependem de outras pessoas. Isso quer dizer que não irei concluir cada passo
exatamente como planejei. Buscando ainda mais profundo, precisamos lembrar do tempo
de Deus. O Senhor pode não estar permitindo que algo aconteça simplesmente pela sua
20
soberania. Muitas coisas só entenderemos depois que passar, e o aconselhador precisa ter
essa intimidade com Deus e sensibilidade para entender e saber conduzir essa questão.
Naturalmente, nesse último passo, o aconselhando vai sentindo segurança e se
soltando, pois o processo foi bem aplicado, sem pressa, e com a entrega necessária nas mãos
de Deus para que todo esse período, fosse conduzido não só por mãos humanas do
Aconselhador, mas também, pelas mãos de Deus para a formação e recuperação de
discípulos de Jesus Cristo focando o crescimento do Reino de Deus aqui na terra.
Considerações finais
O Aconselhamento Discipulador tem como objetivo final propor soluções para as
dificuldades do aconselhando, sendo que, essa proposta consiste em um acompanhamento
pessoal e direto, proporcionando para o aconselhador uma proximidade do seu aconselhando
através do discipulado. A principal inspiração é no relacionamento de Jesus com seus
discípulos, em especial, com o Apostolo Pedro. Pedro desenvolve um relacionamento de
aprendizado com Jesus e aprende muito com o “caminhar junto” com o Mestre. Desde a
pescaria maravilhosa até depois da ressurreição, Jesus não economiza argumentos e
experiências para ensinar Pedro o caminho do evangelho através do discipulado.
Até mesmo as falhas que Pedro comete, servem de estopim para Jesus utilizar nos
seus ensinamentos, sempre caminhado junto e demonstrando através das suas próprias
atitudes, que uma excelente forma de educar é caminhando ao lado do seu discípulo e
servindo de exemplo em todas as situações. Alguns aprendem mais rápido, outros dão mais
trabalho, porém, o Aconselhamento Bíblico usado de uma forma mais próxima é possível e
se torna muito eficaz na vida do aconselhando. No final, depois que Jesus ressuscitou, os
discípulos demoraram um pouco para sair na missão apostólica, mas foram gradualmente
aplicando todos os ensinamentos do Mestre e cumprindo a grande comissão da pregação do
evangelho pelo mundo.
Entendemos que, esse tipo de acompanhamento mais próximo, que é a proposta para
esse modelo, ajuda demais os aconselhandos a lidar na prático no dia a dia, pois a sua forma
prática de atuar, acaba dando para eles uma base excelente para sua caminhada sozinho. O
que é considerado somente um discipulado, pode se tornar um cuidado com a vida, sendo
que o aconselhando pode adquirir muitos frutos com a resolução do problema e o
aconselhador, estar ajudando pessoas que não sabem nem como começar a resolver seus
21
problemas em gabinete, agora com um formato real com as bases teóricas de uma
aconselhamento com o dinamismo e prática de um discipulado.
A fé se apresenta não apenas como caminho de resolução, mas como caminho de
ressignificação e de enfrentamento da angústia e do sofrimento humano, de perceber os
desertos da vida também como um lugar de esperança, pois a sua travessia traz
transformação e libertação, assim como aconteceu com o povo de Israel, assim como
aconteceu com os discípulos de Emaús e com tantas outras pessoas. Os olhos da fé e da
esperança nos ajudam a ver para além do aparente fracasso e insucesso, para além da cruz.
De tal modo que seja possível dizer que uma crise possa ser também uma oportunidade para
que a pessoa conheça camadas mais profundas de sua própria existência, e conhecendo
melhor a si mesma e o sofrimento, é capaz de solidarizar-se com a crise e o sofrimento da
outra pessoa.
Na maioria das vezes que expus essa ideia sobre o “Aconselhamento Discipulador”
com alguns professores e colegas, logo foi confundido com algo como se fossemos carregar
o aconselhando no colo e não dar a ele a experiência necessária para fazer sozinho. Na
verdade, meu intuito é justamente ao contrário, pois essa caminhada mais conjunta e
aproximada tem o intuito não só de fazer com que a pessoa resolva suas dificuldades, mas
que ela possa receber um conteúdo que a torne um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, para
que a partir daquele momento, sua vida com Deus tenha mais qualidade evitando também
cair no mesmo erro, tendo uma vida com Deus saudável e proveitosa.
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