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A APREENSÃO OBJETIVA DO ESPAÇO PELOS ANTIGOS

2018, EDITORA KOTEV, GEOCARTO: SÉRIE CARTOGRAFIA 4/ GEOCARTO - WEBSITE DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DA FFLCH-USP, ISBN: 1230001811612

A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos é um texto introdutório para cursos de capacitação em cartografia e geografia, primeiramente disponibilizado no site de Geocarto - Website de Geografia e Cartografia, do Departamento de Geografia da FFLCH-USP, em Abril de 2009. Em Setembro do ano de 2018, este mesmo material foi transformado em texto de acesso livre na Internet em Formato PDF com os préstimos da Editora Kotev (Kotev ©). Na reedição, o texto original de A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos foi ampliado, agregando mais informação e detalhamentos, novas notas de rodapé e apensos bibliográficos pertinentes a estes acréscimos. As imagens originais do artigo foram reconfiguradas e reformatadas. Na nova edição o texto foi revisado, acatando as regras atualmente vigentes quanto à norma culta da língua portuguesa, assim como incorporou normatizações editoriais inerentes ao formato PDF. Por fim, ateste-se que o foco, sentido, argumentos e a natureza do artigo original são idênticos ao material primeiramente publicado no ano de 2009 em Geocarto - Website de Geografia e Cartografia. Como elemento de referência, as capas dos textos elaborados para o site Geocarto são identificados por imagem que resulta da justaposição de duas obras do pintor holandês Johannes Vermeer: O Astrônomo (1668) e O Geógrafo (1668/69). A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos é um material gratuito. Vedada a reprodução comercial e também, divulgação sem aprovação prévia da Editora Kotev. A citação de A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos deve incorporar referências ao autor e apensos editoriais conforme padrão modelar que segue: WALDMAN, Maurício. A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos. Série Cartografia, Nº 4. São Paulo (SP): Editora Kotev. 2018.

1 A APREENSÃO OBJETIVA DO ESPAÇO PELOS ANTIGOS 1 MAURÍCIO WALDMAN 2 Repetidamente, um conhecido corolário de senso comum estabelece a Modernidade como berço do pensamento científico 3. Mais ainda, decreta um virtual monopólio do Ocidente na adoção de aferições da realidade que comumente são carimbadas como técnicas, científicas e objetivas. Ainda que num determinado prisma esta colocação possa ser válida, nada obsta o entendimento de que as culturas antigas lograram avanços consideráveis nos mais diversos campos intelectuais, pavimentando êxitos técnicos, conceituais e científicos de primeira grandeza. Nesta linha de compreensão as culturas de outrora, mesmo que impregnadas de um ethos 4 mítico, mágico e cosmológico, asseguraram, na realidade, os primeiros passos nos caminhos posteriormente trilhados pela ciência moderna. De pronto, exclua-se a argumentação de que os saberes e processos de observação da pré-modernidade estivessem carentes de objetividade 5. A este respeito, eis o que pondera o filósofo francês Armand CUVILLIER: “É um erro acreditar que a ciência seja um modo de pensamento puramente moderno. A técnica que existe sob diversas formas em todas as sociedades obriga o homem a um contato direto com a natureza, sob pena de insucesso e, nesse sentido, como dizia Augusto Comte, já contém germens de positividade” (Cf. 1975: 132, grifos nossos). Ademais, é possível sublinhar inúmeras conquistas das civilizações pré-modernas em domínios tão diversos como a matemática, astronomia, física, química e engenharia. Isto, sem deixar nada a dever na comparação com o chamado mundo moderno. Para conferir, bastaria resgatar a pontuação direta do historiador da ciência britânico Derek de Solla Price, conhecido como “Pai da Cienciometria”, relativa, por exemplo, à notoriedade dos mesopotâmios nos estudos das estrelas e no reino das matemáticas: “No cerne de toda a matemática e astronomia babilônias, estava uma enorme facilidade de cálculo concernente a grandes números e de efetivação de operações 2 trabalhosas, capazes de conduzir ao tédio, que levaria o cientista moderno a correr em busca da régua de cálculo da máquina de calcular”(PRICE, 1976: 25). Quanto à complexidade das operações e cálculos matemáticos desenvolvidos nesta época, anota o mesmo especialista: “Com efeito, algumas das placas de argila contêm textos com problemas que são os genótipos daqueles que faziam horror às crianças educadas segundo o velho padrão, exemplos de tanques que permitem o escoamento de água através de ralos e que devem encher-se com a água derramada de múltiplas torneiras e de perversões algébricas [...] de séries de parênteses, que se colocam entre parênteses, ad nauseam” (idem). Logo, é forçoso reconhecer que o conhecimento dito “arcaico” 6 seria bem menos oposto ao conhecimento científico do que supõe acrítico ponto de vista comungado pela sociedade moderna. Na sequência, e no tocante ao espaço, esfera de magna importância para a vida social (TUAN, 1990), enfoques claramente objetivos podem ser constatados no saber científico das culturas de outrora, que malgrado a antiguidade destas especulações, impressionam pelo protagonismo, argúcia e eficiência. Através de feitos notáveis da ciência antiga, se torna possível certificar o quanto as sociedades do passado haviam avançado na direção de conceitos matriciais para a assimilação do espaço por acepções objetivas, a primeira vista surpreendentes. Num rol de empreendimentos, optamos por dois exemplos coletados da antiguidade clássica, ambos representativos de um imaginário técnico e científico específico 7, assim como de metodologias então em voga para levar a cabo a interação com o espaço, em diferentes escalas, propósitos e expectativas. Neste sentido, elencaríamos a dioptra, instrumento para cálculos e mensurações dos tempos greco-romanos, e indispensavelmente, o método concebido pelo sábio grego Eratóstenes de Cirene (276 a.C.-194 a.C.), para determinar a circunferência da Terra. A dioptra (ou dioptre), criada no Século III a.C., visualmente se sobressai pela estética notavelmente contemporânea. Embora nenhum exemplar incólume tenha alcançado os tempos modernos, existe ampla coleção de menções e descrições que admitem segura reconstrução imagética do objeto (Figura 1). 3 FIGURA 1 - A dioptra, tal como descrita por Heron de Alexandria (Fonte: < http://pt.lexicoon.org/es/dioptra >. Acesso: 08-08-2017) Tecnicamente, este instrumento de mensuração, combinando eixos e parafusos de ajuste, certificava oticamente ângulos e distâncias por meio de mira graduada, essencial para obter métricas precisas. A despeito de certa simplicidade, a dioptra calibrava medições angulares verticais e horizontais que a partir da incorporação de transferidores graduados no corpo do 4 aparelho, foi alçada a um patamar de competência técnica. Deste modo, a dioptra terminou por se impor enquanto instrumento fiável de alinhamento e demarcação espacial. A dioptra foi empregada extensivamente por astrônomos para cálculos angulares da posição das estrelas, referências importantes para diversos contextos da vida prática de antanho, em especial na identificação de balizas geoastronômicas para precisar localizações e deslocamentos. Aliás, mestres icônicos, da estatura de Euclides de Alexandria (circa Séculos IV-III a.C.) e Geminus de Rodes (Século I a.C.), se referem à dioptra nas suas obras, o que bem demonstra a autoridade deste engenho na materialidade social do período. Vale lembrar, o dispositivo foi essencial para o sucesso das navegações ao longo da bacia do Mediterrâneo, e por extensão, para a consolidação da colonização grega em muitas partes do ecúmeno 8. Nesta sequência, a cartografia helênica, cujo grande centro era a próspera cidade de Mileto, na Jônia (litoral da Ásia Menor, atual Turquia), foi alçada a um patamar de excelência, dignificando os map makers (fazedores de mapas), desta prestigiada cidade como profissionais talentosos, conhecidos pela fiabilidade dos mapas que confeccionavam. Durante o império romano, engenheiros e construtores valeram-se da dioptra para efetuar levantamentos topográficos, vitais para erguer obras como pontes, estradas, aquedutos, túneis, muralhas e estruturas de grande envergadura, edificações que simbolizaram a glória da Roma dos césares, estaqueando o poder imperial romano (Cf. WALDMAN, 2014). Rubrique-se que embora a dioptra tenha se tornado obsoleta enquanto apetrecho astronômico já no Século III a.C. 9, o engenho persistiu entre os agrimensores e na construção civil até as últimas décadas do Século XVI, quando surge na Inglaterra o teodolito, desde então substituindo-a nos levantamentos topográficos. Quanto ao arguto método esboçado para mensurar o diâmetro da Terra, caberiam aqui algumas palavras sobre Eratóstenes, responsável por sua idealização. Grego originário de Cirene (cidade localizada na atual Líbia), mais tarde se estabeleceu em Alexandria, no Egito, grande centro intelectual do período. 5 Eratóstenes, em paralelo com uma brilhante atuação na astronomia, matemática, geometria, gramática, poesia, filosofia e biblioteconomia, é também considerado o “Pai da Geografia” 10, tendo como trabalho mais celebrizado a primeira certificação da medida do meridiano terrestre. Atente-se que a metodologia utilizada pelo estudioso grego chama a atenção pela perspicácia em explorar conjunto relativamente pequeno de variáveis, combinandoas de modo a alcançar formulações de valor inquestionável. Retenha-se que o primeiro pressuposto adotado por Eratóstenes para estipular a circunferência da Terra foi evidentemente o da esfericidade do Planeta. O segundo, subentendia que o curso do rio Nilo fluía presumidamente sem desvios significativos rumo à direção Norte, basicamente acatando uma mesma coordenada de longitude. Além disso, o sábio também pode contar, na condição de bibliotecário chefe da famosa Biblioteca de Alexandria, com uma informação consignada num manuscrito resguardado pela instituição, segundo a qual, na cidade de Siena, situada no Sul do Egito (atualmente Aswan), o Sol, durante o Solstício de Verão, se posicionava ao meio dia praticamente no zênite, de modo que seus raios alcançavam o fundo dos poços. Mas no mesmo momento em Alexandria, localizada no extremo Norte do Egito, isto não ocorria. Eratóstenes inferiu, pois que ambas as cidades correspondiam a pontos dispostos numa mesma superfície esférica, conectadas pelo curso de um mesmo rio, o Nilo, cujo fluxo pressupunha uma orientação geofísica ao menos similar em termos das longitudes 11. Isto posto, programou uma observação sincronizada da altura angular do Sol nestes dois pontos do Egito, tendo por meta empregar os dados obtidos para calcular a distância linear da circunferência da Terra. Sabedor que a distância entre as duas cidades era de 5.040 estádios (stadium em latim) 12, fixou uma estaca em Alexandria e enquanto isso, um observador em Siena foi orientado para acompanhar a trajetória do Sol diante de um poço. Simultaneamente, tal como programado, o inclemente Sol do Egito, enquanto gerava sombra na vareta fixada de Alexandria, banhava com um facho de luz o fundo do poço escavado em Siena. De pronto, com o concurso da esfericidade do Planeta a distância angular entre os dois sítios se apresentava de um modo cabal (Figura 2). 6 Eratóstenes dispunha agora de uma base de dados para elaborar uma mensuração. Com base no comprimento da sombra em proporção ao comprimento da vareta, obteve um ângulo de 7,2°, que na ponta do lápis equivale a 1/50 de 360°, total em graus de uma circunferência, no caso, a do Planeta Terra. FIGURA 2 - Esquema do Modelo de Eratóstenes para o calculo do diâmetro da Terra (Baseado em < https://www.math.ucdavis.edu/~kkreith/scale.html >. Acesso: 08-08-2017) Neste seguimento, para obter o perímetro da Terra o passo seguinte do sábio foi multiplicar por cinquenta a distância entre Alexandria e Siena. A conta resultou em 252.000 estádios, aproximadamente 39.700 quilômetros, número bem próximo da circunferência terrestre tal como foi selado pelos geógrafos modernos, da ordem de 40.075 quilômetros. Observe-se que a medida obtida pela métrica de Eratóstenes, apesar do lapso de 375 quilômetros, e frisando-se as dificuldades vigentes vinte e dois séculos atrás, foi assaz criteriosa, eficaz e objetivamente segura. Perseverou por dezenas de gerações como única mensuração bem-sucedida a testificar um número credível para a rotundidade da Terra 13. Em suma: as duas exemplificações confirmam que os antigos não transitavam em ambientes carentes de teorização científica e que tampouco, eram privados de 7 curiosidade ou de formulações que permitiam calçar conhecimentos firmados na realidade objetiva (Cf. WALDMAN, 2016 e 2006; BRETON, 1990; GEERTZ, 1989). Mas por outro lado, entenda-se que estes dois exemplos, que sublinham germens de objetividade na ciência da antiguidade, devem ser sopesadas por reparos e apensos, destacando que a habilidade das civilizações do passado em elaborar conceitos e tecnologias estava contida, devido às suas próprias perspectivas civilizatórias, por limitações e cerceamentos. Observe-se neste pormenor que tanto a topografia quanto a cartografia de Roma nunca avançaram para além de finalidades administrativas e de controle do espaço. É o que comprova, por exemplo, a Tábua Peutinger (ou Tabula Peuntiger), última cópia de antigo planisfério do auge do período imperial, exibindo inflexões estratégicas, cadastrais e logísticas de caráter indiscutível (Vide WALDMAN, 2014). Advirta-se também que no caso de Eratóstenes, a determinação da circunferência da Terra, tendo por pré-requisito a esfericidade da Terra, não decorria de um primado científico. Antes, tratava-se de uma ilação silogística: para o pensamento tradicional grego a Terra seria esférica, uma forma perfeita, pela simples razão de ser um astro perfeito (OLIVEIRA, 1978: 35). Pois então, esclareça-se que o conhecimento antigo do espaço não era desprezível como narcisisticamente pressupõe a ciência ocidental moderna. Entrementes, outra coisa é imaginá-lo com atribuições que não possuía. Entre um extremo e outro, nada mais sensato do que admirar as realizações do passado nos acertos alcançados em franco desafio à carência de instrumentais e metodologias que na atualidade, permitem conhecer, de um modo que não tem precedentes, a realidade objetiva do que nos cerca. Algo a inspirar o mundo o zelo pela utilização equilibrada e proveitosa dos avanços técnicos obtidos pela ciência moderna, únicos na capacidade em superar os dilemas, desafios e contradições gerados pela própria Modernidade. 8 ANEXO: A MODERNIDADE NUMA PERSPECTIVA SINTÉTICA 14 De um modo geral, as ciências sociais definem a Modernidade, Ocidente ou Mundo Ocidental enquanto uma sociedade que irrompe na Europa ocidental a partir da Baixa Idade Média, articulada no plano econômico com a economia de mercado. Num plano geral, o Ocidente forma um sistema cujas dinâmicas culturais, técnicas, econômicas e unificadoras consolidaram crescente supremacia, embaladas por uma radicalização incessante das suas demandas materiais e civilizatórias, cujo epítome é a globalização. Neste senso, a Modernidade corresponde ao momento em que este processo se cristaliza, ganhando força no Século XIX e particularmente, a partir dos anos 1950, cujo transcurso calça a atual ordem global. Neste prisma, o mundo ocidental materializa modos de vida que desvencilharam, de um modo sem precedentes, os humanos dos modos tradicionais de vida social, política, cultural e econômica. Em termos de um modus operandi, a Modernidade se fundamenta na autonomia e hegemonia da esfera da economia como princípio regulador básico, na qual a lógica da produção foi alçada enquanto diretriz básica e estruturante. Esta configuração foi secundada por padrões técnicos e sistemas peritos, postados ao controle dos ambientes materiais, culturais, políticos, econômicos e sociais do mundo contemporâneo. Diante ordenações de valores criadas pela Modernidade, a religião e formulações de índole mítica perdem prestígio, sobrepujadas por modelos abstratos que demarcam e regulam relações com viés informal e impessoal. Daí que o mundo moderno circunscreve uma realidade enquadrada por determinações laicas de mundo, destituída das imemoriais atribuições mágicas, metafísicas e afetivas que comandaram as sociedades pré-modernas. Dominada por uma laicidade radicalizada que está, pois na raiz das atribulações vividas pela própria Modernidade, cabe à civilização moderna rever então suas perspectivas e anseios, de modo a reposicioná-la em termos de uma viabilidade futura. 9 Debate em cujo seio o reposicionamento dos métodos e das finalidades do chamado espírito científico são uma prioridade absoluta. 10 BIBLIOGRAFIA ABBAGNANO, Nicola. Diccionario de Filosofia. 2ª edição. 8ª reimpressão. México (DF): Fondo de Cultura Econômica. 1991; BRETON, Roland Jules-Louis. Geografia das Civilizações. Série Fundamentos, nº. 60. São Paulo (SP): Editora Ática. 1990; COLLINSON, Diané. 50 Grandes Filósofos. Tradução do original em língua inglesa Fifty Major Philosophers, por Maurício Waldman e Bia Costa. São Paulo (SP): Contexto. 2004; CUVILLIER, Armand. Sociologia da Cultura. Porto Alegre e São Paulo (RS-SP): coedição Editora Globo e Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP). 1975; ELIADE, Mircea. O Mito do Eterno Retorno. Coleção Perspectivas do Homem. Lisboa (Portugal): Edições 70. 1978; GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro (RJ): Livros Técnicos e Científicos Editora (LTC). 1989; GIDDENS, Anthony. As Conseqüências da Modernidade. São Paulo (SP): Editora da Universidade Estadual Paulista (UNESP). 1991; GOUREVITCH, Aron Yakovlevich. O Tempo como Problema de História Cultural. In Estudos reunidos pela UNESCO, Petrópolis e São Paulo (RJ-SP): Editora Vozes e Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP). 1975; MUHLY, James D. Ancient Cartography: Man’s earliest attempts to represent his world. Expedition, Volume 20, pp. 26-31. Number 2, Winter 1978. EUA: University of Pennsylvania, Museum of Archaelogy and Anthropology. 1978; MYERS, Edward DeLos. La Educación en la Perspectiva de la Historia. Coleção Breviarios, nº. 188. México (México, DF): Editora Fondo de Cultura Económica. 1966; OLIVEIRA, Cêurio de. Dicionário Cartográfico. 2ª edição, Rio de Janeiro (RJ): Fundação IBGE. 1983; OLIVEIRA, Lívia de. Estudo Metodológico e Cognitivo do Mapa. Série Teses e Monografias, nº. 32. (São Paulo): Instituto de Geografia da Universidade de São Paulo (IGEOG/USP). 1978; 11 POLANYI, Karl. A Grande Transformação: as origens da nossa época. 8ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Campus, 2000; PRICE, Derek de Solla. A Ciência desde a Babilônia. Coleção O Homem e a Ciência, nº. 2. Belo Horizonte e São Paulo (BH-SP): Editora Itatiaia/Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP). 1976; RAISZ, Erwin. Cartografia Geral. Rio de Janeiro (RJ): Editora Científica. 1969; TUAN, Yi Fu. Topofilia - Um Estudo da Percepção, Atitudes e Valores do Meio Ambiente. São Paulo (SP): Difusão Européia do Livro (DIFEL). 1990; WALDMAN, Maurício. Hegemonia Ocidental: Processo Cultural, Histórico e Social. História: Coleção Educação Popular - Textos de Apoio nº. 4. Acesso na Plataforma Kobo: https://www.kobo.com/br/pt/ebook/hegemonia-ocidental. Texto em Formato PDF: < http://mw.pro.br/mw/educacao_popular_01.pdf >. São Paulo (SP): Editora Kotev. 2016; __________. Todos os Caminhos Levam a Roma: Cartografia dos Césares, Tábua Peutinger e os Limites do Espaço. In: Revista Geografia, revista do Departamento de Geociências, Programa de Mestrado e Doutorado em Geografia da Universidade Estadual de londrina (UEL), volume 22, pp. 59-77. Londrina (PR): Universidade Estadual de Londrina (UEL). 2014; __________. Meio Ambiente & Antropologia. Série Meio Ambiente, nº. 6. São Paulo (SP): Editora SENAC. 2006; __________. Metamorfoses do Espaço Imaginário: Um ensaio “topo-lógico” relativo ao universo da cultura, do espaço e do imaginário. 1997. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). São Paulo (SP): Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia. 1997; __________. Espaço e Modo de Produção Asiático. In: Boletim Paulista de Geografia, nº. 72. São Paulo (SP): Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), seção local São Paulo. 1994; __________. Doze Estudos em Geografia Crítica: Geografia para o Ensino Técnico de 2º Grau. Obra elaborada como subsídio para sala de aula para os cursos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Título registrado junto à Biblioteca Nacional-Fundação Pró-Memória, sob o nº. 28.659, aos 4 de Outubro de 1983. Rio de Janeiro (RJ): Biblioteca Nacional-Fundação Pró-Memória. 1982. A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos é um texto introdutório para cursos de capacitação em cartografia e geografia, primeiramente disponibilizado no site de Geocarto - Website de Geografia e Cartografia, do Departamento de Geografia da FFLCH-USP, em Abril de 2009. Em Setembro do ano de 2018, este mesmo material foi transformado em texto de acesso livre na Internet em Formato PDF com os préstimos da Editora Kotev (Kotev ©). Na reedição, o texto original de A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos foi ampliado, agregando mais informação e detalhamentos, novas notas de rodapé e apensos bibliográficos pertinentes a estes acréscimos. As imagens originais do artigo foram reconfiguradas e reformatadas. Na nova edição o texto foi revisado, acatando as regras atualmente vigentes quanto à norma culta da língua portuguesa, assim como incorporou normatizações editoriais inerentes ao formato PDF. Por fim, ateste-se que o foco, sentido, argumentos e a natureza do artigo original são idênticos ao material primeiramente publicado no ano de 2009 em Geocarto - Website de Geografia e Cartografia. Como elemento de referência, as capas dos textos elaborados para o site Geocarto são identificados por imagem que resulta da justaposição de duas obras do pintor holandês Johannes Vermeer: O Astrônomo (1668) e O Geógrafo (1668/69). A formatação da edição de 2018 para a Internet contou com a Assistência de Editoração, Pareceres Técnicos e Tratamento Digital de Imagens do webdesigner Francesco Antonio Picciolo, E-mail: [email protected]; Site: www.harddesignweb.com.br. A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos é um material gratuito. Vedada a reprodução comercial e também, divulgação sem aprovação prévia da Editora Kotev. A citação de A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos deve incorporar referências ao autor e apensos editoriais conforme padrão modelar que segue: WALDMAN, Maurício. A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos. Série Cartografia, Nº 4. São Paulo (SP): Editora Kotev. 2018. 2 Maurício Waldman é antropólogo, jornalista, pesquisador acadêmico e professor universitário. Militante ambientalista histórico do Estado de São Paulo, Maurício Waldman somou a esta trajetória experiências institucionais na área ambiental e uma carreira acadêmica com contribuições no campo da antropologia, geografia, sociologia e relações internacionais. Entre os anos 1970-1990, Waldman atuou como professor de geografia e de história em escolas da rede particular da capital paulista e como Diretor da Escola e dos Cursos Profissionalizantes da Fundação Estadual do Menor (FEBEM) e do Serviço SOS Criança (1997-2000). Waldman foi colaborador do líder seringueiro Chico Mendes, Coordenador de Meio Ambiente em São Bernardo do Campo (SP) e Chefe da Coleta Seletiva de Lixo na capital paulista. Participou no CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação, São Paulo e Rio de Janeiro), em movimentos em defesa da Represa Billings no Grande ABC Paulista e em diversas entidades ecológicas, dentre as quais o Comitê de Apoio aos Povos da Floresta de São Paulo e o Comitê de Fiscalização do Reator Nuclear do Projeto Aramar, em Iperó (SP). Waldman colaborou com diversas publicações acadêmicas de geografia e em cursos de capacitação de cartografia e uso do mapa em sala de aula 1 para o magistério de I e II Graus na rede pública e particular de ensino em diferentes cidades do país. Fez parte da Diretoria da Associação dos Geógrafos Brasileiros Seção Local São Paulo (AGB-SP, 2003), colaborou com o site acadêmico Geocarto Website de Geografia e Cartografia, do Departamento de Geografia da FFLCH-USP (2010-2012) e durante dez anos (2004-2014), foi responsável pela disciplina Geografia e Geopolítica da África nos Cursos de Difusão Cultural do Centro de Estudos Africanos da USP (CEA-USP). Autor de 18 livros e de mais de 700 artigos, textos acadêmicos e pareceres de consultoria, Waldman é autor, dentre outras obras, de Ecologia e Lutas Sociais no Brasil (Contexto, 1992), Geografia para o Ensino Fundamental (Editora Didática Suplegraf, 1999), Antropologia & Meio Ambiente, primeira obra brasileira no campo da antropologia ambiental (SENAC, 2006) e de Lixo: Cenários e Desafios - Abordagens básicas para entender os resíduos sólidos, obra finalista do Prêmio Nacional Jabuti de 2011 ( Cortez Editora. 2010). Maurício Waldman é graduado em Sociologia (USP (1982), licenciado em Geografia Econômica (USP, 1983), Mestre em Antropologia (USP, 1997), Doutor em Geografia (USP, 2006), Pós Doutor em Geociências (UNICAMP, 2011), Pós Doutor em Relações Internacionais (USP, 2013) e Pós Doutor em Meio Ambiente (PNPD-CAPES, 2015). Mais Informação: Portal do Professor Maurício Waldman: www.mw.pro.br Maurício Waldman - Textos Masterizados: http://mwtextos.com.br/ Currículo Plataforma Lattes-CNPq: http://lattes.cnpq.br/3749636915642 474 Verbete Wikipédia (BrE): http://enº.wikipedia.org/wiki/Mauricio_Waldman Contato Email: [email protected] 3 Vide Anexo: A Modernidade numa Perspectiva Sintética. 4 Palavra com origem no léxico grego, significando caráter, crenças e/ou ideais estruturantes da identidade de comunidades, nações e povos. Origem da palavra ética, ou seja, aquilo que pertence ao ethos. 5 “Dizer que uma verdade é objetiva apenas quer dizer que uma propriedade da verdade é que o verdadeiro de um enunciado é logicamente independente daquilo que a maioria dos membros de uma cultura em particular consideram verdadeiro” (ABBAGNANO, 1991: 775). 6 A expressão é de largo trânsito na obra do pensador romeno Mircea ELIADE (passim 1975), prestando-se à avaliação de configurações culturais de amplo conjunto de povos da antiguidade, numa acepção que a aproximaria, de certo modo, ao conceito de pré-modernidade. 7 Entre os antigos gregos, a conceituação de tekhne - origem das palavras técnica e tecnologia - estava, por exemplo, impregnada de conotação abrangente, articulando a noção de utilidade e de bem-estar das populações com a esfera da harmonia e da estética. 8 Termo originalmente circunscrito ao mundo greco-romano, oikouménē (do léxico grego οἰκουμένη, forma conjugada do particípio do verbo οἰκέω: habitar), designa espaço habitado, mundo conhecido e/ou civilizado. No fruir histórico, a palavra encarnou a noção de uma Humanidade consorciada a um espaço progressivamente confundido com os limites do Planeta. 9 A dioptra foi substituída pela esfera armilar, por sinal outra preciosidade da ciência pré-moderna, criada por Eratóstenes, mantendo-se por séculos como instrumental de grande valor para os astrônomos e os navegantes. 10 Embora a “paternidade” da disciplina seja colocada em questão por alguns autores, deve-se a Eratóstenes a primeira citação do termo geografia. 11 Ateste-se que a diferença de aproximadamente de 2,98° de longitude entre as cidades certamente geram dessimetrias de cálculo. Porém, estas não comprometem a métrica geral da circunferência terrestre obtida por Eratóstenes. 12 Uma fonte de incorreções para avaliar o cálculo de Eratóstenes decorre da existência de diferentes unidades de medidas para distâncias utilizando o termo estádio, originando diferenças na dependência do padrão adotado. 13 Com a perda de informação que sucedeu à queda do Império Romano, foi preciso esperar até o ano de 1615 para que Galileu redescobrisse esta informação, de domínio público em Alexandria dezoito séculos antes (Cf. CUVILLIER, 1975: 133). 14 Texto baseado em ponderações do economista e antropólogo Karl POLANYI (2000), do sociólogo britânico Anthony GIDDENS (1991) e do historiador soviético Aron Yakovlevich GOUREVITCH (1975). CONHEÇA A SÉRIE CARTOGRAFIA SAIBA MAIS: http://mwtextos.com.br/serie-cartografia/ SAIBA MAIS SOBRE A EDITORA KOTEV. ACESSE NOSSA PÁGINA: http://kotev.com.br/