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A APREENSÃO OBJETIVA DO ESPAÇO PELOS ANTIGOS 1
MAURÍCIO WALDMAN 2
Repetidamente, um conhecido corolário de senso comum estabelece a Modernidade
como berço do pensamento científico 3.
Mais ainda, decreta um virtual monopólio do Ocidente na adoção de aferições da
realidade que comumente são carimbadas como técnicas, científicas e objetivas.
Ainda que num determinado prisma esta colocação possa ser válida, nada obsta o
entendimento de que as culturas antigas lograram avanços consideráveis nos mais
diversos campos intelectuais, pavimentando êxitos técnicos, conceituais e científicos
de primeira grandeza.
Nesta linha de compreensão as culturas de outrora, mesmo que impregnadas de um
ethos 4 mítico, mágico e cosmológico, asseguraram, na realidade, os primeiros passos
nos caminhos posteriormente trilhados pela ciência moderna.
De pronto, exclua-se a argumentação de que os saberes e processos de observação
da pré-modernidade estivessem carentes de objetividade 5. A este respeito, eis o que
pondera o filósofo francês Armand CUVILLIER:
“É um erro acreditar que a ciência seja um modo de pensamento puramente
moderno. A técnica que existe sob diversas formas em todas as sociedades obriga o
homem a um contato direto com a natureza, sob pena de insucesso e, nesse sentido,
como dizia Augusto Comte, já contém germens de positividade” (Cf. 1975: 132, grifos
nossos).
Ademais, é possível sublinhar inúmeras conquistas das civilizações pré-modernas em
domínios tão diversos como a matemática, astronomia, física, química e engenharia.
Isto, sem deixar nada a dever na comparação com o chamado mundo moderno.
Para conferir, bastaria resgatar a pontuação direta do historiador da ciência britânico
Derek de Solla Price, conhecido como “Pai da Cienciometria”, relativa, por exemplo, à
notoriedade dos mesopotâmios nos estudos das estrelas e no reino das matemáticas:
“No cerne de toda a matemática e astronomia babilônias, estava uma enorme
facilidade de cálculo concernente a grandes números e de efetivação de operações
2
trabalhosas, capazes de conduzir ao tédio, que levaria o cientista moderno a correr
em busca da régua de cálculo da máquina de calcular”(PRICE, 1976: 25).
Quanto à complexidade das operações e cálculos matemáticos desenvolvidos nesta
época, anota o mesmo especialista:
“Com efeito, algumas das placas de argila contêm textos com problemas que são os
genótipos daqueles que faziam horror às crianças educadas segundo o velho padrão,
exemplos de tanques que permitem o escoamento de água através de ralos e que
devem encher-se com a água derramada de múltiplas torneiras e de perversões
algébricas [...] de séries de parênteses, que se colocam entre parênteses, ad
nauseam” (idem).
Logo, é forçoso reconhecer que o conhecimento dito “arcaico” 6 seria bem menos
oposto ao conhecimento científico do que supõe acrítico ponto de vista comungado
pela sociedade moderna.
Na sequência, e no tocante ao espaço, esfera de magna importância para a vida
social (TUAN, 1990), enfoques claramente objetivos podem ser constatados no saber
científico das culturas de outrora, que malgrado a antiguidade destas especulações,
impressionam pelo protagonismo, argúcia e eficiência.
Através de feitos notáveis da ciência antiga, se torna possível certificar o quanto as
sociedades do passado haviam avançado na direção de conceitos matriciais para a
assimilação do espaço por acepções objetivas, a primeira vista surpreendentes.
Num rol de empreendimentos, optamos por dois exemplos coletados da antiguidade
clássica, ambos representativos de um imaginário técnico e científico específico 7,
assim como de metodologias então em voga para levar a cabo a interação com o
espaço, em diferentes escalas, propósitos e expectativas.
Neste sentido, elencaríamos a dioptra, instrumento para cálculos e mensurações dos
tempos greco-romanos, e indispensavelmente, o método concebido pelo sábio grego
Eratóstenes de Cirene (276 a.C.-194 a.C.), para determinar a circunferência da Terra.
A dioptra (ou dioptre), criada no Século III a.C., visualmente se sobressai pela estética
notavelmente contemporânea. Embora nenhum exemplar incólume tenha alcançado
os tempos modernos, existe ampla coleção de menções e descrições que admitem
segura reconstrução imagética do objeto (Figura 1).
3
FIGURA 1 - A dioptra, tal como descrita por Heron de Alexandria
(Fonte: < http://pt.lexicoon.org/es/dioptra >. Acesso: 08-08-2017)
Tecnicamente, este instrumento de mensuração, combinando eixos e parafusos de
ajuste, certificava oticamente ângulos e distâncias por meio de mira graduada,
essencial para obter métricas precisas.
A despeito de certa simplicidade, a dioptra calibrava medições angulares verticais e
horizontais que a partir da incorporação de transferidores graduados no corpo do
4
aparelho, foi alçada a um patamar de competência técnica. Deste modo, a dioptra
terminou por se impor enquanto instrumento fiável de alinhamento e demarcação
espacial.
A dioptra foi empregada extensivamente por astrônomos para cálculos angulares da
posição das estrelas, referências importantes para diversos contextos da vida prática
de antanho, em especial na identificação de balizas geoastronômicas para precisar
localizações e deslocamentos.
Aliás, mestres icônicos, da estatura de Euclides de Alexandria (circa Séculos IV-III a.C.)
e Geminus de Rodes (Século I a.C.), se referem à dioptra nas suas obras, o que bem
demonstra a autoridade deste engenho na materialidade social do período.
Vale lembrar, o dispositivo foi essencial para o sucesso das navegações ao longo da
bacia do Mediterrâneo, e por extensão, para a consolidação da colonização grega em
muitas partes do ecúmeno 8.
Nesta sequência, a cartografia helênica, cujo grande centro era a próspera cidade de
Mileto, na Jônia (litoral da Ásia Menor, atual Turquia), foi alçada a um patamar de
excelência, dignificando os map makers (fazedores de mapas), desta prestigiada
cidade como profissionais talentosos, conhecidos pela fiabilidade dos mapas que
confeccionavam.
Durante o império romano, engenheiros e construtores valeram-se da dioptra para
efetuar levantamentos topográficos, vitais para erguer obras como pontes, estradas,
aquedutos, túneis, muralhas e estruturas de grande envergadura, edificações que
simbolizaram a glória da Roma dos césares, estaqueando o poder imperial romano
(Cf. WALDMAN, 2014).
Rubrique-se que embora a dioptra tenha se tornado obsoleta enquanto apetrecho
astronômico já no Século III a.C. 9, o engenho persistiu entre os agrimensores e na
construção civil até as últimas décadas do Século XVI, quando surge na Inglaterra o
teodolito, desde então substituindo-a nos levantamentos topográficos.
Quanto ao arguto método esboçado para mensurar o diâmetro da Terra, caberiam
aqui algumas palavras sobre Eratóstenes, responsável por sua idealização. Grego
originário de Cirene (cidade localizada na atual Líbia), mais tarde se estabeleceu em
Alexandria, no Egito, grande centro intelectual do período.
5
Eratóstenes, em paralelo com uma brilhante atuação na astronomia, matemática,
geometria, gramática, poesia, filosofia e biblioteconomia, é também considerado o
“Pai da Geografia” 10, tendo como trabalho mais celebrizado a primeira certificação
da medida do meridiano terrestre.
Atente-se que a metodologia utilizada pelo estudioso grego chama a atenção pela
perspicácia em explorar conjunto relativamente pequeno de variáveis, combinandoas de modo a alcançar formulações de valor inquestionável.
Retenha-se que o primeiro pressuposto adotado por Eratóstenes para estipular a
circunferência da Terra foi evidentemente o da esfericidade do Planeta. O segundo,
subentendia que o curso do rio Nilo fluía presumidamente sem desvios significativos
rumo à direção Norte, basicamente acatando uma mesma coordenada de longitude.
Além disso, o sábio também pode contar, na condição de bibliotecário chefe da
famosa Biblioteca de Alexandria, com uma informação consignada num manuscrito
resguardado pela instituição, segundo a qual, na cidade de Siena, situada no Sul do
Egito (atualmente Aswan), o Sol, durante o Solstício de Verão, se posicionava ao meio
dia praticamente no zênite, de modo que seus raios alcançavam o fundo dos poços.
Mas no mesmo momento em Alexandria, localizada no extremo Norte do Egito, isto
não ocorria. Eratóstenes inferiu, pois que ambas as cidades correspondiam a pontos
dispostos numa mesma superfície esférica, conectadas pelo curso de um mesmo rio,
o Nilo, cujo fluxo pressupunha uma orientação geofísica ao menos similar em termos
das longitudes 11.
Isto posto, programou uma observação sincronizada da altura angular do Sol nestes
dois pontos do Egito, tendo por meta empregar os dados obtidos para calcular a
distância linear da circunferência da Terra.
Sabedor que a distância entre as duas cidades era de 5.040 estádios (stadium em
latim) 12, fixou uma estaca em Alexandria e enquanto isso, um observador em Siena
foi orientado para acompanhar a trajetória do Sol diante de um poço.
Simultaneamente, tal como programado, o inclemente Sol do Egito, enquanto gerava
sombra na vareta fixada de Alexandria, banhava com um facho de luz o fundo do
poço escavado em Siena. De pronto, com o concurso da esfericidade do Planeta a
distância angular entre os dois sítios se apresentava de um modo cabal (Figura 2).
6
Eratóstenes dispunha agora de uma base de dados para elaborar uma mensuração.
Com base no comprimento da sombra em proporção ao comprimento da vareta,
obteve um ângulo de 7,2°, que na ponta do lápis equivale a 1/50 de 360°, total em
graus de uma circunferência, no caso, a do Planeta Terra.
FIGURA 2 - Esquema do Modelo de Eratóstenes para o calculo do diâmetro da Terra
(Baseado em < https://www.math.ucdavis.edu/~kkreith/scale.html >. Acesso: 08-08-2017)
Neste seguimento, para obter o perímetro da Terra o passo seguinte do sábio foi
multiplicar por cinquenta a distância entre Alexandria e Siena. A conta resultou em
252.000 estádios, aproximadamente 39.700 quilômetros, número bem próximo da
circunferência terrestre tal como foi selado pelos geógrafos modernos, da ordem de
40.075 quilômetros.
Observe-se que a medida obtida pela métrica de Eratóstenes, apesar do lapso de 375
quilômetros, e frisando-se as dificuldades vigentes vinte e dois séculos atrás, foi assaz
criteriosa, eficaz e objetivamente segura. Perseverou por dezenas de gerações como
única mensuração bem-sucedida a testificar um número credível para a rotundidade
da Terra 13.
Em suma: as duas exemplificações confirmam que os antigos não transitavam em
ambientes carentes de teorização científica e que tampouco, eram privados de
7
curiosidade ou de formulações que permitiam calçar conhecimentos firmados na
realidade objetiva (Cf. WALDMAN, 2016 e 2006; BRETON, 1990; GEERTZ, 1989).
Mas por outro lado, entenda-se que estes dois exemplos, que sublinham germens de
objetividade na ciência da antiguidade, devem ser sopesadas por reparos e apensos,
destacando que a habilidade das civilizações do passado em elaborar conceitos e
tecnologias estava contida, devido às suas próprias perspectivas civilizatórias, por
limitações e cerceamentos.
Observe-se neste pormenor que tanto a topografia quanto a cartografia de Roma
nunca avançaram para além de finalidades administrativas e de controle do espaço. É
o que comprova, por exemplo, a Tábua Peutinger (ou Tabula Peuntiger), última cópia
de antigo planisfério do auge do período imperial, exibindo inflexões estratégicas,
cadastrais e logísticas de caráter indiscutível (Vide WALDMAN, 2014).
Advirta-se também que no caso de Eratóstenes, a determinação da circunferência da
Terra, tendo por pré-requisito a esfericidade da Terra, não decorria de um primado
científico. Antes, tratava-se de uma ilação silogística: para o pensamento tradicional
grego a Terra seria esférica, uma forma perfeita, pela simples razão de ser um astro
perfeito (OLIVEIRA, 1978: 35).
Pois então, esclareça-se que o conhecimento antigo do espaço não era desprezível
como narcisisticamente pressupõe a ciência ocidental moderna. Entrementes, outra
coisa é imaginá-lo com atribuições que não possuía.
Entre um extremo e outro, nada mais sensato do que admirar as realizações do
passado nos acertos alcançados em franco desafio à carência de instrumentais e
metodologias que na atualidade, permitem conhecer, de um modo que não tem
precedentes, a realidade objetiva do que nos cerca.
Algo a inspirar o mundo o zelo pela utilização equilibrada e proveitosa dos avanços
técnicos obtidos pela ciência moderna, únicos na capacidade em superar os dilemas,
desafios e contradições gerados pela própria Modernidade.
8
ANEXO: A MODERNIDADE NUMA PERSPECTIVA SINTÉTICA 14
De um modo geral, as ciências sociais definem a Modernidade, Ocidente ou Mundo
Ocidental enquanto uma sociedade que irrompe na Europa ocidental a partir da
Baixa Idade Média, articulada no plano econômico com a economia de mercado.
Num plano geral, o Ocidente forma um sistema cujas dinâmicas culturais, técnicas,
econômicas e unificadoras consolidaram crescente supremacia, embaladas por uma
radicalização incessante das suas demandas materiais e civilizatórias, cujo epítome é
a globalização.
Neste senso, a Modernidade corresponde ao momento em que este processo se
cristaliza, ganhando força no Século XIX e particularmente, a partir dos anos 1950,
cujo transcurso calça a atual ordem global.
Neste prisma, o mundo ocidental materializa modos de vida que desvencilharam, de
um modo sem precedentes, os humanos dos modos tradicionais de vida social,
política, cultural e econômica.
Em termos de um modus operandi, a Modernidade se fundamenta na autonomia e
hegemonia da esfera da economia como princípio regulador básico, na qual a lógica
da produção foi alçada enquanto diretriz básica e estruturante.
Esta configuração foi secundada por padrões técnicos e sistemas peritos, postados ao
controle dos ambientes materiais, culturais, políticos, econômicos e sociais do mundo
contemporâneo.
Diante ordenações de valores criadas pela Modernidade, a religião e formulações de
índole mítica perdem prestígio, sobrepujadas por modelos abstratos que demarcam e
regulam relações com viés informal e impessoal.
Daí que o mundo moderno circunscreve uma realidade enquadrada por
determinações laicas de mundo, destituída das imemoriais atribuições mágicas,
metafísicas e afetivas que comandaram as sociedades pré-modernas.
Dominada por uma laicidade radicalizada que está, pois na raiz das atribulações
vividas pela própria Modernidade, cabe à civilização moderna rever então suas
perspectivas e anseios, de modo a reposicioná-la em termos de uma viabilidade
futura.
9
Debate em cujo seio o reposicionamento dos métodos e das finalidades do chamado
espírito científico são uma prioridade absoluta.
10
BIBLIOGRAFIA
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11
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__________. Espaço e Modo de Produção Asiático. In: Boletim Paulista de Geografia,
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__________. Doze Estudos em Geografia Crítica: Geografia para o Ensino Técnico de
2º Grau. Obra elaborada como subsídio para sala de aula para os cursos do Liceu de
Artes e Ofícios de São Paulo. Título registrado junto à Biblioteca Nacional-Fundação
Pró-Memória, sob o nº. 28.659, aos 4 de Outubro de 1983. Rio de Janeiro (RJ):
Biblioteca Nacional-Fundação Pró-Memória. 1982.
A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos é um texto introdutório para cursos
de capacitação em cartografia e geografia, primeiramente disponibilizado no site de
Geocarto - Website de Geografia e Cartografia, do Departamento de Geografia da
FFLCH-USP, em Abril de 2009. Em Setembro do ano de 2018, este mesmo material
foi transformado em texto de acesso livre na Internet em Formato PDF com os
préstimos da Editora Kotev (Kotev ©). Na reedição, o texto original de A Apreensão
Objetiva do Espaço pelos Antigos foi ampliado, agregando mais informação e
detalhamentos, novas notas de rodapé e apensos bibliográficos pertinentes a estes
acréscimos. As imagens originais do artigo foram reconfiguradas e reformatadas. Na
nova edição o texto foi revisado, acatando as regras atualmente vigentes quanto à
norma culta da língua portuguesa, assim como incorporou normatizações editoriais
inerentes ao formato PDF. Por fim, ateste-se que o foco, sentido, argumentos e a
natureza do artigo original são idênticos ao material primeiramente publicado no
ano de 2009 em Geocarto - Website de Geografia e Cartografia. Como elemento de
referência, as capas dos textos elaborados para o site Geocarto são identificados por
imagem que resulta da justaposição de duas obras do pintor holandês Johannes
Vermeer: O Astrônomo (1668) e O Geógrafo (1668/69). A formatação da edição de
2018 para a Internet contou com a Assistência de Editoração, Pareceres Técnicos e
Tratamento Digital de Imagens do webdesigner Francesco Antonio Picciolo, E-mail:
[email protected]; Site: www.harddesignweb.com.br. A Apreensão
Objetiva do Espaço pelos Antigos é um material gratuito. Vedada a reprodução
comercial e também, divulgação sem aprovação prévia da Editora Kotev. A citação
de A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos deve incorporar referências ao
autor e apensos editoriais conforme padrão modelar que segue: WALDMAN,
Maurício. A Apreensão Objetiva do Espaço pelos Antigos. Série Cartografia, Nº 4. São
Paulo (SP): Editora Kotev. 2018.
2
Maurício Waldman é antropólogo, jornalista, pesquisador acadêmico e professor
universitário. Militante ambientalista histórico do Estado de São Paulo, Maurício
Waldman somou a esta trajetória experiências institucionais na área ambiental e
uma carreira acadêmica com contribuições no campo da antropologia, geografia,
sociologia e relações internacionais. Entre os anos 1970-1990, Waldman atuou como
professor de geografia e de história em escolas da rede particular da capital paulista
e como Diretor da Escola e dos Cursos Profissionalizantes da Fundação Estadual do
Menor (FEBEM) e do Serviço SOS Criança (1997-2000). Waldman foi colaborador do
líder seringueiro Chico Mendes, Coordenador de Meio Ambiente em São Bernardo
do Campo (SP) e Chefe da Coleta Seletiva de Lixo na capital paulista. Participou no
CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação, São Paulo e Rio de
Janeiro), em movimentos em defesa da Represa Billings no Grande ABC Paulista e
em diversas entidades ecológicas, dentre as quais o Comitê de Apoio aos Povos da
Floresta de São Paulo e o Comitê de Fiscalização do Reator Nuclear do Projeto
Aramar, em Iperó (SP). Waldman colaborou com diversas publicações acadêmicas de
geografia e em cursos de capacitação de cartografia e uso do mapa em sala de aula
1
para o magistério de I e II Graus na rede pública e particular de ensino em diferentes
cidades do país. Fez parte da Diretoria da Associação dos Geógrafos Brasileiros Seção Local São Paulo (AGB-SP, 2003), colaborou com o site acadêmico Geocarto Website de Geografia e Cartografia, do Departamento de Geografia da FFLCH-USP
(2010-2012) e durante dez anos (2004-2014), foi responsável pela disciplina
Geografia e Geopolítica da África nos Cursos de Difusão Cultural do Centro de
Estudos Africanos da USP (CEA-USP). Autor de 18 livros e de mais de 700 artigos,
textos acadêmicos e pareceres de consultoria, Waldman é autor, dentre outras
obras, de Ecologia e Lutas Sociais no Brasil (Contexto, 1992), Geografia para o
Ensino Fundamental (Editora Didática Suplegraf, 1999), Antropologia & Meio
Ambiente, primeira obra brasileira no campo da antropologia ambiental (SENAC,
2006) e de Lixo: Cenários e Desafios - Abordagens básicas para entender os resíduos
sólidos, obra finalista do Prêmio Nacional Jabuti de 2011 ( Cortez Editora. 2010).
Maurício Waldman é graduado em Sociologia (USP (1982), licenciado em Geografia
Econômica (USP, 1983), Mestre em Antropologia (USP, 1997), Doutor em Geografia
(USP, 2006), Pós Doutor em Geociências (UNICAMP, 2011), Pós Doutor em Relações
Internacionais (USP, 2013) e Pós Doutor em Meio Ambiente (PNPD-CAPES, 2015).
Mais Informação:
Portal do Professor Maurício Waldman: www.mw.pro.br
Maurício Waldman - Textos Masterizados: http://mwtextos.com.br/
Currículo Plataforma Lattes-CNPq: http://lattes.cnpq.br/3749636915642 474
Verbete Wikipédia (BrE): http://enº.wikipedia.org/wiki/Mauricio_Waldman
Contato Email:
[email protected]
3
Vide Anexo: A Modernidade numa Perspectiva Sintética.
4
Palavra com origem no léxico grego, significando caráter, crenças e/ou ideais
estruturantes da identidade de comunidades, nações e povos. Origem da palavra
ética, ou seja, aquilo que pertence ao ethos.
5
“Dizer que uma verdade é objetiva apenas quer dizer que uma propriedade da
verdade é que o verdadeiro de um enunciado é logicamente independente daquilo
que a maioria dos membros de uma cultura em particular consideram verdadeiro”
(ABBAGNANO, 1991: 775).
6
A expressão é de largo trânsito na obra do pensador romeno Mircea ELIADE
(passim 1975), prestando-se à avaliação de configurações culturais de amplo
conjunto de povos da antiguidade, numa acepção que a aproximaria, de certo modo,
ao conceito de pré-modernidade.
7
Entre os antigos gregos, a conceituação de tekhne - origem das palavras técnica e
tecnologia - estava, por exemplo, impregnada de conotação abrangente, articulando
a noção de utilidade e de bem-estar das populações com a esfera da harmonia e da
estética.
8
Termo originalmente circunscrito ao mundo greco-romano, oikouménē (do léxico
grego οἰκουμένη, forma conjugada do particípio do verbo οἰκέω: habitar), designa
espaço habitado, mundo conhecido e/ou civilizado. No fruir histórico, a palavra
encarnou a noção de uma Humanidade consorciada a um espaço progressivamente
confundido com os limites do Planeta.
9
A dioptra foi substituída pela esfera armilar, por sinal outra preciosidade da ciência
pré-moderna, criada por Eratóstenes, mantendo-se por séculos como instrumental
de grande valor para os astrônomos e os navegantes.
10
Embora a “paternidade” da disciplina seja colocada em questão por alguns
autores, deve-se a Eratóstenes a primeira citação do termo geografia.
11
Ateste-se que a diferença de aproximadamente de 2,98° de longitude entre as
cidades certamente geram dessimetrias de cálculo. Porém, estas não comprometem
a métrica geral da circunferência terrestre obtida por Eratóstenes.
12
Uma fonte de incorreções para avaliar o cálculo de Eratóstenes decorre da
existência de diferentes unidades de medidas para distâncias utilizando o termo
estádio, originando diferenças na dependência do padrão adotado.
13
Com a perda de informação que sucedeu à queda do Império Romano, foi preciso
esperar até o ano de 1615 para que Galileu redescobrisse esta informação, de
domínio público em Alexandria dezoito séculos antes (Cf. CUVILLIER, 1975: 133).
14
Texto baseado em ponderações do economista e antropólogo Karl POLANYI
(2000), do sociólogo britânico Anthony GIDDENS (1991) e do historiador soviético
Aron Yakovlevich GOUREVITCH (1975).
CONHEÇA A SÉRIE CARTOGRAFIA
SAIBA MAIS: http://mwtextos.com.br/serie-cartografia/
SAIBA MAIS SOBRE A EDITORA KOTEV. ACESSE NOSSA PÁGINA: http://kotev.com.br/